1° CAPÍTULO
Hoje estou tranquila, sentada, pronta para tomar café, sempre que me olho no espelho e vejo meus cabelos brancos, me sinto satisfeita, em ver que agora o tempo está realmente passando. Minha vida não foi muito fácil desde o dia em que aquele raio caiu do meu lado. Estava no jardim do meu castelo, o dia estava nublado e não havia sinal que cairia uma chuva tão de-repente. Na hora eu cheirava as rosas vermelhas que naquela época de primavera eram lindas. Senti um estrondo e um clarão, que me fez perder a visão. Quando acordei estava em meus aposentos, minha mãe não havia saído do meu lado. Ela disse que fiquei três dias desacordada.
Milagre por estar viva? Sim, mas depois daquele incidente eu mudei. No decorrer dos anos percebi que todas as pessoas da minha idade ficaram velhas. E ao me olhar no espelho continuava a mesma moça de sempre, cabelos louros que não ficavam brancos, pele branca e macia ao invés de enrugadas. Naquele momento que me olhava já havia aceitado que naquele dia da queda do raio, alguma coisa alterou meu corpo. As pessoas me perguntavam o que eu fazia para me manter jovem. Nunca soube responder. Me chamaram até de bruxa.
Quando meus pais morreram, decidi abandonar o status de Rainha e fugi para bem longe, pois não era uma pessoa normal. Não envelhecer era maravilhoso, mais o preço era bem alto. Eu sempre me pego pensando na minha vida, como agora, aqui, sentada nessa mesa, mexendo nessa xicara. Sempre dei um jeito de me safar dos olhos curiosos sobre minha jovialidade, mudei de nome diversas vezes. Nunca quis me apaixonar, sabia que todas as pessoas a minha volta iriam partir e me deixar aqui, solitária.
Mas quem disse que eu escapei de ficar de coração partido? Chorei muitas perdas e também parei de chora-las, pois não haviam e nem há mais lagrimas que eu possa ter, pois todas se foram. Pareço insensível, coração de pedra, mas o tempo me fez parecer ser.
É, vi muitas guerras, ouvi muitos choros, pessoas morrerem de fome de frio e doenças, essa que parecia me evitar. Para esquecer esse fato curioso de não envelhecer, trabalhei em lugares que ajudava as pessoas necessitadas, alimentava os moradores de rua e muitas coisas que pudessem me alegrar.
Além do que ocorreu comigo e o que me tornou eu era uma pessoa especial, tinha poderes na qual eu escondia, pois, as pessoas rotuladas como bruxa, eram levadas para a morte, mas, vou contar para vocês uma história, ela se passou nos anos 50, me lembro daqueles dois e do quão lindo era a magia quando usada para o bem, então vamos lá ....
A VOLTA NO TEMPO ATRAVÉS DE FLASH BACK
SÃO PAULO 1953, NOITE DE LUA CHEIA.
Mirana correndo - Tenho que proteger o coração de magia, ele não pode cair em mão erradas.
Tereza - Isso não te pertence Mirana, me devolve a pedra.
Mirana ficou encurralada em uma rua sem saída.
- Isso nunca foi seu Tereza, você roubou desde a época da era medieval, é um poder que não te pertence.
Tereza - Não importa maldita, essa pedra gera vida, do poder, e eu não vou deixar você levar. Imobile (nome da magia roxa que solta pelas mãos).
Mirana (gritando) - Para, Você não vai levar eu não vou permitir. Desaparecer (Mirana invoca a magia que a faz desaparecer.
Tereza (grita com ódio) - Sua bruxa, eu vou te achar, e recuperar o coração da magia, eu juro, e quando conseguir, essa bruxa vai me pagar, eu sou mais poderosa.
Sandro (se aproxima eufórico de Tereza) - Conseguiu pegar a pedra Senhora.
Tereza - Não Sandro, a bruxa fugiu, mas eu vou recuperar a pedra, e você vai me ajudar, e quando estiver com ela em mãos, vou realizar todos seus sonhos (dá uma risada sarcástica).
Sandro (com uma expressão feliz) - Obrigado senhora, com certeza vou te ajudar, sempre.
Tereza - Eu sei disso, meu fiel companheiro, e você não vai se arrepender.
Sandro - Se precisar sou até capaz de matar. (Dá uma risada maléfica).
(COMPLEMENTAR)
ENQUANTO ISSO NA CASA DE GABRIEL
NA SALA DE CRIAÇÃO...
José (entra na sala) - Gabriel meu filho o jantar está pronto, venha comer, você já está horas ai.
Gabriel (olha para o avô feliz) - Calma vô, só falta encaixar esse braço.
José (curioso) - Mas o que você está fazendo meu filho? Faz dias que vejo você trancado aqui e me esqueci de perguntar.
Gabriel - Bom vô, o senhor sabe que sou apaixonado em criar coisas, e dessa vez eu me aventurei em uma criação, e fui longe.
José (coloca a mão no queixo e com expressão confusa) - Mas como assim meu filho? O que você criou de diferente?
Gabriel (feliz) - Vô fecha os olhos, vou te mostrar já que entrou de surpresa, quase viu minha criação.
José (achando graça) - Para Gabriel eu não tenho idade para essas coisas.
Gabriel - Por favor vô.
José (fecha os olhos) - Tudo bem, vai!
Gabriel tira o lençol branco que está cobrindo sua criação.
Gabriel – Agora pode abrir os olhos vô
José (abre os olhos e fica espantado)
O avô avista uma mulher, de cabelos negros enrolados, a pele negra, olhos escuros e um corpo de dar inveja a qualquer humana, uma mulher perfeita.
- Gabriel o que você fez? Como você conseguiu (de olhos arregalados e boca aberta).
- Gabriel (radiante com sua criação) – ela é perfeita, não é vô? É uma boneca, e vai se chamar Fofita.
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