Vida - Cap 084

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  Logotipo da web novela (Foto: Divulgação) Produção Original MF Criada e escrita por Patrícia Santos Capítulo 084 Luís aceita o dinheiro de Hugo e manda Salgueiro descobrir onde Olavo está escondido. Marcos desabafa com Monalisa. Vanessa sofre pelo fim de seu namoro com Jeremias. Suzana e Max passeiam juntos e vão para a ONG. Salgueiro descobre onde Olavo está escondido e conta para Luís. Tatiane brinca com Ramon e promete para o filho que eles vão conseguir sair da casa de Luís. Diogo questiona Dayse pela raiva que ela sente de Eduarda. Sandro transa com algumas prostitutas. Maria discute com Antônio por ele ter chamado apenas Daniel para trabalhar na empresa. Daniel conversa com Joana sobre a proposta que recebeu de Antônio. Luís avisa Hugo sobre o esconderijo de Olavo. Marcos convida Monalisa ir até a casa dele e ela aceita. Terezinha deixa um celular para Olavo ligar para ela quando precisar. Lázaro aconselha Jeremias a voltar com Vanessa. Mônica tenta convencer Nayara a denunciar

Extraordinários #PrimeiroEpisódio #Estréia


Logotipo da web série (Foto: Divulgação)

Produção Original MF

Uma série escrita por Tiago Santos.

EPISÓDIO 01

Cena 01:

Escritório na delegacia // Interna // Tarde

O recém chegado delegado Nicolau está escrevendo algo em um caderno, quando uma pessoa entra em seu escritório de repente e senta na cadeira a sua frente... Essa pessoa é Steve.

NICOLAU: Ora, ora, se não é Steve, o recrutador de aprimorados da A.N.D.E. O que te traz aqui, meu amigo?

STEVE: Eu estou em uma missão, dada a mim por gente muito superior, e essa missão começa por você.

NICOLAU: Então somos meros peões nesse complexo jogo? Me diga, o que você deseja?

STEVE: Sabemos o que fez há 30 anos com aquelas crianças. Sabemos também a culpa que você carregou todo esse tempo, e que voltou à Olímpia para tentar desfazer isso. Precisamos do paradeiro delas.

NICOLAU: Estou ciente, mas creio que não posso ajudá-los. Tenho que fazer isso sozinho.

STEVE: Por favor, diga-me quem são e como posso encontrá-los. É de crucial ajuda pro futuro da humanidade.

NICOLAU: Eu sei, Steve. Mas sinto muito, não posso, antes eles precisam descobrir o que os torna seres extraordinários. E eu vou ajudá-los.

Steve fica inquieto.

STEVE: Você não tá entendendo. Precisamos de ajuda, a terra corre um grande perigo.

NICOLAU: Que grande perigo é esse?

STEVE: Um ser muito poderoso com um poder inimaginável.

NICOLAU: Ah, sim. Estou de saída meu amigo, espero que entenda meu lado.

STEVE: O que eu preciso fazer pra te convencer a lutar ao nosso lado?

NICOLAU: Seja lá o que você quer me dizer, eu não lutarei. Mas eles sim.

STEVE: Eles quem?

Nicolau vai embora sem responder Steve.

STEVE: Filho da mãe...

Cena 02:

Subúrbio de Olímpia // Externa // Tarde

Nicolau para com seu carro na frente de uma casa que estava sendo indicada pelo sinal de um dispositivo de rastreamento.

NICOLAU: É aqui.

Ele desce do carro, põe seus óculos escuros e se dirige até a casa. Ele bate na porta e uma mulher atende.

NICOLAU: A senhora pode me dizer se a Laura está aí? Preciso muito falar com ela.

AMÉLIA: Não sei quem você é, mas me chamar de senhora é muito perigoso. E outra, minha filha não precisa falar com ninguém, ainda mais um estranho como você. Passar bem.

Amélia tenta fechar a porta mas Nicolau coloca seu pé e a impede.

NICOLAU: Por favor, dona...

AMÉLIA: Amélia.

NICOLAU: São assuntos de trabalho. Muito importantes.

AMÉLIA: Olha, eu vou tentar fechar a porta de novo, e sugiro que seu pé não esteja entre ela e a parede.

Nicolau tira seu pé da porta.

LAURA: Mãe... Pode deixar ele entrar.

Amélia cede ao pedido da filha e Nicolau entra.

Cena 03:

Casa de Amélia // Interna // Noite

Nicolau acaba de contar a Laura tudo que ocorreu durante os últimos anos de sua vida e o que ele queria com ela.

LAURA: Então deixa eu ver se entendi... Você sequestrou três crianças, fez experimentos com elas, e mesmo sem saber se os procedimentos afetaram eles os deixou num orfanato para crescerem longe de suas famílias?

NICOLAU: Quando descobri que os experimentos não deram certo, fui encarregado de eliminar aquelas crianças, mas não consegui. As deixei em orfanatos largados à própria sorte.

Amélia se espanta ao ouvir.

AMÉLIA: Você é um monstro, sabia?

LAURA: E ainda por cima você veio aqui me pedir ajuda para encontrá-los porque acha que eles se tornaram adultos com habilidades fora do comum?

NICOLAU: Exatamente!

AMÉLIA: Você vai sair da minha casa é agora! Laura, liga pra polícia vim prender esse servo do mal.

Amélia tenta puxar Nicolau pelo braço.

LAURA: Mãe... Ele é o delegado.

Nicolau ri para Amélia.

NICOLAU: Vocês têm que me escutar, mas por favor, mantenham segredo. Em momento algum da minha vida eu me orgulhei de ter sido cúmplice desses sequestros, eu sei que eu errei, mas estou aqui para reparar o meu erro. Os três podem ser hoje as pessoas mais poderosas da terra, mas se não encontrarem alguém que conheça seus poderes e os ajudem... Prefiro nem comentar.

LAURA: Se você disse que foi cúmplice, quem é a verdadeira mente por trás disso tudo?

Nicolau fica aflito.

NICOLAU: Sinto muito, mas para sua segurança, não posso revelar. Mas eu posso dizer quem é uma das crianças.

LAURA: Quem?

NICOLAU: Antônio. O mesmo que casou e teve uma filha com você...

LAURA: O quê?! Isso... Isso não pode...

Amélia ampara Laura.

AMÉLIA: Filha, ele pode estar mentindo.

NICOLAU: É verdade. Talvez você possa ajudar a me aproximar dele.

Laura olha fixamente para Nicolau.

LAURA: Me diz em que eu posso te ajudar.

Nicolau ri.

Cena 04:

Carro de Nicolau // Interna // Noite

Nicolau dá partida e segue direto para o Centro de Pesquisa da cidade. Laura é atenciosa e põe o sinto de segurança.

NICOLAU: É o seguinte. Eu tinha uma sala lá no Centro de pesquisas, que hoje é ocupada por uma tal de Natasha.

LAURA: Natasha? Ela é minha amiga. Nos formamos juntas, mas faz um tempão que eu não a vejo.

Nicolau tira uma chave do bolso e entrega à Laura.

NICOLAU: Infelizmente no seu reencontro com ela você precisará enganá-la, encontrar uma gaveta secreta na sala dela e usar essa chave. Todo e qualquer tipo de documento que você encontrar, é sobre os três.

LAURA: E assim que eu tiver os documentos em mãos? 

NICOLAU: Leve-os até mim na delegacia.

LAURA: Combinado. Mas Nicolau, me diz a verdade. O Antônio estar envolvido nisso é o único motivo de você querer minha ajuda?

NICOLAU: Também. Mas está muito cedo pra revelar tudo. Talvez quando tudo estiver esclarecido, você possa saber da verdade.

O carro logo chega até o Centro de Pesquisa. Laura desce e entra no local. Nicolau faz o retorno e segue para a delegacia.

Cena 05:

Delegacia de Olímpia // Interna // Noite

Nicolau cumprimenta alguns policiais até chegar em sua sala. Quando entra no local e liga a luz, uma surpresa, alguém estava sentado em sua cadeira, o esperando.

NICOLAU: Tava com saudades?

VICTOR: Eu pensei que como não havíamos sido apresentados antes, poderia fazer uma surpresa.

NICOLAU: Dispenso formalidades, meu caro Victor, mas se me der licença, preciso organizar umas coisas, vou receber uma pessoa importante.

VICTOR: Já está recebendo uma pessoa importante.

Victor levanta e vai até a janela que dá de frente à administração. Ele checa se não há ninguém ouvindo a conversa e volta a falar com Nicolau.

VICTOR: Acho que já deve estar explícito na minha cara de nojo que eu não gosto de você. Não sei se chega a ser minha consciência, mas algo me diz que eu não devo confiar em você.

Victor encara Nicolau frente a frente.

NICOLAU: Isso é uma ameaça? Já ouvi muito desaforo hoje, mas acho que eu tô merecendo.

VICTOR: Ameaça? Não. Eu só quero deixar bem claro que a última pessoa que sentou nessa cadeira era como um pai pra mim e que de forma alguma você vai substituir ele.

NICOLAU: Capiche.

VICTOR: Vamos nos dar muito bem, delegado.

Victor ri, e em seguida sai.

NICOLAU: Uau! Isso é o que eu chamo de boas vindas.

Cena 06:

Centro de Pesquisa // Interna // Noite

Laura entra no local discretamente e logo se dirige à sala indicada por Nicolau, que fica num dos andares superiores. Ao sair do elevador, ela dá de cara justamente com Natasha.

NATASHA: Laura? Meu Deus, amiga, quanto tempo!

Natasha abraça Laura contente.

LAURA: Eu tive muito, mas muito ocupada, Nat. Mas e você?

NATASHA: Ai... É uma longa história. Voltei à pouco de uma expedição e vou tentar apresentar os meus artefatos amanhã no Museu. Sabe o Murilo? Estamos namorando.

LAURA: Que coisa boa, querida.

NATASHA: Mas o que te traz aqui, amiga?

LAURA: Só se você tiver um tempinho pra mim.

NATASHA: Pra você eu tenho todo tempo do mundo. Vem.

Natasha leva Laura até sua sala, mas ao chegar, sua reação a assusta. Laura começa a revirar algumas gavetas, papéis em cima da mesa, nos armários.

NATASHA: Procurando alguma coisa?

LAURA: Não quero mentir pra você Nat. Um amigo que trabalhou nessa sala deixou uns documentos, preciso encontrá-los o quanto antes.

NATASHA: Bobagem, amiga. É que eu preciso ir agora, mas fica com a chave e deixa ela na recepção depois.

LAURA: Obrigada. Você é um anjo.

Natasha vai embora e Laura continua procurando os documentos de Nicolau.

Cena 07:

Prédio abandonado // Interna // Noite

Um homem encapuzado avista o interior do Centro de Pesquisa com um equipamento de visão avançado. Ele escaneia o local e avista algumas pessoas, incluindo Laura. Ele liga pra alguém através de um dispositivo no ouvido.

**: Escaneamento concluído. Uma mulher acabou de sair do local, mas ainda há pessoas ali. Incluindo o alvo.

Ele observa a mulher no andar superior e estranha seus movimentos inquietos.

**: O alvo parece procurar algo, bem como foi dito. Possivelmente são os documentos.

Do outro lado da linha, uma voz masculina, calma e serena, É Wolfgang.

WOLFGANG: Nosso aliado nos deu informações precisas. Você sabe o que fazer, meu filho.

Wofgang desliga.

**: Como quiser, meu pai.

Ele se equipa com armamento pesado por debaixo de sua capa e em seguida pula através de uma janela, numa queda livre de vários metros, porém amortece a queda com um de seus braços e segue até o Centro de Pesquisa.

Cena 08:

Hospital Central // Interna // Noite

A médica Carolina acaba de iniciar uma cirurgia de risco em um paciente com um projétil alojado na cabeça. Sua visão é concentrada e seus movimentos são precisos e rápidos. Sua equipe, dentre eles Raul, está ao seu redor para auxiliá-la.

CAROLINA: Vamos lá, campeão... Você consegue...

Carolina está prestes a remover a bala, quando um barulho persistente a incomoda.

CAROLINA: Raul, cubra seu relógio, por favor.

Raul se assusta e tapa seu relógio com a mão. O procedimento continua e é um sucesso. Todos comemoram.

RAUL: Você salvou a vida dele, Carol.

Carolina olha pra Raul com um olhar feliz. Os dois saem dali juntos.

CAROLINA: Raul, me desculpa pela grosseira. É que eu fico tão concentrada que... Você sabe.

RAUL: Não, relaxa, eu entendo.

Raul atravessa a frente de Carolina.

RAUL: Mas e então, tá afim de comer alguma coisa quando acabarmos?

CAROLINA: Eu não sei... Não tô com cabeça pra encontros, me desculpa.

RAUL: Não é um encontro, bobinha. A menos que você queira, porque eu quero, e muito.

Carolina dá um sorriso tímido.

De repente, Carolina se assusta com a súbita chegada de um paciente numa maca. Ela se desespera ao reconhecê-lo e se dá conta da gravidade da situação.

CAROLINA: Pai?! Meu Deus, o que aconteceu?

Ela corre na direção do pai, que está sendo levado para a UTI. Raul se espanta com a situação.

RAUL: Doutor Ramiro?!

ENFERMEIRA: Envenenamento por ingestão de uma substância química ainda não reconhecida. Os batimentos estão sumindo, mas ainda há chance de reanimá-lo.

CAROLINA: Então vamos.

Ela segue até a UTI com a equipe de enfermeiros e para-médicos. Raul fica estasiado, sem entender o que se passava.

RAUL: Isso não.... Logo agora?!

Cena 09:

Fachada do Hospital Central // Externa // Noite

Raul está preocupado, tentando falar com alguém no telefone, mas as suas ligações não são atendidas. Ele anda de um lado pro outro.

RAUL: Droga, mãe, atende...

A ligação cai novamente na caixa postal.

RAUL: O que você fez, hein?

De repente, um carro para na sua frente. Uma mulher, de porte fino, sai do banco traseiro, com o pé direito, evidenciando o sapato de grife. É Verônica, a mãe de Raul.

VERÔNICA: Previ que você tentaria ligar pra mim, por isso coloquei seu número na rejeição automática.

Verônica se aproxima de Raul.

RAUL: Como você pôde ter feito isso com o Ramiro, logo agora que eu tô tentando me aproximar da Carolina?!

VERÔNICA: Você sabe que o plano sempre foi esse desde o início. Não tenho culpa se você amoleceu de uns tempos pra cá.

RAUL: O que você usou pra envenenar ele?

VERÔNICA: Uma boa serpente nunca revelará seu veneno, meu querido.

RAUL: Vou ajudar a Carolina, talvez ainda haja chances de que ele sobreviva.

Verônica segura Raul.

VERÔNICA: Se tem uma coisa que você vai fazer é esperar aquele cretino morrer. Depois você pode ir consolar a órfã, mas ajudar não. Eu só quero o que é meu por direito, a direção desse hospital.

RAUL: Não posso continuar sendo seu cúmplice pra sempre.

VERÔNICA: Não se preocupa filho, logo isso acaba. Mas não se esqueça, te tenho aqui ó, na minha mão.

Raul mesmo descontente acata a mãe. Os dois entram no hospital.

Cena 10:

Centro de Pesquisa // Interna // Noite

O homem encapuzado invade o local. Os dois seguranças dali avançam sobre ele, mas são facilmente apagados com golpes efetuados com apenas um braço. Algumas pessoas que presenciaram a cena tentam se esconder, mas ele saca uma pistola silenciada e atira a sangue frio. Ele segue até um dos laboratórios e causa o foco de um incêndio.

Cena 11:

Escritório de Nicolau // Interna // Noite

Laura segue procurando os documentos a pedido de Nicolau, até que encontra no teto algo que parece uma porta. Ela abre usando a chave que recebeu e vários papéis caem.

LAURA: São eles.

Ela os apanha e lê o que está escrito em alguns deles. Todos possuem os três nomes:

Victor; A Força. Carolina; A Luz. Antônio; O Fogo.

LAURA: Então é verdade... O Antônio faz mesmo parte dessa insanidade.

Ela deixa um dos papéis cair, nele um nome em especial estava como tópico.

Projeto Estrela-da-Manhã

LAURA: Experimentos em crianças, fogo, luz, força, estrela... O que isso quer dizer?!

Ela junta todos os papéis em sua bolsa, mas quando abre a porta é surpreendida pelo homem encapuzado. Ele avança sobre Laura e arranca sua bolsa, ela tenta reagir, mas fica perplexa ao ver que um dos braços do sujeito se trata de uma prótese mecânica.

LAURA: O que você é?!

**: A mais perfeita das criações do nosso pai. 

Ele golpeia Laura para desacordá-la e tranca a porta do escritório indo embora com os documentos. Ele percebe que o incêndio que provocou já estava se alastrando e que logo aquele prédio iria ruir. Na saída, ele usa sua pistola pra finalizar os seguranças que haviam sido desacordados.

Cena 12:

Quartel dos Bombeiros // Interna // Noite

A sirene de emergência é acionada. Um dos esquadrões que estava de prontidão se prepara para ir ao local do incêndio no Centro de Pesquisa. Dentre os soldados, estão Antônio e Pedro. O general se aproxima do veículo.

GENERAL: Preparem-se, homens. O fogo está se alastrando muito rápido. Se não controlarmos as chamas, uma tragédia ainda maior pode acontecer.

Antônio sinaliza positivamente para o general.

ANTÔNIO: Não se preocupe senhor. Vamos cumprir a nossa missão.

O veículo segue até o local do incêndio.

Cena 13:

Frente do Centro de Pesquisa // Externa // Noite

O veículo dos bombeiros estaciona ali. Alguns bombeiros preparam as mangueiras com água, enquanto Antônio e Pedro vestem seus trajes anti-chamas para entrarem no local. Pedro percebe a seriedade de Antônio.

PEDRO: Dia difícil, amigo? Você tá tão calado e sério.

ANTÔNIO: Só tô pensando num jeito de fazer você parar de falar tanto.

Pedro ri.

PEDRO: Você é muito desnecessário, cara.

De repente, uma pequena explosão seguida de gritos de socorro chamam a atenção dos dois.

PEDRO: Não fomos informados de que havia gente com vida lá.

ANTÔNIO: Tem algo errado aqui. Vamos.

Os dois entram ali e logo se deparam com os corpos das vítimas do homem encapuzado.

ANTÔNIO: Pedro, vai chamar o socorro, urgente. Eu vou subir, os gritos estão vindo lá de cima.

PEDRO: Beleza, companheiro. Vê se não morre, hein?!

ANTÔNIO: Qual o nosso lema mesmo?

PEDRO: Uma vida por outra.

ANTÔNIO: Isso.

Antônio segue ao andar de cima enquanto Pedro vai emitir um sinal para o socorro.

Cena 14:

Garagem da delegacia // Externa // Noite

Victor se dirige até seu carro ao lado da também policial Camila, sua companheira. Os dois seguem calados, até que ela quebra o silêncio.

CAMILA: Soube por alto que você teve uma conversa afiada com o novo delegado.

VICTOR: Soube por alto ou ouviu tudo? Ouvir conversa alheia é feia, sabia?

CAMILA: Na verdade foi o próprio Nicolau que me contou. Ele disse que te achou uma figura.

Victor para ao lado do seu carro e abre a porta.

VICTOR: Ele te disse? Achei que tinha intimidado ele.

CAMILA: Quem você espera enganar com essa marra toda e a cicatriz no rosto? Conheço o garotão desconfiado que você é.

VICTOR: Falou a sabe tudo.

Victor abre a porta do carro, entra e fecha na cara de Camila.

CAMILA: Ué, não vai me dá uma carona?

VICTOR: Pensei que ia pegar uma carona com o seu novo amigo.

Victor ri sadicamente. Camila se aborrece, mas logo entra no carro e ele a leva pra casa.

Cena 15:

Hospital Central // Interna // Noite

Carolina se dirige às pressas até a UTI para ajudar no socorro ao pai, mas quando entra no quarto, se depara com a pior cena possível. Ramiro não resiste e acaba falecendo.

CAROLINA: Não... Pai!!!

Ela corre até ele e tenta reanimá-lo desesperadamente. Raul escuta o desespero dela e entra ali, Verônica o acompanha.

RAUL: Carol... Carol, me escuta! Não há nada que você possa fazer. Eu sinto muito. Muito mesmo.

Raul segura Carolina. Ela o abraça e começa a chorar. Verônica finge desespero.

VERÔNICA: Meu amado... O que aconteceu com você?! Tivemos um dia tão feliz.

Carolina corre pra abraçar Verônica. Raul observa a situação e fica incomodado.

RAUL: Mãe, talvez a Carolina queira ficar sozinha.

VERÔNICA: Tem razão, filho. Carol, vou organizar o funeral.

Carolina segura Verônica.

CAROLINA: Por favor, fica.

Carolina se dirige ao pai e senta ao seu lado.

CAROLINA: Era tudo que ele queria. A família toda reunida. Ele sempre me disse isso. Ele nos amava.

Carolina põe as mãos no peito e no rosto de Ramiro. Ao olharem a cena, Verônica e Raul ficam perplexos com a cena. Uma luz branca no formato de aura emana das mãos de Carolina. De repente, Ramiro abre os olhos e suspira como se o ar tivesse explodido dentro de seus pulmões.

RAUL: Carolina...

Raul puxa Carolina e a afasta de Ramiro. Verônica se desespera e encara Ramiro.

CAROLINA: Pai?!!! Pai!!!

Ramiro se esforça, mas não consegue falar. Ele ergue o braço com muita força e aponta pra Verônica. Carolina o observa completamente em pânico.

Cena 16:

Casa de Camila // Externa // Noite

Victor para o carro e Camila desce. Ele a observa enquanto vai embora, mas quando ela percebe, ele tenta disfarçar. Camila ri.

CAMILA: Não tá afim de entrar? Ou tem algo melhor pra fazer?

VICTOR: Na verdade eu tenho.

Victor liga o carro.

CAMILA: Sério isso?!

Camila se irrita quando ele vai embora.

CAMILA: Babaca.

Ela entra em casa.

Cena 17:

Bar // Interna // Noite

Victor estaciona em frente ao local e entra, já com roupas casuais e desarmado. Ele vai até o balcão e logo é servido. O tempo passa e ele fica levemente desnorteado, ele já está um pouco bêbado. Três indivíduos entram no local e sentam ao lado dele. Um deles o provoca.

SUJEITO: A donzela não tá afim de desocupar o lugar não? Eu tô afim de sentar.

VICTOR: E se eu não tiver afim? Eu sou uma autoridade, posso te prender por desacato.

O sujeito percebe que Victor está bêbado e ri junto dos colegas.

SUJEITO: Ouviram isso?! Ele é uma autoridade!

Os três caem na gargalhada. Nesse instante, Victor levanta e parte pra cima do sujeito, tentando o empurrar, porém não consegue.

SUJEITO: Cê tá de brincadeira, né?

O sujeito parte pra cima de Victor e o golpeia no rosto. Victor cai de cara no chão. Nesse instante, ele apenas consegue ouvir o som abafado dos três indivíduos rindo. Ele tem uma lembrança de um pesadelo que viveu no passado.

Cena 18: FLASHBACK

Rua em Olímpia // Extrerna // Noite

O ano é 1988. Victor, ainda criança caminha com seu pai por uma calçada. Ele parece se divertir ao ouvir uma história. De repente, seu pai leva um tiro silenciado na cabeça e morre na hora. O pequeno se desespera.

VICTOR: PAI!!! PAI!!!

Ele se debruça ao corpo do pai. Logo, um homem usando um capuz preto se aproxima e o puxa pelo braço. Victor se debate e tenta escapar, porém leva um golpe no rosto com algo que parece ser mecânico. Ele cai no chão e o corte no rosto começa a sangrar.

FIM DO FLASH BACK

Victor volta a ouvir com mais clareza àqueles indivíduos rindo. Seus olhos começam a brilhar levemente e seus punhos ao serem fechados emanam pequenas faíscas de energia. Ele se levanta e golpeia um dos indivíduos com tal força que ao se chocar contra a parede, o barulho de ossos quebrando é escutado.

VICTOR: Àquela noite eu não pude me defender. Mas agora eu posso.

Os outros dois indivíduos tentam fugir assustados, mas Victor os segura e choca suas cabeças uma com a outra, os desmaiando na hora. Ele parece estar fora de si e aparentemente em êxtase. As pessoas que presenciaram a cena o olham assustadas.

Cena 19:

Centro de Pesquisa // Externa // Noite

Uma multidão se aglomera em frente ao local e assiste ao trabalho dos bombeiros. Dentre a multidão está Amélia. Ela fura o bloqueio de segurança e tenta avançar, mas é segurada por Pedro.

PEDRO: Minha senhora, é uma área de risco! Você não pode estar aqui.

AMÉLIA: Minha filha está lá dentro!!! Ela deve estar precisando de ajuda!!! Por favor, ajuda ela!!!

Amélia grita desesperada.

PEDRO: Senhora! Senhora, se acalme. O meu parceiro está lá dentro, ele vai ajudá-la.

AMÉLIA: Quem?! Quem está lá dentro com a minha filha?!

Antes que Pedro possa responder, uma explosão acontece ali dentro e chama a atenção de todos, principalmente dos dois, que olham algo admirados.

Ao som de Willyecho - Welcome to the Fire

As chamas ali dentro que parecem obedecer algo, vão apagando aos poucos, como se estivessem dando passagem à Antônio que caminha em direção à saída carregando Laura em seus braços.

FIM DO EPISÓDIO

Cena Extra:

Bunker numa floresta // Interna // Noite

O homem encapuzado responsável pelo incêndio no Centro de Pesquisa entra ali. Ele é recebido por ninguém menos que Wolfgang.

WOLFGANG: Que bom que voltou, meu filho. Trouxe o que lhe pedi?

**: Sim, meu pai. Aqui está.

Ele entrega a bolsa de Laura para Wolfgang.

WOLFGANG: Pode descansar agora.

Antes de ir, o homem tira o capuz e encara Wolfgang.

**: Pai... Eu tenho nome?

WOLFGANG: Não, meu filho. Mas eu sei o que você é.

**: O quê?

WOLFGANG: Sniper.

Ele vai embora. Wolfgang segue para outra sala, onde um homem o espera. À sua frente uma máquina aparentemente ligada.

WOLFGANG: Lindo, não é?! A fonte de todo conhecimento que já existiu.

O homem ali se revela, é Nicolau.

NICOLAU: É maravilhoso.

Os olhos de Nicolau parecem brilhar ao olhar à máquina à sua frente. Ele parece estar em algo semelhante à hipnose.

WOLFGANG: Não só uma fonte de conhecimento, mas também de poder.

Wolfgang pega os documentos que Sniper roubou de Laura.

WOLFGANG: Ah... Minhas criações... Meus meninos. A força, a luz e o fogo de uma estrela. A minha Estrela-da-Manhã. Uma pena que ela precisará ser apagada.

Wolfgang se dirige até a máquina e aperta alguns botões em sequência. Um brilho amarelo começa a surgir de dentro do aparelho, logo é revelado que ali dentro, está o Coração da Mente.

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