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CAPÍTULO
012
Escrito Por GLALBER E. DUARTE
CENA
001. BAR. INTERIOR. RJ. NOITE.
(MAURO
chega ao local. Estão cantando “Magicamente”, ao vivo. Ele se dirige ao centro
do local, onde vê PEDRO, sozinho. MAURO segura no ombro do filho).
MAURO
– Lindo você, não?
(PEDRO
se vira, assustado, mas contido, pra não expressar).
PEDRO
– Eu posso explicar, pai/
MAURO
– Relaxa, porque hoje eu não tô com paciência pra me estressar. Aliás, você é
maior de idade, pouco me importa o que tu faz ou deixa de fazer. Só lhe dou um
conselho: Vá com calma, não estrague sua vida.
PEDRO
– Eu sei me cuidar, MAURINHO.
(MAURO
chama um garçom, que vai até ele).
MAURO
– Me vê um chope, por gentileza.
(O
garçom anota o pedido e sai de cena. MAURO apoia a cabeça nas mãos, apoiadas na
mesa. Pensativo. PEDRO olha para o pai, preocupado).
PEDRO
– Ih... Que houve, pai?! Que cara de cu é essa?
MAURO
– Mais respeito comigo, hein?!
PEDRO
– Desculpa, mas o senhor está tão jururu hoje... Cadê a mamãe, porque ela não
veio?
MAURO
– É esse o problema. Ela não chegou até agora em casa. Passei no hospital e ela
já tinha saído faz algumas horas...
PEDRO
– O senhor não está pensando em/
MAURO
– Sim, ela pode ter me traído. Sim. Ela não está mais como antes. Nosso
casamento esfriou, meu filho. Esfriou. Não nos amamos mais feito outrora.
PEDRO
– Não diga isso, meu pai.
MAURO
– Sim, digo. E mais: Não acredito no amor. Ele não existe. E se existe, ainda
não tive a honra de tê-lo conhecido.
(O
garçom chega com o chope. MAURO bebe, enquanto fala com PEDRO).
MAURO
– O amor é um sentimento bem complicado, bem amplo. Algo mais do que eu
pensava. É bem além de tudo. Sei lá, inexplicável.
CENA
002. CASA DE ALAN. INTERIOR. QUARTO. RJ. NOITE.
(FUNDO:
“PrayYou Catch Me”. ALAN empurra RODRIGO, assustado).
ALAN
– O que é isso, cara?! Não estou te entendendo.
RODRIGO
– ALAN, eu te adoro. Sim, sinto o maior tesão em você, desde a primeira vez que
te bati o olho. Tinha ciúmes. De tu com LUIZ. Pensei que vocês dois tinham algo
a mais. Por isso que decidi afastá-lo de você. Apesar de ser meu amigo. Eu nunca
senti isso o que eu sinto por você agora, nunca. Tinha nojo, repulsa por gays.
Os mesmos eram um estorvo na sociedade, não mereciam viver, em minha opinião.
Mas agora, eu mudo minha percepção. Gays são gente. Eu sou gente!
ALAN
– Cara, você está me confundindo, eu não sou/
(RODRIGO
se aproxima).
RODRIGO
– Você pensa que eu não percebi teus olhares pra cima de mim. Cara, relaxa. Só têm
a gente aqui. Somos íntimos. Sim, a tua família deve ser preconceituosa, né? Só
fazermos tudo no sapatinho. No escondido. Ninguém vai saber da gente. Ninguém!
(RODRIGO
alisa o rosto e o cabelo de ALAN, que cede).
ALAN
– Mas... Você acha que eu quero viver assim? Escondido? Eu nutro um sentimento.
Sim, gosto de homens e nada mais. Não quero essa vida pra mim, de aguentar
calado, engolir tudo. Um dia vou acabar explodindo, com tudo o que eu ouvir e
não poder me expressar, por medo.
(RODRIGO
aproxima seu rosto no de ALAN e os dois ficam a ponto de se beijar).
RODRIGO
– Eu estou disposto a enfrentar tudo. Tudo, pra ter você sempre ao meu lado.
(ALAN
beija RODRIGO. Um beijo apaixonado).
ALAN
– Eu não sei se realmente eu gosto de você. É tudo bem confuso, bem rápido. Dê-me
um tempo, de pensar, refletir tudo...
RODRIGO
– Darei o tempo necessário. E nesse tempo eu já terei te conquistado, com meu
amor.
(Os
dois voltam a se beijar. Se encaminham para a cama. ALAN por baixo, RODRIGO por
cima. RODRIGO tira a camisa de ALAN. Os dois se beijam. As nádegas de RODRIGO à
mostra. O jovem beija o corpo de ALAN. Os dois se amam, ali, na cama. ALAN joga
RODRIGO e os dois trocam de posição. RODRIGO por baixo agora. ALAN desce. CLOSE
na expressão de excitação de RODRIGO. Ele morde os lábios. ALAN sobe).
ALAN
– Eu... Eu não sei se estou pronto. Não sei...
RODRIGO
– Calma, meu amor. Serei cuidadoso... Muito cuidadoso.
(RODRIGO
vai por cima, ALAN por baixo. Os dois se beijam e fazem amor. Ambos gemem de
prazer, as nádegas de RODRIGO ainda à mostra. Eles transpiram. CORTES
contínuos. ALAN vai por cima agora. Beija RODRIGO, enquanto os dois fazem amor.
CORTES nos dois em várias posições).
CENA
003. IGREJA. INTERIOR. RJ. NOITE.
(TENSÃO.
ÉLCIO continua a orar, mas o espírito maligno resiste).
ÉLCIO
– Pelo o poder que há no sangue de Jesus, saia da minha filha agora! Em nome de
Jesus!
(RAQUEL
cai no chão e se debate. ÉLCIO insiste, todos na igreja oram. Até que o
espírito sai do corpo de RAQUEL. FUNDO SERENO. Ela acorda toda perdida, sem se
lembrar de nada do que houvera. Ela olha para o rosto do pai, comovida e se
levanta, com muita dificuldade e com a ajuda de ÉLCIO).
RAQUEL
– Meu pai... Meu pai querido...
(RAQUEL
abraça ÉLCIO, que chora também. Aí começa o mover do Senhor. Muitas pessoas são
usadas pelo Espírito Santo de Deus. Pulam, rodopiam, sapateiam, falam a língua
dos anjos, choram. Todos, pelo poder de Deus).
CENA
004. CASA DE PABLO. INTERIOR. SALA.
(VITÓRIA
desliga a TV. CORTA a MÚSICA. FUNDO: “Me Chama”. Ela se vira a PABLO).
VITÓRIA
– Agora que a novela terminou, vamos conversar. Conte-me tudo. Não me esconda
nada. Na facul, você estava com uma garota, até demorou a sair. Tá caidinho
nela, não?
PABLO
– Eu? Ah, para.
VITÓRIA
– O que te custa me contar?
PABLO
– Nada, é que/
VITÓRIA
– Então?! Que há? Ah, meu irmão...
PABLO
– Tudo bem. É aquela garota mesmo... É atraente, mas não sinto nada por ela.
VITÓRIA
– Jura? Nem um pouquinho? (fecha os dedos, demonstrando).
PABLO
– Ela é bonita sim. Bonita, romântica... Mas só serve pra um lance e nada mais.
Um pente e rala, como dizem (risos).
VITÓRIA
(meio revoltada) – Às vezes penso que você é adotado... Tenho repulsa em
algumas atitudes suas...
PABLO
– Porque, hein?
VITÓRIA
– Você é muito machista... Mas tenho esperanças de que o amor o faça mudar por
completo. Ah, tenho.
CENA
005. HOSPITAL. INTERIOR.
(CARLOS
está nervoso).
CARLOS
– E então, doutor? Diga logo!
DOUTOR
– Olha, teu irmão está bem, viu?
(CARLOS
sorri, quase não conseguindo acreditar).
CARLOS
– Mesmo?
DOUTOR
– Sim, apesar dos riscos, ele só sofreu umas luxações e, com o impacto, acabou
desmaiando. Mas, se bobear, amanhã mesmo ele sairá daqui.
CARLOS
– É tão bom ouvir isso!
(CARLOS
abraça o doutor e logo se afasta. Tímido).
CARLOS
– Desculpa, não consegui me conter... Estou é muito feliz!
DOUTOR
– Que é isso. Eu não ligo. Deixe-me ir. Até mais.
(O
DOUTOR se retira).
CENA
006. CASA DE ALAN. INTERIOR. SALA.
(FUNDO:
“Magicamente”. LUCIANA entra em casa. Arrasada).
LUCIANA
(sussurra) – Acho que não deve ter ninguém em casa... Menos mal.
(LUCIANA
se dirige ao armário e pega um uísque. O toma na garrafa mesmo. Pega outro,
outro e outro. Em alguns minutos, está completamente embriagada).
LUCIANA
– Acho que ALAN está dormindo. Deixe-me dar um beijo de boa noite pra ele.
(LUCIANA
cruza a sala, grogue, se apoiando nas paredes, bêbada ao extremo).
CENA
007. CORREDORES. RJ. NOITE.
(LUCIANA
cruza o local. Chega à porta do quarto de ALAN. Para, tentando se manter de pé.
Tonteia, mas fica firme. Abre a porta lentamente).
A
SEGUIR CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
-
CLOSE na expressão de terror na face de ALAN.
-
LUCAS e RAMON dançam.
-
A senhora volta à casa de CAMILA.
FIM
DO CAPÍTULO.
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