Cena 001 // Apartamento de Julio Cezar // Sala // Interior // Manhã
Nilcéia continua na frente de Marcos impedindo o trabalho de Julio
Nilcéia – Eu não vou deixar que vocês levem o meu filho, eu não vou permitir que ele fique preso sozinho dentro de uma cela de delegacia, ele não cometeu esse crime sozinho e você sabe muito bem disso.
Julio – Eu sinto muito Nilcéia, mas eu preciso cumprir o meu trabalho, me dê licença.
Nilcéia – Quero ver quem vai me tirar daqui, o meu filho vocês não vão levar.
Marcos – Mãe, não tenta impedir a minha prisão, isso só vai piorar as coisas.
Nilcéia – Mas filho...
Marcos – Pode me algemar Julio Cezar, eu não vou resistir à prisão, se eu errei, eu preciso pagar por esse erro meu.
Julio Cezar algema Marcos...
Julio – Eu sinto muito, e pode deixar que vou encontrar uma prova contra Inês.
Dois policiais entram no apartamento e levam Marcos
Nilcéia – Filho não se preocupe, eu vou dar um jeito te tirar da cadeia, eu vou fazer de tudo, eu te amo muito.
Ela começa a chorar ao ver Marcos sendo levado
Cena 002 // Mansão de Cristina // Sala // Interior // Manhã
Diego está jogando vídeo game e a campainha toca
Diego – Deixa que eu abro Margarida.
Ele se levanta para abrir a porta
Diego – Pai? Você por aqui? Aconteceu alguma coisa?
Eduardo entra em silêncio na mansão
Eduardo – Ainda não aconteceu, mas pode acontecer.
Diego – Não estou entendendo pai, você está estranho.
Eduardo – Mas já vai entender, não se preocupe.
Diego fica apreensivo. Eduardo pega o celular e abre o vídeo
Eduardo – Antes de eu mostrar o que tenho que te mostrar, vou te pedir pra não mentir pra mim, eu não tolero mentiras.
Diego – Eu vou dizer a verdade pai, mas mostra logo, eu quero entender o que está acontecendo.
Eduardo mostra o vídeo para Diego
Eduardo – Eu quero que você me explique essa pouca vergonha de você com um homem, o que significa isso Diego?
Eduardo encara o filho
Cena 003 // Apartamento de Marcos // Sala // Interior // Manhã
Nilcéia chega chorando e Glalber vai falar com ela
Glalber – Mãe, o que houve? Por que a senhora está chorando? Aconteceu alguma coisa?
Nilcéia – Aconteceu sim, o seu irmão foi preso.
Glalber fica surpreso
Cena 004 // Mansão de Cristina // Sala // Interior // Manhã
Diego está sem reação ao ver o vídeo
Eduardo – Anda, começa a se explicar, o que significa isso Diego?
Diego – Eu não sei do que você está falando pai, não sou eu nesse vídeo.
Eduardo – Para de mentir, eu já sei que é você, não adianta negar.
Diego – Pai, eu jamais faria isso, não sou eu nesse vídeo, eu to falando a verdade, acredita em mim.
Eduardo – Não me faça perder a paciência com você Diego, é melhor você dizer a verdade.
Diego continua com medo
Diego – Pai, isso é montagem, não acredita eu te peço só isso.
Eduardo – Então é verdade, é você nesse vídeo, é você que esta fazendo essa nojeira com outro homem.
Diego – Sou eu sim pai, eu só não sabia que tinham divulgado esse vídeo.
Eduardo – Não to acreditando nisso, meu único filho que tenho é gay.
Diego não vê outra saída, a não ser confessar a verdade para seu pai
Diego – Pai olha pra mim, eu deveria ter contado antes, mas eu não estava preparado, na verdade, eu ainda não estou, mas pelas circunstâncias atuais, eu vou ter que contar, não tem mais como esconder isso de você pai, eu sou sim gay, eu sempre fui gay.
Eduardo – Repete isso, só pra eu ver se eu entendi direito.
Diego – Eu sou gay pai, eu gosto é de homem.
Eduardo não pensa duas vezes e dá um tapa forte na cara de Diego... E em seguida os dois se encaram
Diego – Não acredito que você me bateu pai, só por eu ser gay?
Eduardo – Sim, você não é gente, é uma aberração.
Diego – Eu sou gente sim, eu nunca esperava isso de você pai.
Ele começa a chorar
Eduardo – Eu que não esperava ter um filho gay, que fica se esfregando com outro homem, que nojo eu sinto de você, não tenho coragem de chamar você de filho, pra mim você morreu, eu não considero mais você como meu filho.
Diego – Em vez de ficar me xingando, deveria me apoiar, eu achei que eu tivesse um pai de verdade, mas você não passa de um preconceituoso.
Eduardo – Eu nunca vou apoiar você, nessa besteira de se relacionar com homens, isso pode esquecer, eu jamais vou te dar apoio.
Diego – Eu te admirava pai, eu sentia orgulho de tudo que você fazia, mas hoje, agora, eu não sinto mais nada.
Eduardo – Não me chama de pai, eu não sou mais seu pai.
Diego não consegue conter a tristeza que está sentindo
Eduardo – Sabe, eu deveria era te dar uma surra até você voltar a ser homem de verdade.
Diego – Bate, vem bater em mim, não é todo machão, enche a boca pra dizer que tem nojo de mim, vergonha de mim, agora quero ver se tem coragem de me bater, vem pai.
Eduardo – Ora seu viadinho...
Cristina chega na sala
Cristina – O que está acontecendo aqui? Por que toda essa gritaria na minha sala?
Eduardo – Você sabia o tempo todo não é mesmo Cristina? Sabia que essa aberração é gay, e não me contou.
Cristina – Eu soube já tem alguns dias, e olha o jeito que você fala com ele, eu não vou permitir que você o chame desse jeito, ele é seu filho.
Eduardo – Ele deixou de ser, ele não é mais nada meu, ele não tem mais nada comigo.
Diego – Ele me agrediu mãe, só por eu ser gay.
Cristina – Não acredito que ele teve a coragem de te bater.
Eduardo – Bati sim e bato de novo até ele virar homem.
Diego – Então vem, bate em mim se for homem o suficiente, vem bater no seu filho gay.
Cristina segura Diego
Eduardo – Eu tenho vergonha de ser seu pai, sinto nojo de você.
Cristina – Quem vai falar agora, sou eu, e vai ser pra você Eduardo. Eu esperava tudo de você , menos isso, eu suportei a vida inteira as suas humilhações, a sua falta de vontade, a sua obsessão naquela droga de empresa, a sua falta, mas bater no meu filho eu não vou permitir vai ter que bater em mim primeiro.
Eduardo - A culpa de ele ser isso é sua, você o mimou a ponto dele se transformar nessa aberração que ele é, nesse gayzinho.
Cristina – Que decepção que eu to sentindo de você Eduardo, não te reconheço mais, não parece mais ser aquele homem que antes da audiência do divórcio me pediu mais uma chance, não é você.
Os dois se olham
Cena 005 // Apartamento de Marcos // Sala // Interior // Manhã
Glalber continua sem acreditar na prisão do irmão
Glalber – Como assim ele foi preso mãe?
Nilcéia – É uma longa história, não sei como te explicar filho.
Glalber – Me explica isso direito, o que ele fez pra ser preso?
Nilcéia se senta no sofá
Nilcéia – Senta também, é uma longa história.
Glalber – Conta mãe.
Nilcéia – Foi assim...
A dona de casa começa a contar o motivo da prisão de Marcos
Cena 006 // Mansão da Cristina // Sala // Interior // Manhã
Eduardo e Cristina continuam se olhando
Eduardo – A única decepção que estou tendo nessa vida é saber que meu único filho é gay, isso me machuca muito.
Cristina – Você está completamente louco Eduardo, aquela piranha realmente está te deixando assim, onde já se viu, você bater no seu filho, só porque ele é gay? Isso não se faz.
Eduardo – Você lava essa sua boca pra falar da Inês, ela é muito diferente de você, ela me conta as coisas, já você não me contou nada sobre isso.
Cristina – Então foi a bandida que te contou, tinha que ser ela.
Diego – Ela fez de caso pensado mãe, é uma cretina.
Eduardo – Eu não quero mais você pisando na minha casa, e nem na empresa Diego.
Cristina – E você acha mesmo que depois de tudo que você fez, ele vai querer olhar pra sua cara?
Diego – Exatamente isso mãe, eu nunca mais vou olhar pra sua cara pai, eu quero esquecer que eu tenho um pai, pra mim você morreu.
Em seguida, o jovem sobe para o quarto chorando
Cristina – Está satisfeito? Você destruiu a sua família, infelizmente você não é mais aquele cara que eu conheci, que eu namorei e casei, se o arrependimento matasse, hoje eu estaria morta, sinceramente eu me arrependo de ter casado com você, seus pais se tivessem vivos, eles sentiriam vergonha de você.
Eduardo – Agora você fala isso né? Só pra defender o filho viado.
Cristina – Sim, estou defendendo o filho que eu amo, agora sai da minha casa, seu ignorante, nojento, sai.
Eduardo – Eu vou sair, mas eu vou deserdar o Diego, passar bem.
Em seguida, Eduardo se retira da mansão
Cena 007 // Cassino // Interior // Manhã
Amanda chega no cassino
Amanda – Acho que é esse lugar, mais estranho, tenho a impressão de que já estive aqui.
Ela entra no cassino, observando o local
Amanda – Eu já estive aqui, eu to reconhecendo o local, só que não consigo me lembrar direito.
Carlos se aproxima de Amanda
Carlos – Amanda? O que você está fazendo aqui?
Amanda – Carlos? Eu te faço a mesma pergunta.
Carlos – Acho que já sei o motivo de você estar aqui.
Amanda – Eu quero saber quem é Nando, você o conhece?
Carlos fica apreensivo
Carlos – Sim, eu o conheço.
Amanda – Diga-me, onde eu o encontro? Eu preciso encontrar ele.
Carlos – Eu sou o Nando, fui eu que contratei o Anderson aquele dia, fui eu que fiz ele assinar o contrato de trabalho.
Amanda fica surpresa ao ouvir Carlos
Amanda - Então é você o responsável pelo meu namorado estar na cadeia.
Carlos – Sim, eu que causei todo esse sofrimento na vida do seu namorado, mas não fiz isso sozinho não, eu tive ajuda de uma pessoa, e você conhece muito bem ela.
Amanda – Acho que já sei de quem você está falando.
Carlos – Eu fiz isso a mando dela, ela queria separar vocês dois.
Amanda – A minha mãe é muito pior do que eu pensava, nunca imaginei que ela seria capaz de ferrar tanto com uma pessoa.
Carlos - Sua mãe é muito perigosa, toma cuidado com ela.
Amanda – Já que você disse que foi você o responsável e o verdadeiro culpado, eu tenho uma proposta pra você.
Amanda encara Carlos
Cena 008 // Mansão de Eduardo // Sala // Interior // Tarde
Elvira entra na sala
Elvira – Tem notícias do Eduardo? Ele já ligou?
Inês – Ainda não, estou doida pra saber como foi a conversa.
Elvira – Entendi, espero que saia do jeito que você planejou.
Inês – Tomara, o Eduardo jamais vai aceitar que o único filho dele seja gay, e se ele aceitar, vai ser muito burro.
Elvira – Mas mudando um pouco de assunto, eu queria saber da nossa parceria, você não falou mais nada.
Inês – Ela ainda está de pé e se tudo der certo, e a conversa ter sido do jeito que imaginei vamos agir mais agressivamente.
Elvira – Como assim?
Inês – Próximo passo da nossa parceria é matar o Eduardo, e eu já tenho tudo planejado na minha cabeça.
Elvira – Conta pra mim.
Inês começa a contar o plano para Elvira
Cena 009 // Apartamento de Miguel // Interior // Tarde
Alguns policiais invadem o apartamento de Miguel
Policial 1 – Revistem tudo, ele não pode escapar.
Os policias procuram por Miguel pelo apartamento todo
Policial 2 - Ele não está aqui.
Policial 1 – Vocês três ficam aqui caso ele apareça de novo, você vem comigo.
Policial 2 – Ok
Os dois policiais descem
Cena 010 // Rua // Carro // Interior // Tarde
Miguel conseguiu sair rápido e está no carro de Cléber
Miguel – Ainda bem que aquele seu amigo avisou a gente, se não tivesse avisado, os caras teriam me pegado.
Cléber – Você precisa sair da cidade enquanto antes, não dá mais pra você continuar aqui.
Miguel – Eu sei, antes eu preciso procurar a Inês, ela precisa me dar dinheiro pra eu fugir, eu não posso ir sem nada.
Cléber – Esquece ela, e foge mano, se a polícia te achar você vai passar o resto da vida na cadeia.
Miguel – Eu já disse que só vou depois de pegar minha grana com a Inês, agora me tira daqui.
Cléber – Não vou falar nada, mas se feder pro seu lado, não conta comigo.
Miguel – Relaxa, não vai acontecer nada.
Cléber liga o carro e sai
Cena 011 // Cassino // Interior // Tarde
Os dois continuam se encarando
Carlos – Que proposta?
Amanda – Vamos à delegacia comigo, confessa pra polícia que você é o chefe da quadrilha e tira o meu namorado da cadeia, ele é inocente e você sabe disso.
Carlos – Não vou fazer nada disso, eu não quero passar o resto da minha vida preso.
Amanda – E vai deixar um inocente preso? Uma hora ou outra a verdade vai aparecer e você pode se dar mal.
Carlos – É uma ameaça? Vai me entregar pra polícia?
Amanda – Sim, eu vou entregar se você não vier comigo pra delegacia agora.
Carlos – Acho melhor você não me ameaçar, você não sabe do que sou capaz de fazer.
Amanda se apavora
Amanda – Eu só quero tirar meu namorado da cadeia, ele é inocente, por favor, conta a verdade pra polícia.
Carlos fica pensativo
Cena 012 // Delegacia // Sala do delegado // Interior // Tarde
Carlos e Amanda estão diante do delegado
Carlos – Eu acho que não foi uma boa ideia ter aceitado falar a verdade.
Amanda – Foi uma boa ideia sim, você livrará um inocente da cadeia.
Delegado entra na sala
Delgado – Você por aqui novamente Amanda.
Amanda - É por uma justa causa, você já vai entender delegado.
Delegado – Pois bem, o que trazem vocês aqui na delegacia?
Amanda – Esse homem tem uma coisa muito importante pra falar, pode dizer Carlos.
Carlos olha pra Amanda e depois pro delegado
Delegado – O que você tem pra me contar Carlos?
Carlos – O Anderson é inocente, ele não é o chefe da quadrilha, ele nunca foi.
Delegado – Como assim?
Carlos – Foi tudo uma armação minha, eu quis agradar a Elvira e armei esse plano contra o Anderson, ele é inocente Delegado.
Delegado fica surpreso com a confissão de Carlos
CONGELA NO DELEGADO
Comentários
Postar um comentário