Episódios Finais
Série criada e escrita por- Guilherme Augusto.
Supervisão de Texto- Rafael Lamim.
Direção Artística- Mauro Mendonça Filho.
CASA DE ESTHER / SALA / INT- NOITE / CENA 1.
Esther está surpresa. Ela senta no sofá. Olívia fica em pé. Marina senta também.
Esther- você vai falar mesmo ou está me enganando?
Olívia- eu vou falar, toda a verdade. Hoje você vai saber sobre o seu passado.
Esther- então fala logo, fala sobre o meu pai.
*Olívia-*Esther, espero que você saiba que eu sempre te amei. Fiz o possível para você ser uma mulher independente e rica, e deu certo.
Esther- Tá, eu sei de tudo isso e fico agradecida. Mas estou te achando estranha, fala logo.
Olívia (Tensa)- Esther, você não é a minha filha.
Esther fica surpresa.
Esther- Como assim?
Olívia- eu fiz o possível para você não desconfiar do seu passado, justamente para te proteger.
Esther começa a chorar.
Esther- me proteger do que?
Olívia- do destino cruel que sua família teve.
Esther- me fala, por favor. Eu tenho direito de saber o que aconteceu.
Olívia- você tinha dois irmãos mais velhos, um com 4 e outro com 9 anos. Sua mãe se chamava Ághata, e seu pai Feliciano. Seu pai se meteu em algumas brigas envolvendo a polícia e uma facção criminosa na época.
Esther- meu pai era policial?
Olívia- Sim! E entrou em uma facção criminosa chamada Sombra, como policial infiltrado. Graças a ele, vários membros dessa facção foram para prisão, inclusive um dos cabeças.
Esther- O meu pai morreu do que?
Olívia- a facção descobriu que ele era um policial infiltrado, e mandou matar ele. Cortaram o freio do carro, e capotou. Seus irmãos e seu pai morreram no acidente, menos a sua mãe. Você estava na creche na hora do acidente, escapou por pouco.
Esther- Como você me adotou?
Olívia- eu era melhor amiga da sua mãe. No hospital, ela estava em estado grave, e mandou me chamar. Ela pediu que eu cuidasse de você, e que não te contasse o que aconteceu no passado. Ela queria evitar que você crescesse querendo vingança.
Esther- mas é claro que eu vou atrás de vingança, vou investigar sim para encontrar os assassinos da minha família.
Olívia- Esther, já faz quase 40 anos, esquece isso.
Esther- eu nunca vou esquecer, Olívia. Não sei nem se posso continuar te chamando de mãe.
Olívia- claro que pode, filha. Eu cuido de você desde que tinha 1 ano.
Esther- eu sei, e obrigado por tudo. Mesmo com as brigas, você me ensinou muito bem.
Olívia- me dá um abraço?
Esther se levanta. Ela encara Olívia e a abraça. Elas duas começam a chorar.
Marina- Esther, eu sempre soube disso. Mas a mamãe me proibiu de contar.
Esther- eu deveria ficar brava com vocês, mas não consigo. Só consigo pensar na minha família morta. /Tempo/. Vocês podem ir embora, por favor? Preciso ficar sozinha para pensar nisso tudo.
Olívia- Claro. E qualquer coisa, liga.
Esther- ligo sim. Obrigada por contar toda a verdade.
Olívia- vamos dar um abraço triplo? Igual fazíamos quando vocês eram crianças.
Marina- acho que o momento merece.
Esther- vamos!
Olívia, Esther e Marina se abraçam. Felizes.
CASA DA FAMÍLIA LIMA / SALA / INT- NOITE / CENA 2.
Paulo está com uma arma apontada para cabeça de Felipe. Martins está em pé, encarando o pai.
Martins- pai, o que você tá fazendo aqui?
Paulo- vim me vingar dos socos que esse viado me deu.
Martins- eu pensei que você já estivesse fora do estado.
Paulo- eu pensei em fugir, sim. Mas o meu desejo de vingança foi maior.
Felipe- Paulo, desiste dessa vingança sem sentido. Vai embora do estado antes que você seja preso.
Paulo- pra você, pode ser uma vingança sem sentido. Mas pode ter certeza que eu não penso assim. Você me bateu, e vai pagar por isso.
Felipe- mas você também me bateu.
Paulo- não me importo. Vou matar você, e esperar a Verônica chegar para enfiar uma bala na testa dela.
Martins- vai embora agora, pai. Ou eu chamo a polícia.
Paulo- se você se mexer, eu atiro em você.
Martins- quero ver se você vai ter coragem de atirar em mim.
Martins começa a gritar por socorro. Paulo atira no vaso, próximo a Martins. Ele para de gritar.
Paulo- se você quer chamar atenção do segurança, melhor parar. Matei ele antes de entrar aqui.
Martins (Bravo)- seu monstro, ele era jovem. Tinha a vida toda pela frente.
Paulo- Como se eu me importasse.
Felipe percebe que Paulo não está com a arma apontada para ele. Felipe dá uma cotovelada na barriga de Paulo, e se agarra no braço dele. A arma de Paulo cai no chão, e os dois começam a trocar socos. Martins observa a briga, e liga para polícia.
Martins (Celular)- Alô, polícia? Manda uma viatura aqui em casa, rápido. Meu pai tá ameaçando matar todo mundo. Na casa da Verônica da Nóbrega. Venham rápido!
Martins desliga a ligação. Paulo empurra Felipe no chão e pega uma faca.
Paulo- agora você morre, viado.
CASA DA FAMÍLIA LIMA / SALA / INT- NOITE / CONTINUAÇÃO DA CENA ANTERIOR.
*Paulo tenta esfaquear Felipe. Felipe segura o braço de Paulo. Martins pega a arma do chão e aponta para o pai.
Martins- Pai, larga essa faca agora! Ou eu atiro.
Paulo e Felipe continuam segurando a faca. Paulo dá uma cabeçada em Felipe, e enfia a faca nele. Martins grita. Paulo puxa a faca e encara Martins.
Paulo- esse já era. Agora só falta você e sua mãe.
Martins- vai pro inferno, seu homofóbico de merda!
Martins atira em Paulo. O tiro bate no peito dele. Paulo solta a faca, encara o filho, e cai no chão. Morto.
Martins corre na direção de Felipe, e o segura nos braços.
Martins- Felipe, você tá bem?
Felipe (com expressão de dor)- tô bem sim. A facada bateu de raspão no meu braço.
Martins pega um pano e enrola no braço de Felipe.
Martins- enrola isso no seu braço, vai estancar o sangue.
Verônica entra em casa e se assusta ao ver Paulo morto, e Felipe machucado.
Verônica- o que aconteceu aqui?
Martins, Felipe e Verônica se encaram.
PARQUE DE DIVERSÃO / BARRACA DE ALGODÃO DOCE / EXT- NOITE / CENA 3.
Fábio e Miguel estão sentados em uma cadeira, comendo algodão doce.
Miguel- hoje foi um dos melhores dias da minha vida, pai.
Fábio- pra mim também. Eu sempre quis ter um filho mais velho, sabe? Estava só esperando o Kauã ficar com a sua idade para conversar com ele sobre assuntos de adolescentes.
Miguel- já tínhamos intimidade de tio e sobrinho, então fica mais fácil. Quer saber do que?
Fábio- já teve a sua primeira vez?
Miguel- Sim, com 14 anos.
Fábio- ai sim. Foi bom?
Miguel- foi estranho de primeira, mas depois eu me acostumei.
Fábio- comigo foi assim também.
Miguel olha o celular.
Miguel- pai, já está ficando tarde. Vamos embora?
Fábio- vamos!
Miguel- a gente pode sair de novo outro dia?
Fábio- claro que sim. Vamos se encontrar todo dia a partir de hoje.
Miguel- espero que sim. Eu sei que só descobrimos que somos pai e filho agora, mas eu já te amo tanto.
Miguel abraça Fábio.
Fábio- Eu também te amo muito, filho.
Fábio abraça Miguel. Cai uma lágrima do olho de Fábio, de tanta emoção.
Miguel- vamos?
Fábio- vamos!
Miguel e Fábio levantam. Eles saem do parque.
MANSÃO DA FAMÍLIA LOURENÇO / QUARTO DE CLARA / INT- NOITE / CENA 4.
Clara está com o celular na orelha. A atendente do hospital atende.
Clara (Celular)- oi, é do hospital?
Atendente (Celular)- Sim, qual seu nome?
Clara (Celular)- Clara Lourenço, sou amiga da Alice Castelino. Ela está nesse hospital.
Atendente (Celular)- o doutor deixou seu nome salvo aqui na lista da Alice. Você quer saber o que?
Clara (Celular)- quando eu vou poder visitar ela?
Atendente (Celular)- amanhã de tarde ela já está disposta para receber visitas.
Clara (Celular)- Graças a Deus. Então amanhã de tarde estou ai. Obrigada e boa noite.
Clara encerra a ligação. Ela começa a falar sozinha.
Clara- amanhã eu descubro o que aconteceu com a Alice. E meu santo não me engana, sei que foi a Carol.
Clara deita na cama.
Clara- sua batata tá assando, Carol.
Ela começa a rir. Feliz.
CASA DE ESTHER / SALA / INT- NOITE / CENA 5.
Esther está deitada no sofá. Dormindo. Miguel entra em casa e observa Esther dormindo.
Miguel- mãe?
Esther acorda.
Esther- oi, filho.
Miguel- o papai me deixou aqui na frente.
Esther- Como foi sua noite com seu pai? Se divertiram?
Miguel- bastante, e conversamos muito também.
Esther- que bom, meu filho.
Miguel- o que aconteceu?
Esther Apenas reviravoltas da vida, Miguel. Eu escondi seu pai de você, e acabei recebendo duas vezes pior a mesma coisa.
Miguel- Como assim?
Esther- sua vó me contou sobre o meu passado, e é muito complicado de explicar.
Miguel- então é coisa ruim, né?
Esther- Sim, bem ruim. Só falo uma coisa, a Olívia não é minha mãe de sangue. Eu fui adotada.
Miguel- sério? Mas como?
Esther- uma longa história, e não estou adotada fim de falar sobre isso agora. Quem sabe outro dia.
Miguel abraça a mãe.
Miguel- eu sei que você está bem triste, assim como eu também estava. Mas fique sabendo que você pode contar comigo pra tudo.
Esther- eu sei, meu filho. E agradeço por isso.
Esther deita no colo de Miguel, e começa a chorar. Miguel faz carinho na cabeça da mãe.
CASA DA FAMÍLIA LIMA / SALA / INT- NOITE / CENA 6.
Verônica está cuidando dos ferimentos de Felipe. Martins está sentando, em choque.
Verônica- eu vou entrar em contato com o Willian. Vou perguntar o que vamos fazer.
Martins- acho que não temos muito tempo. Eu chamei a polícia antes de atirar no meu pai.
Verônica- o que? Era pra você ter avisado antes.
Martins- eu esqueci, foi tanta coisa pra pensar.
Uma viatura da polícia para na frente da casa deles.
Felipe- merda!
Verônica- e agora, o que a gente faz?
Martins- eu vou me entregar.
Verônica- não, nem pense nisso.
Martins- mas eles vão querer saber o que aconteceu, mãe.
Um policial bate na porta, e avisa que vai arrombar se ninguém abrir. Verônica abre a porta.*
Policial- eu recebi uma denúncia, falando que um homem queria matar todos da casa. A denúncia procede?
Verônica- Sim, e já está resolvida.
Policial- Como assim?
Verônica- eu matei o meu ex marido. Para defender minha vida, o meu filho e o namorado dele.
Policial- o que? Posso entrar?
Verônica- entra.
O policial entra, e observa o corpo de Paulo.
Policial- quem deu um tiro nele?
Verônica- eu. Eu matei o Paulo.
Policial- eu não sei o motivo que fez a senhora atirar no seu marido. Mas, você precisa me acompanhar a delegacia.
Martins- mãe, não.
Verônica- pode deixar, meu filho. Eu sei como funciona isso tudo, amanhã mesmo estou livre.
Policial- vou chamar outros policiais. A senhora fique aqui dentro.
O policial sai de dentro da casa de Verônica. Martins encara a mãe.
Martins- não era pra você ter feito isso.
Verônica- eu não vou ficar presa por muito tempo, Martins. E se você fosse preso por matar o próprio pai, seu futuro estaria destruído.
Martins- desculpa, mãe.
Verônica abraça o filho.
TAKES DE SÃO PAULO AO AMANHECER / PESSOAS ANDANDO NA AVENIDA PAULISTA / CENA 7.
CASA DA FAMÍLIA VASCONCELOS / QUARTO DE CAROL / INT- DIA / CENA 8.
Kauã está mexendo nas coisas de Carol. Ele pega o diário de Carol dentro de uma gaveta. Junto com o cadeado do diário, tem uma chave. Ele pega a chave e senta na cama da irmã.
Kauã- espero que essa chave abra a porcaria desse cadeado.
Ele coloca a chave no cadeado. Vira a chave pro lado e consegue abrir.
Kauã- Isso! Finalmente vou descobrir os segredos da Carol.
Kauã começa a ler o diário de Carol. (A cena acontece de forma acelerada, e foca apenas nas expressões de medo e surpresa de Kauã).
Kauã- Como que ela foi capaz de fazer atrocidades nesse nível?
Ele guarda o diário dentro de uma bolsa pequena. Depois ele sai do quarto da irmã.
ORFANATO DE MENINAS SANTA MARIANA / ESCRITÓRIO / INT- DIA / CENA 9.
Joana está sentada em sua cadeira. Tomando conta de algumas Papeladas. O telefone toca, e ela atende.
Joana (Celular)- orfanato de meninas Santa Mariana. Bom dia.
Heitor (Tony Ramos)- olá, eu queria perguntar sobre uma garota. Que eu estou procurando a três anos para falar a verdade
Joana (Celular)- ela é parente sua?
Heitor (Celular)- não, ela é uma das minhas pacientes. Meu nome é Heitor Fagundes Neto, um dos melhores psiquiatras da América do Sul. E a garota que eu estou procurando é extremamente perigosa.
Joana (Celular)- mas aqui no orfanato só tem crianças, não temos adultas.
Heitor (Celular)- eu sei disso. Por isso eu estou ligando para todos os orfanatos de São Paulo. A paciente se chama Sabrina Minerato de Alcântara, ela tem uma doença de nanismo. E é extremamente perigosa. Provavelmente ela mudou de nome, e tem as características de uma adolescente de 14 ou 15 anos. A Sabrina matou 8 pessoas pelo que sabemos, e todas da mesma forma.
Joana (Celular)- que horror, como ela mata?
Heitor (Celular)- colocando fogo na casa das vítimas. Normalmente ela é adotada por uma família, e tenta seduzir o próprio pai. Se ela não conseguir, mata o pai e depois todo o restante da família em um incêndio.
Joana (Celular)- espera, em um incêndio?
Heitor (Celular)-* Sim, você conhece alguma garota com essas características?
Joana (Celular)- conheço sim, ela entrou no orfanato como Carol. E foi adotada há alguns meses por uma família.
Heitor- Mande uma equipe de segurança para casa dessa família o mais rápido possível. Essa menina pode estar se preparando para atacar a qualquer momento. Em algumas horas eu chego aí em São Paulo.
Joana- vou acionar a polícia, não se preocupe.
Joana desliga a ligação e sai correndo do seu escritório.
HOSPITAL / QUARTO DE ALICE / INT- DIA / CENA 10.
Alice está deitada na cama, acordada. Clara entra no quarto dela.
Clara- Alice, tudo bem?
Alice- oi, Clara. O que você tá fazendo aqui?
Clara- vim ver se você está bem, e te perguntar uma coisa.
Alice- bem você sabe que eu não estou. Faça a outra pergunta.
Clara- você se lembra o que aconteceu pra você cair da escada?
Alice- Lembro, só que não tive tempo de falar com ninguém. E também estou com medo.
Clara- medo do que? Foi a Carol que te empurrou
Alice- foi. Ela me empurrou depois de eu ver ela beijando o professor Henrique.
Clara- sério isso?
Alice- Sim, por quê?
Clara- era isso que eu queria que você falasse. Agora a máscara da vadia pequena da Carol vai cair.
Close em Clara. Feliz por descobrir a verdade.
FIM DO 18° EPISÓDIO
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