CENA 01 - SERGIPE BRASIL / MANHÃ
Policial - Sabemos que você está aí dentro Cristina! (bate na porta) - É melhor se entregar para o seu próprio bem!
Andressa - E agora, o que fazemos?
William - Eu tenho um plano! Preciso que se esconda no banheiro, e só saia de lá quando eu der um sinal!
Andressa - E quanto a você?
William - Não se preocupe comigo; vou abrir a porta e enfrentar todos eles…
Andressa - Endoidou? Eles devem estar em muitos lá fora nos esperando! (põem as mãos no rosto de William) - Pensa um pouco, isso não é uma simples perseguição de alguém que roubou uma maçã ou uma laranja numa feirinha; é algo muito sério, que pode custar uma vida.
William - Você tem razão!
Andressa - Vamos sair dessa… da mesma forma que nos colocaram!
William - Como?
Andressa - Usamos o telefone do quarto para fazer uma denúncia anônima, dizendo que estamos em outra casa de pousada e assim, ganharemos tempo para fugir.
Policial - Querem resistir até o último segundo que podem né? Pois muito bem, vamos arrombar a porta!
William - Acho que não temos tempo para fazer uma ligação anônima! (olha preocupado)
Os dois (…) se abraçam, esperando pelo pior e nada acontece.
Andressa - Ué, será que eles foram embora?
William - Estranho!
Minutos depois, a porta é destrancada e a maçaneta girada aos poucos, fazendo que o casal ficasse ainda mais nervosos.
Minerva (entra) - Desculpa chegar assim do nada sem avisar vocês! Mas só pra constar, dei um jeito na situação lá fora… tive que inventar uma denúncia falsa e será tempo suficiente pra gente sair daqui sem ser vistos e voltar para Catedral Aparecida do Norte.
William - Só pode estar brincando! (olha indignado) - Como conseguiu nos achar tão rápido? Usou bruxaria?
Minerva - Nem sempre a bruxaria nos ajuda achar o que mais queremos. Quem sabe, um certo cavalo branco tivesse me contado onde vocês estavam. (pega um pedaço de queijo no prato e come) - Hum, eu sabia que os pombinhos não iam conseguir chegar muito longe. Portanto, vamos poupar o tempo dessa caça de gato e rato, e por um final nisso tudo!
William - Se pensa que vai levar Andressa de volta para aquele lugar profano, está muito enganada!
Minerva - Ah que bonitinho, o príncipe encantado resolveu me desafiar! Pois então veremos, até onde vai conseguir aguentar a dor que está prestes a sentir.
A conhecida Bruxa do Norte tira do bolso outro boneco vodu (com a letra "A” na testa) e mira no ar para fazer sua bruxaria.
Minerva - Só para lembrar, tenho total controle sobre você querida Andressa, faço e desfaço qualquer movimento seu que eu quiser;
Em tantos olhares, Minerva tira um alfinete preso na roupa e cutuca o boneco, com intenção de Andressa sentir varias dores.
A Bruxa do Norte percebe que algo está errado, pois Andressa não demonstra sentir absolutamente nada.
Minerva - Por que não está funcionando?
Andressa caminha até chegar perto de Minerva e joga o boneco de vodu para bem longe.
Andressa - Porque quando existe amor na vida de uma pessoa, nenhum mal é capaz de causar sofrimento.
William - Espero que você tenha aprendido a lição e nos deixe em paz! (pega na mão de Andressa) - Vamos amor, precisamos encontrar sua família.
Enquanto o casal foge, Minerva fica pensando no que pode fazer.
Minerva - Se a magia não consegue causar nenhum mal, alguém que tenha… pode! (pega uma faca na mesa) - Está na hora de matar esse amor; começando por aquele príncipe encantado.
Um pouco distante, Andressa chega perto de uma árvore que marcou sua infância.
Andressa - Era aqui, que eu brincava com a minha irmã e sabia onde ela estava o tempo todo!
Flashback…
Andressa - A gente fica fugindo desses bandidos tantas vezes, que tenho medo de um dia nos separarmos e eu nunca mais vê-los.
Cristina - E que tal a gente fazer desta árvore um lugar de reencontro.
Andressa - Como assim?
Cristina - Vamos fazer um pequeno buraco aqui na terra, perto do pé dela. Daí toda vez que nos distanciarmos… deixaremos um recado para que uma ache a outra.
Fim do Flashback
Então Andressa não perde tempo e começa cavar o buraco sem parar. Ao encontrar uma caixinha rosa com figurinhas de ursos, ela abre e encontra uma carta.
"Querida irmã, quando estiver lendo este recado e não for tarde demais, saiba que estamos todos bem! Queria ter deixado o meu contato, mas pela nossa segurança, decidir apenas dizer que estamos numa cidade chamada Recanto. Estamos todos com muita saudades! Venha logo! Assinado Cristina."
William - Então, alguma pista?
Andressa - Sim, eles estão em Recanto! E pela data colocada aqui na carta, tudo indica que faz pouco tempo que foram para essa cidade.
William - E onde fica isso? Porque se for muito longe, o meu cavalo não vai aguentar tamanha viagem.
Andressa - Não se preocupe amor, acharemos algum lugar aqui em Sergipe para deixá-lo em bons cuidados. Só preciso saber, se o que temos, dá pra comprar as passagens?
William (mostra as moedas de ouro) - Se isso aqui não der, então compraremos um ônibus, um avião, ou que seja… e fazemos nóis mesmos a nossa no própria viagem.
Andressa - Seu bobo! (esbanja risos de felicidade)
William - Tudo o que eu mais quero, é te ver assim, feliz!
O príncipe faz carinho no rosto de Andressa e em seguida a beija, demonstrando todo seu amor que sente em seu coração.
CENA 02 - MANSÃO DE LA ROCHE / RECANTO / MANHÃ
Um casal de irmãos sonha lançar uma grande marca mundial em Paris e colocar em prática seus hábitos franceses. O irmão mais velho Alberto (de 42 anos), tenta recuperar sua fortuna perdida dando golpes. Enquanto sua irmã Regina (de 32 anos, e ruiva) vive desfrutando dos prazeres que sua riqueza ainda oferece.
Regina (sai do banheiro) - A temperatura da água da banheira estava desagradável Catarina! Sabe que eu só tomo banho uma vez ao dia, e sempre é na parte da manhã; senão minha pele vai secar e me tornarei velha antes do tempo.
Catarina - Me desculpa Regina! Da próxima vez deixarei a temperatura da água do seu agrado. É que a minha inspiração pela dança, tira toda a minha concentração.
Regina - Pois trate de prestar mais atenção no seu trabalho, ou vou ser obrigada a te colocar atrás das grades. E da próxima vez que quiser dançar, será dentro de uma cela de cadeia.
Catarina - Isso não é justo! Você não pode me escravizar aqui a vida inteira só porque eu quebrei sem querer um jogo de xícaras vindo da corte real.
Regina - O jogo de xícaras que você quebrou vale uma fortuna. Se puder pagar em dinheiro, te deixo ir embora!
Catarina - Sabe muito bem que eu não tenho toda essa grana pra te pagar.
Regina - Então se contenta com a minha generosidade em aceitar seus serviços em troca, e ainda te deixar ir fazer o que mais gosta, que é dançar. (dá um sorriso sarcástico) - Agora vá buscar o meu chá ou chegará atrasada mais uma vez no seu hobby familiar.
Sem mais palavras, Catarina vai até a cozinha e como sempre, é surpreendida com as mãos de Alberto em suas coxas.
Alberto - Sabe qual é a minha maior curiosidade em você boneca? Se ainda continua virgem!
Catarina - Cala sua boca! (joga o chá quente na cara de Alberto e sai da cozinha levando a bandeja)
Alberto (ri enquanto limpa o rosto) - Você nem me respondeu!
No quarto…
Regina (nota uns pingos de água) - Posso saber por que a bandeja está parecendo um dilúvio?
Catarina - É culpa do seu irmão, que vive me provocando como sempre! As vezes acho que ficar atrás das grades é o melhor a se fazer.
Regina (expressa espanto) - Em hipótese nenhuma fale mais desse assunto, nem de brincadeira. Prometo que vou conversar com meu irmão se isso te tranquiliza.
Após servir o chá… Catarina pega sua mochila e vai para sua aula de dança.
Regina que vigia a garota na rua pela janela, começa a perceber que seu tempo está acabando e teme por perdê-la.
CENA 03 - RECANTO / HOTEL / MANHÃ
Borrifando um bom perfume no pescoço, Meratriz termina de se arrumar e pega sua bolsa.
Meratriz - É hoje, que eu viro dona do Campo das Uvas! (expressa autoconfiança)
Adolfo - Devo preparar alguns quitutes para quando a madame voltar do encontro com Renato… a gente comemorar? (arruma o óculos)
Meratriz - A gente? (ri) - Se eu for comemorar alguma coisa… é claro que será com o Renato, estrupício! (sai e bate a porta)
Adolfo - É Adolfinho, não foi dessa vez que você ganhou atenção especial da mulher que tanto ama.
O motorista particular do hotel leva Meratriz até a vinícola e em seguida, é dispensado.
Renato - Quando te liguei marcando esse nosso encontro, achei que nem ia vir depois da nossa última conversa.
Meratriz - Imagina Renato! Não sou uma pessoa de ficar guardando ressentimentos, ainda mais de alguém que gosto tanto!
De repente Meratriz avança e rouba um beijo de Renato, deixando o dono das uvas quase sem ar e sem palavras.
Renato - O que foi tudo isso?
(Congela em Renato)
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