Um pedido de causar dor
Começa de onde parou...
Bruno encontra Michele encostada no carro.
Michele: O que vou fazer agora?
Bruno: Você vai pra minha casa.
Michele abre a porta do carro e lembra-se de seu padrasto pedindo para sua mãe escolher entre ela e ele e diz no pensamento: Ela escolheu ele.
Michele de repente tem uma tontura e diz: Nunca esperaria essa atitude da minha mãe.
Michele ver tudo escurecendo, borrado, até que sua vista escurece por inteira e desmaia no chão.
Desesperado, Bruno se abaixa e diz: Michele não me deixe, eu amo você e nosso filho!
Continuando...
Bruno coloca Michele no carro e sai as pressas para o hospital. Da janela da sala, sua mãe ver tudo e chora se sentido culpada.
****
No caminho para o hospital, Michele acorda.
Michele: Onde estou?
Bruno: Meu amor como você está? Fiquei muito preocupado, você desmaiou e agora estamos no carro a caminho do hospital.
Michele lembra-se do ocorrido e diz: Não precisamos ir mais ao hospital, já estou melhor.
Bruno diz apreensivo: Você tem certeza?
Michele toca no braço de Bruno para lhe passar confiança: Sim meu amor, já estou melhor, mas agora não sei para onde vou.
Bruno: Como assim? Você vai para minha casa, meus pais não deixaram você sozinha e ainda grávida do meu filho na rua.
Michele: Eu te amo, Bruno.
Bruno: Eu também te amo muito.
Michele: Mas nunca pensei que minha mãe fosse ter aquela reação e ainda me expulsar de casa.
Bruno: Você tem que levar em conta que sua mãe foi influenciada pelo seu padrasto.
Michele: Mesmo assim não me conformo, eu sou sua filha.
Bruno: Não vamos mais pensar nisso.
Michele: Você tem razão não vale a pena.
****
Margarida está olhando o álbum da família e quando ver sua filha pequenininha em uma foto, chora ao lembrar desse dia.
Margarida diz pra si: Tenho que resolver isso, ela é minha filha e terei um neto.
Enquanto isso, Celso está no quarto de Michele. Vendo uma camisola de Michele a pega e cheira com muito desejo e diz pra si: Grávida de outro? Nunca! Você deveria ser minha e não daquele moleque! Se vai ficar com ele irá ter que se conformar em viver sem sua mãe.
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Michele e Bruno estão no sofá e contam todos os detalhes do ocorrido na casa de Margarida e os pais de Bruno ficam perplexos com a atitude dela.
Selma: Não se preocupe filha, você poderá ficar aqui. Você já faz parte da família.
Michele chora de emoção e abraça Selma.
Selma: Vou arrumar o quarto de hóspedes para você.
Bruno: Muito obrigado, mãe.
Selma se retira e Michele vai ao banheiro.
Alonso: Agora que estamos sozinhos, vamos conversar sobre o futuro de vocês.
Bruno: Eu até já sei do que se trata.
Alonso: Antes filho de vocês dois tomarem alguma decisão, irei dizer minha opinião. Só se casem se o que vocês sentem um pelo outro for um amor verdadeiro, não casem por obrigação. Vocês podem muito bem criar esse filho como bons namorados ou amigos. E estudos, os dois devem continuar a estudar. Nada de trabalhar agora, vocês tem que pensar no futuro de vocês e do meu neto. Enquanto isso, sua mãe e eu iremos cuidar do nosso neto.
Bruno fica emocionado e diz: Todos os dias agradeço à Deus os maravilhosos pais que me deu. Eu amo você pai.
Alonso se emociona e abraça o filho: Eu também te amo muito.
Michele e Selma chegam nesse exato momento e emocionadas abraçam os dois.
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Já no quarto de hóspedes, Michele pega seu celular e disca o número da sua tia Lucrécia. O celular de Lucrécia toca. Lucrécia acorda e ver o nome da sua sobrinha e em seguida atende o celular.
Lucrécia: Está tudo bem minha filha?
Michele: Infelizmente não.
Lucrécia: O que aconteceu? Os pais do Bruno não aceitaram sua gravidez?
Michele: Eles aceitaram muito bem, foi bem pior. Minha mãe que não aceitou e influenciada por aquele crápula do Celso me expulsou de casa.
Lucrécia: Não acredito nisso!
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Amanhece e Lucrécia já está na Rodoviária. Chega o ônibus que vai ao destino de Minas Gerais e Lucrécia compra sua passagem e diz: Minha irmã vai ter que me escutar. Estou chegando minha sobrinha.
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Margarida acorda tarde e com uma forte dor de cabeça. Ao verificar toda casa percebe que seu marido não está em casa.
Margarida diz com a mão na cabeça: Ai que dor de cabeça.
Margarida toma um analgésico e deita-se no sofá e relembra os momentos vividos na noite anterior. E sozinha reflete como pôde expulsar sua filha de casa? E respondendo a sua pergunta no inconsciente deduz que não podia deixar o amor da sua vida ir embora, pois não saberia viver sem ele, como iria se sustentar?
Atordoada, levanta-se e caminha de um lado para o outro, quando de repente tem uma ideia para uma possível solução.
E diz em voz alta: É isso!
Margarida sobe as escadas e pega o notebook e fica quase abduzida no notebook procurando informações sobre uma solução para gravidez de Michele, e ter o amor da sua filha de volta.
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Bruno está no jardim da Universidade sonhando acordado.
Mary percebe e se aproxima, senta-se no banco próximo a Bruno e questiona: O que aconteceu Bruno, de uns dias para cá você vive no mundo da lua?
Bruno com um esplendoroso sorriso diz: Recebi a melhor notícia da minha vida.
Mary curiosa, pergunta: E o que seria?
Bruno se levanta e sai caminhando e grita: Mary, serei pai! Serei pai!
Bruno se distancia. Mary fica com muita raiva.
Mary: Não acredito que irei perder o grande amor da minha vida por causa de um golpe da barriga. Mas não irei deixar, a Michele não tirará a felicidade de mim.
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Margarida está na frente da casa dos pais de Bruno. Vendo Selma e Alonso saírem de carro, respira fundo e toma coragem de ir falar com sua filha.
Margarida toca a campainha.
Michele está no quarto e desce para atender a porta. Ao abrir a porta dá de cara com Margarida.
Margarida: Será que podemos conversar?
Michele: Está bem, pode entrar.
Sentadas no sofá, Margarida toma a iniciativa.
Margarida: Filha estou aqui para te pedi desculpas por ter concordado em mandar você embora. Eu quero que você volte para casa.
Michele se emociona: Está falando sério, mãe?
Margarida: Sim.
As duas se abraçam.
Mas Michele questiona: E o seu marido?
Margarida: O que tem ele?
Michele: Ele deixou claro que era eu ou ele.
Margarida: Não se preocupe filha, já tenho a solução para você voltar para casa e ele não ir embora.
Michele: O que seria?
Margarida: Uns dias desses estava conversando com minha amiga sobre um médico que a ajudou a resolver seu problema. Mas só me lembrei hoje, já pesquisei tudo filha sobre isso, é seguro.
Michele: Você não vai dizer o que estou pensando? (Diz atônita)
Margarida: Filha é a solução perfeita para você voltar para casa e o Celso não ir embora. Minha amiga fez o aborto e resolveu todos seus problemas.
Michele: Pode parar. Não irei fazer aborto nenhum, eu amo meu filho e uma mãe não pode sugerir uma atrocidade como essa para uma filha.
Margarida: Mas filha, você não quer voltar para casa?
Michele começa a chorar: A senhora está se escutando? Está tão fora de si que nem mede as palavras que diz. Como pode uma mãe pedi para uma filha abortar apenas para não perder o marido que a maltrata.
Margarida: Não coloque o Celso na conversa.
Michele: Fora daqui!
Margarida: Você está me expulsando?
Michele: Estou, enquanto pensar desse jeito esquece que tem uma filha. (Gritando) Fora daqui! (Diz chorando)
Margarida se levanta e vai embora chorando, ao abrir a porta olha para trás e Michele vira o rosto. Após sua mãe sair, Michele aos prantos aproxima-se da janela e fica fitando sua mãe desaparecer na esquina.
****
Margarida vai caminhando pelas esquinas chorando. E reflete: "(...) mas era a solução. Desculpa filha, mas não posso perder o meu amor, eu já não sei fazer nada direito, e sem ele irei morrer. Preciso dele para viver."
Margarida passa em frente a uma igreja e reflete se deve entrar ou não: "Será que me confesso?
Subindo os degraus, ela perde as forças, senta-se nos degraus e abraçando seus joelhos chora desconsolada.
Margarida chega em casa, cansada encontra seu marido furioso.
Celso: Onde você estava?
Margarida: Fui ver minha filha.
Celso pega Margarida pelos braços com força e diz: Você não chamou aquela perdida para casa, não?
Margarida: Você está me machucando.
Celso grita: Me responde!
Margarida: Sim.
Celso com raiva empurra Margarida que cai no chão. Furioso pega sua carteira e a chave do carro, e volta para o trabalho batendo a porta da casa bem forte.
Margarida no chão e chorando diz: Não me deixe.
Margarida se recompõe.
Alguém bate na porta. Margarida abre e dá de cara com Lucrécia.
Margarida: Lucrécia, você aqui?
Lucrécia dá um tapa na cara de Margarida.
Margarida alisando o rosto diz: Você está louca!?
Lucrécia: Louca deve está você! Como você pôde pedir para sua filha abortar seu neto?
Margarida abaixa a cabeça e chora.
Margarida está sentada no sofá com as mãos no rosto. Lucrécia está em pé furiosa com a irmã.
Lucrécia: Onde você estava com a cabeça em pedir isso para sua filha?
Margarida responde: Não sei, não pensei no momento. Na hora era a única solução.
Lucrécia: Você está se escutando? Solução? Solução seria você apoiar sua filha e não fazer de tudo para ficar com um crápula como seu marido.
Margarida se enfurece: Não fala assim do meu marido, eu o amo, ele me ama.
Lucrécia: Não tem condições de falar com você. Vim aqui falar sobre você ter expulsado ela e descobri que você foi além!
Lucrécia pega suas malas e diz: Bem, vou está no hotel de sempre. Vou ver Michele, ela ligou para mim muito abalada com sua "solução".
Lucrécia se retira.
****
Margarida está no banheiro e resolvi tomar banho. Ao se despir, ver as marcas roxas das mãos de Celso nos seus antebraços. Ao tocar no machucado roxo lembra da agressividade que Celso a segurou.
Margarida enche a banheira e relaxa, várias lembranças vem a sua mente a fazendo chorar. E diz pra si: Me perdoa filha!
Continua...
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