Voz da Bossa - Cap 035 #ÚltimasSemanas
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CENA 001.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. SALA DE AUDIÊNCIA. INTERIOR.
DIA/MANHÃ
No recinto,
Juiz Ângelo Villares D’Angelis inicia o julgamento:
Juiz Ângelo – Estamos
iniciando a primeira sessão do julgamento dos réus Eleonora Cristina Oliveira
Magalhães Chagas e do Astolfo Machado Chagas que lesionaram o senhor Antônio
Vicente Magalhães e o Anderson Arantes Magalhães com fraude aos documentos das
apólices do então falecido Otávio Vicente Magalhães e legitimando de forma
ilegal um leilão. Em procedência das provas, o pai do dono da terra terá a
palavra.
Antônio se
levanta e se direciona a cadeira e fala sobre o golpe:
Antônio – Obrigado
meritíssimo e bom dia a todos os presentes. Eu sou o pai de Otávio, ex-marido
da réu. Quando a conheci, ela era uma simples cocheira e fazia as atividades de
nossa fazenda. E quando a Clarice estava no leito de morte, essa senhora se
aproximou do meu filho com segundas intenções. Começou com uma conversa para
dois meses depois estarem casados em comunhão de bens. Nesse período, estive
ausente para cuidar da minha saúde no centro de Pernambuco e tinha uma irmã que
veio a falecer na luta contra um câncer [...].
Gorete
contesta em defesa de Eleonora e Astolfo e questiona:
Gorete – Eu
contesto meritíssimo! Como esse senhor pode ser tão lúcido aos acontecimentos
recorrentes a fazenda se não esteve presente em nenhum momento? Está claramente
omitindo informações e sendo calamitoso mediante aos meus clientes
Antônio – O meu
neto, Anderson e pessoas ligados a mim mandavam correspondências para o
endereço do centro da cidade me informando de tudo, visse?
Gorete – Mas o
senhor não tem nenhuma conexão com os tais fatos criados.
Lidiane – Me
desculpe me intrometer, mas a senhora estão sendo inflexível e desrespeitosa
com o meu cliente. Em momento algum, o senhor Antônio omitiu alguma informação
senhor meritíssimo. As provas estão em suas mãos e cabe aos júris qual será a
sentença cabível para senhora Eleonora e senhor Astolfo. Prossiga senhor
Antônio.
Antônio – Obrigado
doutora Lidiane, continuando, a senhora Eleonora se apossou do espólio do meu
filho, o Otávio e tirou o nome do Anderson do testamento, tendo eu o verdadeiro
documento.
Antônio
entrega os documentos para o juiz Ângelo e diz:
Juiz Ângelo –
Interrompemos a sessão por quarenta e cinco minutos. Os júris irão analisar o
conteúdo dos documentos.
O juiz bate
o martelo. Fora da sala de audiência, Anderson comemora:
Anderson – Finalmente
a Eleonora vai ter o que merece, visse?
Antônio – O que a
Eleonora e Astolfo fizeram foi injusto. Espero que a justiça esteja do nosso
lado.
Eleonora se
aproxima de Anderson e diz:
Eleonora – A justiça
nunca vai estar do lado de dois fracassados. Acham mesmo que o juiz vai dar
confiança para um velho babaca e pra um bobo alegre? Vocês são uma piada.
Antônio - Somos uma
piada, mas não estamos sendo julgados por fraude.
Eleonora – Esse
julgamento é só uma questão de tempo para eu provar minha inocência.
Astolfo se
aproxima e diz:
Astolfo – Deixa-os
amor, vamos conversar com nossa advogada.
Eleonora é
levada por Astolfo e Anderson rebate:
Anderson – Vai lá corno, leva essa vagabunda para longe da
gente.
Antônio e Anderson caminham para a sala da audiência.
CENA 002.
PRISÃO PÚBLICA DO RIO DE JANEIRO. SALA DE VISITAS. INTERIOR. DIA/MANHÃ
Clair
conversa com Maria Luísa sobre sua liberdade:
Clair – Malu tenho
boas notícias para você.
Maria Luísa – Diga-me,
estou ansiosa!
Clair – O juiz
concedeu sua liberdade, o Omar e eu entramos em contato com a família do Barão
e legitimaram a venda do Clube de Música Garotas de Ipanema para você.
Maria Luísa – Que
maravilha, eu não acredito que sairei de vez dessa cela. E aquele documento com
assinatura falsa? Que rumo tomou?
Clair – Abriram
uma linha de investigação e apontam que foi sabotagem para que você perdesse o
clube de música.
Maria Luísa – Já imagino
quem teve essa ideia de me colocar aqui.
Clair – De quem
você desconfia?
Maria Luísa – Marília
Peralta, ela é capaz de qualquer coisa para prejudicar a vida dos outros.
Clair – Espero que
você não tenha atitudes extremas, infelizmente está grávida e também perderia a
razão se fizesse algo contra ela.
Maria Luísa – Só irei
conversar de mulher para mulher. Nada mais.
Cristóvão
anuncia a soltura de Maria Luísa:
Cristóvão – A senhora
está livre!
Maria Luísa
deixa a sala de visitas com Clair. Ao chegar na rua se depara com Lorena,
Margarete e Omar:
Lorena – Finalmente
a minha filha livre!
Margarete – Sentimos
sua falta senhorita Maria Luísa.
Maria Luísa – Muito
obrigada pela recepção, agora voltarei para casa feliz.
Omar – Iremos
está aqui para te ajudar!
Maria Luísa – Obrigada
Clair e Omar, vocês foram um anjo, assim como Margarete e mamãe, vocês moram no
meu coração, visse?
Maria Luísa é abraçada por Omar, Clair, Margarete e Lorena.
CENA 003.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. SALA DE AUDIÊNCIA. INTERIOR.
DIA/MANHÃ
Juiz Ângelo
retoma a audiência com o veredito final:
Juiz Ângelo – Em
detrimento as provas apresentadas, eu condeno Eleonora Cristina Oliveira Magalhães
Chagas e Astolfo Machado Chagas a treze anos de prisão em regime fechado por
fraude e estelionato. Os réus serão levados para penitência ainda esta manhã
sob tutela de Cristóvão Galvão Figueiredo Brant. As vítimas Antônio Vicente
Magalhães e Anderson Arantes Magalhães terão o total direito do espólio que
seria concebido pelo falecida Otávio Vicente Magalhães. Este julgamento está
encerrado.
Eleonora – Isso não
pode está acontecendo!
Gorete – Calma
dona Eleonora, iremos entrar com novo recurso para lhe tirar daqui.
Eleonora – Era para
ter feito isso antes de ser condenada. Agora não tem pra onde fugir
Os militares
retiram Eleonora e Astolfo do recinto e a madame grita no corredor:
Eleonora – Você vai
me pagar seu filho da puta. Eu vou provar minha inocência!
Anderson e
Antônio zombam de Eleonora e Astolfo:
Anderson – Agora sim
a vagabunda está no lugar onde merece.
Antônio – Não
podemos nos animar, porque ela gastou mais da metade do nosso espólio com
aquela mansão em Niterói.
Anderson – Mas a
mansão não foi interditada?
Antônio – Foi e se
for a leilão, não teremos um tostão para comprar.
Anderson – Porque não
vende aquela fazenda? Só está tendo gastos.
Antônio – A fazenda
é uma herança afetiva que meus descendentes de Portugal deixaram para nossa
família. Por mais que tenha gastos, é um lugar tranquilo para se viver.
Anderson – Entendi, agora é hora de irmos para
casa, já está ficando tarde.
Com
repórteres fora do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Eleonora
chora e Astolfo entra na viatura. Charles se aproxima da mãe e responde:
Charles – Eu tenho
muito vergonha de ser o seu filho. Golpista!
Eleonora – Miserável,
desgraçado. Conseguiu o que queria não é? Antes eu tivesse te abortado para não
passar por isso.
Os militares
colocando Eleonora dentro da viatura e Charles diz sozinho:
Charles – Que mulher
é essa? Um verdadeiro monstro.
Solano se
aproxima de Charles e diz:
Solano – Vamos para
casa senhor, não vale a pena ficar aqui.
Charles – Preciso
ficar um pouco sozinho.
Solano deixa o local, os repórteres se despeçam e Charles fica sozinho. O tempo fecha e começa a chuviscar e uma lágrima esconde dos olhos do advogado.
CENA 004.
MANSÃO ARANTES MAGALHÃES. SALA. INTERIOR. DIA/MANHÃ
Marília fica chocada ao saber da morte de Léa, Tomás e Ereoades:
Marília – Cada dia
cresce os números de mortos durante esse governo.
Mirian – E o
número de mortes pode dobrar, porque a oposição tem se manifestado contra esse
governo.
Marília – Até
parece que os militares irão dar palco para os comunistas. Ter pensamentos de
Stalin, Che-Guevara e outras figuras da esquerda é pedir para morrer, ainda
mais em confrontos diretos.
Mirian – Coitado
desse povo!
Marília – O que me
chocou foi a morte do Ereoades.
Jonatan
chega na sala e pergunta:
Jonatan – Ereoades
morreu? Como assim?
Marília – Ele foi
assassinado e não sabem quem o matou.
Jonatan – Aqui se
faz, aqui se paga
Marília – Mirian
querida, pode se retirar, quero bater um papo com Jonatan.
Mirian – Com licença
senhores!
Mirian se
retira e Marília tira satisfações:
Marília – Que
história é esse de aqui se faz, aqui se paga?
Jonatan – Ué mãe,
não sabia que Ereoades foi favorável a assassinato de trezentas pessoas num
campo de concentração que ele criou aqui no Rio? Sem contar que ele tem fortes
ligações com o nazismo.
Marília – Espero
muito que não tenha nenhuma ligação com esse assassinato.
Jonatan – Eu não
vou sujar minhas mãos com aquele infeliz, nem parece que você me conhece. Não
confia em mim?
Marília – Depois
que a sua irmã acabou com o casamento de Selma e Adriano assim como seu pai me
traiu, eu só confio em Deus.
Jonatan – Então tá,
só acho que a senhora está se precipitando. Com licença!
Marília fica sozinha na sala e sobe as escadas.
Jonatan chega ao quarto, tira o revólver da cintura e guarda num cofre dizendo:
Jonatan – Você será
muito útil pra mim!
Jonatan fecha o cofre.
CENA 005.
APARTAMENTO CASTILLO. PRÉDIO 01. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA/MANHÃ
Lilian
recebe Renato e Lidiane e diz:
Lilian – Podem
entrar e sintam-se a vontade.
Lidiane – Obrigada
pela recepção!
Lilian – Como foi
o julgamento hoje?
Lidiane – Foi
magnânimo. A justiça esteve do lado de Anderson, a Eleonora sofreu derrota após
golpe.
Lilian – Fico feliz
por isso.
Oscar e Renato
interrompem de conversa Lidiane e Lilian e diz:
Oscar – O Renato
precisa dizer algo para vocês.
Lilian – O que
vocês têm para dizer?
Renato – Eu fui infectado pelo vírus da AIDS,
mas não se preocupe, estou me tratando.
Lidiane – Como você
contraiu essa doença?
Oscar – Eu e o
Renato tivemos uma noite juntos e não usamos os preservativos.
Lilian – Agora está
explicado o porquê contraiu essa doença. Deveriam ser cuidadosos.
Lidiane – Vocês
agiram com irresponsabilidade, deveriam ter se prevenido.
Renato – Estamos
pagando por essa aventura.
Lilian
escuta a campainha tocar e ao abrir a porta se depara com síndico Luiz:
Lilian – Bom dia
senhor Luiz, o que desejas?
Luiz – Estou aqui
para lhe entregar essa carta.
Lilian
estranha e ao abrir fica desesperada:
Lilian – Não estou
acreditando que é...
Luiz – Sim, é uma
ordem de despejo. Esse apartamento está a leilão conforme Tomás deixou no
testamento. Você terá até dois dias para desocupar o imóvel. Com licença.
Lilian desmaia e Oscar, Lidiane e Lilian socorrem a telefonista.
CENA 006.
HOSPITAL PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. QUARTO. INTERIOR. DIA/MANHÃ
Doutor Levi
explica a Godofredo a situação de Alma Dana:
Godofredo – Como está
a situação de Alma Dana?
Levi – Está
alarmante. Uma veia cerebral dela estourou e consequentemente perdeu muito
sangue durante a operação de emergência. Ela precisa de um doador de sangue.
Godofredo – Não acredito que isso esteja
acontecendo.
Levi – Agora é
rezar para ela sair da pior. Com licença!
Levi se
retira e Godofredo estranha Selma no hospital:
Godofredo – O que faz
aqui Selma? Aconteceu alguma coisa?
Selma – O Adriano
foi baleado na praia de Copacabana por um rapaz que se diz ser noivo de Clara.
Godofredo – Não
acredito que isso esteja acontecendo. A Alma tem um AVC e estouro uma veia do
cérebro.
Selma – Como anda
a situação dela?
Godofredo – Alarmante,
perdeu sangue durante a operação.
Selma – Estimo
melhoras!
Selma depara
com Clara entrando no hospital e Godofredo responde:
Godofredo – Não se
rebaixe ao nível dessa menina.
Selma – Tentarei
ao máximo ficar longe dessa vagabunda.
Do outro
lado, Ana ampara Clara:
Ana – Está se
sentindo bem?
Clara – Estou
muito enjoada e tonta. Preciso de água.
Ana – Onde fica
o bebedouro daqui?
Clara – Não faço a
menor ideia, nunca compareci a um hospital público.
Ana – Vou
procurar um bebedouro.
Clara vê Selma junto com Godofredo e as duas se encaram.
CENA 007.
MANSÃO MAGALHÃES ARANTES. SALA. INTERIOR. NOITE
Jonatan e
Mirian deixam a mansão e Marília pede explicações:
Marília – Para onde
pensam que vão?
Jonatan – Eu e a
Mirian iremos ao clube de música Coisa Mais Linda para curtir essa noite.
Marília – Olha a
hora de chegar em casa hein?
Jonatan e
Mirian deixam a mansão e Guilherme escondido pula o muro. Ao chegar, Valentina
diz:
Valentina – Então esse
miserável veio se reencontrar com Marília.
Valentina
deixa o carro e Guilherme invade a mansão armado e diz:
Guilherme – Acabou
para você Marília!
Marília – O que faz
aqui na minha casa?
Guilherme – Eu vim
acertar contas do passado contigo meu amor.
Guilherme
parte para cima de Marília que tenta se desenvencilhar, mas o apostador abusa
da madame que pede socorro. Chegando no local, Valentina diz:
Valentina –
Miserável! Foi capaz querer tirar todo o meu dinheiro, mas não conseguiu.
Guilherme – O que faz
aqui? Não era para estar naquela merda de apartamento de luxo?
Valentina – Vim lhe
dar o que você merece!
Valentina
tira o revólver da bolsa e Guilherme atira acertando o coração madame que morre
na hora. Marília repreende o ex-amado.
Marília – Como pode
ser capaz de matar a própria mulher?
Guilherme – Fui capaz
de matar pessoas mais poderosas como Tomás e Ereoades, e porque não poderia
matar a Valentina? É uma inútil que não serve para nada, assim como você.
Marília – Então
suma da minha vida!
Guilherme – Não vou
sumir da sua vida. Vadia!
Guilherme dá
coronhada na cabeça de Marília que desmaia e sequestra a madame.
Fim do capítulo 35
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