Vida - Cap 084

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  Logotipo da web novela (Foto: Divulgação) Produção Original MF Criada e escrita por Patrícia Santos Capítulo 084 Luís aceita o dinheiro de Hugo e manda Salgueiro descobrir onde Olavo está escondido. Marcos desabafa com Monalisa. Vanessa sofre pelo fim de seu namoro com Jeremias. Suzana e Max passeiam juntos e vão para a ONG. Salgueiro descobre onde Olavo está escondido e conta para Luís. Tatiane brinca com Ramon e promete para o filho que eles vão conseguir sair da casa de Luís. Diogo questiona Dayse pela raiva que ela sente de Eduarda. Sandro transa com algumas prostitutas. Maria discute com Antônio por ele ter chamado apenas Daniel para trabalhar na empresa. Daniel conversa com Joana sobre a proposta que recebeu de Antônio. Luís avisa Hugo sobre o esconderijo de Olavo. Marcos convida Monalisa ir até a casa dele e ela aceita. Terezinha deixa um celular para Olavo ligar para ela quando precisar. Lázaro aconselha Jeremias a voltar com Vanessa. Mônica tenta convencer Nayara a denunciar

O Destino de Alguns #OitavoEpisódio #ÚltimoEpisódio


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O DESTINO DE ALGUNS

Episódio: 08 - Final

Escrita por Júlio Cesar M. Vieira.

Supervisão, Colaboração e Adaptação: Morais Filho.

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Narrador-Personagem: Gabriel.
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Era assim que os funcionários se livravam do resto dos corpos...

Eles retiravam apenas os órgãos e depois o que não "prestava" viraria comida para os lobos. Porém haviam três corpos que não foram desmembrados: O de Alice, o de Victor e o de Richard.

Seus corpos estavam apenas abertos, sem seus órgãos. Não sei porquê, mas algo me fez pensar que os funcionários fizeram isso de propósito. Acho que eles queriam que nós víssemos aquilo para abalar nosso psicológico e nos fazer desistir de fugir. Mas não iria funcionar... Não havíamos chego tão longe para morrer na praia...

Nos escondemos atrás dos arbustos e nos abaixamos.

 Ficamos espantados com aquela cena, mas permanecemos em silêncio e andamos, tentando contornar a matilha pelos arbustos. No entanto, Caio pisou em um graveto, fazendo com que os lobos escutassem e vissem a gente.

Começamos a correr com eles logo atrás de nós, porém Caio estava desacelerando.

- Temos que ser mais rápidos. -- Falei puxando ele.

Os lobos estavam se aproximando enquanto uivavam ferozmente. 

- Não consigo. Eu atraso eles. Pode ir sem mim! -- Disse Caio abaixando para pegar algumas pedras para tacar nos lobos.

- Você só pode estar brincando! -- Falei respirando fundo e o colocando em minhas costas continuando a correr.

- Idiota! O que está fazendo? Por que não seguiu em frente sem mim? Agora com certeza nós dois iremos morrer! -- Disse ele apoiando a sua cabeça sobre minhas costas.

- Cala boca e olha para frente! -- Chamei a sua atenção.

Era possível ver um rio logo à frente. Estávamos quase chegando quando de repente um dos lobos veio e pulou em cima de nós, fazendo com que eu e Caio caissemos.

O lobo, que nos atacou, ficou em nossa frente nos encarando enquanto os outros se aproximavam cada vez mais da gente por trás.

Este, que estava em nossa frente, mostrou seus dentes afiados e veio correndo para nos atacar de novo. O lobo veio tão rápido, que eu não consegui pensar em nada para nos proteger. Apenas fechei os olhos, aceitando que aquele era nosso fim...

- Gabriel, o que pensa que está fazendo? Está desistindo da sua vida novamente? -- Disse Caio eufórico.

Quando abri os olhos, vi ele de pé em minha frente e o lobo mordendo o seu braço direito, no qual sangrava muito naquele momento.

Horrorizado com aquilo, eu peguei algumas pedras e comecei a bater no bicho, porém ele não soltava de jeito nenhum. Parecia que a mandíbula do lobo tinha prendido no braço de Caio.

Olhei para a pata do animal e a quebrei. Ele gemeu de dor e finalmente soltou o braço dele...

Puxei Caio e conseguimos chegar ao rio, antes dos outros lobos conseguirem nos pegar.

Porém assim que entramos nele, a correnteza estava tão forte que começou a nos arrastar. Do outro lado da margem foi possível ver alguns funcionários da clínica se aproximando e tentando atirar na gente afim de nos parar, mas por sorte nenhum tiro pegou na gente. Caio estava certo quando disse que poderia ter mais deles por aí...

Caio bateu a cabeça em uma das rochas do rio e desmaiou. Eu rapidamente nadei até ele e por pouco consegui pegá-lo, mas o que vinha pela frente era bem pior: uma cachoeira.

Eu tentei segurar nas rochas, porém Caio saiu dos meus braços. Eu tomei coragem e me soltei também, no intuito de ainda consegui pegá-lo, porém não adiantou muita coisa...

Despencamos de lá de cima em um outro rio... De uma altura de mais ou menos 5 metros.

Minha visão começou a escurecer lentamente enquanto água e mais água entrava em meus pulmões.

Com muito esforço consegui sair do rio puxando Caio. As últimas coisas que me lembro foi ter visto a cabeça dele sangrando muito e um grupo de pessoas se aproximando. Eu sussurrei por ajuda com muita dificuldade, já que tinha engolido bastante água, e desmaiei logo em seguida.

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              EPÍLOGO


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Quando acordei, vi que estava em uma cama, mais especificamente em um quarto de uma casa, com faixas em meu corpo. Estava limpo e usando vestimentas...

A primeira coisa que fiz, foi procurar por Caio, porém fui interrompido por uma senhora que entrou no quarto trazendo remédio e comida. 

- Então você finalmente acordou... Acho que deve estar procurando seu amigo. Não se preocupe! Ele está lá fora. -- Ela disse se aproximando de mim.

- Eu quero vê-lo agora! -- Exigi.

- Mas é claro. Assim que eu trocar seus curativos e você se alimentar. -- Falou ela pegando os curativos e me dando a comida.

Minha primeira reação foi recusar. Naquela altura eu não confiava mais em ninguém.

- Seu amigo me contou pelo o que vocês passaram. Sempre desconfiamos que tivesse alguma coisa de estranho acima do nosso vale, por isso os moradores evitam de ir até lá. Eu lamento muito pelo que aconteceu, mas aqui não tem com que se preocupar. Eu te garanto que aqui vocês estão seguros. -- A senhora disse sentando ao meu lado. -- Sabe, eu também perdi muita gente nessa vida, meu jovem. Meu marido, meu sobrinho, minha mãe e meu pai... Tudo o que me restou foi uma neta que meu filho deixou comigo, enquanto saiu à procura de um emprego para pagar o tratamento da coluna dela, porém sinto que o perdi também. Eu não sei qual o trabalho que ele arrumou, mas o dinheiro é entregue todo mês aqui através de uma carta enviada por ele. No entanto, ele não mantém mais nenhum contato... Mas eu ainda espero que retorne algum dia e veja o quanto a sua filha cresceu. -- Ela me contou pegando uma fotografia antiga que contia duas pessoas: Uma bebê ruiva e Richard segurando a em seus braços.

De primeira não acreditei quando ela mostrou aquela foto... Richard, o qual tinha nos ajudado a fugir dos funcionários na clínica, era filho da senhora e pai da menina.

Eu fiquei sem o que dizer naquela hora. Não sabia se contava à ela o que aconteceu com ele por tentar nos ajudar.  Antes mesmo que eu tomasse uma decisão, a neta da senhora entrou no quarto em uma cadeira de rodas.

- Vovó, vovó! Ele está bem? -- Perguntou ela curiosa sobre mim.

- Carol, eu disse para você ficar lá fora. -- Ela disse dando uma bronca na neta. -- De qualquer forma, nós vamos deixar vocês a sós. Como eu sei que você deve estar louco para encontrar seu amigo, eu vou trocar seu curativo depois. Mas por favor, coma uma pouco. Caio disse que vocês não comem faz tempo. Quando acabar, siga o caminho de flores que vai dar direto ao rio. É lá que ele está. -- Ela falou pra mim e depois saiu levando a menina.

Depois de presenciar tudo aquilo, não tinha mais o porquê de eu desconfiar da senhora. Logo após comer, sai de casa, na qual fazia parte de um vilarejo rural, e segui pelo caminho de flores assim como ela me disse.

As pessoas não paravam de me olhar, entre elas adultos e crianças com pena de mim... Eu apenas os ignorei e andei até o rio. Caio estava sentado em uma pedra olhando para sua água calma e remota.

Ele também estava enfaixado e usando vestimentas. Quando percebeu minha presença ele se levantou e correu até mim me dando um abraço, sussurrando em meu ouvido: conseguimos!

Me sentei a rocha junto com ele e passamos a olhar o rio juntos em silêncio. As imagens dos horrores que vivemos, passavam lentamente em minha cabeça, enquanto chorava. Aquela altura, os funcionários devem está pensado que nós morremos naquela queda. Então a pergunta que fica é: Finalmente acabou? Estamos em paz? Isso só o tempo poderá dizer.

Bom, ele passou e agora nós moramos no vilarejo. Aquela senhora nos acolheu e agora temos uma nova família, mas não tive coragem até hoje de contar a ela sobre Richard. Será questão de tempo até ela estranhar porque o dinheiro do tratamento da neta não está mais chegando...

No entanto eu e Caio faremos de tudo para ajudar Carol, nossa nova irmã, a seguir com seu tratamento, porém dessa vez nós iremos trabalhar para isso. Já aprendemos a lição... Não cometeremos o mesmo erro duas vezes...

Eu finalmente entendi porque Richard nos ajudou a fugir da clínica. Não foi apenas porque ele queria sair da Câmara de Refrigeração. Ele poderia muito bem esperar mais funcionários chegarem para tirá-lo dali e nos deixar ser pegos por eles. Acho que o verdadeiro motivo dele nos ajudar, foi porque ele também tinha uma família e quando nos viu naquela situação lembrou automaticamente da dele.

Pra falar a verdade, acho que ele nem gostava do trabalho que fazia, muito pelo contrário. Acredito que ele tinha vergonha, mas não tinha outra opção. No entanto, isso não justifica o que ele fazia, mas era pelo bem da filha dele.

A culpa e o arrependimento ainda ficam em nossa memória. Tudo o que vivemos não pode ser simplesmente esquecido, como disse a Caio antes.

Lembramos a cada dia da nossa antiga família:

Senhora Beth, Senhor Luís, Victor, Marcos; e de quando nós éramos felizes de verdade, antes do pior ter acontecido!

               FIM?...

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