Delegado
Magno Saldanha interroga Anália:
Delegado
Magno – Então quer dizer que a proprietária desviou dinheiro e fez um
cambio financeiro sem declarar o dinheiro para as autoridades [...].
Anália – Eu jamais
faria algo do tipo delegado. Eu sou uma pessoa de caráter ilibada.
Delegado
Magno – Tão ilibada quanto essa água em minha garrafinha. Acha que
você me convence com esse discursinho e omissão?
Anália – O porquê
eu ia omitir uma calunia como essa?
Delegado
Magno – Ia omitir com base nisso!
Delegado
Magno joga os documentos sobre a mesa, Anália abre e rebate:
Anália – Esse
documento não tem validade nenhum. Todas essas remessas foram declaradas na
Receita Federal. Não tem nenhum fundamento de estar aqui depondo com o senhor.
Delegado
Magno – Olhe as suas assinaturas [...].
Anália estranha a assinatura e diz:
Anália – Essa
assinatura não é minha!
Delegado
Magno – Então me prove. Vou colocar um papel sobre a mesa e quero ver
a sua assinatura.
O delegado confronta Anália e coloca um papel sobre a mesa. A
fundadora do hospital assina e Magno estranha:
Delegado
Magno – Realmente essa letra não é sua, mas iremos abrir uma linha de
investigação em cima do Hospital San Marino.
Anália – Não
entendo o porquê dessa investigação.
Delegado
Magno – Tem gente lá dentro desviando dinheiro do hospital e dos
cofres públicos, mas isso não vem ao caso. Quando a investigação estiver
concluída te chamaremos. Está liberada.
Anália – Muito
obrigada, tenha uma boa noite!
Delegado
Magno – Igualmente senhora.
Anália deixa
a sala do delegado e Magno acessa aos arquivos e compara assinatura dos talões
de xeque com o de Rodolfo.
Delegado
Magno – Filho da puta, fudendo o hospital e a vida da própria mãe.
O delegado
pede expedição do mandato de prisão de Rodolfo e deixa a sala.
CENA 002.
MANSÃO VIDAL VASCONCELOS. SALA. INTERIOR. NOITE
Vitória
fica espantada e Carlos tenta acalmar a esposa:
Vitória – Não
consigo acreditar na prisão de Dona Anália [...].
Carlos – Vós
precisastes acalmar, daqui a pouco ela está de volta.
Vitória – Não tem
como ficar calma. Imagina você ver sua mãe de consideração sendo presa? Meu
instinto não mente, mas essa prisão tem alguma coisa a ver com a crise no
hospital.
Carlos – O
hospital que trabalhaste está em crise?
Vitória – Uma das
piores crises dos últimos vinte anos. Metade do dinheiro foi bloqueado pela
Justiça. Estou tendo que me virar como posso.
Carlos – Nossa que
situação!
Sulamita
desce a escada preocupada e pergunta:
Sulamita – Soube que
Anália foi presa?
Vitória – Amor você
pode me esperar no quarto.
Carlos – Claro,
deixarei vocês a vontade. Com licença!
Carlos sobe
as escadas e Vitória diz:
Vitória – A dona
Anália foi presa por desvio de dinheiro e evasão de divisa.
Sulamita – Não acredito!
A Anália nunca foi capaz de fazer isso.
Vitória – Sei não
hein? O Rodolfo manipula piamente a dona Anália com uma facilidade.
Sulamita – O que
você quer dizer com isso filha?
Vitória – Tenho a
absoluta certeza que Rodolfo está por trás dessa crise.
Sulamita – Não fale
isso nem brincando.
Anália
entra pela porta da mansão e Anália se aproxima:
Sulamita – Graças a
Deus você está bem.
Anália – Obrigada
Sula! E Vitória, quero que você marque uma reunião com os acionistas, por
favor.
Vitória – Pode
deixar dona Anália.
Vitória vai
para o escritório e Anália diz para Rodolfo:
Anália – Vou
acertar umas contas com Rodolfo. Amanhã mesmo.
Anália sobe
as escadas e Sulamita fica pensativa.
CENA 003.
APARTAMENTO SOLAR. PRÉDIO 2. QUARTO. NOITE
Regiane se joga na cama cansada e Gustavo diz:
Gustavo – Porra!
Que sexo intenso, deu até sede.
Gustavo se
levanta nu e abre a geladeira para pegar um copo de água e Regiane responde:
Regiane – Estava
sentindo falta de estarmos juntos aqui, trocando carícias.
Gustavo – Essa
rotina do hospital está acabando com a gente.
Regiane – Eu nem
era para ser plantonista, sou uma mera cardiologista.
Gustavo – Essa
troca troca de gestor está atrapalhando tudo.
Gustavo bebe água e Regiane olha para o celular e vê mensagem de
sua mãe.
Regiane – Ah não, é
sério isso?
Gustavo – O que foi
amor?
Regiane – Minha mãe
está voltando para Santa Catarina e você sabe o quanto ela é muito restritiva
quanto o nosso relacionamento.
Gustavo – Eu não
sei por que ela tem birra comigo.
Regiane – Ela é
contra uma moça mais velha se relacionar com um rapaz mais novo, o que no caso
é a gente [...].
Gustavo – Bobagem
isso, acho esse tipo de pensamento tão antiquado.
Regiane – Minha
mãe é muito conservadora, ai já viu né?
Gustavo – Enfim,
vamos esquecer os problemas, quero passar uma noite bem amorosa com você.
Regiane – Safado
[...].
Gustavo – Safado
nada, temos que aproveitar esse momento juntos.
Regiane e
Gustavo se beijam, vão para a cama e a câmera se afasta.
CENA 004.
PROMED. UTI. INTERIOR. NOITE
Dominique entra na UTI, cumprimenta os pacientes e faz perguntas
à Soraia:
Dominique – Como
está a saúde dessa criança?
Soraia – Ele está
estável. Pedi uma bateria de exames e constatou bronquiolite em estado inicial,
mas o encaminhei para um especialista.
Dominique – Mas você
é a responsável do paciente e pelo tom, não está satisfeita com a função que
lhe destinei.
Soraia – Estou
assumindo as funções abaixo da minha capacidade, queria me ver como? Sorridente
e saltitante?
Dominique – É o
mínimo, aqui pra mim, você não passa de uma mera enfermeira.
Soraia se
irrita e confronta:
Soraia – Eu estou
de saco cheio das suas imposições. Da mesma universidade que você se formou, eu
me formei. Sou cirurgiã chefe e não pediatra. Acha que todos tem a obrigação de
abaixar a cabeça pra você, só porque é sobrinha de Sulamita. Grandes merdas se
é sobrinha, irmã, prima, o caralho que for.
Dominique – Fala
baixo e tenha compostura porque você está numa casa de saúde e não nos
botequins que costuma frequentar.
Soraia – Eu
poderia enfiar a mão na tua cara, mas prefiro segurar o ódio de outra maneira.
Preciso trabalhar e pegar o exame desse paciente, com licença.
Dominique
fica sem reação e deixa a UTI. No corredor, Soraia chora e liga para Leandro:
Soraia – Amigo
ainda bem que você atendeu?
Leandro – O que
houve Soraia? Você está nervosa.
Soraia – Não estou
aguentando mais essa tal de Dominique. Ela se acha a superior, desdenha do
protocolo e faz da minha vida um inferno.
Leandro – Tenha
calma, respira fundo e mostre a profissional que é.
Soraia – Estou
mantendo a calma até demais. Parece que ela gosta de me vê mal, pra baixo, isso
não saudável, ela não está pronta para a medicina.
Leandro – Quando
terminar os serviços, vamos para uma lanchonete para conversar?
Soraia – Estou sem
clima e tempo amigo. Tenha uma boa noite!
Leandro –
Igualmente.
Soraia desliga
o telefone, caminha cabisbaixa no corredor e Dominique observa de longe.
CENA 005.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ. HOTEL MARES STAR. QUARTO. INTERIOR. NOITE
Na sacada do hotel e de roupão, Ricardo recebe champanhe do Miro
e responde:
Ricardo – Pensei
que iria ficar viajando eternamente.
Miro – Estava
trabalhando amor. Sabe que vida de modelo não é fácil.
Ricardo – Estava
modelando ou paquerando uns rapazes?
Miro – Ih que
papo é esse?
Ricardo – Não vem
com marra não, porque te conheço perfeitamente bem, quem é aquele boy da foto
do seu lado?
Miro – É um
garoto de programa que a agência quis para modelo. Está satisfeito?
Ricardo – Você acha
que essa história me convence?
Miro – Puta que
pariu velho, tudo você desconfia. Engraçado que tu anda com os machos do
hospital para cima e pra baixo e não te encho a porra do saco.
Ricardo – Você
quer comparar meus amigos de trabalho com os michês que recebem barato para
transar? É isso mesmo?
Ricardo caminha
até porta e Miro pega o neurocirurgião pelo braço e diz:
Miro – Amor não
quero te perder por bobagens e desconfianças sem fundamentos. Sou fiel a você e
deveria estar ciente disso.
Ricardo –
Conheço bem essa vida de modelo, já fui uma vez e desisti por causa disso,
porque sempre aparece um escroto para querer ofertar mais alto na beleza e no
corpo.
Miro – Mas não
desses que se vende por muito pouco.
Ricardo – Acho
muito bom mesmo.
Miro se
aproxima de Ricardo e beija o neurocirurgião. No quarto um tira a roupa do
outro e o modelo coloca preservativo. Os dois tem uma noite quente e intensa de
sexo.
CENA 006.
HOSPITAL SAN MARINO. SALA DA PRESIDÊNCIA. INTERIOR. DIA/MANHÃ
No dia
seguinte Anália convoca uma reunião com os acionistas e aberta para todos os
funcionários através de live.
Anália – Bom dia
funcionários, estamos aqui reunidos para esclarecer alguns tópicos. A dívida do
hospital não passa dos nove bilhões, era uma sabotagem contra a nossa atual
presidente Vitória.
Na
lanchonete, Gutemberg diz para Susana e Receba:
Gutemberg – Ih lá
vem bomba!
Rebeca – A dona
Vitória vai se safar das acusações. Pelo que eu soube, a dívida é de dez
milhões só.
Susana – Esse
hospital já foi mais organizado. Todo mundo sabe de assuntos sigilosos.
Gutemberg – Sempre
tem um fuleiro que deixa vazar né?
No
corredor, Amanda e Érica comentam sobre a live:
Érica – Pela cara de Anália, as coisas aqui estão tensas.
Amanda – No dia que as coisas aqui tranquilizarem, irá virar um
feriado nacional.
Érica fica
sem entender e Amanda caminha no corredor. Na sala da presidência, Anália
anuncia mudanças.
Anália – Após uma
linha de investigação na qual resultou falsificação da minha assinatura, o
doutor Rodolfo Vidal está destituído do cargo de cirurgião chefe.
Rodolfo –
Mas mãe [...].
Anália –
Aqui você me trata com acionista. Além disso, o seu diploma é comprado, você
não é formado como cirurgião. Portanto, podem o retirar do recinto.
Os
policiais prendem Rodolfo e Anália diz:
Anália – A
partir de agora, Carlos Tomás é o novo cirurgião chefe do hospital tendo
Dominique Vidal como auxiliadora.
Vitória,
Sulamita, funcionários e enfermeiros aplaudem Anália.
CENA 007.
HOSPITAL SAN MARINO. QUARTO. DIA/MANHÃ
Mirtes
entra no quarto e se aproxima de Solana e estranha:
Mirtes
– Solana? Solana fale comigo.
Nicolas
escuta os chamados de Mirtes e pergunta:
Nicolas
– O que houve?
Mirtes
olha para Nicolas com os olhos lacrimejando e o clinico geral se desespera:
Nicolas
– Pelo amor de Deus, isso
não é verdade!
Mirtes
- Infelizmente, a sua mãe
veio a óbito.
Nicolas
fica desorientado. Na porta do hospital, Marina, Mirian, Breno e Renê rezam
pela vida de Solana. No quarto, Mirtes desliga os aparelhos e Nicolas chora
desesperadamente.
Nicolas
– Mirtes, eu posso ficar um pouco sozinho com minha mãe?
Mirtes
– À vontade, chamarei os rapazes para retirar o corpo.
Mirtes
sai do quarto e Nicolas diz sobre o corpo da mãe:
Nicolas
– Me culpo todos os dias de não cuidar de você, te amar como deveria, te
abraçar [...]. O que será de mim sem você?
Nicolas
chora sobre o corpo de Solana e a câmera sobe. As luzes se apagam.
Nicolas
[Narração] – A vida é apenas um detalhe e a nossa passagem vagarosa na terra.
FIM
DA TEMPORADA
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