Extraordinários #QuintoEpisódio

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Produção Original MF

Uma série escrita por Tiago Santos.

Episódio 05

Cena 01:

Delegacia // Interna // Noite

Nicolau, após cair na real e descobrir o que Wolfgang estava planejando, se reúne com Steve e Camila em sua sala.

NICOLAU: Vocês devem estar se perguntando o por quê de eu ter chamado vocês aqui.

STEVE: Algo sobre Wolfgang, ele disse alguma coisa?

NICOLAU: Não. Graças à Carolina, estou recuperando minhas memórias pouco à pouco. Foi assim que eu descobri.

STEVE: O que exatamente você descobriu?

NICOLAU: Ele tem um plano de contenção, para o caso dos três não ficarem do seu lado. De alguma forma ele sempre soube que eu não os matei quando fui ordenado, logo, ele planejou usá-los como armas.

CAMILA: Foi exatamente isso que não aconteceu. Os três se voltaram contra ele.

STEVE: Mas que plano de contenção é esse?

NICOLAU: Dezenas de androides que ele mesmo construiu ao longo desses anos, controlados por uma mente superior, a tal joia. Invadirão a cidade e destruirão tudo até chegar nos três, é um verdadeiro apocalipse robô.

CAMILA: Meu Deus... Sabe quando essa invasão vai acontecer? Precisamos nos preparar.

NICOLAU: Por isso que eu chamei vocês aqui. É imprevisível, à qualquer momento eles invadirão.

STEVE: O que faremos?

NICOLAU: É hora de colocar aquele nosso plano em prática. Vou dizer o que vocês terão que fazer.

Steve e Camila o olham atentamente.

Cena 02:

Apartamento de Victor // Interna // Noite

Victor está sentado em uma cadeira em frente à janela ainda quebrada, observando a barulhenta e iluminada Olímpia. Ao seu lado, várias garrafas de cerveja vazias. Camila entra ali.

CAMILA: Victor?

Ela percebe que Victor está arrasado.

CAMILA: Para de fazer isso com você.

VICTOR: Fazer o quê? Não tô fazendo nada.

CAMILA: Tá se enchendo aí porque acha que fracassou.

VICTOR: E não foi isso que aconteceu?

Camila pega uma cadeira e senta ao lado dele.

CAMILA: Vocês não fracassaram, apenas não chegaram a tempo.

VICTOR: Quando eu entrei pra corporação, pensei que a minha vocação era ser policial, mas agora eu vejo que eu tava errado.

CAMILA: Com ou sem vocação, nós precisamos de você.

VICTOR: Ninguém precisa de mim.

CAMILA: Olímpia precisa.

Camila levanta e estende a mão para Victor.

CAMILA: Você precisa de um incentivo.

Victor a encara.

Cena 03:

Quartel dos Bombeiros // Interna // Noite

Antônio acaba de tomar banho e vai direto ao seu alojamento. Ao chegar, ele é surpreendido por Laura, que estava o esperando.

LAURA: Você tá melhor?

ANTÔNIO: Vou superar. Eu sempre supero.

Ele ri meio sem graça.

LAURA: Eu pensei em te ligar, mas acho que o assunto é muito importante pra falar pelo celular. E também você deixou o seu celular lá em casa.

Laura tira o celular de Antônio de seu bolso e o entrega.

ANTÔNIO: Acho que foi no momento de pressa, acabei esquecendo... Mesmo assim cheguei tarde.

LAURA: A Clarita me disse que você ia trabalhar e também disse que te incentivou a ir mesmo deixando ela sozinha.

ANTÔNIO: Ela é um amor... Mas e aí, que assunto é esse que você falou?

Laura pega a mão de Antônio. Nesse instante, os dois se olham nos olhos.

FLASH BACK

Alguns meses antes do incêndio no Centro de Pesquisa. Antônio vai até a casa de Amélia pra conversar com Laura, mas logo a conversa se transforma numa discussão.

ANTÔNIO: Eu só te peço uma chance. Uma chance pra te provar que eu mudei.

LAURA: Suas promessas são vazias Antônio. O que você me promete nunca cumpre.

ANTÔNIO: Eu te amo, amo a nossa família! Mas você tem que entender, o trabalho é a minha vida.

LAURA: Não quero que você me troque pelo trabalho. Eu só quero que você se divida igual entre ele e nós. Enquanto a fração maior for do trabalho, você deve ficar longe.

ANTÔNIO: Tá me expulsando da minha própria casa? Da minha própria família?!

Laura segura o choro, mas as lágrimas ainda escorrem.

LAURA: A maior parte da casa ainda é da minha mãe. E sim, eu quero um tempo pra pensar. Por enquanto, você pode continuar morando no alojamento, não era lá que você tava nesses últimos dias?

ANTÔNIO: A Clarita não merece isso. Mas eu vou te respeitar e ir embora. Só espero que você pense bem, e não destrua a nossa família.

Antônio vai embora, batendo a porta com força. Nesse instante, Laura desaba.

FIM DO FLASH BACK

Os dois continuam de mãos dadas e com os rostos cada vez mais próximos um do outro.

LAURA: Queria ter vindo aqui pra te dizer o quanto fui burra em ter feito aquilo, mas vim aqui pro outro motivo.

Antônio larga a mão dela e se afasta.

ANTÔNIO: O que foi?

LAURA: Alguém tá te esperando lá em casa. Ele quer muito falar com você.

ANTÔNIO: Quem?

Cena 04:

Mansão // Interna // Noite

Carolina retorna à sua casa vários dias depois. Em todo canto que ela olha, ela lembra da imagem do seu pai e logo começa a chorar. Ela sobe ao seu quarto e se encara no espelho.

CAROLINA: Qual o meu propósito? Vai, me diz! Desde que eu descobri esses poderes, só coisas ruins têm acontecido comigo e com todos ao meu redor.

Ela olha pras mãos, que começam a emanar energia. Ela torna a olhar pro espelho e vê seus olhos brilhantes.

CAROLINA: Você não é alguém que salva vidas, Carolina... É alguém que tira...

Furiosa, ela quebra o espelho em vários pedaços com a força da sua mente. De repente, ela escuta a voz de alguém no quarto e se contém.

CAROLINA: O que você tá fazendo aqui?

Ela vira e avista Nicolau sentado em sua cama.

NICOLAU: Eu vim te impedir de se auto punir desse jeito Carolina.

CAROLINA: Tá me seguindo agora?

NICOLAU: Cheguei aqui primeiro que você.

CAROLINA: E veio fazer o quê?

NICOLAU: Sei o quanto tá se achando incapaz e o que está sofrendo por perder quem ama, mas vim te oferecer a chance de mudar isso.

Carolina se aproxima de Nicolau e senta ao seu lado.

NICOLAU: Vem comigo. Estamos formando uma equipe.

Cena 05:

Casa de Camila // Interna // Noite

Victor e Camila estão no local sentados em uma mesa, quando Carolina e Nicolau chegam.

CAMILA: Cadê o Steve?

NICOLAU: Eles já deveriam estar aqui.

Carolina senta ao lado de Victor e Camila.

VICTOR: Então isso é coisa sua Nicolau?

Victor se levanta e o encara frente à frente.

VICTOR: Não consegue arrancar uma informação do Wolfgang, aí acha que ficar nos unindo toda hora vai ajudar. Você não passa de mais uma versão dele com a mesma intenção de nos usar.

CAMILA: Victor, por favor...

NICOLAU: Acho que o Steve deve ter contado tudo pro Antônio, então, devemos começar.

Camila convence Victor a voltar para seu lugar. Logo, Nicolau começa a contar seu plano.

NICOLAU: Surgiu a ideia de reunir um grupo de pessoas extraordinárias... Pra ver se elas se tornariam algo mais e pudessem travar as batalhas que nós não conseguíssemos.

Camila levanta.

CAMILA: Mas quando essa ideia surgiu, não tínhamos noção do que estava por vir.

NICOLAU: O plano do Wolfgang é eliminar vocês a todo custo. Pra isso, uma orda de androides invadirão a cidade.

CAROLINA: Tendo o Coração da Mente em mãos, Sniper pode fazer isso sem dificuldades.

NICOLAU: Essa invasão pode acontecer à qualquer momento, por isso precisamos nos preparar.

CAMILA: Impedir essa invasão à cidade é uma ótima justificativa pra vocês se unirem.

NICOLAU: Wolfgang também espera escapar da prisão, mas enquanto vocês lutam contra os androides, cuidaremos pra que isso não aconteça.

VICTOR: E como você tem tanta certeza de que é isso mesmo que vai acontecer?

NICOLAU: Não confio muito na minha mente, mas foi o que consegui lembrar. Esses androides ficaram todo esse tempo num local chamado O Celeiro. Sniper levou a joia pra lá e certamente os deu vida com ela.

CAROLINA: Eu tentei pegar a joia quando escapei do bunker, mas algo me impediu.

VICTOR: E por quê não ir até lá e destruir tudo antes que isso aconteça. Não pensou nisso antes?

NICOLAU: Era essa a ideia. Mas não consigo lembrar onde O Celeiro está. Não podemos perder tempo, temos que agir.

VICTOR: Pelo amor de Deus...

Victor fica inquieto.

NICOLAU: Eu tentei lembrar, eu juro. Mas minha mente ainda está bagunçada.

De repente, Steve e Antônio entram ali.

ANTÔNIO: Essa é a chance que temos de saber se realmente somos capazes. Mesmo que tenhamos fracassado hoje, precisamos tentar.

Carolina levanta.

CAROLINA: Eu tô dentro, seja lá o que vamos fazer, vamos fazer juntos.

Antônio e Carolina sinalizam positivamente um para o outro. Todos olham pra Victor.

VICTOR: Tudo bem.

Ele também levanta.

VICTOR: Mas quando tudo isso acabar, quero acertar as contas pessoalmente com o Wolfgang. Depois disso, cada um por si.

STEVE: Que bom que estamos de acordo. Nicolau...

NICOLAU: Deixa comigo.

Nicolau se dirige à uma estante de livros e puxa um dos livros, fazendo com que aquela estante gire em torno da parede, revelando uma espécie de vitrine do outro lado.

VICTOR: Tá legal... Isso aqui tá bem estranho.

CAROLINA: O que é isso?

NICOLAU: Assim que essa ideia surgiu, pedi ajuda ao Steve e a Camila pra me darem suporte, foi aí que criamos uma iniciativa. A Iniciativa Extraordinários.

Logo, são revelados três uniformes especiais dentro da vitrine iluminada, estando o de Carolina no centro. Todos possuem um "E" estampado no peitoral. Os três olham admirados para os trajes.

NICOLAU: É um presente que a A.N.D.E. enviou. Cada um possui um sistema de comunicadores entre si e entre nós. Isso nos ajudará no campo de batalha.

STEVE: Vocês sabem quais são os seus poderes, mas não sabem onde eles podem levá-los. Os trajes ajudarão no caso de um possível descontrole ou elevação de energia. Se conectem aos trajes.

NICOLAU: Vão para casa, descanse, se preparem. A qualquer momento iremos chamá-los.

CAMILA: Estamos ligados em tudo na cidade, ao menor sinal de invasão, vocês entram em ação.

Antônio, Carolina e Victor olham um para o outro.

ANTÔNIO: Nada é por acaso. Nossa união tem um motivo.

NICOLAU: Vocês são... Extraordinários.

Cena 06:

Casa de Amélia // Interna // Madrugada

Laura acorda no meio da noite, incomodada com algo. Ela levanta e vai até a sala, onde a luz está ligada.

LAURA: Não tá conseguindo dormir?

Laura senta no sofá ao lado da mãe, que está tomando vinho.

AMÉLIA: Pra ser sincera, não consigo nem deitar.

Laura pega uma taça e também se serve de vinho.

LAURA: Queria poder ignorar que tudo isso tá acontecendo e deitar tranquila.

AMÉLIA: Só que não, né?

LAURA: É. Só que não. Se já não bastasse descobrir que o homem com quem eu tenho uma filha possui poderes sobre-humanos, ainda tem a volta de um pai que eu nunca conheci.

AMÉLIA: Não foi nada fácil aceitar que ele voltou dos mortos, mais vivo ainda. Ele sempre foi calado e até estranho, mas aquele era o cara que eu me apaixonei.

LAURA: Eu ainda tô tentando entender o que ele quis dizer lá na delegacia...

AMÉLIA: O lance de você não poder se relacionar com o Antônio?

LAURA: Sim, ele foi bastante categórico quando disse aquilo.

AMÉLIA: Vai ver ele só tá tentando nos colocar no jogo psicológico dele.

LAURA: Ou, pode ter algo por trás disso tudo...

Laura fica pensativa. Amélia pega em sua mão.

AMÉLIA: Vai ficar tudo bem minha filha.

Cena 07:

Delegacia // Interna // Dia

Camila entra de surpresa no escritório de Nicolau, que está assinando alguns papéis.

CAMILA: A impressa tá especulando que a tragédia no hospital tem alguma relação com o incêndio no centro de pesquisa dias atrás.

NICOLAU: Não se preocupe, vou resolver isso.

CAMILA: O que você sabe que nós não sabemos?

Nicolau larga os papéis que está assinando e olha pra Camila.

NICOLAU: Ontem quando eu fui falar com a Carolina, ela me disse o que aconteceu. Foi um homem que queria se vingar dela, mas ela não teve culpa.

CAMILA: Continuo não entendendo nada...

Nicolau levanta.

NICOLAU: Enfim. Tá com o seu comunicador?

CAMILA: Sim.

NICOLAU: Nesse caso, quero que você vá pras ruas. Vou ficar de olho no Wolfgang.

CAMILA: Tá certo.

Camila se retira. No mesmo instante, Steve chega ali.

STEVE: Até agora, nenhum sinal de invasão em Olímpia.

NICOLAU: Isso não quer dizer que devemos baixar a guarda. A cobra mais perigosa é aquela que age sorrateiramente.

STEVE: Não vim aqui por isso. Eu vim te dizer que eu tô me retirando dessa operação, pelo menos por agora.

NICOLAU: Pra onde você vai?

STEVE: Vou me ausentar um pouco de Olímpia, um novo agente meio que mitológico sairá em missão, vou fazer parte da equipe.

NICOLAU: E se algo der errado? E se não conseguirmos?

STEVE: Eu sei que você se sairá bem. Você e a Camila. E além do mais, estamos falando dos Extraordinários, cá entre nós, aqueles lá são mais poderosos do que pensamos.

NICOLAU: Vê se não demora.

STEVE: Talvez a gente leve semanas, mas dará tudo certo. Temos um casal bem barra pesada pra nos ajudar.

NICOLAU: Nesse caso, é bom ir logo.

STEVE: Eu vou, mas antes eu preciso te contar uma coisa. O Coração da Mente não é a única joia que existe.

NICOLAU: O quê?!

Nicolau se espanta.

Cena 08:

Olímpia // Externa // Dia

Camila está em uma das ruas da cidade, com alguns outros policiais e agentes à mando de Steve. Ela liga seu comunicador e se conecta à Victor.

CAMILA: Agora eu quero ver você me jogar na caixa postal.

Ela ri.

VICTOR: Ainda sim posso te ignorar. É simples, só não atender.

Em seu apartamento, Victor está fazendo flexões.

CAMILA: Tá com a voz meio cansada, o que tá fazendo?

Enquanto fala, Camila observa dois caminhões de carga passando pela rua onde ela está.

VICTOR: Só tô aquecendo. Preciso ocupar minha mente com alguma coisa, pra não ficar lembrando o que aconteceu ontem.

CAMILA: Faz bem.

De repente, o comunicador de Camila começa a tocar.

CAMILA: Preciso desligar. Até mais.

Ela finaliza a ligação com Victor e atende Nicolau.

CAMILA: Aconteceu alguma coisa?

NICOLAU: Não. Só liguei pra avisar que o Steve vai se ausentar da cidade por algum tempo. Agora é com a gente.

CAMILA: Tá bem. Qualquer coisa eu te aviso.

Ela desliga o comunicador.

Cena 09:

Olímpia // Externa // Dia

Os dois caminhões de carga que passaram por Camila seguem em alta velocidade até o centro comercial da cidade, onde estão as ruas mais movimentadas e os prédios mais altos. Os caminhões colidem contra os carros e pedestres no local e provocam desespero e correria. De uma das cabines, saem Sniper e a Androide.

SNIPER: Até que foi fácil passar por todos aqueles homens de preto e policiais incompetentes.

Sniper carrega dois rifles de assalto em mãos.

ANDROIDE: Eles são tolos, ignorantes. Não partilham da inteligência suprema de nosso pai.

Os dois caminham em meio à correria de pessoas desesperadas. Sniper começa a atirar em direção aos prédios e acerta várias pessoas.

SNIPER: Sabe o que fazer, não sabe, irmã?

ANDRÓIDE: Não irei decepcionar nosso pai.

A robô ativa a joia em seu peito. Logo, dezenas de androides saem dos caminhões e se espalham pela cidade voando e acertando os prédios com rajadas elétricas. Ela aciona os jatos em seus pés e voa ao outro lado da cidade.

SNIPER: Eu me chamo Sniper por um motivo...

Ele tira um rifle de precisão das costas e recarrega a arma.

Cena 10:

Delegacia // Interna // Dia

Nicolau fica aflito assim que é informado sobre o ataque ao centro comercial da cidade. Ele imediatamente liga seu comunicador e entra em contato com os Extraordinários.

NICOLAU: Pessoal, vão imediatamente ao centro comercial, o ataque não foi de fora pra dentro, foi de dentro pra fora.

Ele desliga.

NICOLAU: Wolfgang...

Ele se dirige à carceragem, nervoso. Wolfgang percebe sua aflição.

WOLFGANG: Aconteceu alguma coisa? Você tá tão pálido.

NICOLAU: Faz parte do seu plano, não é?!

Nicolau bate na grade furioso.

WOLFGANG: Plano? Que plano?

De repente, um grande barulho é ouvido dentro da delegacia. A Androide acaba de chegar ali arrebentando o teto e derrubando concreto em cima de alguns policiais. Os outros que apontam armas para a máquina são acertados por raios que ela dispara de seus olhos. Nicolau fica nervoso.

NICOLAU: O que é isso?

WOLFGANG: Te avisei pra não rir antes da hora.

NICOLAU: Você não vai sair daqui miserável.

Nicolau sarca a arma e se prepara pra disparar em Wolfgang, quando tem o peito atravessado pelo raio dos olhos da Androide. Ele vira pra ver quem o acertou e em seguida cai no chão gravemente ferido.

ANDROIDE: Vim tirar você daqui, meu pai. Essas grades não podem contê-lo.

Ela amassa e arranca as grades da cela, permitindo a saída de Wolfgang. O cientista olha pra Nicolau, agonizando no chão.

WOLFGANG: Espero não ver você novamente.

Androide olha pra Nicolau e se prepara para atacá-lo, quando de repente é surpreendida por uma rajada de tiros disparados por Camila, que entra ali correndo.

WOLFGANG: Vamos embora.

Androide dispara contra o teto e foge pelo buraco carregando Wolfgang. Camila corre pra socorrer Nicolau.

CAMILA: Ai meu Deus! Meu Deus! Nicolau, fala comigo.

Ela pressiona o ferimento de Nicolau pra estancar a forte hemorragia.

NICOLAU: Chame a Carolina, por favor.

Nicolau apaga nos braços de Camila, deixando-a desesperada.

Cena 11:

Olímpia // Externa // Dia

Antônio e Carolina com seus uniformes, andam pela rua do centro comercial onde houve o acidente com os caminhões. Carolina usa seus poderes pra abrir as ferragens dos carros e Antônio retira algumas vítimas ainda com vida.

ANTÔNIO: Precisamos encontrar todos os robôs que se espalharam pela cidade antes que façam mais vítimas.

Ele coloca as vítimas numa calçada, enquanto Carolina cura os ferimentos delas. Os comunicadores dos dois tocam. É Victor.

VICTOR: Encontrei um desses robôs desgraçados, mas ainda há muitos pela cidade.

Diz ele enquanto pisa em um dos androides e esmaga sua cabeça com o pé.

VICTOR: Não são tão fortes pra nós, mas são um perigo letal para os civis.

ANTÔNIO: Estamos à caminho.

Eles desligam a chamada. Carolina conduz os civis que ela curou a um local seguro. Seu comunicador toca novamente.

CAROLINA: Já estamos indo, Victor.

CAMILA: Carol, sou eu. Por favor, vem pra delegacia. É urgente!

Carolina percebe a voz desesperada.

CAROLINA: Na delegacia? O que houve, Camila?

Antônio se espanta ao ouvir.

CAMILA: O Wolfgang fugiu da prisão e um robô feriu o Nicolau gravemente. Ele precisa de você.

CAROLINA: Tá certo. Mantém ele consciente, estou indo.

Carolina desliga o comunicador.

ANTÔNIO: O que aconteceu?

CAROLINA: Preciso ir até a delegacia, o Nicolau tá...

De repente, Antônio interrompe Carolina.

ANTÔNIO: Carolina, por favor, não se mexe. Alguém tá mirando em você.

Ele avista um ponto vermelho na testa dela. Chamas começam sair de sua mão.

CAROLINA: O quê?!

Do alto de um prédio ali perto, Sniper está mirando com seu rifle de precisão.

Cena 12:

O Celeiro // Interna // Dia

Wolfgang entra no local, após ser resgatado pela Androide na delegacia. Ele se dirige ao computador central do local e ativa um protocolo que faz todas as cápsulas da Legião de Ferro aparecerem. Apenas algumas estão vazias.

ANDROIDE: Fiz exatamente o que me pediu, meu pai. Apenas poucos de mim para desviar a atenção de todos eles. Deu certo.

WOLFGANG: Ótimo. Mas agora preciso dar um novo passo. Um novo e decisivo passo.

ANDROIDE: E qual seria?

Ele observa a Androide de baixo pra cima. Ela ainda possui aparência esquelética e tem algumas fiações expostas.

WOLFGANG: Talvez quando retornarmos eu possa fazer alguns upgrades, mas agora preciso que me leve a um local familiar.

ANDROIDE: Onde exatamente meu pai?

Wolfgang ri.

Cena 13:

Centro de Olímpia // Externa // Dia

Antônio continua olhando fixamente pra Carolina, que ainda está sendo mirada por Sniper, que está em cima de um dos altos edifícios ali. Sniper desfere o tiro.

ANTÔNIO: CAROLINA!!!

De repente, Carolina faz com que uma grande explosão de luz saia dela, fazendo-a expelir o projétil ainda em seu percurso. Antônio também é jogado pra longe. Os olhos dela brilham e ela avista Sniper.

SNIPER: Merda...

Ele larga o rifle e corre. Carolina vai até Antônio e o levanta.

CAROLINA: Você tá bem?

ANTÔNIO: Eu que te pergunto isso.

CAROLINA: Foi o Sniper, ele tá lá em cima.

ANTÔNIO: Preciso ir atrás dele e pegar a joia. Me dá uma mãozinha?

CAROLINA: Deixa comigo.

Carolina cobre Antônio com sua energia branca.

CAROLINA: Vou ajudar o Nicolau. Dá um jeito naquele braço de ferro dele.

Usando a mente, ela arremessa Antônio para cima numa grande velocidade, e o faz cair no topo do prédio, ficando cara a cara com Sniper.

ANTÔNIO: Onde você pensa que vai?

Sniper fica sem saída.

Cena 14:

Olímpia // Externa // Dia

Victor corre por uma avenida da cidade, onde alguns civis são encurralados por um androide. Ele chega de repente e com um soco, arremessa a máquina pra longe.

VICTOR: Saíam daqui rápido! Essas máquinas não são nem um pouco piedosas.

Os civis que ele salvou correm para se esconder. Quando olha pra trás, Victor avista vários androides correndo em sua direção.

VICTOR: Podem vir, monte de sucata.

Ele pula em direção aos robôs. Enquanto está no ar, seu punho começa a bilhar e ao desferir o soco no chão, a onda sônica provocada joga os androides longe.

VICTOR: Impressão minha ou vocês são tão inúteis assim?

De repente, Victor vê os olhos dos androides ficarem vermelhos. Logo, as máquinas começam a se chocar com casas e carros dos local, provocando explosões e desabamentos. Ele se apavora.

VICTOR: Meu Deus...

Ele vê a destruição de perto e corre pra tentar impedir.

Cena 15:

Casa de Amélia // Interna // Dia

Após assassinar com facilidade os dois agentes que faziam a segurança do local, a Androide quebra a porta e parte da parede, invadindo o local. Laura e Amélia que estavam com Clarita na sala, se desesperam.

AMÉLIA: Meu Deus... O que é isso?!

Laura avista quando Wolfgang entra.

WOLFGANG: Sou eu, meu amor.

As duas ficam em choque quando vêem Wolfgang.

LAURA: Como você conseguiu escapar?

Nervosa, Laura se põe na frente de Clarita.

WOLFGANG: Eu tive alguém pra me ajudar.

Ele olha para a Androide.

WOLFGANG: Mas esse não é o caso. Eu vim aqui pra ver vocês uma última vez. O fim se aproxima para todos.

Wolfgang caminha na direção de Laura.

LAURA: Não... O fim se aproxima pra você. Os Extraordinários virão atrás de você.

WOLFGANG: É assim que chamam as minhas criações? Pois bem. Androide, pegue a criança.

Androide vai até Laura, quando de repente, Amélia se põe na frente dela e a interrompe.

AMÉLIA: Não vai tocar um dedo na minha neta, seu monstro!

Amélia avança sobre a Androide, mas acaba recebendo uma rajada do Coração da Mente que atravessa seu corpo.

LAURA: MÃE!!!

Laura se desespera enquanto tenta proteger Clarita.

CLARITA: VOVÓ!!! VOVÓ!!!

A pequena grita em desespero ao ver o corpo de Amélia cair no chão da sala. A Androide arranca Clarita dos braços de Laura e a joga longe.

LAURA: Não... Deus... Por favor... NÃO!!!

WOLFGANG: Não queria que isso tivesse acontecido.

Coberta pelo desespero e chorando, Laura não consegue falar.

WOLFGANG: Sabe, filha... Disse a você que havia um motivo para não se envolver com o Antônio, não disse? Pois bem.

Ele aponta pra Clarita, nos braços da Androide.

WOLFGANG: Ela é o motivo. Uma criança com o mesmo DNA que eu e o Antônio não resultaria positivamente. Ela é uma bomba relógio. Mas sabe? Já que os "Extraordinários" não se tornaram minhas armas, talvez ela se torne.

LAURA: NÃO!!!

Ela tenta correr, mas a Androide vai embora dali levando Wolfgang e Clarita. Laura cai perto do corpo de Amélia.

FIM DO EPISÓDIO

Cena extra:

Prédio // Externa // Dia

Antônio e Sniper permanecem frente à frente no teto do prédio. Antônio manipula fogo com suas mãos.

ANTÔNIO: Cadê a joia?

SNIPER: Joia? É isso que você procura?

Sniper saca duas pistolas e começa a atirar em Antônio, que usa o fogo para proteger os seus braços. Em seguida, os dois correm na direção um do outro e iniciam uma luta corporal. Sniper logo sai na vantagem.

SNIPER: Assim como o outro, você é fraco. Lhe falta preparo.

Sniper dá uma rasteira em Antônio e o derruba. Ele aponta as pistolas pra ele.

SNIPER: Últimas palavras?

ANTÔNIO: Sim. Olha pro lado.

SNIPER: Quê?!

Quando Sniper olha pro lado, é surpreendido com um soco no rosto dado por Victor, que o arremessa longe. Ele ajuda Antônio a se levantar.

ANTÔNIO: Mandou bem.

Os dois caminham até Sniper, que está caído.

VICTOR: Posso?

ANTÔNIO: Pega leve, ainda vamos precisar dele.

VICTOR: Eu vou pegar bem leve.

Victor caminha na direção de Sniper com punhos e olhos brilhantes.