Voz da Bossa - Cap 040 #ÚltimosCapítulos
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CENA 001. CREMATÓRIO.
INTERIOR. DIA/TARDE
Lorena se
desespera ao ver o caixão com Maria Luísa ser cremado e Margarete acalma:
Margarete – Calma dona
Lorena, onde a Maria Luísa estiver vai está intercedendo pela senhora.
Lorena – Tanta
gente ruim que não morre e morre justamente a minha filha?
Margarete – Eu entendo
a sua dor, perder um filho é como perder um membro de nosso corpo é como se faltasse
algo.
Lorena – O que será
da minha vida sem Maria Luísa? E a Alice quem vai cuidar? Eu penso nessas
coisas, visse?
Margarete – Estaremos
te ajudando no que for preciso.
Lorena – Muito
obrigada!
Margarete – Não
precisa agradecer, estou aqui para te ajudar.
Lorena se
retira do crematório com Margarete. Do lado de fora, Clair pretende colocar
Lorena no asilo e Omar rebate:
Clair – O jeito é
colocar a Lorena num asilo, ela não pode morar sozinha naquele apartamento.
Omar – Amor sou
totalmente contra coloca-la no asilo. A Margarete está ai para cuidar dela e da
Alice.
Clair – A
Margarete vai se mudar para o interior, vai voltar a morar com os pais. Você
acha mesmo que ficará sob os cuidados de Lorena e Alice?
Omar – Acredito
que ela tenha essa capacidade, é uma mulher madura e vivida.
Clair – Se ser
madura e vivida é algum requisito [...].
Omar – Enfim, eu
sou contra essa decisão e se você pensa que iremos criar Alice, está muito
enganada.
Clair – Nunca
tivemos filhos, vamos criar a Alice, por favor, Omar.
Omar – Vou pensar
neste caso, mas para via das dúvidas, não sou a favor de ter uma criança agora.
Clair agradece
Omar e Lorena chega:
Lorena – Vamos
embora, estou exausta e passando mal.
Clair – Me siga
até o carro.
Margarete leva Lorena até o carro com Clair e Omar as espera.
CENA 002.
MANSÃO MAGALHÃES ARANTES. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA/TARDE
Jonatan oficializa namoro com Mirian e Marília e Xavier
comemoram:
Jonatan – Eu e a
Mirian estamos namorando.
Marília –
Finalmente! Eu sempre torci pela felicidade de vocês.
Xavier – Agora é
reduzir o trabalho na Câmara para dar atenção a Mirian.
Jonatan – Pode
deixar Xavier! Já preparei minha chapa para ficarem a par da Câmara Municipal e
mudanças aconteceram no Rio de Janeiro.
Xavier
prepara o drink e Marília leva Mirian até o canto e diz:
Marília – Minha
amiga, irmã e agora, membra da família. Fico muito feliz pela sua união com o
Jonatan. Você foi criada junto comigo e viveu ao meu lado nesses trinta anos. E
tenho um presente simbólico para lhe oferecer.
Mirian – Marília
não precisa me presentar. O que eu fiz esses anos todos foi por amor ao meu
trabalho e porque te vejo como referência de mulher.
Marília – Precisa
ser presenteada sim e merece muito mais.
Marília presenteia
Mirian com um broche e um colar de diamantes e a empregada fica surpresa:
Mirian – Que lindo
dona Marília.
Marília – Não
precisa me chamar de dona, aliás, nunca precisou. Chame-me apenas de Marília.
Mirian se emociona
e abraça Marília. Voltando para a sala, Mirian e Marília brindam com Xavier e
Jonatan.
Xavier – Pela
felicidade, pelo amor e pelo futuro.
Marília, Xavier, Jonatan e Mirian brindam e abrem o champanhe.
CENA 003.
APARTAMENTO CASTILLO. CALÇADA. EXTERIOR. DIA/TARDE
Antônio se
encontra com Clara e pergunta:
Antônio – O que você
faz aqui minha bisneta?
Clara – Eu não
tenho onde morar, estou grávida, sem trabalho e estou vagando por ai para
conseguir alguma coisa.
Antônio – Não quer
morar comigo em Niterói não? Na minha mansão tem espaço e pode deixar que irei
registrar o seu filho.
Clara – Bisavô,
não precisa se preocupar comigo. Eu vou dar um jeito para viver e como mãe
solteira.
Antônio – De jeito
nenhum! Eu sei que seus pais tiveram motivos para te expulsar de casa, agora
morar na rua? Debaixo de marquise e grávida? Não, inaceitável. Você irá comigo
em Niterói e me ajudar a cuidar do Anderson.
Clara – Nem sei o
que dizer [...].
Antônio – Não
precisa dizer nada. O Solano está no carro e irei pegar umas coisas. Vai lá.
Clara entra no
carro e Antônio entra no apartamento. Na entrada, o fazendeiro pergunta a
Nestor
Antônio – Nestor
chegou alguma correspondência pra mim?
Nestor – Só chegou
uns impostos e uma carta da penitenciária.
Antônio – Então não
é nada de relevante. Tenha um bom dia.
Nestor – Bom dia!
Antônio
deixa a recepção e entra no carro dizendo:
Antônio – Agora
poderemos voltar para Niterói. Avante Solano.
Solano dirige e deixa Copacabana rumo a Niterói.
CENA 004.
PENITENCIÁRIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. REFEITÓRIO. INTERIOR.
DIA/TARDE
Diná provoca
Eleonora e a madame confronta:
Diná – A comida
está boa senhora? Para quem não come lavagem de porco.
Eleonora – O que você
quer? Dinheiro?
Diná – Você com dinheiro? É piada né? Todo
mundo sabe que está falida e sem nenhum tostão no bolso.
Eleonora – Eu tenho
dinheiro guardado no banco. Confia em mim.
Diná – Está bom,
vou fingir que acredito.
Diná
engabela Eleonora e uma das detentas coloca uma pequena faca no bolso da
senhora. Na hora da revista, Eleonora é surpreendida.
Eleonora – O que essa
faca faz no meu bolso?
Militar – Então quer
dizer que você anda com faca?
Eleonora – Eu não
faço a menor ideia senhor.
O militar
prende Eleonora, leva para o porão, coloca na cadeira e elétrica e a senhora
grita:
Eleonora – Por favor,
choque não. Eu sou inocente e tenho como provar.
Os militares jogam água fria em Eleonora e aplica o castigo.
CENA 005. TV
GLOBO. ESTÚDIO PROGRAMA SILVIO SANTOS. INTERIOR. DIA/TARDE
Silvio
Santos chama Letícia e o grupo solar da Bossa:
Silvio
Santos – Agora ei de chamar no meu palco, um grupo de bossa nova que
tem feito muito sucesso no Brasil, vem pra cá Letícia e Solar da Bossa.
Letícia
entra no palco com o grupo e agradece:
Letícia – Boa tarde
pessoal. Eu tenho que agradecer o convite da TV Globo para cantar aqui no seu
palco. Espero que nossa te agrade e ao público também.
Silvio
Santos – Não precisa me agradecer pode cantar e quem cantar junto vai
ganhar cem cruzeiros em barra de ouro que vale mais que dinheiro. Maoe, Música
maestro.
As luzes do
estúdio se apagam e uma luz central foca em Letícia e no grupo solar da bossa e
cantora escolhe a música noite sem luar:
Letícia – Foi numa
noite sem luar
Que eu vi a vida passar por mim
Estrada vazia sem fim
Eu cantaria essa canção
Sem aquele que diz me amar
Dessa gaiola eu vou me libertar
Eu vou sair pra ver o Sol
No meu caminho eu sou o meu farol
Das nuvens eu vejo o cais
Sinto o vento a me guiar
Eu sei que vou sair da escuridão
Com lindas flores a me dar as mãos
O tempo me ensinou
Minha história apenas começou
O tempo me ensinou
Minha história apenas começou
Ao terminar de cantar, Letícia e o grupo Solar da bossa são ovacionados. Vanderlei, Luciano, Carlos, Romualdo e Belizário se emocionam. No auditório, Selma, Angeluce e Davi jogam flores para o palco e a comemoração é geral.
CENA 006.
PENITENCIÁRIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. CELA. INTERIOR. DIA/TARDE
Astolfo conversa com Murilo na cela:
Astolfo – Como está
Murilo? Está bem?
Murilo – Ora pois,
sempre estive bem!
Astolfo – Ultimamente
você estava bem caidinho, desanimado, mal se alimentava.
Murilo – És só um
incomodo, porque estais preocupados?
Astolfo – Estou
preocupado porque você é o meu único amigo aqui dentro.
Murilo – Não sou
amigo de ninguém.
Um militar
chega com liminar do manicômio judiciário para Murilo e o português se rebate.
No lado fora, Laura entra em desespero e é surpreendida:
Laura – Não levem
meu irmão para o manicômio judiciário.
Militar – Ele será
levado para o manicômio e a senhora está sendo presa por morar irregularmente
junto com o seu irmão no Brasil.
Laura – Isso só
pode ser um engano. Me solta.
Murilo é colocado na viatura e Laura é levada para a prisão.
CENA 007.
HOSPITAL PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. CORREDOR. INTERIOR. DIA/TARDE
Ádira deixa o quarto de Adriano e Levi pergunta:
Levi – Já acabou a visita? Preciso trocar o soro.
Ádira – Ele está
dormindo, nem cheguei perto dele.
Levi – Ele
precisa de descanso e não pode se estressar. Ele operou recentemente e tentamos
estancar os ferimentos nos vasos sanguíneos.
Ádira – Não o aborreci, mas tenho evitado ao máximo.
Levi – Ótimo e muito obrigado!
Ádira se
retira e Levi recebe Charles:
Charles – Boa tarde
Doutor, como anda o Anderson?
Levi – O
Anderson está se recuperando lentamente, mas o tratamento da cirrose vai ser
rigorosa.
Charles – Entendo,
posso visita-lo.
Levi – Pode sim,
está liberado.
Charles
entra e depara com o quarto vazio. O advogado chama Levi e o médico fica
chocado:
Levi – Não
acredito que ele fugiu.
Anderson
caminha bêbado na estrada e fala consigo mesmo:
Anderson – Perdi a
mulher da minha vida, pensaram que não iria saber da morte de Maria Luísa,
estão enganados. Esse povo é muito fofoqueiro. Perdi a confiança dos meus filhos,
a minha gravadora e fama de voz da bossa nova. Já que estou sozinho nesse
mundo, eu quero que todos vão pra puta que vos pariu, porra.
Anderson se deita na estrada debaixo de sol quente. O cantor
olha para o seu e fecha os olhos e falece lentamente.
Anderson
narrando – A minha vida nunca foi as das mais fáceis, levei uma rasteira
da minha madrasta, minha esposa amava o ex-namorado que a roubou um dia, assim
como amei a Maria Luísa. Se não fosse o povo falando sobre sua morte, talvez
não estivesse tão amargurado a ponto de perder a vontade de viver. Eu acertei,
errei, fui humano e um pouco desumano em algumas atitudes. Tive dois lindos
casais de filhos, fui feliz conforme fui crescendo profissionalmente. Meu
legado foi a minha voz, o meu talento como cantor e agora estarei nos braços de
Deus.
A câmera
muda o foco do rosto de Anderson morto na estrada para ele dentro do caixão com
amigos e familiares entorno.
Fim do capítulo 40
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