Vida - Cap 084

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  Logotipo da web novela (Foto: Divulgação) Produção Original MF Criada e escrita por Patrícia Santos Capítulo 084 Luís aceita o dinheiro de Hugo e manda Salgueiro descobrir onde Olavo está escondido. Marcos desabafa com Monalisa. Vanessa sofre pelo fim de seu namoro com Jeremias. Suzana e Max passeiam juntos e vão para a ONG. Salgueiro descobre onde Olavo está escondido e conta para Luís. Tatiane brinca com Ramon e promete para o filho que eles vão conseguir sair da casa de Luís. Diogo questiona Dayse pela raiva que ela sente de Eduarda. Sandro transa com algumas prostitutas. Maria discute com Antônio por ele ter chamado apenas Daniel para trabalhar na empresa. Daniel conversa com Joana sobre a proposta que recebeu de Antônio. Luís avisa Hugo sobre o esconderijo de Olavo. Marcos convida Monalisa ir até a casa dele e ela aceita. Terezinha deixa um celular para Olavo ligar para ela quando precisar. Lázaro aconselha Jeremias a voltar com Vanessa. Mônica tenta convencer Nayara a denunciar

Extraordinários #SegundoEpisódio


Logotipo da web série (Foto: Divulgação)

Produção Original MF

Uma série escrita por Tiago Santos.

Episódio 002

Cena 01:

Bunker na floresta // Interna // Madrugada

Wolfgang analisa os papéis que Sniper arrancou de Laura. Ele passa todos os dados pra um documento, de um novo projeto. Nicolau observa tudo.

NICOLAU: Agora que você possui todas as informações sobre os três de volta, o que pretende fazer?

WOLFGANG: Irei retomar o projeto Estrela-da-Manhã. Minhas criações não podem ser destruídas, precisam ser controlá-das

NICOLAU: E pretende fazer isso usando a máquina?

Nicolau se dirige à máquina onde o Coração da Mente está.

WOLFGANG: Sim. Se você tivesse eliminado os três quando eu ordenei, isso não teria recomeçado.

Nicolau começa a sentir uma forte dor de cabeça, deixando Wolfgang atento. Ele vai no chão e agoniza, logo a dor passa.

WOLFGANG: Você está bem?

Nicolau levanta aos poucos.

NICOLAU: Sim. Ainda mais sabendo que mesmo você me transformando em uma marionete mental, eu estou conseguindo atrapalhar seus planos malditos.

WOLFGANG: Algo está dando errado. Sniper, venha aqui meu filho.

Sniper entra ali.

WOLFGANG: Nicolau está conseguindo pensar por conta própria, isso não é bom. Talvez a potência que eu expus ele tenha sido fraca. Segure-o.

Sniper imobiliza Nicolau.

NICOLAU: Continue bagunçando minha mente... Sua queda já iniciou!

Sniper leva Nicolau até a cadeira em frente a máquina e o acorrenta. Wolfgang vai até o aparelho e liga, apotando-o em direção à Nicolau.

WOLFGANG: Permita-me apresentar o Motor de Controle Massivo.

Wolfgang liga o aparelho e o Coração da Mente é ativado, liberando uma enorme rajada em direção de Nicolau, que agoniza ao ter a energia penetrando seu peito.

SNIPER: Meu pai, vai matá-lo.

Wolfgang ri.

WOLFGANG: Talvez eu faça isso outra hora.

Os gritos de Nicolau ecoam nos arredores do Bunker.

Cena 02:

Delegacia // Interna // Manhã

Nicolau entra em sua sala para iniciar seu dia de trabalho. Ao sentar em sua cadeira, ele abre a gaveta e percebe que seu caderno de anotações sumiu.

NICOLAU: Mas como?!

Ele logo lembra da visita de Steve na manhã anterior.

NICOLAU: Então foi ele...

Nicolau liga às pressas para Wolfgang.

NICOLAU: Um dos agentes de A.N.D.E tem em suas mãos algo precioso, sobre as três cobaias e como encontrá-las.

WOLFGANG: Então foi isso que você fez quando se livrou do controle mental? Escrever meus planos num bloco de notas pra outro ler foi esperto, mas agora você vai reparar isso.

NICOLAU: Está bem.

Nicolau desliga o telefone.

Cena 03:

Casa de Amélia // Interna // Manhã

Amélia se prepara para sair. Ela passa pela frente da TV e acaba assistindo uma reportagem ao vivo.

Jornal de Olímpia

JORNALISTA: Hoje por volta das 10:00, o exército estava no centro de Olímpia, segundo informações, eles estariam enfrentando uma pessoa super poderosa, não sabemos quem era, mas temos uma imagem gravada pelo telespectador, vamos conferir:

“Os soldados começam a atirar no sujeito… Ele se defende dos tiros e em seguida, parte pra cima dos soldados, quebrando as armas…"

JORNALISTA: Já estamos apurando quem é esse sujeito que se auto-intitula Hércules. Em breve novos detalhes desse incidente.

Amélia fica abismada.

AMÉLIA: Tem doido pra tudo hoje em dia. Vê se pode, Hércules...

Uma criança chega perto dela.

AMÉLIA: Clarita, já está pronta meu amor?

CLARITA: Sim, vovó. Onde a gente vai?

AMÉLIA: Ver a mamãe.

As duas vão embora.

Cena 04:

Quartel dos Bombeiros // Externa // Manhã

Após o treinamento junto com os outros bombeiros, Antônio e Pedro conversam num canto.

PEDRO: Eu ainda tô pensando sobre ontem. Será que a polícia ainda não se deu conta de que o incêndio foi criminoso?

ANTÔNIO: Eu tenho certeza disso. Mas o que me deixa mais cabreiro é Laura ter estado lá na hora do incêndio. O que ela tava fazendo lá?

PEDRO: Isso você só vai saber se falar com ela. Mas cara, o que foi aquilo, hein? Salvou ela em grande estilo, você andando em meio àquele fogo... Foi surreal.

Pedro ri empolgado.

ANTÔNIO: Na real não lembro muito. Só da Laura desacordada nos meus braços. Mas você tem razão, vou falar com ela.

Os dois vão para dentro do quartel.

Cena 05:

Casa de Camila // Interna // Manhã

Victor acorda com uma forte dor de cabeça e percebe que tá na cama de Camila. Ele olha pro lado e a vê se arrumando.

VICTOR: Nós dois... Aqui na cama?

CAMILA: Claro que não. Você chegou aqui tão bêbado que nem sabia o nome. Quando me dei conta, você tava aí.

VICTOR: Minha cabeça tá explodindo.

CAMILA: Pelo visto beber é mais importante que eu.

VICTOR: Aconteceu algo incrível ontem, você não vai acreditar.

CAMILA: Você enchendo a cara e arrumando briga não é nada incrível.

Victor levanta e vai até Camila.

VICTOR: Não foi isso... É que eu não me lembro muito bem, mas eu pude jurar que eu vi punhos brilhando e eram os meus.

Camila ri.

CAMILA: É bom você ir pra casa, tomar um bom banho e se arrumar. Não é nosso dia de folga.

VICTOR: Você não tá entendendo. Eu...

CAMILA: Você me disse tudo quando chegou.

VICTOR: E o que eu disse?

CAMILA: Que matou um homem e deixou dois em coma. Você disse que foi em legítima defesa e que tem testemunhas, mas aí você disse que seus olhos e seus punhos brilharam.

VICTOR: É a mais pura verdade.

CAMILA: Vai trabalhar, Victor.

Camila vai embora levemente irritada. Victor tenta lembrar com exatidão sobre a madrugada, mas as memórias se embaralham.

Cena 06:

Hospital Central // Interna // Dia

Já melhor, Laura está sob observação em seu quarto. Raul, que foi o responsável pelo seu atendimento, diz o que ela precisará tomar.

RAUL: Não sei preocupe, você ficará bem.

LAURA: Obrigada.

Amélia entra ali trazendo Clarita.

LAURA: Filha... Vem cá meu amor.

Clarita corre na direção de Laura e as duas se abraçam.

AMÉLIA: Ela tava sentindo sua falta.

Raul sai dali e as deixa à sós. No corredor, ele encontra com Carolina.

RAUL: Carol, você tá legal?

CAROLINA: Confusa é a palavra certa. Não sei o que foi aquilo de madrugada, meu pai havia morrido nos meus braços e no momento seguinte ele tava ali de volta.

RAUL: No começo eu também não entendi, mas algo extraordinário aconteceu naquele momento. Você fez aquilo.

CAROLINA: Não pode ser possível, tem que haver explicações lógicas. Eu não posso simplesmente ter curado meu pai.

RAUL: Foi exatamente isso que você fez.

Carolina se dirige ao quarto onde Ramiro está, ao entrar ali, ela se depara com o pai dormindo e Verônica ao seu lado.

VERÔNICA: Carol.

CAROLINA: Desde a madrugada você tá aqui. Vá para casa, descanse. Qualquer novidade te ligo.

VERÔNICA: Antes de apagar novamente, ele apontou pra mim, eu acho que ele queria me dizer algo, preciso estar aqui quando ele acordar.

Do lado de fora, Raul observa as duas.

CAROLINA: Tá bem.

Carolina abraça Verônica. De repente, Ramiro acorda. Ele consegue falar, mesmo com dificuldade.

RAMIRO: Minha filha! Saia de perto dessa assassina!

CAROLINA: Pai?! O quê?!

Carolina olha pra Verônica e a vê aparentemente assustada. Raul, ao ouvir, fica aflito.

Cena 07:

Subúrbio de Olímpia // Externa // Dia

Steve para com seu carro na frente da casa indicada pelo endereço anotado no caderno de Nicolau, a casa de Laura e Amélia. Ele bate e ninguém atende.

STEVE: Mas esse é o endereço...

Quando Steve vira pra ir embora é surpreendido por Antônio.

ANTÔNIO: Atrás de alguém?

STEVE: Laura. Soube que ela mora aqui, preciso falar com ela.

ANTÔNIO: Ela não está em casa. Eu vim ver minha filha, mas acho que ninguém está.

STEVE: E você sabe pra onde elas foram?

ANTÔNIO: Na verdade sim, mas por quê você quer saber?

Steve mostra o caderno de Nicolau com o nome e o endereço de Laura.

ANTÔNIO: Eu ainda não entendi.

De repente, Nicolau aparece.

NICOLAU: Deixa que eu te explico.

Steve se surpreende ao ver Nicolau, enquanto Antônio estranha.

ANTÔNIO: Quem é você?

Antônio olha fixamente para Nicolau.

Cena 08:

Hospital Central // Interna // Dia

Carolina fica em choque quando seu pai afirma que Verônica tentou matá-lo.

RAMIRO: Foi ela que tentou me envenenar. Ela colocou cianeto na minha bebida.

Carolina olha pra Verônica assustada.

VERÔNICA: Do que você tá falando Ramiro? Eu amo você. Eu amo a Carol, a nossa família.

RAMIRO: Você não ama nada! Você só esperou que eu passasse metade do hospital pro seu nome pra mostrar quem realmente é.

CAROLINA: Mas pai... Isso é um absurdo. A Verônica não seria capaz...

Verônica segura Carolina pelo braço.

VERÔNICA: Carolina, seu pai deve estar confuso, isso não faz sentido.

Carolina toca o rosto de Verônica. Nesse momento seus olhos brilham e ela vai parar em uma de suas memórias.

CAROLINA: O quê?! Como isso é possível?!

Ela sente que a situação é real. Na sua frente, Verônica e Ramiro conversam aparentemente felizes.

VERÔNICA: Foi uma surpresa e tanto você ter me transformado em dona da metade do hospital meu amor. Mas e a outra metade?

Verônica abre um champanhe.

RAMIRO: Será dividida entre nossos filhos quando eu morrer.

VERÔNICA: Então, que esse dia demore pra chegar.

O celular de Ramiro toca e ele sai pra atender. Verônica aproveita pra tirar um frasco de cianeto da bolsa e coloca na taça de Ramiro.

VERÔNICA: Pensando melhor, talvez esse dia seja hoje.

Ramiro retorna e brinda com ela. Não demora muito e ele cai no chão agonizando. Carolina vê toda situação e não pode fazer nada.

CAROLINA: PAI!!! PAI!!!

Carolina sai da mente de Verônica e volta ao quarto do hospital.

CAROLINA: Como você pôde ter feito isso, Verônica?

VERÔNICA: O que você fez comigo? Está tentando confundir minha mente com hipnose?

CAROLINA: Não, foi real, eu vi!

Raul entra ali desesperado.

RAUL: O que está acontecendo aqui?!

RAMIRO: Sua mãe é uma assassina!

Verônica sai daquele quarto as pressas e Raul a segue.

RAMIRO: Filha, o que foi isso?

CAROLINA: Eu também não sei pai. Mas eu preciso ir atrás dela.

Carolina sai dali correndo e vai até a saída do hospital, mas quando chega avista o carro de Verônica saindo e Raul na porta.

CAROLINA: Precisamos conversar.

Cena 09:

Praça pública // Externa // Dia

Antônio, Nicolau e Steve estão sentados em uma mesa à céu aberto. Nicolau, sob controle mental, explica tudo pra Antônio.

NICOLAU: E foi assim que você se tornou portador de dons únicos, através de experimentos.

ANTÔNIO: Isso é insanidade. Você disse que eu era criança, mas não lembro de nada.

NICOLAU: Sua mente foi bagunçada por algo que também foi o responsável por dar seus poderes. Precisamos saber o que é.

ANTÔNIO: Eu preciso assimilar isso tudo. Pelo que eu entendi, você também fez parte disso.

NICOLAU: Eu sei, mas estou aqui pra mudar isso. Me deixe ajudar.

STEVE: O que ele diz é verdade, Antônio. Eu sou prova disso e também estou disposto a ajudar.

ANTÔNIO: Tudo bem. Mas eu preciso entender melhor do que eu sou capaz. Quer dizer que eu posso controlar o fogo?

NICOLAU: Isso e muito mais. Mas tá tudo nos documentos que eu pedi que a Laura fosse buscar no Centro de Pesquisa.

ANTÔNIO: Então ela estava lá por isso?

NICOLAU: Sim. Os documentos são essenciais para tomarmos conhecimento sobre os outros dois.

STEVE: Também vou.

Nicolau levanta.

NICOLAU: Creio que isso seja da minha responsabilidade, meu amigo.

Nicolau pega seu caderno de anotações de volta.

STEVE: Ok. Mas se precisar de mim, sabe onde me encontrar.

Steve vai embora em seu carro e Nicolau segue com Antônio para o Hospital Central.

Cena 10:

Carro de Verônica // Interna // Tarde

Verônica liga seu telefone e faz algumas ligações, todas rejeitadas, até que ela enfim é atendida.

VERÔNICA: Preciso dos seus serviços essa noite. Quero que você rapta uma pessoa muito importante e a leve pro endereço que eu vou passar.

Ela envia uma mensagem com o endereço.

VERÔNICA: Pronto. Faça como combinado e será muito bem recompensado.

Verônica desliga e disca o número de Raul.

VERÔNICA: Filho, estamos em cheque. Eu já fiz minha jogada é a sua vez.

RAUL: Do que você tá falando, mãe?

VERÔNICA: Você sabe muito bem, irei sequestrar a bastarda e você finalizará o velho.

RAUL: Mas mãe, você não viu aquela luz branca saindo dos olhos dela? Ela curou o Ramiro, entrou na sua mente.

VERÔNICA: Foram truques de mágica, não tenho medo disso. Só faça como combinado.

Verônica desliga e segue em alta velocidade.

Cena 11:

Hospital Central // Interna // Tarde

Laura e Amélia conversam sobre o incêndio no Centro de Pesquisa. A pequena Clarita que não está entendendo nada, apenas observa a situação.

LAURA: Eu tinha trancado a porta e quando vi a fumaça não consegui destrancar. Graças a Deus e ao Antônio eu sai dali com vida. Infelizmente, outras pessoas não tiveram essa sorte.

AMÉLIA: Tem certeza de que foi isso mesmo, filha? Deus sabe o que faz, logo o Antônio te salvar, né?!

Amélia sorri.

LAURA: É sim, mãe. Coincidência ou não, ele tava lá.

De repente, Nicolau e Antônio entram ali.

LAURA: Antônio, Nicolau?

ANTÔNIO: Oi, Laura.

NICOLAU: Precisamos conversar Laura.

Amélia se levanta e vai até Nicolau.

AMÉLIA: Cretino! Por sua culpa minha filha quase morreu!

Amélia dá um tapa em Nicolau, mas logo é contida por Antônio.

ANTÔNIO: É sobre isso que viemos conversar, Laura.

CLARITA: Papai!

A pequena corre na direção do pai e o abraça.

ANTÔNIO: Tava com saudade de você, meu anjo.

Nicolau olha para Laura preocupado.

Cena 12:

Delegacia // Interna // Tarde

Após atender uma ocorrência, Camila se dirige ao bebedouro num corredor e acaba encontrando com Victor.

CAMILA: Olha só quem resolveu dar as caras.

VICTOR: Eu tenho um plano e acho que você vai gostar.

CAMILA: Ih... Já não gostei.

VICTOR: Ontem, quando eu bati naqueles caras, eu senti uma força descomunal vinda dos meus punhos, talvez eu possa controlar isso.

CAMILA: Eu conversei com as pessoas que estavam no bar ontem e por incrível que pareça, a sua historinha é real. Mas como você fez seus punhos brilharem? Truque, mágica?

VICTOR: Não. Aquilo foi real. Eu só preciso aprender a controlar. Quem sabe eu não possa...

CAMILA: O quê?

VICTOR: Ser mais do que um policial, ser mais do que eu sou.

Camila olha desconfiada pra Victor.

CAMILA: Então Olímpia ganhará o seu primeiro justiceiro noturno. Certo?

Victor olha pra Camila e dá um sorriso irônico antes de ir embora.

Cena 13:

Hospital Central // Interna // Noite

Carolina está ao lado de Ramiro, ela o observa dormir e pensa nos últimos acontecimentos, ela se levanta e o beija em sua testa.

CAROLINA: Eu tô tão confusa, pai. Não sei o que aconteceu agora mais cedo, não sei se o que eu vi era real, mas eu sinto que estava lá, só bastou eu tocar na Verônica e eu vi ela tentando te matar. Talvez eu deva denunciá-la.

Carolina pega seu celular no bolso do jaleco, mas assim que o liga, recebe uma chamada de Raul. Ela atende.

RAUL: Disse que queria conversar, Carol. Eu estou aqui no estacionamento te esperando.

CAROLINA: Sim e espero que você esteja do meu lado, porque eu estou prestes a colocar sua mãe na cadeia.

Carolina vai ao encontro de Raul.

Cena 14:

Hospital Central // Interna // Noite.

Antônio e Nicolau conversam com Laura sobre o desenrolar dos acontecimentos desde o incêndio no Centro de Pesquisa. Amélia escuta a conversa atenciosa.

NICOLAU: Como eu disse à vocês duas ontem, fui designado para eliminar as três cobaias, mas não fui capaz. Hoje, ao perceber que eles são portadores de dons únicos, preciso reencontrá-los.

AMÉLIA: E por quê envolver a Laura nisso?

NICOLAU: Pela relação com o Antônio, talvez isso possa ajudar.

LAURA: É. Mas sem os documentos, nunca encontraremos os outros dois. Victor e Carolina.

AMÉLIA: Os documentos podem ter se perdido nas chamas.

LAURA: Não, mãe. Eu não te contei tudo. O incêndio foi causado por um homem encapuzado, com um braço de metal. Foi ele que arrancou os documentos de mim e me trancou lá pra morrer.

ANTÔNIO: Eu sabia que tinha sido criminoso. Precisamos passar essa informação para as autoridades.

NICOLAU: Não Antônio, se fizermos isso nunca teremos os documentos de volta, irei assumir as investigações sobre o incêndio.

LAURA: E se quem roubou os documentos encontrar os outros dois antes de você?

NICOLAU: Você já me ajudou no que podia Laura,  eu e o Antônio seguiremos com isso.

LAURA: Eu vi nos documentos... O Antônio é descrito como fogo e ele literalmente controla o fogo. Victor é descrito como força, e Carolina, luz. Isso não pode ser um bom sinal.

ANTÔNIO: Farei o que for preciso pra encontrá-los.

Antônio se despede de Laura e Clarita e vai embora dali com Nicolau.

Cena 15:

Estacionamento do Hospital // Externa // Noite

Carolina avista Raul encostado em seu carro e caminha em direção a ele.

CAROLINA: Já sabe o que eu quero falar, não sabe?

RAUL: Sei sim. Mas o que você não sabe, é que eu não quero ouvir.

CAROLINA: O quê?

Carolina se assusta com a chegada repentina de três homens mascarados, eles a agarram e tapam sua boca.

RAUL: Levem ela pro lugar combinado. Desculpa, Carol, eu não tenho escolha.

Carolina faz força pra gritar, mas logo é desacordada quando tem seu rosto coberto com um pano com clorofórmio. Ela é levada numa van e Raul liga para Verônica.

VERÔNICA: E então?

RAUL: Ela já tá sendo levada, agora só falta o Ramiro.

VERÔNICA: Ótimo, você vai se sair bem, confio em você. Eu estou orgulhosa meu filho.

RAUL: Você é a pior mãe que alguém pode ter, sabia?

VERÔNICA: Acha isso? Deveria agradecer por eu não ter te abortado quando deveria, mas já que nasceu me servirá em tudo.

Ela desliga e Raul segue pro hospital para finalizar o plano.

Cena 16:

Bunker na floresta // Interna // Noite

Nicolau retorna ao local para atualizar Wolfgang das últimas informações. Ele segue até o laboratório de Wolfgang.

WOLFGANG: Diga-me.

NICOLAU: Já tenho total conhecimento sobre Antônio. Ele já está completamente dentro de nossos planos.

WOLFGANG: Ótimo. Inicie a próxima etapa do plano.

NICOLAU: Se refere a Victor?

WOLFGANG: Sim. Não é atoa que você voltou a Olímpia como delegado, justamente na delegacia onde ele atua. Manipule-o e o torne parte dos nossos planos, só assim poderemos ir atrás de Carolina.

NICOLAU: Entendido. Amanhã será a vez do Victor.

Nicolau vai embora.

Cena 17:

Hospital Central // Interna // Noite

Raul entra no quarto de Ramiro e o encontra acordado, porém meio desnorteado. Raul está claramente nervoso.

RAMIRO: Cadê a minha filha?

RAUL: Oi, Doutor Ramiro. Eu vim ver se você está bem.

RAMIRO: Eu quero ver minha filha. Cadê a Carolina?

RAUL: Não se preocupe, ela está bem.

Diz Raul, enquanto aplica uma seringa no soro que Ramiro está recebendo.

RAMIRO: O que é isso?

RAUL: Não é nada, só vai te fazer dormir. Vá por mim, há formas mais dolorosas de morrer.

RAMIRO: Não!!! Socorro!!!

Ramiro se esforça pra gritar, mas sua voz ainda está muito fraca.

RAUL: Me desculpe, Doutor. Eu não tive escolha.

Ramiro começa a passar mal e logo sua frequência cardíaca começa a cair aos poucos. Raul olha fixamente nos olhos de Ramiro até se certificar de que ele morreu.

RAUL: Você me transformou num assassino, mãe.

Raul sai dali e vai comunicar à enfermeiras sobre a emergência para iniciarem o procedimento de reanimação, mesmo ele sabendo que será uma tentativa falha.

Cena 18:

Quarto de Laura // Interna // Noite

Amélia retorna ao local e também encontra Laura acordada.

AMÉLIA: Sem sono?

LAURA: Muita informação pra processar, ainda não assimilei isso tudo.

AMÉLIA: Entendo. Bem, deixei a Clarita com a vizinha, elas se dão muito bem.

Amélia senta ao lado de Laura que se levanta e senta na beira da cama.

LAURA: Menos mal. Então, conversou com o médico Raul?

AMÉLIA: Sim, ele disse que você recebe alta pela manhã. Ele também te passou uns antibióticos, inclusive, vou na farmácia daqui buscar.

LAURA: Já estou bem melhor, pronta pra ajudar o Antônio.

AMÉLIA: Minha filha... Esse negócio de pessoas super-poderosas não é pra você. Hoje de manhã passou na TV um tal de Hércules, deve ser outro dessas aberrações de laboratório.

LAURA: Não mãe, o Antônio não é uma aberração de laboratório, ele é mais. Ele, o Victor, a...

De repente, enfermeiras passam pela porta correndo para atender uma emergência na UTI.

ENFERMEIRA: O Doutor Ramiro sofreu um ataque cardíaco na UTI, vamos tentar reanimá-lo, chamem a Doutora Carolina.

Laura fica atenta ao ouvir o nome.

LAURA: Doutora Carolina? Mãe...

AMÉLIA: O quê? Você não tá pensando nisso, tá?

LAURA: E se for ela?

AMÉLIA: Seria muita coincidência minha filha. Isso é um absurdo.

LAURA: Olímpia não é tão grande assim. Precisamos falar com Antônio e Nicolau.

Amélia fica preocupada com o desígnio de Laura.

Cena 19:

Cativeiro // Interna // Noite

Carolina acorda. Sua vista que começa escura e turva, logo vai ficando clara. Ela percebe que está acorrentada. Verônica aparece ali com uma pistola na mão.

VERÔNICA: Olha, meu amor, te matar não estava nos meus planos, mas aí você com sua bruxaria atrapalhou tudo. Não me deixou outra opção.

CAROLINA: Não aguenta viver sem manipular as pessoas, né? Forçando meu pai a te passar metade do hospital, forçando o Raul a me trazer até aqui. Você é desprezível.

VERÔNICA: Ah... Então você considera o Raul como uma vítima nessa história toda?

Verônica ri.

VERÔNICA: Pois saiba que a única vítima disso tudo é o seu pai.

CAROLINA: O que você fez com ele, sua desgraçada?!

Carolina tenta se soltar, mas é inútil.

VERÔNICA: À essa altura o Raul já deve ter cuidado daquele velho asqueroso. Você tá sozinha no mundo agora. Mas não se preocupe, sua solidão vai acabar.

Verônica aponta a arma para Carolina e aperta o gatilho. Lentamente a bala se aproxima de Carolina, mas ao tocar em sua testa, uma aura branca emana protegendo-a. O projétil cai no chão amassado.

VERÔNICA: Como é possível?

Verônica dá mais três tiros, todas as balas caem amassadas no chão. A grande e brilhante aura que começa a envolver o corpo de Carolina a protege. Seus olhos e suas mãos começam a bilhar. Assustada, Verônica tenta atirar mais uma vez, porém a arma está descarregada.

CAROLINA: Acabou?

Carolina se levanta e as correntes que a prendiam se tornam nada. Verônica tenta sair daquele quarto mas a porta se fecha.

VERÔNICA: Socorro!!! Me tirem daqui!!!

Os três capangas de Verônica arrombam a porta e entram no cômodo armados.

VERÔNICA: Matem-na! Agora!!!

Os olhos de Carolina brilham ainda mais, e uma grande explosão de luz acontece, jogando Verônica e seus capangas para longe. Ao cair no chão, Verônica quebra seu pescoço. Janelas e objetos de vidro em volta de Carolina quebram. A luz em volta dela diminui gradativamente. Ela se desespera ao ver Verônica com o rosto virado para trás.

CAROLINA: Meu Deus... O que foi que eu fiz?!

Desesperada, em cai em choro e logo seus gritos ecoam pela densa e escura floresta ao redor do cativeiro.

FIM DO EPISÓDIO

Cena extra:

Apartamento de Victor // Interna // Madrugada

Camila entra no local em silêncio usando uma chave que possui. Ela escuta sons vindos dos fundos e vai até lá. Ela avista Victor treinando.

CAMILA: É isso que você faz quando não tá enchendo a cara?

VICTOR: Isso ou aguentar as baboseiras que você diz.

Ele bate num saco de areia. Camila senta e o assiste.

VICTOR: O que te traz aqui?

CAMILA: Eu te conheço, quando coloca uma coisa na cabeça não desiste fácil. O que você planeja?

VICTOR: Não entendi. Pode ser mais específica?

CAMILA: Eu tô me referindo a você dizendo que quer ser mais do que um policial.

Victor começa a bater mais forte no saco.

VICTOR: Ah, não é nada. Eu só vou continuar a fazer o que eu sempre fiz, combater o crime, chutar a bunda de uns caras maus, só que agindo na escuridão. Olímpia agora terá um protetor, nenhuma outra criança vai passar pelo que eu passei de agora em diante.

Pequenos flashes vêem na cabeça de Victor, lembrando-o do assassinato de seu pai. De repente, seus olhos e seus punhos brilham levemente e ele arranca o saco de areia com apenas um golpe.

CAMILA: Victor! Você tá bem?

Camila se assusta. Victor olha pra ela e sorri.

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