Voz da Bossa - Cap 036 #ÚltimasSemanas
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CENA 001. CATIVEIRO
DA GÁVEA. INTERIOR. NOITE
Guilherme recebe Nestor no cativeiro com documentos:
Nestor – Aqui
estão os documentos que você me pediu!
Guilherme – Perfeito,
mas alguém está ai?
Nestor – Eu vim
sozinho e quem é essa senhora?
Guilherme – É uma
pessoa que acertarei minhas contas.
Nestor – Cuidado,
se os militares descobrem que a sequestrou, é prisão na certa.
Guilherme – Essa aqui
não vai falar um pio. Pode ir e cuidado com a escuridão.
Nestor desce
as escadas e Guilherme lê para o documento e amedronta Marília:
Guilherme – Ah
Ereoades e Tomás, se não tivesse me devendo uma dívida altíssima, não estariam
mortos.
Marília – Miserável,
precisa tirar a vida dos outros para conseguir alguma coisa.
Guilherme – Cala boca,
você não tem moral nenhuma, precisou se casar com aquele burro xucro do
Anderson para se reascender socialmente.
Marília – Pelo menos
eu conquistei meu espaço sem precisa de dar golpe em alguém.
Guilherme se
aproxima de Marília e diz:
Guilherme – Se
continuar me acusando de golpista, farei questão de balear sua carinha linda.
Marília – Você não é
nem maluco, você não passa de um golpista babaca.
Guilherme
mira a arma no rosto de Marília, mas escuta um barulho fora da cabana. Ao
atirar, o golpista recebe três tiros no peito do guarda florestal e socorre
Marília. Entrando no cativeiro o guarda florestal desamarra a senhora:
Marília – Muito
obrigada senhor, qual é o seu nome?
Xavier – Sou Xavier
Montenegro! Eu vi que o rapaz te sequestrou e estava passando por aqui para ter
certeza.
Marília – Esse
homem é um louco, é melhor sairmos daqui.
Xavier e
Marília deixam o cativeiro. Estrebuchando após três tiros, Guilherme responde:
Guilherme –
Vagabunda, o que é seu está guardado.
Guilherme
tenta resistir as feridas, mas acaba falecendo.
CENA 002.
MANSÃO ARANTES MAGALHÃES. SALA. INTERIOR. NOITE
Ao chegarem
à mansão, Jonatan e Mirian estranham a ausência de Marília e a porta arrombada:
Mirian – Parece que
arrombaram a porta da mansão. Olha a bagunça que ficou.
Jonatan – Que mau
cheiro é esse vindo da sala de estar?
Ao se
aproximarem, Jonatan e Mirian se espantam com o cadáver de Valentina:
Mirian – Jesus
misericórdia, essa não é a senhora Valentina Chateaubriand?
Jonatan – É ela
mesma, ela foi assassinada aqui na mansão. Alguma coisa aconteceu com mamãe.
Portão e porta arrombada estão tudo muito estranho.
Mirian – Procura
por ela, deve está em algum cômodo.
Jonatan procura por
Marília nos cômodos. Na sala de estar, Mirian vasculha a bolsa de Valentina e
encontra um bilhete com o nome de Guilherme:
Mirian – Filho da
puta! Como pode uma mulher que era tão refinada se casar com um golpista?
Jonatan desce
as escadas e diz:
Jonatan – Acho que
mamãe foi sequestrada.
Mirian – E sei
perfeitamente quem deve ter sequestrado.
Jonatan – Quem você
acha que a sequestrou?
Mirian – O
miserável do Guilherme. Ele esteve aqui e assassinou a Valentina, certamente o
seguiu.
Jonatan – Então
aquele carro lá fora é dela?
Mirian –
Obviamente. Devemos chamar os militares.
Jonatan – Essa hora
eles não vão nos atender.
Mirian – Não custa
nada tentar né?
Mirian liga
para a delegacia e Marília entra com Xavier na mansão:
Jonatan – Mãe, o
que houve com você? E quem é esse senhor?
Marília – Fui
sequestrada por Guilherme e esse senhor é o Xavier, guarda florestal.
Xavier – Então o
senhor é do Jonatan? O famoso político do povo?
Jonatan – Sou eu
mesmo e muito obrigado por ter socorrido a minha mãe.
Xavier – Estou
aqui para isso. Ah aqui está o endereço do cativeiro e a arma do rapaz que a
sequestrou.
Jonatan – Iremos à
delegacia amanhã e muito obrigado.
Xavier deixa
a mansão e Mirian pergunta:
Mirian – Vai querer
aquele chá de menta com canela que a senhora ama?
Marília – É claro,
depois dessa aventura, preciso de um chá.
Jonatan – Mirian
leva a minha mãe para o quarto que irei agora para a delegacia.
Mirian sobe
para o quarto com Marília e Jonatan deixa a mansão para ir a delegacia.
CENA 003. APARTAMENTO
CASTILLO. PRÉDIO 07. SALA. INTERIOR. DIA/MANHÃ
Maria Luísa
revê contratos do Clube de Música Garotas de Ipanema com Lorena:
Maria Luísa – Pelo visto
tivemos prejuízo nesse um mês que estive presa.
Lorena – O jeito
que tínhamos é vender para Dona Valentina, visse?
Maria Luísa – Vocês
chegaram a alguma acordo? Fecharam o contrato?
Lorena – Ela só
olho o espaço, deu uma desdenhada e disse que iria pensar.
Maria Luísa – Nunca
gostei dessa mulher! É muito autoritária e pedante visse?
Lorena – É o jeito
dela, primeira dama da sociedade é assim mesmo.
Maria Luísa – Já que
conseguiu o espólio do Barão, iremos reabrir o Clube de Música.
Lorena e
Maria Luísa negociam retorno do Clube de Música e no corredor, Margarete
conversa com Omar e Clair.
Margarete – Como vai
ficar a situação do Clube de Música?
Clair – Iremos
acertar todos os detalhes e iremos te repassar.
Margarete – Perfeito,
qualquer coisa é só me ligar.
Omar – Pode
deixar Margot.
Margarete
entra em seu apartamento e Clair pergunta:
Clair – E agora
Omar? O que faremos se a Valentina não acertou a compra do Clube de Música?
Omar – Olha, pelo
visto, ela não vai acertar mais nenhuma negociação.
Clair – O que
você quer dizer com isso?
Clair se
espanta ao ler a notícia da morte de Valentina no jornal:
Clair – Ela foi
morta na mansão do Anderson e da Marília. Misericórdia, que situação.
Omar – E saiu
outra notícia que o corpo de Guilherme foi encontrado no alto da Gávea.
Clair – Estamos
perdidos agora, a dívida não parou de crescer.
Omar – Vou tentar
um empréstimo com a Rádio Morada que comprei logo assim quando Viriato faleceu.
Clair – Mas esse
dinheiro não vai fazer falta?
Omar – Amor
confia em mim, tudo vai dar certo.
Clair beija Omar e os dois entram no apartamento.
CENA 004.
PRAIA DE COPACABANA. QUIOSQUE. EXTERIOR. DIA/MANHÃ
Antônio comenta do sequestro relâmpago de Marília com Anderson:
Antônio – Sua mulher
foi sequestrada na noite de ontem né? Saiu em todos os jornais.
Anderson – A Marília
deveria ter sido mais precavida! Sempre depositava dinheiro na conta dela para
botar seguranças na mansão e por teimosia dela, prefere ficar somente com
Mirian como empregada.
Antônio – Mas nesses
casos, ela quis economizar.
Anderson – Eu conheço
a dona Marília Peralta e não é de hoje.
Antônio – Mudando de
assunto, consegui os trinta por cento da parcela do espólio. É o que temos
disponível.
Anderson – Se não
fosse a vadia da Eleonora ter gastado quase tudo, estaríamos sem nenhum tostão
no bolso, visse?
Antônio – Por mais
que seja pouco, dá para viver tranquilamente.
Anderson – Eu espero
avô e vamos comemorar essa conquista de ontem.
Antônio e Anderson
brindam, mas o cantor sente dores na lombar e desmaia:
Antônio – Anderson,
fala comigo. Ou alguém ai me ajuda?
Clara
caminha e vê o pai desacordado e pergunta:
Clara – O que houve
com meu pai?
Antônio – Estávamos
conversando e do nada desmaiou.
Clara – Vou pedir
ajuda aos militares ali no posto.
Clara vai
até o posto e um médico Teobaldo chega a tempo:
Teobaldo - Bom dia,
sou doutor Teobaldo, moro no Apartamento Castillo e sou vizinho de vocês.
Antônio – Doutor me
ajuda, o meu neto desmaiou do nada.
Teobaldo
examina Anderson e diz:
Teobaldo – Olha! Pela
inflamação da barriga, o seu neto pode estar com cirrose. É melhor começar a
tratar dessa doença o mais rápido possível.
Antônio – Meu Deus,
ele está em estado grave?
Teobaldo – Quando a
pessoa desmaia como aconteceu agora, é porque o estado está avançado.
Antônio – Obrigado
doutor, irei leva-lo ao hospital.
Teobaldo
deixa o calçadão e Clara chega com os militares.
Clara – O que
houve com meu pai?
Antônio – Ele está
com cirrose, teremos que leva-lo para a emergência.
Os militares carregam o corpo de Anderson e Clara e Antônio os segue.
CENA 005.
PRESÍDIO PÚBLICO. ÁREA EXTERNA. EXTERIOR. DIA/MANHÃ
Astolfo se
aproxima Murilo e pergunta:
Astolfo – O que um
rapaz tão jovem e saudável faz aqui neste lugar?
Murilo – Tentei
matar um preto favelado que roubou a minha noiva, porque a pergunta?
Astolfo – Crime
passional? Não precisava disso rapaz.
Murilo – Precisava
e estava doido para matar aquele verme. Eu estava de casamento marcado com
Clara e ela me trocou por aquele infeliz.
Astolfo – Tem
previsão de quando deixará o presídio?
Murilo – Não, mas
quando deixar esse antro, farei questão de acertar as contas com o infeliz.
Astolfo – Não pense
assim rapaz!
Murilo – Penso como
quiser, irei fazer picadinho de negro.
Astolfo
deixa Murilo sozinho e delirando. Na sala de visitas, Gorete informa a Eleonora
a venda da mansão em Niterói.
Gorete – Bom Dia
dona Eleonora, como vão as coisas?
Eleonora – Vão
péssimo, me recuso a dormir nessa cama dura e degustando de lavagem de porco.
Gorete – Estou
tentando te tirar dessa situação, mas a justiça não colabora.
Eleonora – Inferno de
vida, tem alguma notícia boa?
Gorete – Não tenho
uma notícia nada animadora.
Eleonora – Não
acredito, diga!
Gorete – Sua mansão
foi leiloada a um preço inferior devido às pendências.
Eleonora – Quem foi o
dito cujo que comprou a mansão?
Gorete – Um tal de
Antônio Vicente Magalhães.
Eleonora – Filho da
puta! Ele conseguiu o que queria.
Gorete – Calma
senhora [...].
Eleonora – Calma o
caralho. Esse velho seboso comprou a mansão que era da minha tia.
Gorete – Agora a
mansão da sua tia é propriedade dele.
Nervosa, Eleonora deixa a sala de visitas e caminha chorando pelo corredor e desperta a fúria das presidiárias na cela.
CENA 006.
APARAMENTO CASTILLO. PRÉDIO 01. SALA. INTERIOR. DIA/MANHÃ
Ana fica
indignada com a ordem de despejo:
Ana – Não
acredito que meu pai foi capaz de colocar o apartamento a leilão.
Lilian – Seu pai
tinha pessoas poderosas por trás e nunca gostou de mim. Casou-se comigo por
interesse ao sítio que herdei em Minas Gerais.
Ana – Que
ordinário! Morreu e deixou a gente na merda, sem direitos aquele apartamento
luxuoso que ele tinha na Barra.
Lilian – Aquele
apartamento fazia pacote do Governo Federal que cedeu a ele.
Ana – Nem sabia
que o meu pai era político [...].
Lilian – Sempre
foi político, mas da pior espécie.
Oscar
interrompe e pergunta:
Oscar – Como
ficará agora entre o Renato e eu?
Ana – Isso nem é
hora de pensar no namoro, estamos quase no olho da rua.
Lilian – Deixa Ana,
o sítio é espaçoso. Se quiser leva-lo com a gente, é só conversar com Lidiane.
Oscar – Vou
conversar com ela agora. Com licença.
Oscar deixa o apartamento e Ana e Lilian arrumam as malas.
CENA 007.
HOSPITAL PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. CORREDOR. INTERIOR. DIA/MANHÃ
Godofredo pergunta sobre o estado de saúde de Alma Dana e
Adriano:
Godofredo – Como anda
o estado de saúde do Adriano e da Alma?
Levi – A dona
Alma segue em estado grave e precisa de sangue, já o Adriano, precisa de
repouso e não poderá fazer esforços ou ter emoções extremas.
Godofredo – Vou
continuar em busca do doador para Alma. Eu não posso doar porque sou diabético.
Levi – Entendo a
sua situação. Quem é essa senhora?
Godofredo – Uma
conhecida minha, ela pode visitar o Adriano?
Levi – Pode sim,
claro, a visita está liberada.
Godofredo
entra com Ádila no quarto e Adriano acorda:
Godofredo – Bom dia
meu filho, como está?
Adriano – Estou bem
na medida do possível. O que a Ádila faz aqui?
Godofredo – Ela veio
te visitar e falar algo contigo.
Adriano – Ih não
estou gostando disso!
Ádila – Como você
cresceu, meu filho.
Adriano – Pode me
explicar o que está acontecendo aqui?
Godofredo – Ádila foi
sua doadora de sangue e ela é sua mãe legítima.
Adriano – Como é
que é?
Ádila abre um sorriso no rosto e Adriano estranha.
Fim do capítulo 36.
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