SEGREDOS FATAIS - CAPÍTULO 006
Novela de Brunoh Franco
Primeira Fase
CENA 01/COMUNIDADE SÃO REMO/EXTERIOR/NOITE
Instrumental Tristeza Profunda
Em câmera lenta, Lulaica corre pela rodovia. É possível ver o farol dos carros vindo distante. Ela está chorando, está desesperada. Ela se aproxima do filho e em câmera lenta mostra ela abaixando, chorando e pegando o filho no colo. De longe, é possível ouvir somente o choro dela, o instrumental e a ambulância vindo um pouco longe. Não é possível ouvir os demais integrantes da cena, ou os carros. Somente o choro de Lulaica com o instrumental.
A ambulância para, o efeito câmera lenta encerra e finalmente é possível ouvir ainda mais alto o choro desesperador e agonizante de Lulaica.
LULAICA — (chorando, desesperada) MEU FILHO, MEU DEUS! MEU FILHO!
O resgate prepara Esdras para colocá-lo na ambulância.
CENA 02/HOSPITAL/INTERIOR/DIA
Ainda com o instrumental, mostra Lulaica dormindo no banco da recepção. Edinei chega. Ela acorda e os dois se abraçam chorando. O doutor se aproxima. Lulaica se levanta e ambos olham aflitos para o doutor. Ele discorda com a cabeça.
Imagem externa da fachada do Hospital
É possível ouvir o grito de Lulaica.
LULAICA — NÃÃÃOOOOOOOO!!!!!!
CENA 03/MANSÃO DE WELLINGTON/QUARTO DE MATHEUS/INTERIOR/DIA
Trilha: Instrumental Tristeza Profunda
Wellington entra no quarto de Matheus. Ele está dormindo. Wellington senta na ponta da cama e observa o irmão.
WELLINGTON — Ah, meu irmão, você precisa tanto de ajuda... O que está acontecendo com você?
Zara surge na porta do banheiro.
ZARA — Eu não quero desistir dele.
WELLINGTON — Peço que não desista. É difícil, mas você ainda consegue por juízo na cabeça dele.
ZARA — Nós vamos conseguir.
Zara sai. Wellington se levanta e caminha até a porta. Matheus acorda.
MATHEUS — Ei.
Wellington se vira.
WELLINGTON — Eu não quis acorda-lo.
MATHEUS — Minha cabeça está girando.
Wellington volta de senta na ponta da cama novamente.
MATHEUS — Me desculpe por ontem.
WELLINGTON — O que está acontecendo? Por que está bebendo tanto?
MATHEUS — Nem eu sei. Acho que é uma forma de preencher um vazio que nem eu mesmo entendo.
WELLINGTON — Qual vazio? Olhe ao redor, nós temos tudo.
MATHEUS — Eu não tenho tudo. Fui abandonado pelos meus pais, fui adotado e nosso pai morreu em tão pouco tempo. É como se todo esse dinheiro e poder não preenchesse esse vazio afetivo que deixaram em mim.
WELLINGTON — Você tem a mim, a Lu. Vocês são praticamente da mesma idade, se dão tão bem. E a Zara... Ah, a Zara, ela gosta tanto de você.
MATHEUS — É... Eu sei.
WELLINGTON — Procura ajuda. Quem sabe um especialista não lhe ajuda a sair desse vício.
MATHEUS — Eu não sou digno de ser seu irmão, Wellington. Nem de sangue, nem adotivo.
WELLINGTON — Não diga bobagem! Lógico que é. Matheus, quando o pai foi te adotar, você já tinha seus quinze anos, mansão foi ele quem te escolheu, você o escolheu. E pra mim é como se você fosse meu irmão de sangue. Você só tem dezoito anos, ainda é novo. Todo mundo tem sua fase rebelde, mas alguns tem o privilégio de conseguir ajuda, e é o seu caso.
MATHEUS — Vou ver o que posso fazer.
WELLINGTON — Fica bem, tá?
MATHEUS — Obrigado, meu irmão.
CENA 04/CEMITÉRIO/EXTERIOR/DIA
Trilha: Continuação do instrumental anterior
Em câmera lenta mostra o caixão de Esdras sendo levado para o sepultamento. Lulaica está sendo amparada por Débora.
/Corte
CENA 05/CASA DE LULAICA/QUARTO/INTERIOR/DIA
Débora está parada na porta do quarto. Lulaica está dormindo. Edinei ao seu lado da cama.
DÉBORA — Melhor deixa-la dormir.
EDINEI — Obrigado pela força, Débora.
DÉBORA — A Lulaica me consolou tanto quando o Carlos morreu, chegou minha vez de retribuir.
CENA 06/MANSÃO DE WELLINGTON/QUARTO DE MATHEUS/INTERIOR/DIA
Luciana entra no quarto. Matheus está deitado.
MATHEUS — Pronto, agora o dia começou.
LUCIANA — Que vexame, hein! Outro, não é?
MATHEUS — Lu, eu verdadeiramente não estou com paciência pra discutir.
LUCIANA — Eu ouvi sua conversa com o Wellington. Qual foi, está amolecendo o coração?
MATHEUS — Só estou cansado. Vou por alguém pra cuidar dos meus negócios e vou curtir meu dinheiro longe do Brasil. Estou cansado!
LUCIANA — E viver longe do seu filho?
MATHEUS — Filho? Qual filho? Essa criança que você está esperando? Ele nem vai ser criado por mim, vai ser criado pelo Wellington.
LUCIANA — Não vai! O Wellington está doente, ele não vai durar muito tempo.
MATHEUS — O quê?
CENA 07/MORAES LOGISTICS/ESCRITÓRIO DE WELLINGTON/INTERIOR/DIA
Wellington está sentado sobre a mesa. Aurélio entra.
AURÉLIO — Mandou me chamar, Wellington?
WELLINGTON — Mandei. Aurélio, a partir de hoje seu acesso à Moraes Logistics está bloqueado. Você está demitido!
Aurélio encara Wellington.
Congela em Aurélio
FIM DO CAPÍTULO
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