Extraordinários #SétimoEpisódio

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Produção Original MF

Uma série escrita por Tiago Santos

Episódio 07:

Cena 01:

Celeiro // Interna // Madrugada

Henry e Charlie chegam no local parcialmente destruído pelas chamas. Henry carrega o que sobrou da Androide, que foi largado por Carolina na entrada do local.

CHARLIE: Que desperdício, meu Deus.

Charlie olha todas as cápsulas com os androides completamente destruídos.

HENRY: Precisamos focar no nosso plano.

CHARLIE: Da próxima vez que eu vender tecnologia e recursos pro Wolfgang, não vou dividir em 12x.

HENRY: Precisamos tirá-lo daquele lugar primeiro, depois falamos de negócios.

CHARLIE: Como vamos fazer isso? Digo, olha ao seu redor todos os androides foram destruídos.

Henry sorri.

HENRY: Esse não é o único celeiro que existe. A Legião de Ferro é bem mais que isso. Porém, eles precisam de sua comandante.

Henry coloca a Androide no que sobrou do berço.

CHARLIE: Essa sucata aí?

HENRY: Com a joia podemos reconstruí-la e reanimá-la. Ela irá liderar a Legião de Ferro no resgate de nosso pai.

CHARLIE: Sei onde a joia está, podemos pegá-la.

HENRY: Não podemos, você pode. Afinal, quem de nós é um agente duplo na A.N.D.E?

CHARLIE: Tá legal, gostei da ênfase no "duplo". Quando começamos?

HENRY: Precisamos de uns dias pra nos preparar. Pode arrumar meu braço?

CHARLIE: Tá. Pega a robô, conheço um lugar.

Henry pega a Androide e os dois vão embora dali.

Cena 02:

Delegacia // Interna // Dia

Após receber um chamado urgente em seu comunicador, Camila vai direto ao escritório de Nicolau.

CAMILA: O que aconteceu? Por quê a pressa?

NICOLAU: Sniper fugiu. Quando eu fui colocar água e comida não tinha ninguém no porão.

CAMILA: Tem registro de segurança? Algum vizinho viu ou ouviu alguma coisa?

NICOLAU: Não, nada. Mas ele não tava sozinho, alguém o ajudou e sabia muito bem o que tava fazendo.

CAMILA: Precisamos chamar os Extraordinários. Ele é perigoso demais pra andar por aí.

NICOLAU: Quê?! Tá maluca? Ninguém sabe que ele tava no meu porão. Todos imaginavam que ele estivesse na A.N.D.E.

CAMILA: Ah, meu Deus... Tinha que ser.

NICOLAU: Precisamos fazer isso em segredo de todos. Posso contar com você?

CAMILA: Claro que sim. Mas você sabe que não teremos outra escolha se fracassarmos.

NICOLAU: Fica fria... Mas vem cá, o Victor não te disse nada sobre ele sair da equipe?

Camila lembra da conversa com Victor na noite anterior, mas decide ocultar.

CAMILA: Infelizmente ele não disse nada. Só que não queria seguir essa carreira de super-herói.

NICOLAU: Hum. Então tá.

Nicolau levanta.

CAMILA: Onde vai? Temos muito trabalho aqui.

NICOLAU: Ah, temos sim. Mas você dá conta, não dá?

Ele fecha a porta e a deixa em sua sala.

CAMILA: Eu mereço.

Cena 03:

Mansão de Carolina // Interna // Dia

Carolina observa os móveis do local sendo retirados por funcionários de uma transportadora. Nicolau estaciona o carro ali na frente e entra, a encontrando na sala principal.

NICOLAU: Posso saber o que tá acontecendo?

CAROLINA: Doei isso tudo. Vou vender esse lugar pro primeiro que aparecer, não conseguiria recomeçar minha vida aqui.

NICOLAU: É seu pai, não é?

CAROLINA: É sim, Nicolau. Faz poucos dias e foi tão de repente... Graças aos meus poderes, tô conseguindo passar por isso, mas nunca vou esquecê-lo.

NICOLAU: E pra onde pretende ir?

CAROLINA: Se tiver um quarto sobrando na sua casa...

NICOLAU: Bem, digamos que minha casa não seja um lugar adequado. Mas eu conheço um lugar perfeito.

CAROLINA: Que bom. É melhor mesmo. Mas o que te traz aqui?

NICOLAU: Vim saber se você apoia a ideia de um memorial para todos que morreram, desde o incêndio no Centro de Pesquisa, até a...

CAROLINA: Amélia.

NICOLAU: Sim, o que acha?

CAROLINA: É uma linda homenagem. Conta comigo pro que for necessário.

NICOLAU: Que tal irmos conhecer sua casa nova agora?

CAROLINA: Parece uma boa ideia.

Os dois vão até o carro e seguem para a A.N.D.E.

Cena 04:

A.N.D.E  // Interna // Dia

No quarto onde Clarita está sendo mantida, Antônio e Laura estão sentados ao lado da cama, observando-a enquanto dorme.

LAURA: Depois daquela cena assustadora de ontem, não sei mais o que esperar de tudo isso.

ANTÔNIO: Ela vai ficar bem. O pessoal daqui sabe o que faz, logo vamos descobrir o que tem dentro dela.

LAURA: E se ela não conseguir se controlar? E se ela for mesmo uma bomba relógio, assim como o Wolfgang disse?

ANTÔNIO: Tira isso da cabeça. Se ela tiver mesmo dons igual a mim, com toda certeza vamos ajudá-la a controlar eles. Quem sabe ela se torne uma de nós no futuro.

LAURA: Você tá certo. Talvez eu esteja sendo pessimista. Ela vai ficar melhor.

Antônio se aproxima dela e põe a mão em seu rosto.

ANTÔNIO: Você só tá passando por um momento muito difícil, mas você não tá sozinha, eu tô aqui.

LAURA: É. É... Eu não queria aceitar antes, mas agora eu tenho certeza.

ANTÔNIO: De quê?

LAURA: Fui uma completa idiota em dar um tempo na nossa relação, de te expulsar da minha vida, da nossa família. Perdão, perd...

Antônio a interrompe com um rápido e tímido beijo.

ANTÔNIO: Desculpa, eu me precipitei.

LAURA: Não.

Os dois se beijam novamente, dessa vez com mais intensidade e fervor. Após o beijo, os dois se abraçam emocionados.

ANTÔNIO: Mas você vai ter que se acostumar com a ideia de que agora eu sou diferente.

Ele manipula fogo com uma das mãos.

LAURA: Eu quero o pacote completo.

Os dois riem.

ALGUNS DIAS DEPOIS...

Cena 05:

Memorial de Olímpia // Externa // Dia

Laura está no local, agachada em frente a lápide em homenagem à sua mãe. Logo, Antônio e Pedro chegam ali.

ANTÔNIO: Ela está num lugar melhor agora, Laura.

LAURA: Eu acredito nisso. Todas essas pessoas estão descansando em paz.

Ao seu redor, inúmeras lápides em torno da praça central. Ela levanta e abraça Antônio.

LAURA: Que bom te ver de novo Pedro. Quanto tempo...

PEDRO: Eu que digo isso. Ver o meu casal favorito junto de novo é muito bom.

LAURA: E como tá indo lá no quartel?

PEDRO: Até que tá calmo. O ruim é não ter mais o Antônio lá. Quem eu vou zoar agora?

ANTÔNIO: Tive que sair, mas foi por uma boa causa. Mas você ainda continua sendo um herói e é isso que importa.

PEDRO: Para com isso, não sou eu que tenho super poderes aqui.

ANTÔNIO: Ter poderes não significa nada se suas intenções forem ruins. O que faz um herói não é o seu poder é a sua mente.

PEDRO: Caraca, impressionante como você não perde o costume de falar bonito.

Eles riem.

Cena 06:

Laboratório // Interna // Noite

Charlie está em frente ao que parece ser uma máquina refrigeradora. Ele abre e logo é possível ver que Henry estava ali dentro, sendo mantido congelado durante esses dias. Charlie o descongela e ele cai no chão.

HENRY: UHH... Que sensação esquisita.

CHARLIE: Serviu pra diminuir as chances de rejeição. Parece que funcionou, veja.

Henry olha para o seu novo braço, que é diferente do anterior, é mais avançado e tecnológico. Ele percebe que agora tem sistema de propulsores.

HENRY: Uau... Quer dizer que eu posso voar com essa coisa?

CHARLIE: Grandes saltos talvez. Mas não abusa muito é só um protótipo. Vou pôr na conta do Wolfgang.

Henry olha ao seu redor.

HENRY: E a minha irmã, onde está?

CHARLIE: Vem cá.

Charlie leva Henry até uma outra máquina, onde o corpo da Androide está, totalmente reconstruído.

CHARLIE: Falta apenas a joia para que ela venha a vida e assim comandar a Legião de Ferro.

HENRY: Agora é com você, Charlie.

CHARLIE: Sei o que devo fazer. Amanhã será o dia.

HENRY: Grande e triunfal dia. Eles sentirão o que eu senti.

Henry arma seu braço em formato de canhão.

Cena 07:

Olímpia // Externa // Noite

Em uma rua aparentemente calma da cidade, um assalto está acontecendo num galpão, que também foi invadido. Os vários assaltantes carregam caixas para o caminhão em frente ao local.

ASSALTANTE #1: Vamos logo senhoritas! O chefe quer isso ainda hoje.

De repente, ouve-se um grande estrondo vindo do caminhão.

ASSALTANTE #1: O que foi isso?!

De repente, todos vêem o caminhão sendo levantado sozinho. Eles se assustam quando avistam um homem erguendo o veículo.

ASSALTANTE  #2: Meu Deus! Que merda é essa?!

O homem, mesmo com traje escuro e furtivo, deixa a voz transparecer. É Victor. Ele arremessa o caminhão longe.

VICTOR: Rapazes... O chefe vai ter que esperar.

Ele arremessa o caminhão do outro lado da rua, destruindo o veículo. Um dos assaltantes saca uma arma, mas quando mira nele, não o vê mais.

VICTOR: Procurando alguma coisa?

Victor aparece atrás do criminoso, que assustado atira de repente. Nesse instante, Victor segura o tiro com uma das mãos, que brilha.

VICTOR: Bater em bandido deve ser divertido.

Victor joga a arma contra o criminoso, o fazendo engolir o cano. Em seguida, o joga longe com um chute. Três outros assaltantes avançam sobre ele, todos derrubados instantaneamente com uma rasteira.

ASSALTANTE #1: Por favor, moço! Não faz nada comigo, eu imploro!!!

Nervoso e trêmulo, o assaltante levanta as mãos pro alto. Victor escuta um barulho estranho.

VICTOR: Quê?! Você tá mijando? Cara que vergonha.

Victor pega um dos criminosos caídos no chão e o arremessa contra o mijão, que tenta fugir, mas é derrubado.

VICTOR: Pensei que iria ser entediante, mas te ver molhando as calças foi até empolgante.

Após amarrar todos numa grande, Victor vai embora. Algum tempo depois, duas viaturas chegam no local e Camila sai de uma delas.

CAMILA: O que aconteceu aqui?

POLICIAL: Aparentemente uma quadrilha foi pega de surpresa no meio da ação. Não tem nenhum morto, mas tão bem machucados.

Camila avista os assaltantes amarrados.

CAMILA: Alguma pista de quem foi?

POLICIAL: Não, mas encontramos isso perto de um deles.

A policial entrega um papel para Camila.

"O agente noturno esteve aqui."

Camila fica surpresa ao reconhecer o bilhete.

CAMILA: Filho da mãe...

Cena 08:

A.N.D.E // Interna // Dia

Charlie entra no local discretamente. Sem chamar a atenção de nenhum agente, ele entra de sala em sala, até que enfim encontra o cofre onde o Coração da Mente está.

CHARLIE: Enfim conheço a famosa joia...

Ele abre o cofre, ficando fascinado com o brilho da joia. Ele aproxima a mão do objeto, quando de repente, se assusta.

ANTÔNIO: Ei! Sai de perto dessa coisa, é perigoso!

Assim que reconhece Antônio, Charlie não hesita e pega a joia com a mão, fechando o punho. Seu corpo logo é possuído e sua mente tomada.

ANTÔNIO: Larga isso! Agora!

Antônio carrega as mãos com fogo e corre na direção de Charlie, porém, é acertado pelo punho dele em que a joia está, e a rajada que recebe o joga longe. Charlie caminha até Antônio.

CHARLIE: Levante-se. Temos uma missão a fazer.

Antônio levanta, e logo se revela possuído mentalmente. Charlie passa a joia pra ele, e os dois saem dali.

Cena 09:

Laboratório na A.N.D E // Interna // Dia

Os cientistas do local estão prestes a fazer um último procedimento em Clarita que está sedada em uma maca. Carolina, Nicolau e Laura também estão ali.

NICOLAU: Segundo o que os pesquisadores descobriram, os "poderes" da criança estão de certa forma adormecidos dentro dela, mesmo que ela já tenha mostrado o potencial que tem.

CAROLINA: Quando o Antônio voltar com a joia, vou usar meus poderes e me conectar com ela, e com a Clarita.

NICOLAU: Assim que a Carolina descobrir se são dons ou maldição, ela vai dar um jeito de trazê-los à tona ou eliminá-los de vez. Entendeu?

Nicolau se dirige à Laura, que está apreensiva.

LAURA: Sim, sim... Espero que tudo dê certo. Mas cadê o Antônio? Faz um bom tempo que ele saiu.

NICOLAU: Tô achando que ele se perdeu.

De repente, os olhos de Carolina brilham, e ela sente algo estranho.

CAROLINA: Tem algo errado... O Antônio tá com o Coração da Mente, mas ele não tá vindo pra cá.

NICOLAU: O quê? E pra onde ele tá indo?

De repente, o código vermelho do local é ativado, acionando os alarmes de segurança. Carolina fica nervosa.

Cena 10:

Apartamento de Victor // Interna // Dia

Victor e Camila estão sentados no sofá, olhando fixamente a parede em sua frente. Victor segura uma garrafa de uísque.

CAMILA: Não vai me contar como foi a sua noite?

VICTOR: Vou. Fiz merda como todas as outras noites. Fim.

Ele toma o uísque como se estivesse bebendo água.

CAMILA: Eu vi o que fez naquele galpão. Foi um belo trabalho, agente noturno.

VICTOR: Eu disse que ia atrás dos bandidos. É o que eu tô fazendo.

CAMILA: Então sinta-se honrado e não encha a cara como se quisesse morrer.

VICTOR: Lembra do cara que eu matei naquele bar? Ele era pai de família. No dia em que eu descobri essa força, esse punho, foi o dia que eu destruí uma família.

CAMILA: O quê? Como assim?

VICTOR: A mulher dele me encontrou hoje pela amanhã, me reconheceu do noticiário. "Assassino", foi essa palavra que ela usou.

CAMILA: Você não teve culpa. Vi nos documentos que o Nicolau possui, sei que o seu ponto fraco são as emoções ao extremo. Isso te faz perder o controle.

VICTOR: Com ou sem controle, isso não muda o que eu fiz. Matei um e transformei outros dois em vegetais. Chega a ser irônico querer ser um herói depois disso.

CAMILA: Ninguém é perfeito. Aprendemos com os erros e evoluímos com isso. Você não matou aquele homem por que quis, mas pode salvar outras centenas de vida, se quiser.

Victor levanta.

VICTOR: Disse que eu queria beber até morrer, né? Talvez seja isso.

Nesse momento, Camila se irrita e também levanta. Ela arranca a garrafa da mão dele e a arremessa no chão.

CAMILA: Chega! Não vou ficar parada vendo você se auto-destruir. Eu vou...

De repente, ela é interrompida pelo comunicador.

NICOLAU: Camila, cadê você?

CAMILA: Tô em serviço. Que alarme é esse?

NICOLAU : Código vermelho aqui na A.N.D.E. A joia tá em perigo, você sabe o que deve fazer.

A ligação é cortada.

CAMILA: Algo terrível em relação à joia.

VICTOR: O que foi?

CAMILA: Talvez você possa ajudar.

Cena 11:

Subsolo da A.N.D.E // Interna // Dia

Antônio desce até a carceragem do local por um elevador e vai até a cela de Wolfgang. Ao chegar, o surpreende.

ANTÔNIO: Venha meu pai, hora de sair desse abismo.

Wolfgang levanta do seu lugar assustado, mas logo se dá conta de que Antônio está sendo controlado mentalmente.

ANTÔNIO: Os planos de Charlie eram de te tirar daqui, mas para isso, ele enviaria a Legião de Ferro.

WOLFGANG: Então quer dizer que ele voltou? Certamente veio atrás do que eu lhe devo.

Antônio põe uma de suas mãos nas grades e começa a derretê-las.

ANTÔNIO: Não temos muito tempo. Logo esse local vai estar cercado.

De repente, alguém chega ali.

CAROLINA: É melhor parar com isso, Antônio. Não quero que tudo comece outra vez.

Ela carrega suas mãos com energia.

ANTÔNIO: Você de novo?

Antônio também carrega suas mãos e corre na direção dela. Logo, o choque entre luz e fogo acontece.

CAROLINA: Larga essa joia, ela tá bagunçando sua mente!

Carolina tenta a todo custo tocar Antônio, mas não consegue. Ele a segura nos braços e começa a queimá-la.

CAROLINA: Por favor, não quero te machucar!

ANTÔNIO: Eu quero.

Usando o punho em que a joia está, Antônio dá um soco nela, que cai. Em seguida, ele a pega pelos cabelos e a arremessa para trás. Carolina cai perto de Wolfgang.

ANTÔNIO: Nunca devia ter te dado tamanho poder. Olha que desperdício.

Antônio vai embora. Carolina levanta e se recompõe.

WOLFGANG: Eu sei que você é capaz de pará-lo. Por que não fez isso aqui?

CAROLINA: Não quero machucar o meu amigo. Ele não é um monstro igual a você.

Com seus poderes, Carolina faz as grades da cela de Wolfgang se contorcerem e entrelaçarem, impossibilitando sua saída.

CAROLINA: Pode ter certeza, daqui você só vai sair se estiver morto.

Ela vai embora.

Cena 12:

A.N.D.E. // Interna // Dia

Após escapar do subsolo, Antônio se aproxima da saída com o Coração da Mente em mãos, quando é cercado por vários agentes, armados com pistolas e tasers.

AGENTE: Mãos pra cima, temos autorização pra atirar se necessário.

ANTÔNIO: Entendido.

Assim que ergue as mãos, Antônio faz com que uma grande cortina de chamas surja do chão, acertando vários agentes. Os que sobraram atiram contra ele, que faz um escudo de fogo e joga contra eles.

ANTÔNIO: Ridículos.

Ele corre até a saída, quando de repente é interrompido por alguém que surge na porta e o impede.

VICTOR: Um momento, amigo. Onde pensa que vai?

ANTÔNIO: Tinha que ficar pior...

VICTOR: Pensei que você tava do nosso lado.

Victor faz seu punho brilhar, e Antônio ri. Ele por sua vez, usa o punho com a joia e os dois correm na direção um do outro. Os punhos se chocam, provocando uma grande onda sônica que os joga longe. Carolina aparece ali e ao ver a joia no chão, tenta pegá-la com seus poderes, mas Antônio é mais rápido e pega o objeto no ar. Ele acerta Carolina com uma rajada novamente.

CAMILA: Parado!

Camila entra no local armada. Victor levanta e volta a carregar os punhos.

VICTOR: Devolve o Antônio pra gente, coisa ruim.

Antônio aponta pra Victor.

ANTÔNIO: Tenho planos pra ele.

De surpresa, Antônio muda o alvo e desfere a rajada em Camila, a acertando em cheio.

VICTOR: NÃO!!!

Victor corre para ajudá-la e Antônio aproveita a distração pra fugir.

Cena 13:

Laboratório de Charlie // Interna // Dia

Henry está no local, impaciente, à espera de Charlie. Antônio entra no local de repente, com o Coração da Mente em mãos. Assustado, Henry aponta o canhão de seu braço pra ele.

ANTÔNIO: Fica frio, eu tô do seu lado.

HENRY: Ah, é? Me dê um bom motivo pra acreditar.

Antônio abre a mão e mostra a joia. Ao perceber que ele está sendo controlado, Henry transforma o canhão em seu braço novamente.

HENRY: E o Charlie? Ele deveria ter vindo com você.

ANTÔNIO: Não sei. Tive que sair às pressas daquele local, não o vi depois disso.

Antônio vai até a cápsula onde o corpo da Androide está.

ANTÔNIO: Precisamos reanimá-la o mais rápido possível. Nosso pai não pode esperar.

De repente, Henry golpeia Antônio na cabeça com o braço metálico e o derruba na hora. A joia cai no chão.

HENRY: Pode deixar. O verdadeiro filho dele faz isso.

Henry pega o Coração da Mente sem tocá-lo, usando um compartimento de seu braço.

Cena 14:

A.N.D.E // Interna // Dia

Em um local de atendimento, vários agentes estão recebendo cuidados médicos. Carolina está no local e usa seus poderes para curar o ferimento em Camila. Victor também está ali.

VICTOR: Por um momento, pensei que eu ia te perder.

CAMILA: Ainda bem que temos uma médica na equipe.

Camila arranca um sorriso de Victor.

CAROLINA: Conseguimos evitar mortes aqui, mas a história está se repetindo.

VICTOR: Mas pra onde o Antônio levou a joia? Ou melhor, a joia levou ele.

CAROLINA: Wolfgang tá preso aqui, e o Nicolau levou o Sniper pra outra sede da A.N.D.E.

Camila se preocupa.

CAMILA: Acho que isso tem uma explicação lógica.

VICTOR: Do que você tá falando?

CAMILA: Nicolau não levou Sniper pra uma outra A.N.D.E, ele o levou pro porão de casa. Alguém o ajudou a fugir.

CAROLINA: O quê? Meu Deus, não é possível.

Carolina leva as mãos à cabeça.

VICTOR: Como aquele desgraçado pôde esconder isso da gente? E você, Camila, por que não contou antes?

CAMILA: Ele me pediu segredo, então iniciamos buscas em sigilo, por isso não contei antes. Mas acho que agora é tarde demais.

NICOLAU: Não. Não é tarde demais.

Nicolau entra naquela sala, trazendo Charlie algemado. Carolina e Victor o olham irritados.

NICOLAU: Talvez vocês não me desculpem, mas acho que ele pode nos levar até o Antônio.

Os agentes que estão ali se assustam ao reconhecer Charlie.

CAROLINA: Um agente da A.N.D.E?

VICTOR: Quem é esse cara?

NICOLAU: Foi ele que ajudou o Sniper a fugir. E sabe onde ele está.

Cena 15:

Laboratório de Charlie // Interna // Dia

Após desacordar Antônio e o prender, Henry usa o Coração da Mente e enfim desperta a Androide, colocando a joia em seu peito e reativando seus sistemas.

ANDROIDE: É um prazer estar de volta, irmão.

Ela olha o novo braço de Henry.

ANDROIDE: Belo braço, à propósito. Nova tecnologia?

HENRY: Sim. A mesma usada na criação do seu novo corpo. Está bem mais forte agora.

ANDROIDE: Sim. Posso sentir a força fluindo entre meus sistemas.

Antônio acorda e mesmo atordoado consegue entender a conversa entre Henry e a máquina.

HENRY: Agora a missão é outra. O resgate do nosso pai.

ANDROIDE: Fique tranquilo. Não irei decepcioná-lo.

Ela ativa o poder da joia em seu peito e consegue controlá-la. Nesse instante, todos os androides que estavam e todos os celeiros construídos por Wolfgang se levantam e atendem seu chamado, ficando a postos.

ANDRÓIDE: Estão prontos.

HENRY: Ao meu sinal...

Antônio presencia a situação e fica desesperado.

FIM DO EPISÓDIO

Cena extra:

Subsolo da A.N.D.E // Interna // Dia

Charlie é levado e trancado numa cela por dois agentes. Ao ser jogado lá dentro, ele se desespera.

CHARLIE: NÃO!!! Vocês não podem fazer isso comigo!

AGENTE: Temos regulamentos bem rígidos e específicos para com aqueles que nos traem. Você terá sérios problemas.

Os agentes vão embora.

CHARLIE: Não têm esse direito! Eu exijo advogado, agora!

Ele chuta as grades, mas tudo que consegue é fazer barulho e se machucar.

WOLFGANG: Por que tanto desespero Charlie?

Charlie se assusta ao olhar a cela ao seu lado e ver que Wolfgang está ali.

CHARLIE: O quê? Mas como?

WOLFGANG: É bom vê-lo novamente após décadas.

CHARLIE: Meu Deus. E agora? Como você vai pagar o que me deve?

WOLFGANG: Do jeito que é, não duvido que tenha dito tudo que sabe.

CHARLIE: Não tive escolha. O plano deu errado, todos perdemos.

Wolfgang ri.

WOLFGANG: Acha mesmo?