Logotipo da web série (Foto: Divulgação)
Produção Original MF
Uma série escrita por Tiago Santos
Episódio 04
Cena 01:
Bunker de Wolfgang // Interna // Madrugada
Após finalizar algum trabalho, Wolfgang se senta em uma cadeira.
WOLFGANG: É chegada a hora.
Em sua mente, vem a imagem da visão que ele teve quando encontrou o Coração da Mente. Três pessoas com poderes fora do comum, porém a única pessoa que ele consegue reconhecer é Carolina que está no meio dos dois homens.
WOLFGANG: Mais cedo ou mais tarde, eu sabia que vocês viriam até mim. Só espero que o meu primeiro filho não me decepcione.
Ele se refere à Sniper que por sua vez está indo ao local conhecido como O Celeiro.
Cena 02:
Casa de Camila // Interna // Madrugada
Camila serve chá para Nicolau e Steve. Os três decidiram esperar Antônio, Victor e Carolina, que saíram em busca de Wolfgang e o Coração da Mente, em seu bunker na floresta.
CAMILA: Quero ver quem vai consertar o meu telhado.
Steve ri. Nicolau permanece inquieto.
NICOLAU: E se eles não conseguirem capturar Wolfgang e recuperar a joia? O que vamos fazer?
STEVE: Irei mobilizar equipes para procurarem por toda cidade, canto por canto, mas por enquanto vamos acreditar que eles conseguirão.
CAMILA: Isso tudo é muito louco... Aqueles três são as pessoas mais poderosas da terra! E eu conheço um deles.
STEVE: Eles não são os únicos, disso pode ter certeza. Vamos manter essa informação em sigilo.
NICOLAU: E se formássemos uma equipe? Pra proteger a cidade e o mundo quando a A.N.D.E não tiver por perto. Nós operando internamente e eles combatendo externamente.
CAMILA: Uma equipe de super-heróis?
NICOLAU: Uma equipe de pessoas de poderes extraordinárias.
No rosto de Nicolau, um olhar de confiança.
Cena 03:
Floresta // Externa // Madrugada
Antônio, Carolina e Victor andam pelo local, denso e escuro. Victor permanece calado e pensativo.
ANTÔNIO: Certeza que é por aqui?
CAROLINA: Sim, memorizei a trilha, mas ainda falta um bom caminho.
ANTÔNIO: Bem que você poderia iluminar o nosso caminho.
Antônio olha para Carolina que manipula energia com uma de suas mãos e ilumina o caminho.
VICTOR: Não é hora pra fazer piada, me levem até aquele desgraçado e de preferência fiquem quietos.
Algum tempo depois, os três chegam ao bunker.
CAROLINA: É aqui.
VICTOR: Deixa que eu abro.
Victor faz seus punhos brilharem e se prepara pra arrancar a porta de metal com um soco, porém Antônio o impede.
ANTÔNIO: Se chamarmos atenção podemos dar chance dele se preparar e também nem sabemos se ele tá aqui.
Os olhos de Carolina brilham. Ela sente a presença de Wolfgang.
CAROLINA: Ele tá aqui, de qualquer forma é bom ser discreto.
Antônio se aproxima da porta. Ele encosta sua mão na tranca e a derrete em segundos, abrindo-a.
VICTOR: Deixa que eu faço isso.
Victor passa na frente dos dois e entra. Antônio e Carolina vão atrás.
Cena 04:
Bunker de Wolfgang // Interna // Madrugada
Os três seguem pelo corredor principal da instalação que leva até o laboratório de Wolfgang, onde o mesmo está sentado e cabisbaixo.
WOLFGANG: Sempre soube que vocês voltariam para mim meus filhos.
ANTÔNIO: Sabemos o que você fez com a gente, viemos dar um final a isso.
WOLFGANG: Eu tive uma visão e nessa visão vocês três apareciam como minhas criações, foi por isso que assim os fiz, assim tinha que ser.
Wolfgang ergue a cabeça e olha nos olhos deles.
VICTOR: Você matou o meu pai!
Num movimento rápido, Victor avança sobre Wolfgang e o arremessa contra a parede. Seus olhos brilham e ele ergue Wolfgang pela cabeça com as duas mãos. Ele começa a apertar e suas mãos brilham.
WOLFGANG: Eu te tornei poderoso!
VICTOR: Vai morrer pelas mãos da sua criação.
Antônio fica tenso.
ANTÔNIO: Victor para. Precisamos dele!
Carolina avança sobre Victor e o toca na cabeça. Imediatamente ela entra em sua mente e presencia a triste memória do garotinho sendo arrastado, enquanto observa o corpo do pai na calçada. Victor larga Wolfgang e cai de joelhos.
VICTOR: Não é justo deixar ele viver.
ANTÔNIO: A justiça virá, não suje suas mãos com o sangue dele.
De repente, num ato de fúria, Carolina ergue Wolfgang com sua mente e o segura no ar.
CAROLINA: Cadê o coração? Responde.
Os olhos dela brilham intensamente.
WOLFGANG: Se refere a joia? Não se preocupe, ela está segura.
Carolina se irrita ainda mais e faz o corpo de Wolfgang se contrair. Antes de apagar completamente, Wolfgang olha fixamente pra Antônio e sorri. Carolina o larga.
CAROLINA: Ainda não acabou, ele tem uma arma com poder ilimitado escondida em algum lugar, precisamos encontrar o coração da mente.
VICTOR: Não é só a joia, aquele miserável que lutou comigo também precisa ser encontrado, ele se diz filho do Wolfgang.
ANTÔNIO: Será que ele é um de nós?
CAROLINA: É o que vamos descobrir.
Carolina levita Wolfgang com seu poder e os três saem do local. Antônio para na entrada do bunker.
ANTÔNIO: O fogo consumirá tudo aqui dentro, mas não se espalhará pela floresta.
Após dizer essas palavras, Antônio cria e manipula o fogo dentro do local, destruindo tudo de forma assustadora, provocando pequenas explosões. O fogo obedece Antônio e não se espalha pra fora.
Cena 05:
Delegacia // Interna // Dia
Antônio, Carolina e Victor estão na sala de Nicolau, que por sua vez está frente à frente com Wolfgang, o interrogando. Steve e Camila observam a situação pela janela.
CAMILA: Daria tudo pra ouvir o que eles estão falando.
STEVE: Não se preocupa, eu te conto depois.
Steve entra no local para participar do interrogatório. Wolfgang permanece calado, apenas olhando pra Nicolau.
NICOLAU: Como se sente agora me olhando e sabendo que não está me controlando mais? Deve ser frustrante.
WOLFGANG: Certeza? Vai ver ainda estou em sua mente.
CAROLINA: Não, não está, eu livrei ele. Você não tá na mente dele nem na nossa.
STEVE: Wolfgang, você só precisa nos dizer onde e com quem está aquela joia.
VICTOR: Tá na cara que ele mandou aquele tal de Sniper sumir com a joia.
WOLFGANG: Quanta perspicácia!
Victor avança sobre Wolfgang e o segura pela gola.
VICTOR: Me responde miserável... Por quê eu sou o único dos três que lembra de quando foi sequestrado? Me diz!
WOLFGANG: Não sei, vai ver a joia quis assim.
ANTÔNIO: Isso não faz sentido.
CAROLINA: Odeio admitir, mas faz. A joia tem consciência própria.
Victor larga Wolfgang.
CAROLINA: Mas não tem más intenções. Ela não iria deixar essa memória na mente do Victor apenas pra fazê-lo sofrer.
NICOLAU: Essa conversa não vai levar a lugar nenhum. Wolfgang está nos enrolando.
CAROLINA: Talvez eu saiba como encontrar a joia.
Carolina vai até Wolfgang e encosta suas mãos nele. Ela tenta invadir sua mente com seus poderes, mas algo a impede e a deixa enfraquecida ao ponto de precisar ser segurada.
ANTÔNIO: Carolina? Você tá bem?
Antônio a segura.
NICOLAU: O que aconteceu com ela?
WOLFGANG: Ela tentou invadir minha mente, mas parece que há um bloqueio.
Ele ri. Carolina consegue se recompor.
CAROLINA: A mente dele é inacessível...
Após algum tempo, Antônio resolve sair da sala e Steve o acompanha.
STEVE: Tem alguma ideia do que a gente possa fazer? Acho que seria válido dar uma esquentada nele.
ANTÔNIO: Não... Essa não seria uma boa ideia. O jogo dele é com a mente, talvez possamos fazer o mesmo.
STEVE: Pensou em algo?
ANTÔNIO: Vamos buscá-las.
Os dois saem da delegacia.
Cena 06:
Casa de Amélia // Interna // Dia
Antônio chega ao local acompanhado de Steve. Eles são recebidos por Laura.
LAURA: E aí? Alguma novidade?
ANTÔNIO: É uma longa história. Aconteceram várias coisas de ontem pra hoje, mas pegamos ele.
Ao ouvir de longe, Amélia se desespera. Ela sai correndo da cozinha e vai direto à sala falar com Antônio.
AMÉLIA: Cadê ele?! Por favor, me deixa falar com ele!
LAURA: Calma mãe. Vamos falar com ele.
AMÉLIA: Onde ele tá?
STEVE: Na delegacia. Estávamos interrogando ele, mas achamos que chegou a hora de vocês reencontrá-lo.
ANTÔNIO: Não tenho mais que vê-lo por enquanto. Podem ir, fico com a Clarita.
LAURA: Obrigada. Ela tá lá no quarto, vai lá matar a saudade dela.
Laura o abraça. Em seguida, ela e Amélia são levadas por Steve até seu carro. Antônio os observa indo embora.
Cena 07:
Delegacia // Interna // Dia
Steve chega na sala de Nicolau com Laura e Amélia. Ao ver Carolina, Laura vai até ela.
LAURA: Eu sabia que era você, doutora.
CAROLINA: Por favor, me chame de Carolina, não tenho mais direito de ser chamada assim.
AMÉLIA: Cretino!
Amélia reconhece Nicolau e se dirige até ele. Ela dá um tapa em seu rosto.
AMÉLIA: Isso é por mentir para todos.
Ela desfere outro tapa.
AMÉLIA: E isso é por envolver a minha filha nisso.
NICOLAU: Eu reconheço que merecia, mas agora não é hora.
Diz ele enquanto massageia o rosto esbofeteado.
LAURA: Cadê ele?
Nicolau leva Laura e Amélia à cela onde Wolfgang foi colocado. Victor e Carolina ficam ali na companhia de Steve. Victor quebra o silêncio.
VICTOR: Tomara que ela também bata assim nele.
Cena 08:
Casa de Amélia // Interna // Dia
Após preparar um lanche na cozinha, Antônio o leva numa bandeja para o andar de cima. Ele entra no quarto de Clarita e a encontra brincando nos pés da cama.
ANTÔNIO: Tá com fome, docinho?
Ele senta do lado da filha.
CLARITA: Que bom que tá aqui, papai.
ANTÔNIO: Eu tava morrendo de saudade de você, lamento por não ter vindo antes.
CLARITA: Tá muito ocupado com o trabalho?
Ela fala enquanto abocanha o sanduíche.
ANTÔNIO: Tecnicamente sim. Digamos que seja uma obrigação temporária, mas quando acabar, eu venho correndo pra brincar de boneca com você.
CLARITA: Não tá muito velho pra brincar de boneca?
Os dois riem e em seguida se abraçam.
ANTÔNIO: Te amo, docinho.
De repente, o celular de Antônio toca e ao ver que é Pedro, ele atende.
PEDRO: Antônio, cadê você amigo? Você deveria tá aqui no quartel.
ANTÔNIO: Esses últimos dias têm sido uma bagunça, não tive tempo de voltar.
PEDRO: Aconteceu uma tragédia. Um incêndio terrível no hospital.
Antônio fica assustado.
ANTÔNIO: O quê?!
PEDRO: Nosso esquadrão tá indo pra lá, por favor, vem com a gente.
A ligação é cortada. Antônio continua assustado.
CLARITA: Papai, o que houve?
Ele não responde.
Cena 09:
Delegacia // Interna // Dia
Nicolau, Laura e Amélia chegam na cela onde Wolfgang está. Amélia vai até ele que está de costas. Os dois ficam a poucos metros, porém separados pelas grades.
AMÉLIA: Como você teve a coragem de fazer isso comigo? Com a sua filha.
Wolfgang se vira e dá alguns passos em direção à ela. Os dois se olham cara a cara.
WOLFGANG: Oi meu amor.
AMÉLIA: Não fala assim comigo, hipócrita.
WOLFGANG: Eu gostaria de me explicar, mas vocês não entenderiam.
Wolfgang olha pra Laura que caminha até ele.
LAURA: Por quê mandou o Nicolau me procurar? Pra me fazer ir até o centro de pesquisa e depois mandar o seu outro "filho" quase me matar.
WOLFGANG: Eu não tive escolha minha filha. Você se envolveu com meu outro filho, isso foi inaceitável.
LAURA: O quê? Eu não acredito que você tá me falando isso... Acha que eu e o Antônio somos irmãos?
WOLFGANG: Sim. Você, ele, Victor, Carolina. Todos são meus filhos.
LAURA: Essa sua ideologia de ser pai de todos é doença. Você não é pai deles e nem meu.
Laura se afasta.
AMÉLIA: Eu só queria olhar na sua cara mais uma vez seu desgraçado e dizer o quanto você fracassou. Achou que criaria armas de destruição, os filhos que fariam a sua vontade... Mas a criação se voltou contra o criador! Abandonou sua família por isso e olha onde tá agora.
WOLFGANG: Acha mesmo que fracassei?
LAURA: O que ele tá querendo dizer?
NICOLAU: De fato, enquanto Sniper e a joia não estiverem com nós, ele ainda tem uma vantagem, mesmo atrás das grades.
Steve chega ali acompanhado de Victor e Carolina.
STEVE: Os agentes da minha divisão estão mobilizados por toda cidade à procura da joia. Ninguém entra ou sai de Olímpia enquanto não os encontrarmos.
VICTOR: Eu e a doutora aqui também vamos atrás daquele miserável.
STEVE: Preciso levar as duas para casa em segurança.
Antes de Steve levar Laura e Amélia embora, Wolfgang chama a atenção de Laura.
WOLFGANG: Filha... Logo você verá que foi um erro se envolver com o Antônio.
Laura o ignora e vai embora. Victor se aproxima de Wolfgang.
VICTOR: Quando tudo isso acabar, vamos acertar as contas.
Victor o encara com sangue nos olhos. De repente, chega a Nicolau a informação sobre o incêndio no Hospital Central. Ele encara Carolina perplexo.
CAROLINA: O que houve Nicolau? Você tá bem?
NICOLAU: Carolina, Victor.... O hospital tá em chamas.
Os dois olham Nicolau assustados.
Cena 10:
Casa de Amélia // Interna // Dia
Laura e Amélia chegam trazidas por Steve, que as acompanha até a porta.
STEVE: Estarão seguras aqui, é uma promessa.
LAURA: Obrigada Steve. Você tem nos ajudado muito nesses últimos dias.
STEVE: É o meu trabalho.
Steve vai embora e Laura fecha a porta. Ela sobe ao andar de cima e vai até o quarto de Clarita.
LAURA: Ele não disse nada, Antônio...
Ela se surpreende ao não ver Antônio.
CLARITA: O papai saiu. Ele disse que ia trabalhar.
LAURA: Trabalhar? Como ele pôde deixar você sozinha?!
Do andar de baixo, Amélia chama Laura com um grito.
AMÉLIA: Laura! Vem ver isso minha filha!
Laura desse as escadas depressa.
LAURA: Mãe, acredita que o Antônio deixou a Clarita sozinha?
De repente, Laura se assusta ao ver na TV a cobertura ao vivo do incêndio no hospital.
LAURA: Meu Deus...
Ela vê o fogo tomando conta do local.
Cena 11:
Fachada do Hospital // Externa // Dia
Vários caminhões dos bombeiros estão na frente do local lutando contra as chamas, que estão cada vez mais fortes. Num deles está Pedro, que avista de longe um casal furando o bloqueio de segurança, são Victor e Carolina. Ela está visivelmente emocionada.
VICTOR: Tem ideia do que a gente pode fazer?
CAROLINA: Dezenas de pessoas estão aqui dentro... Fiz um juramento de salvar o máximo de vidas possível e é isso que eu vou fazer.
Quando suas mãos brilham, ela derruba uma das paredes frontais, facilitando o acesso.
CAROLINA: Tire o máximo de pessoas que você conseguir.
A aura de luz branca envolve Carolina e ela consegue entrar em meio às chamas. Ela também cobre Victor com a mesma aura.
VICTOR: Não sei lidar muito bem com fogo, mas não custa tentar.
Victor entra no local. Pedro chega ali correndo pra tentar impedi-los, mas eles já estão dentro.
PEDRO: EI... Saiam daí, vocês não têm o preparo pra isso!
De repente, Antônio aparece.
ANTÔNIO: Relaxa amigo. Eles são os mais preparados pra isso.
PEDRO: Cadê sua roupa cara?!
ANTÔNIO: Se afasta.
Antônio ergue suas mãos em direção ao hospital e aos poucos vai tirando as chamas de dentro, jogando o fogo pelas janelas e fazendo se dissipar no ar. Uma grande labareda sai pela cobertura do local e todos ao redor ficam abismados.
PEDRO: Então é mesmo verdade?! Você controla o fogo...
Pedro fica admirado.
Antônio olha pra Pedro, enquanto ainda está com as mãos erguidas.
ANTÔNIO: Ainda há muito fogo lá dentro, preciso retirar tudo. Leve homens lá pra dentro, precisamos salvar todos.
Diz ele retirando mais chamas de dentro do hospital.
PEDRO: Pode deixar cara.
Pedro se reúne com outros bombeiros e entram no local.
Cena 12:
Delegacia // Interna // Dia
Nicolau retorna à carceragem pra falar com Wolfgang e ao chegar o encontra com ar de riso.
NICOLAU: Tá achando alguma coisa engraçada?
Nicolau abre a cela de Wolfgang e entra.
WOLFGANG: Veio ver se eu preciso de algo?
NICOLAU: Eu vim te dar exatamente o que você precisa.
Nicolau desfere um soco no rosto de Wolfgang, que o faz cair. Ele leva a mão à boca e vê o sangue.
NICOLAU: Foi você que mandou o Sniper incendiar o hospital, não foi?
Nicolau levanta Wolfgang do chão e desfere outro soco, o derrubando novamente.
WOLFGANG: Eu não sei do que você tá falando. Eu não mandei ninguém fazer nada.
NICOLAU: Por via das dúvidas...
Nicolau dá um chute em Wolfgang.
NICOLAU: Abandonou sua família.... Me fez de escravo, bagunçou a minha mente... Fez experimentos mortais em crianças...
Nicolau dá mais um chute. Wolfgang fica sem ar.
WOLFGANG: Era meu destino fazer isso! Não me arrependo de nada.
Nicolau: Eu sei disso, mas saiba que a sua queda já iniciou. Talvez quando tudo acabar, eu possa deixar o Victor fazer o que quiser com você e olha, ele tá bem furioso.
Nicolau sai da cela e a tranca novamente. Wolfgang levanta com dificuldade.
WOLFGANG: Não ria ainda Nicolau. Você não sabe o que está por vir.
Ele ri, deixando à mostra os dentes vermelhos de sangue. Nicolau vai embora.
Cena 13:
Hospital Central // Interna // Dia
Victor caminha por um dos corredores do local à procura de possíveis vítimas nos quartos. Ele quebra as paredes e portas com seus punhos, mas não encontra ninguém, até que avista no fim do corredor, um homem caído no chão.
VICTOR: EI!
Victor se aproxima dele, que mesmo com o corpo completamente queimado ainda está vivo. O homem faz força pra falar com Victor. É Raul.
VICTOR: Preciso tirar você daqui, a Carolina pode te ajudar.
RAUL: Carolina?! Foi por causa dela que eu fiz isso! A vingança me consumiu e queimou o meu corpo!
VICTOR: Do que você tá falando?
RAUL: Ela tirou o meu mundo de mim, nada mais justo que eu tirar o dela!
Antes mesmo que Victor possa responder, uma grande explosão acontece ali e as chamas, após cobrirem Raul de vez, avançam sobre Victor, que corre para escapar. Ele se joga para tentar escapar.
VICTOR: AHH!!!
De repente, Antônio surge ali e segura as chamas com suas mãos, salvando Victor. Ele respira aliviado.
VICTOR: Eu falei que não sabia lidar com fogo.
Enquanto isso, no andar de cima, Carolina usa seus poderes para tentar encontrar mais pessoas pelo prédio, mas não há mais ninguém com vida ali, apenas inúmeras vítimas.
CAROLINA: Não... Não...
Ela começa a se desesperar enquanto caminha pelas chamas, estando protegida pela aura em torno dela. Ela cai de joelhos.
CAROLINA: NÃO!!!
A aura formada em volta dela se transforma numa grande e forte explosão de luz, que faz o prédio estremecer. Antônio e Victor reconhecem o grito.
VICTOR: É a doutora.
ANTÔNIO: Vamos pegá-la e sair daqui logo.
Os dois vão ao encontro de Carolina.
Cena 14:
Fachada do Hospital // Externa // Noite
Na porta do hospital, Antônio, Carolina e Victor acompanham de longe o trabalho dos bombeiros para que as chamas não retornem e o socorro às poucas vítimas da tragédia que sobreviveram.
ANTÔNIO: Deveríamos ter salvo todos.
CAROLINA: Chegamos tarde demais.
VICTOR: Aquele homem que eu encontrei lá dentro, Raul... Ele deixou bem claro que fez isso pra se vingar de você, doutora.
Carolina olha pra Victor, mas não responde.
VICTOR: Pelo quê ele iria se vingar? O que você fez?
Carolina se emociona ao ver o hospital totalmente destruído e em seguida olha para as vítimas sendo levadas para as ambulâncias. Ela decide ir até lá.
ANTÔNIO: Onde você vai Carolina?
CAROLINA: Meu poder é curar, não é? Devo isso à quem sobreviveu.
De repente, Laura chega ali e abraça Antônio.
LAURA: Acompanhamos tudo pela TV. Vimos o que você fez.
ANTÔNIO: Não foi o suficiente, nós fracassamos.
Uma lágrima desce pelo rosto de Antônio e Laura a limpa.
LAURA: Não diz isso. Vocês fizeram o melhor que poderiam ter feito.
VICTOR: Então se for assim, o nosso melhor não é o suficiente pra evitar o pior.
Victor vai embora. Carolina entra nas ambulâncias ali perto e usa seus poderes para curar as pessoas gravemente feridas pelas chamas. Laura abraça Antônio e tenta confortá-lo.
LAURA: Vai ficar tudo bem.
Cena 15:
O Celeiro // Interna // Noite
Sniper faz ajustes elétricos em uma máquina dentro de um grande berço de metal. Após o trabalho manual, ele levanta e vai até a maleta onde está o coração da mente.
SNIPER: O toque final.
Ele pega a maleta e coloca dentro do berço, fechando o enorme recipiente e ativando uma grande carga elétrica. Algum tempo depois, ele abre o berço e uma espécie de androide sai de dentro.
SNIPER: Bem-vinda à vida, minha irmã.
O androide se levanta do berço e vai flutuando até Sniper, ficando frente à frente com ele.
ANDROIDE: Fui concebida única e exclusivamente para cumprir um propósito.
Uma luz amarela começa a sair de seu peito, logo Sniper percebe que é o Coração da Mente e que a joia está em uso.
SNIPER: E qual seria esse propósito?
ANDROIDE: Liderar a grande legião de nosso pai, a Legião de Ferro.
Sniper ri. Ela se dirige até um local onde estão inúmeras cápsulas que ela abre por meio de seu próprio sistema. Vários outros robôs com aparência semelhante à dela saem das cápsulas e são controlados por meio do coração da mente.
SNIPER: É apenas o começo.
Sniper a leva até os andares de baixo do celeiro, onde estão mais e mais cápsulas, todas sendo ativadas por ela.
ANDROIDE: É chegada a hora.
FIM DO EPISÓDIO
Cena extra:
Delegacia // Interna // Noite
Nicolau está em sua mesa refletindo sobre o encontro com Wolfgang mais cedo. Ele tenta reaver suas memórias mais antigas, mas quanto mais pensa, mais as lembranças se embaralham em sua mente.
FLASHBACK
1988. Wolfgang leva Nicolau até seu laboratório, num recém construído bunker.
WOLFGANG: Há alguns meses encontrei uma joia, meu amigo. E essa joia me revelou algo extraordinário.
Wolfgang senta Nicolau numa cadeira em frente à uma máquina.
NICOLAU: Eu não quero participar dos seus planos. Isso é doentio.
WOLFGANG: Você não tem escolha.
Wolfgang liga a máquina, que na verdade é o Motor de Controle Massivo, transformando Nicolau em seu escravo mental pela primeira vez.
FIM DO FLASHBACK
NICOLAU: Não... Não é essa a lembrança que eu busco...
Nicolau volta a tentar lembrar.
FLASH BACK
1998. Nicolau acompanha Wolfgang e Sniper até o local chamado de O Celeiro. Ele se espanta ao andar em meio à tantas cápsulas.
NICOLAU: O que vai fazer com tudo isso?
WOLFGANG: Essas cápsulas serão responsáveis por guardar minhas próximas criações até o momento certo, se preciso for.
NICOLAU: E para quê servirão suas próximas criações?
WOLFGANG: Lembra que há dez anos eu te pedi pra eliminar as três cobaias? Eu sei que não fez isso. Se por acaso no futuro, os três não estiverem do meu lado, aí sim eu usarei o que essas cápsulas guardarão. A Legião de Ferro.
FIM DO FLASH BACK
Nicolau logo se dá conta do que estar por vir.
NICOLAU: Ah, não...
Comentários
Postar um comentário