Riscos de Vida - #TerceiroEpisódio
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CENA 001.
HOSPITAL SAN MARINO. QUARTO 12. INTERIOR. DIA/MANHÃ
Renê entra
no quarto e consola Solana:
Renê – Calma meu
amor! Se Deus quiser você vai melhorar.
Solana – Não
deposite essas expectativas, a médica veio aqui e o meu estado é grave.
Renê – Como é?
Solana diga-me, você foi diagnosticada com o que?
Solana – Eu estou
com leucemia e para piorar, estou com os órgãos comprometidos por causa do
remédio de ansiedade que é de alta dosagem.
Renê –
Misericórdia! Quando você vai iniciar a quimioterapia?
Solana – Nas
próximas horas, o meu estado é alarmante e precisa de um cuidado redobrado.
Renê pega
nas mãos de Solana e pergunta:
Renê – Meu amor
não se aflija! Deus sabe de todas as coisas e você sim, vai melhorar.
Solana – Que Deus
te ouça meu amor.
Renê beija Solana e diz:
Renê – Agora
tenho que ir pra casa, o Breno está com a babá e vim aqui para te visitar.
Solana – Cuide bem
do nosso filho.
Renê – Pode
deixar que cuidarei muito bem dele.
Renê deixa
o quarto e Nicolas pergunta por Solana:
Nicolas - Como está
a minha mãe?
Renê – Sua mãe
está bem. Já sabe da doença dela né?
Nicolas –
Infelizmente sim, a doutora Mirtes me procurou e me informou.
Renê – Espero
que ela seja muito bem cuidada neste hospital.
Nicolas – Minha
mãe vai ter o melhor tratamento possível.
Renê – Assim eu
espero! Ah estou voltando para a fazenda, aqui está a chave do seu apartamento.
Nicolas – Obrigado
pai, qualquer coisa, eu irei te ligar.
Renê se emociona e caminha no corredor. Sozinho, Nicolas pega o celular do bolso e manda mensagem para Helton.
CENA 002.
PROMED. CORREDOR. INTERIOR. DIA/MANHÃ
Dominique
chama Soraia e a cirurgiã chefe cobra satisfações:
Soraia – Bom dia
doutora Dominique, eu preciso tirar algumas dúvidas.
Dominique – Diga!
Soraia – Eu vi que
aqui fazem tratamentos alternativos para a leucemia e os remédios são muito fortes
para esse povo que faz quimioterapia.
Dominique – Você está
bisbilhotando a casa de saúde? Pensei que sua função fosse ficar a frente de
uma cirurgia.
Soraia – Sou sim
uma cirurgiã chefe, mas não anula o fato de eu discordar desse tipo de
tratamento perigoso que pode matar uma pessoa.
Dominique
para e responde rispidamente:
Dominique – Doutora
Soraia, aqui você é uma mera enfermeira como todas as outras. Você não tem que
questionar os protocolos que seguimos e tão menos o tratamento alternativo. Sua
função é orquestrar com maestria o centro cirúrgico com um paciente em operação
e olhe lá.
Soraia – É crime
questionar algo errado? Eu achei que a Promed não compactuava com esse tipo de
tratamento agressivo.
Dominique – Antes de
você falar qualquer bobagem ou desinformar por ai, esse tratamento alternativo
foi aprovado pela ANVISA e o remédio usado na quimioterapia é a Promed que
produz e tem uma eficácia de cem por cento. Tem mais alguma coisa para
perguntar?
Soraia – Não
senhora!
Dominique – Acho
muito bom. Aqui está a chave da sala quinhentos e um, lá tem um paciente com
falta de ar e vê se não coloque caraminhola na cabeça dele, ouviu bem?
Soraia – Ok doutora,
eu sou profissional no que faço. Com licença!
Soraia sobe
as escadas e Sulamita se aproxima de Dominique perguntando:
Sulamita – O que
essa guria queria contigo?
Dominique – Ela
queria ficar por dentro sobre os tratamentos alternativos de quimioterapia.
Sulamita – Ela está
sendo enxerida demais e não estou gostando disso.
Dominique – Esse
tratamento é de alto risco?
Sulamita - Porque a
desconfiança? Você sabe que meu zelo é pela vida. Esse tratamento alternativo
trouxe excelentes resultados.
Dominique – Que bom e
fico muito feliz. Tia irei sair para o horário de almoço e já volto.
Dominique beija a testa de Sulamita e deixa a Promed. A proprietária caminha no corredor irritada.
CENA 003.
HOSPITAL SAN MARINO. LANCHONETE. INTERIOR. DIA/TARDE
Horas depois, Susana vê Gutemberg choroso e pergunta:
Susana – Porque
está triste amigo?
Gutemberg – Esses
cortes que a dona Vitória fez tem prejudicado a lanchonete. E justamente esse
espaço aqui que demorei anos para consolidar e é o meu ganha-pão.
Susana – Esses
cortes são necessários, infelizmente. E pelo que soube, irão rever os salários
dos funcionários para moldar todos num novo contrato.
Gutemberg – Porque
ela não corta o salário pomposo dela e da mãe dela? Ela tem que reduzir o
salário dos funcionários, para quem a corda arrebenta para o lado mais fraco.
Susana – Guto
entendo perfeitamente sua colocação, mas essa dívida bilionária mexeu com
todos. Ninguém imaginou que iremos passar por uma crise tão forte.
Gutemberg – Se esse
hospital ainda está vivo é graças à Anália, porque Sulamita e nada era a mesma
coisa. Sem contar que ela é arrogante e cheia de pose como se fosse a dona do
mundo.
Susana – Não fale
alto e assim dela, as paredes daqui tem ouvidos.
Gutemberg
furioso grita na lanchonete:
Gutemberg – Falo
mesmo, essa tal de Sulamita não vale nada. [Grita].
Susana – Rapaz, tu
está passando dos limites.
Gutemberg – Tu ainda
não viste nada. Isso é apenas a palha da minha revolta contra essa injustiça.
Susana
acalma Gutemberg que chora desesperadamente. Ao chegar à lanchonete, Rebeca
estranha:
Rebeca – O que houve
aqui? Cadê os clientes?
Susana – O Guto
fechou a lanchonete mais cedo.
Gutemberg – Tudo por
causa desse maldito corte e graças a sua excelentíssima patroa.
Rebeca – Guto, a
corda arrebentou para todos e principalmente para ela. Todos estão no mesmo
barco e Susana preciso falar contigo.
Susana – Guto se
cuida viu?
Gutemberg – Pode
deixar, irei ligar se der b.o aqui.
Gutemberg vai para a lanchonete e Susana e Rebeca conversam em off.
CENA 004.
HOSPITAL SAN MARINO. PÁTIO. EXTERIOR. DIA/TARDE
No pátio, Susana fica chocada com o que houve de Rebeca e diz:
Susana – É sério
mesmo que essa crise é uma sabotagem?
Rebeca – Amiga
pense comigo, como o hospital vai acumular nove milhões em dívidas?
Susana – Não sei
não, vai que a Anália passou a perna na gente esse tempo todo.
Rebeca – Ela não
seria louca de endividar o hospital que ela fundou.
Susana – Então
quem você acha que seja responsável por tudo isso?
Rodolfo
caminha assoviando e Rebeca olha para o cirurgião e para a médica:
Rebeca – Quem você
acha?
Susana – O
Rodolfo? Ele não seria capaz disso.
Rebeca – Se lembra
de que ele sempre quis abrir uma clinica? Então, os equipamentos que ele queria
são bem custosos.
Susana – Não dá
para acreditar que ele foi capaz de fazer uma loucura dessas.
Rebeca – Rodolfo é
louco por dinheiro e pelo perigo. Ele nunca se importou por vidas.
Susana – Imagina
se essa bomba explode na reunião do conselho?
Rebeca – Não quero
estar viva neste dia.
Leandro
chega e diz:
Leandro – Acabou o
buchicho, vamos trabalhar.
Rebeca – Tu está
muito abusado.
Leandro - Ainda não
viu nada.
Susana anda pelo pátio e Rebeca e Leandro conversam.
CENA 005.
HOSPITAL SAN MARINO. DEPARTAMENTO DE FINANÇA. INTERIOR. DIA/TARDE
Nicolas entra na sala de Helton e o empresário cumprimenta:
Helton – E a
velho, tudo bem contigo?
Nicolas – Tudo
ótimo [...].
Helton – O que faz
aqui moço? Você nunca se interessou pela área financeira.
Nicolas – Se
esqueceu de que eu estudei administração?
Helton – Ah é
verdade, faz tanto tempo. Qual é a sua dúvida?
Nicolas – É que o
departamento clínico está com uma estrutura tão antiquada e quis ver contigo o
orçamento.
Helton – Tu mente
muito mal Nicolas, o departamento clínico foi reformado a pouco tempo. Sei
perfeitamente que está aqui porque está encabulado com as dívidas do hospital. Te conheço e não é de hoje.
Nicolas – Realmente
estou aqui também por causa disso. Muitas pessoas dependem desses empregos que
serão cortados e essa dívida bilionária não existe em lugar nenhum.
Helton – Realmente
você quer saber o que está acontecendo... Perai.
Helton pega
uma das pastas e joga sobre a mesa e abre:
Helton – Aqui está
a dívida do hospital [...].
Nicolas – É
só isso que o hospital tem de dívida?
Helton –
Menos que nove bilhões. Aqui foi uma sabotagem orquestrada por Rodolfo. Ele
colocou no sistema os talões de cheque impressos de um bilhão para ferrar
Vitória. Esses talões são existentes e compraram maquinários novos e vendido
pelo mesmo valor.
Nicolas
fica espantado e Helton olha seriamente para o cirurgião
Fim do episódio 03
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