ALMA GUIA - QUINTO CAPÍTULO
CENA 01 - SERGIPE BRASIL / TARDEZINHA
O carro brindado percorre na avenida principal de vias duplas até chegar na cadeia feminina da cidade.
Com um belo disfarce, Cristina termina de ajeitar a peruca e por último, coloca um boné para ficar bem apresentável.
Cristina - Tem certeza que não corre o risco de ninguém descobrir?
Marcos - Fique tranquila, a moça que fez o teste para ser carcereira... está bem longe uma hora dessa! (entrega um crachá de ponto trabalhador) - Agora é entrar e tirar sua mãe, antes que seja tarde demais!
A gêmea desce do veículo, e caminha toda aflita olhando para seu namorado, e quando chega no portão da cadeia, é interrogada.
Guarda Policial - Documentos por favor!
Cristina - Desculpa, estou sem eles aqui no momento... (olha para os outros policiais armados em pé no portão) - É que todos os meus documentos ficaram para o contrato; sou a nova carcereira e só tenho este crachá de ponto!
Guarda Policial (olha o crachá) - Ah sim, fui avisado sobre sua chegada. (abre o portão) - Pode entrar, e boa sorte no seu primeiro dia de trabalho!
Cristina - Obrigada!
Chegando na sala do médico, Cristina tira um comprovante de dentro da calça (num bolso invertido), e joga na mesa.
Cristina - Aí está, o comprovante do depósito! Fiz como me pediu; transferi o dinheiro e trouxe a prova em mãos para não levantar suspeitas.
Médico (analisa o comprovante) - Muito bem; pode sair mãe Menezes!
Luciana sai do banheiro e só pensa numa coisa, dar um abraço bem apertado na filha e mais nada.
Luciana - Tem certeza que o melhor a se fazer é fugir?
Cristina - É o que nos resta, já que eles vão te manter presa aqui por muito tempo, e sabe até quando isso vai durar.
De repente um apagão acontece e as sirenes começam a tocar.
Cristina - Está na hora, vamos!
Elas (...) correm juntas pelos corredores da prisão, e quando estão chegando na porta de saída, avista alguns policiais chegando.
Cristina - Merda, nos atrasamos! (olha para os lados) - Por aqui!
Luciana - Tem certeza filha?
Cristina - Confia, estudei a planta deste lugar como a palma da minha mão!
Chegando no pátio, o plano de fuga continua a ser executado. Elas entram no caminhão de transferência presidiárias e avançam para o portão de saída.
Enquanto Cristina aguarda aflita no volante, Marcos transmite pelo rádio um pedido de liberação, e em seguida o portão começa abrir.
Os policiais aparecem logo atrás atirando, pedindo para fechar o portão.
Cristina (olha no retrovisor) - Deixe que venham, quanto mais gente, melhor!
A gêmea solta a embreagem e acelera sem pensar nas consequências.
Quase arrancando o portão, Cristina avança com o caminhão e continua acelerando sem parar.
Em alta velocidade na estrada, varias viaturas da polícia surgem atrás atirando.
Cristina - Mãe, preciso que fique no volante; não podemos deixá-los nos intimidar. (coloca um colete à prova de balas)
Enquanto Luciana assumi... com todo cuidado e tremendo na base, Cristina destrava suas metralhadoras e mira nas viaturas.
Cristina - Está na hora!!! (transmite um rádio para Marcos)
Enquanto Marcos vem por trás atirando na polícia com seus fuzis, Cristina inicia seus disparos sem fim com suas metralhadoras.
Cristina - É isso aí meu amor! Bota esses canalhas pra foder!!! (expressa satisfação enquanto atira)
Os policiais ficam em desvantagem e são obrigados a recuar, pedindo por reforços superiores.
O bandido Marcos Antônio passa pelas viaturas da polícia atirando e gritando feito louco, e imediatamente transmite uma mensagem pelo rádio.
Marcos - Estamos quase lá meu amor, só falta a outra parte do nosso plano.
Cristina - Ele é esperto, já deve estar nos esperando! (assopra o bocal das metralhadoras enquanto sai fumaça)
Alguns minutos depois, Edgar Menezes aparece caminhando com uma lanterna (dentro de um túnel escuro) e quando chega no fim, encontra a parede quebrada.
Ao passar por ela, acaba entrando num terreno abandonado, com vários entulhos de ferros e estruturas antigas.
Um pouco longe, Edgar nota algumas luzes vermelhas piscando e não pensa em duas vezes de ir ao local.
Chegando no veículo das luzes vermelhas piscando, encontra sua mulher, sua filha e seu genro.
As emoções é tanta, que Luciana corre para abraçá-lo, e encher de beijos.
Luciana - Nem acredito que estamos juntos de novo meu amor; achei que esse dia nunca iria chegar. (chora de emoção)
Edgar (enxuga as lágrimas de Luciana aos poucos) - Lembra do lema da nossa família? Jamais desista de lutar enquanto viver!
Cristina - E agora mais que nunca, estamos mais fortes!
Luciana - Só vou sentir falta da minha Andressa nisso tudo; por onde será que ela anda?!
Cristina - Não se preocupe mãe, deixei um recado bem guardado, e se um dia ela resolver aparecer, vai saber nos encontrar.
Todos se abraçam em harmonia e depois entram no veículo brindado, para seguir em busca da verdade.
CENA 02 - CAMPO DAS UVAS / CIDADE RECANTO / TARDEZINHA
Renato - Perderam a língua?
Meratriz - Desculpa, é que esse aqui não aprendeu a ser social. (dá um tabefe no criado) - Volta para o hotel agora imprestável!
Adolfo - Assim, do nada? (ajeita o óculos)
Meratriz (respira fundo) - Vai querer que eu conte até três? (mostra as garras)
Adolfo - Não vai ser preciso, sua ordem é uma honra obedecer! (sai da vinícola usando o veículo)
Renato - Eu vi bem, ou você tratou aquele homem como se fosse um escravo?
Meratriz - Imagina, foi impressão sua! É que adoramos brincar de manda quem pode, obedece quem tem juízo. (esbanja um sorriso falso)
Renato - E posso saber o que faz aqui na minha vinícola?
Meratriz - Então, um passarinho me contou que seu vinho é o melhor da cidade, quer dizer, do país! E como sou uma mulher rica e empreendedora, resolvi acompanhar de perto para degustar esse vinho maravilho que todos aclamam.
Renato - Obrigado pelo seu voto de confiança! Mas, se queria saber de fato sobre o sabor do meu vinho, por que não visitou minha loja?!
Meratriz - Aí que está o por quê; preferi experimentar junto com o dono. (faz um charme) - Me concederia a honra de um jantar com seu melhor vinho e claro, junto com a sua presença?
NO RESTAURANTE...
Meratriz - Com certeza, este é melhor vinho de todos!
Renato - Fico feliz que gostou! (analisa bem a mulher das garras) - E você, o que está procurando em Recanto?
Meratriz - Bom, eu vim à negócios! (bebe mais um pouco do vinho) - Hum... (termina de ingerir) - Mas quem sabe, não acabo encontrando meu chinelo velho. (ri discretamente)
Renato - Por que fala isso, nunca foi casada?
Meratriz - Nunca, acredita? Quase fui freira num convento do Norte há muito tempo, só que aconteceu um terrível acidente e acabei tomando novos caminhos. Tanto que essas garras são para disfarçar um dedo que perdi numa tragédia.
Renato - Eu sinto muito!
Meratriz - Foi muito doído sabe, perder o dedo e passar por tudo que passei; não desejo isso para ninguém!
Renato - Deve ter sido muito sofrido pra você... (olha a hora no cel) - Nossa, mil desculpas, mas preciso ir! A papelada me espera, já os fornecedores...
Meratriz - Imagina, sem nenhum problema! (levanta junto) - Só quero saber se amanhã posso estar passando lá no seu escritório?
Renato - Claro, vai sim!
Meratriz - Então foi um prazer em te conhecer Renato!
Renato - Igualmente Meratriz!
Os dois se cumprimentam com beijo no rosto e assim que Renato vai embora, a mulher das garras comemora seu novo marco de jornada.
CENA 03 - SALA DE ÂMBAR / NOITE
A viúva do Campo das Uvas está deitada no chão com os olhos fechados, quando de repente acorda na mansão vallere.
Ao perceber que está no seu quarto, Aline caminha até o seu espelho de três faces e vê seu lindo vestido de noiva.
Uma onda de neblina negra percorre no ambiente, fazendo que Aline mude de lugar (indo para fora da mansão), ficando de frente com o Packard.
Sem poder se mover, a pessoa misteriosa abre o portão e caminha até o veículo para sabotar os freios.
Aline - Ei você, seu covarde! Olha na minha cara e me diz por que está fazendo isso comigo?!
A pessoa misteriosa deixa de fazer o que está fazendo, e encara Aline, pegando bem no pescoço dela até estrangular.
Imediatamente, Aline acorda gritando na sala de Âmbar prestes a ter um surto.
Um pouco mais calma, ela resolve levantar e ir até o espelho quebrado na parede e por coincidência, acaba notando algumas marcas em seu pescoço, deixando sua cabeça ainda mais confusa.
CENA 04 - PALACETE DA PREFEITURA / RECANTO / NOITE
A primeira dama assiste a entrevista de seu marido pela televisão (com um copo de whisky na mão) e quando Raul chega no quarto, ela o abraça com muita empolgação.
Judith - Ficou ótimo meu amor! (enche de beijos) - Assim, vai conseguir manter seu mandato de prefeito por mais anos!
Raul - Pode ser... (começa tirar a roupa)
Judith - Vamos espantar esse baixa astral para bem longe e comemorar!
Raul - Acorda Judith, eles vão investigar a cidade! (joga o terno na cama) - Já começou a pensar no seus próximos dias na cadeia?
Judith - O que eles sabem da gente?
Raul - Por enquanto nada!
Judith - Pois então, continuarão sem saber meu amor! (dá o último gole do Whisky)
Raul - Será muito difícil quando acharem o dinheiro desviado na Torre da Prosperidade; não tinha lugar pior para esconder?
Judith - A Torre é sagrada, ninguém se opõem a mexer nela!
Raul - Pois muito bem, em poucos dias chegará um detetive na cidade, e não sei como vai fazer para engana-lo! (termina de tirar toda roupa, ficando completamente nu) - Mas já vou avisando, se for preciso tirar o meu da reta, vou tirar! (vai ao banheiro)
A primeira dama começa a ficar enfurecida, e acaba jogando o copo na parede.
CENA 05 - CATEDRAL APARECIDA DO NORTE / NOITE
O príncipe William ajuda sua amada a descer do cavalo branco e acompanha até portão da Catedral.
Andressa - Vou entrar e arrumar minhas coisas, te encontro aqui fora assim que a lua chegar na ponta da torre.
William - Tudo bem meu amor, estarei aqui te esperando pontualmente! (tenta beijar)
Andressa - Aqui não bobo, pode aparecer alguém e nos ver! (dá um beijo no rosto de William)
Na janela, Minerva observa de longe os novos passos de Andressa, e acaba tendo que tomar uma atitude drástica.
Andressa - Agora tenho que ir, até daqui a pouco! (entra e corre toda sorridente)
Um tempo depois, a lua está chegando na ponta da torre e Andressa resolve sair do banheiro com seu roupão após tomar seu banho quente.
Andando distraída pelo quarto, acaba levando um baita susto ao ver Minerva sentada na sua cama.
Minerva - Então está mesmo disposta a largar tudo isso aqui, para viver um amor cheio de pecados?
Andressa - Como assim?
Minerva - Eu já sei de tudo Andressa, não precisa mentir! (levanta da cama inconformada) - Sinceramente, nunca pensei que seria traída de tal forma. Anos atrás impedi Meratriz de fazer uma crueldade com você, e em troca me apunhala pelas costas?!
Andressa - Diretora Minerva, eu preciso descobrir minhas origens, encontrar minha familia...
Minerva - Nóis somos a sua família Andressa! (chega perto e passa a mão no rosto da gêmea) - Você precisa honrar seus votos. Seu destino é substituir meu lugar e assim, será!
As freiras da Catedral entram no quarto e segura Andressa a força.
Minerva - Podem leva-la, e prenda no calabouço até minha segunda ordem!
Andressa - Não pode fazer isso comigo, eu confiei em você!
Minerva - Eu também!
Andressa (grita) - WILLIAMMMM!!!
(Congela em Andressa desesperada)
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