Cena 001 // Apartamento de Miguel // Sala // Interior // Tarde
Cléber chega
Miguel – Eai, deu tudo certo? Incendiou a casa da vaca da mãe do Marcos?
Cléber – Sim, eles ficaram presos na casa.
Miguel – Hahaha, o nosso plano deu certo mano.
Cléber – Essas horas, devem ter churrasco de Nilcéia, Marcos e Glalber, a família inteira torrada.
Miguel – Eu queria ser uma mosca agora pra ver como eles ficaram.
Cléber – Devem ter ficado bem torrados.
Eles começam a rir
Miguel – Isso merece uma comemoração, eu já volto.
Ele se retira da sala, vai até a cozinha, pega um vinho, duas taças de vidro
Miguel – Mano vamos brindar, tiramos um verme do nosso caminho, agora ele não infernizará nem eu e nem a Inês.
Cléber – Graças a mim, eu que fiz o serviço.
Miguel – Mas quem mandou você fazer, fui eu, mas isso não importa, o que importa é que aquela família de quinta categoria está morta.
Cléber – Tem razão, vamos comemorar, coloca logo o vinho na minha taça.
Miguel coloca vinho na taça de Cléber e os dois brindam
Miguel – A morte da família Santos e a nossa vitória sobre eles.
Cléber – Vencemos mais uma batalha.
Miguel – Não foi batalha, e sim a guerra, nada e ninguém vai mais atrapalhar meus planos agora.
Cena 002 // Rua // Viaduto // Exterior // Tarde
Elvira está assustada ao ver Eduardo
Eduardo – Me responde Elvira, eu te fiz uma pergunta.
Elvira – Calma, eu posso explicar, mas vamos para um lugar mais reservado.
Eduardo – Não vamos não, a nossa conversa vai ser aqui e agora.
Elvira finge que está chorando
Elvira – Eu tenho vergonha de falar, e nem sei como falar.
Eduardo – O que aconteceu?
Elvira – Eu levei um golpe, eu perdi tudo, a minha casa, meus moveis, só me deixaram as roupas, não tenho mais nada.
Eduardo fica surpreso ao ouvir isso
Eduardo – Mas como foi isso? Como eles te deram golpe?
Elvira – Eu não sei, não me lembro, acho que devo ter assinado algo que não deveria, por isso que estou aqui nesse semáforo pedindo esmola.
Eduardo – A gente precisa ir à polícia, não podemos deixar isso assim.
Elvira – Pelo amor de Deus, polícia não, aquela gente é perigosa, podem fazer mal pra minha filha.
Eduardo – Mas espera um pouco, você disse que não se lembra como levou golpe, e agora fala que aquela gente é perigosa, não estou entendendo.
Elvira fica apreensiva
Elvira – Eu misturei as coisas Edu, estou muito mal e não estou falando as coisas certas.
Ela finge desespero e começa a chorar novamente
Eduardo – Calma, não fica assim, essas coisas acontece com qualquer um.
Elvira – Por favor, Eduardo me ajuda, eu não quero ficar o resto da minha vida aqui nessa rua, pedindo esmola e correndo risco de morrer, eu te imploro meu ajuda.
Eduardo fica sem saber o que fazer diante a situação
Cena 003 // Pronto Socorro // Sala de Espera // Interior // Tarde
Nilcéia e Marcos foram atendidos e estão na sala de espera
Marcos – Não consigo ficar calmo mãe, depois desse incêndio preciso tomar uma decisão.
Nilcéia – Precisa mesmo, olha o que aconteceu com a nossa casa, foi completamente destruída, o comandante do corpo de bombeiros conversou comigo, ele disse que tacaram gasolina e atearam fogo.
Marcos – A culpa é minha, eu não deveria ter atiçado aquela cobra, eu tenho certeza que foi ela que mandou alguém fazer isso.
Nilcéia – Você precisa dar o troco, mas não da mesma forma que eles, você sabe o que você precisa fazer.
Marcos – Eu não sei se estou preparado para enfrentar o que vou ter que enfrentar.
Nilcéia – Mas é a melhor coisa que você faz filho, só assim que vamos ter paz.
Marcos – A senhora tem razão mãe, eu vou entregar a Inês pra polícia, contar o que ela mandou eu fazer, ai eu quero ver como ela vai escapar, ela vai ter que pegar pelos crimes contra a gente e contra o Eduardo.
Nilcéia – Isso filho, e eu vou estar do seu lado quando for fazer isso e mesmo que você venha ser preso, eu continuarei junto de ti filho.
Marcos – Obrigado mãe, me perdoa por eu ter feito a senhora perder a casa que tanto lutou pra conseguir.
Nilcéia – Não precisa me pedir perdão, o importante é que estamos vivos, isso que importa pra mim, só estou preocupada onde vamos morar depois que recebermos alta, não sobrou nada.
Marcos – Eu vou dar um jeito, não se preocupe mãe.
Em seguida, eles se abraçam
Cena 004 // Mansão de Cristina // Sala // Interior // Tarde
Diego desce do segundo andar pra sala
Cristina – Filho, como você está?
Diego – Mais ou menos mãe, eu vou comer alguma coisa, ta me dando fome.
Ele se retira da sala e vai pra cozinha
Cristina – Graças a Deus, ele vai se alimentar, estava ficando preocupada por causa disso.
A campainha toca
Cristina – Deixa que eu abro, estranho o porteiro não avisou nada.
Ela vai até a porta e abre e vê que é Dr. Paulo e Miriam
Cristina – Dr. Paulo, o que faz aqui? Aconteceu alguma coisa?
Dr. Paulo – Podemos entrar?
Cristina – Sim, entrem fiquem a vontade.
Eles entram
Miriam – Respondendo a sua pergunta, aconteceu sim e uma coisa muito grave.
Dr. Paulo – O Diego está em casa Cris?
Cristina – Sim, ele está na cozinha, eu vou ir lá chamá-lo.
Dr. Paulo – Espera, antes eu quero te contar uma coisa, naquele dia que Diego estava na UTI, uma enfermeira chamada Kelly foi encontrada morta, e eu preciso falar com o Diego.
Diego entra na sala
Diego – O senhor está pensando que fui que matei a enfermeira, eu ouvi bem, é isso? Me responde doutor, você está me acusando?
Dr. Paulo – Não estou, eu apenas quero conversar com você sobre isso.
Diego – Eu não matei ninguém, eu não sou um assassino.
Cristina – Calma filho, ele só quer conversar com você. Ele não está te acusando e nem falando que foi você.
Miriam – Sua mãe tem razão, não estamos aqui para acusar ninguém, só queremos descobrir a verdade, conversa com o Dr. Paulo, por favor, é a memória da minha amiga, eu quero justiça.
Diego – Sendo assim, eu converso com ele.
Dr. Paulo – Poderiam nos deixar a sós?
Cristina – Claro, eu vou deixar vocês três conversarem em paz, qualquer coisa estou no escritório, só me chamar.
Dr. Paulo – Ok, obrigado Cris.
Cristina se retira da sala
Diego – Então, o que vocês querem saber de mim?
Dr. Paulo – Eu vou te fazer uma pergunta e me diga com sinceridade ok?
Diego – Ok, mas já vou avisando que eu não tenho nada a haver com a morte dela.
Dr. Paulo – Você se lembra daquele dia? Como estava a UTI?
Diego – Eu não me lembro de nada, aquele dia eu estava mal, o que eu sei era que eu tava dormindo, só sei disso.
Dr. Paulo – Tenta fazer um esforço, a gente precisa achar o culpado desse crime, no laudo deu que a enfermeira morreu de overdose.
Miriam – Nenhum barulho ou alguma pessoa estranha na UTI?
Diego – Infelizmente não, se eu me lembrasse falaria, odeio impunidade.
Dr. Paulo – Vai ser difícil encontrar alguma pista sobre esse crime, o único que estava na UTI era o Diego e ele não se lembra, que droga.
Diego – Calma, logo alguma coisa vai aparecer, nada nesse mundo fica escondido por muito tempo.
Dr. Paulo – Eu espero, eu quero colocar o culpado ou culpada na cadeia.
Cena 005 // Pronto Socorro // Sala de espera // Interior // Tarde
Marcos e Nilcéia aguardam notícias de Glalber
Marcos – Eles estão demorando muito pra trazer notícias do Glalber, eu quero saber como meu irmão está.
Nilcéia – Os médicos disseram quando a gente chegou que ele não corria risco, logo vão trazer notícias dele.
Marcos – Eu não vou me perdoar se acontecer alguma coisa com o meu irmão, vou-me sentir culpado pelo resto da vida.
Nilcéia – Não vai acontecer nada com o Glalber, fica tranqüilo.
Marcos fica apreensivo. O médico vai falar com eles.
Médico – Vocês são os familiares do Glalber?
Marcos – Sim, como está meu irmão? Ele está bem?
Nilcéia – Diga, eu quero saber como ele está doutor.
Médico – Ele está bem, só tem algumas queimaduras e inalou um pouco de fumaça, se vocês quiserem ver ele, venham comigo.
Marcos – Queremos sim.
Nilcéia e Marcos seguem o médico e vão ver Glalber
Cena 006 // Pronto socorro // ala das macas // interior // tarde
Nilcéia e Marcos entram na ala das macas e abraçam Glalber
Marcos – Que bom te ver maninho, fiquei morrendo de medo de te perder.
Glalber – Eu também.
Nilcéia – Como você está filho? O médico disse que você sofreu queimaduras e inalou muita fumaça.
Glalber – Estou me sentindo bem, apesar de que estou triste, não temos onde morar.
Nilcéia – Não pense nisso agora filho, descanse, deixa que eu e Marcos cuidaremos disso.
Marcos – Maninho não se preocupe, eu vou achar uma casa ou apartamento para a gente.
Eles sorriem um para o outro
Cena 007 // Rua // Exterior // Tarde
Eduardo está pensativo na frente de Elvira
Elvira – Eu te peço, por favor, me ajuda, não me deixa aqui.
Eduardo – Eu não sei em que posso te ajudar, infelizmente.
Elvira – Sabe sim, você tem dinheiro, pode pagar algum quarto pra eu ficar.
Eduardo – Não é bem assim Elvira, você pede e eu faço, não é assim que as coisas funcionam.
Elvira – Vai me negar ajuda? Vai negar ajuda pra mãe da melhor amiga do seu filho?
Eduardo – Eu não disse isso, não ponha palavras na minha boca, eu só disse que eu não sei como vou te ajudar.
Elvira – Se fosse pra uma pessoa mais sucedida, eu tenho certeza que você ajudaria, de alguma forma ajudaria.
Eduardo fica pensativo e se decide
Eduardo – Eu já sei, você vai comigo para a mansão, vai ficar lá até você se estabilizar financeiramente e encontrar um lugar pra você.
Elvira se anima
Elvira – Obrigada Eduardo, eu não sei nem como te agradecer, Deus te paga.
Eduardo – Eu estou indo pra empresa, mas vou deixar você lá a Creusa te ajuda.
Elvira – Vou pegar minhas coisas, já volto.
Eduardo – Espero você aqui, não demora.
Elvira vai pegar suas coisas, em seguida Eduardo a ajuda a colocar no porta malas, e depois os dois saem
Cena 008 // Apartamento de Miguel // Sala // Interior // Tarde
Inês chega
Miguel – Até que fim chegou, não queria comemorar o sucesso do nosso plano sem você.
Inês joga a bolsa no sofá
Inês – Vocês dois só podem ter merda na cabeça, ou são amadores.
Miguel – Não estou entendo, não gostou do meu plano ter sido muito bem executado?
Inês – Você é amador Miguel, agiu no calor da emoção.
Cléber – Pelo visto o clima está esquentando, eu vou na cozinha.
Cléber se retira da sala. Inês dá um tapa na cara de Miguel
Inês – Você não deveria ter feito isso sem me consultar, lembra do nosso combinado?
Miguel – Claro que lembro, eu precisava dar uma resposta a altura, ele me sequestrou e me torturou e você não fez nada para me ajudar.
Inês – Eu tinha ido lá naquela maldita estrada negociar, não precisava disso, mas não como quer bancar de machão, armou esse plano de incendiar a casa da Nilcéia.
Miguel – Não me diz que ficou com peninha dele, era só que me faltava.
Inês – Claro que não, eu jamais vou sentir pena dele, eu quero mais que ele se ferra.
Miguel vai se aproximando de Inês
Miguel – Então amor, relaxa o importante que ele esta morto, só importa.
Inês se entristece
CONGELA EM INÊS
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