Marcas da Vida - #QuartoCapítulo
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Marcas da Vida
Capítulo 004
Campinas - SP
Cena 001 // Rua // Manhã
O policial algema Matheus e Julia…
Julia: Isso é um engano, essa droga não é nossa, eu juro por Deus.
Policial: Todos dizem a mesma coisa que você.
Matheus: Ela está falando a verdade, essa droga não é nossa.
Policial: Levem esse dois pra delegacia, apreendem o carro.
Matheus: Vocês não podem fazer isso, essa droga não é nossa, tem que acreditar em nós, tem que acreditar em nós.
O policial levam os dois para a viatura…
Julia: É tudo culpa sua Matheus, eu ainda falei que iriamos se ferrar.
Matheus: Cala a boca, a gente já está na merda, não é hora de achar o culpado, temos que pensar agora e você sabe o que tem que ser feito.
Julia olha pra janela chorando…
Julia: Nunca imaginei que iriamos passar por isso, meus pais vão me matar por isso, vão cortar minha mesada, satisfeito agora Matheus?
Matheus: Nem fale isso, os meus quando souberem, é capaz de expulsarem de casa.
O policial entra e seguem para a delegacia…
Cena 002 // Delegacia // Interior // Tarde
Karine e Fernando chegam rapidamente na delegacia…
Fernando: Acho que é essa a delegacia que estão trazendo o nosso filho.
Karine: O que será que ele aprontou de tão grave assim?
Fernando: Não é novidade pra mim, nosso filho só apronta, só traz desgosto pra nós.
Karine: Não precisa falar assim dele, ele é seu filho acima de tudo.
Fernando: Do jeito que apronta, nem parece que é.
Karine fica apreensiva…
Cena 003 // Shopping Pedreira Unidade Campinas // Sala de Meire // Interior // Tarde
Meire está arrumando suas coisas em sua sala… Renato entra…
Renato: Boa tarde mãe, desculpa entrar assim, eu preciso muito falar com a senhora.
Meire: Agora não vai dar filho, eu estou indo almoçar, daqui a pouco as trezes horas vou entrevistar um novo funcionário pro cargo de diretor financeiro.
Renato fica surpreso…
Renato: Achei que você nomearia eu ou o Gustavo pra esse cargo de confiança.
Meire: O povo e a imprensa achariam que eu estaria cometendo nepotismo, você sabe como a imprensa é, você eu quero na vice-presidência e o Gustavo que agora ocupa interinamente o cargo de diretor financeiro vai pro RH, seu pai se tivesse aqui com a gente hoje faria a mesma coisa.
Renato: Acredito que dará certo mãe, afinal tudo que a senhora faz dá certo, construiu ao lado do pai essa rede de shopping, fico muito orgulhoso da senhora.
Meire: Obrigado filho, me diga o que queria falar comigo.
Renato: É sobre o Gustavo, a senhora pediu que ele fizesse as planilhas de gastos do mês, só que ele não faz a desse mês, eu não sei como, ele repetiu os mesmo números do mês passado, veja com os seus próprios olhos.
Meire observa as planilhas feitas por Gustavo…
Meire: Estão mesmo com os números do mês passado, eu só não entendo por que ele fez isso, ainda mais ele que é bom em matemática.
Renato: Isso está estranho mãe, eu percebi quando fui questionar ele a respeito disso.
Meire fica desconfiada…
Meire: Filho, refaça essa planilha o quanto antes, se Gustavo fez algo de errado, vamos descobrir, não deixa ele perceber, senão ele vai ir com tudo pra cima de você.
Renato: Sei o irmão ciumento que tenho, capaz dele dizer que ele não é capaz de fazer planilha, todo aquele drama chato dele.
Meire: Sem sombras de dúvidas, quando fizer, mostre-me.
Renato: Ok mãe, pode deixar.
Meire: Vou almoçar, qualquer coisa pode ligar.
Eles se despedem e ela se retira…
Renato: Se aprontou alguma coisa, eu vou descobrir maninho.
Cena 004 // Shopping Pedreira Unidade Campinas // Escritório // Interior // Tarde
Ernesto sobe até a administração… Ele chega perto da secretaria…
Ernesto: Boa tarde, eu queria falar com o Fernando, ele se encontra?
Secretaria: Infelizmente não, ele teve um imprevisto familiar e teve que sair.
Ernesto: Ele vai demorar? Precisava muito falar com ele.
Secretaria: Acho que vai, o senhor deixa seu nome, que eu passo pra ele.
Ernesto: Vai ajudar muito, me chamo Ernesto Paiva Gonçalves.
Gustavo aparece
Gustavo: O faxineiro do shopping, o limpador das bagunças humanas, cuidado meninas, senão vocês vão ser infectadas com doenças transmissíveis, eu não sei como deixam um sujeito velho, com roupas digamos que fora de moda, frequentar a parte administrativa desse shopping.
Ernesto: Tenho muito orgulho da minha profissão, se é isso que quer saber, o único doente aqui é você, como todos dizem, não pode ter um cargo maior que já quer humilhar o de baixo, mente pequena essa sua.
Gustavo: Você chama isso de orgulho? Olha pra você, olhe o seu estado deplorável, esse seu cheiro de suor fedido que se alastra por todo corredor, vai tomar um banho, acho que nem isso tem em casa, ou tem?
Ele começa a rir
Ernesto: Tenho pena de você, sua mãe, seu irmão são bem diferente de você, que não passa de um ignorante, preconceituoso, egoísta, um verdadeiro zero a esquerda.
Gustavo: Olha o jeito que você fala comigo, eu sou seu patrão e posso muito bem te demitir, me respeite.
Ernesto: Eu poderia muito bem te responder a altura, mas farei diferente, te darei o silêncio, que é a melhor resposta pra pessoas ignorantes como você.
Ele coloca seu boné na cabeça e se retira da parte administrativa chorando com as ofensas… As secretarias observam indignadas com o que virão…
Gustavo: Estão paradas por que? Voltem ao trabalho ou vão pro olho da rua.
Em seguida, ele retorna para sua sala…
Cena 005 // Casa de Karine e Fernando // Quarto de Laura // Interior // Tarde
(Ao fundo toca a música “Everything I Wanted - Billie Eilish”)
Laura está tomando banho… Ela se veste, penteia seu cabelo na frente do espelho…
Laura: Eu espero que meu cabelo não caia muito com a quimioterapia, não quero os perder.
Diz ela acariciando eles…
Em seguida, se senta na cama e liga para Michelle…
INÍCIO DA LIGAÇÃO
Laura: Michelle? Sou a Laura, estava com saudades de você.
Michelle: Eu também estou, essa minha vida está muito corrida, não tenho tempo pra nada, me desculpa meu amor.
Laura: Não precisa se desculpar, eu entendo, liguei mesmo pra saber se hoje você está livre.
Michelle: Estamos com sorte amor, hoje eu estou livre, estava mesmo pensando em ligar pra combinar algo, você me faz tão bem.
Laura: Pode ser agora? Só eu me ajeitar e pronto, banho já tomei.
Michelle: Pode sim meu anjo, no mesmo lugar de sempre, quero ficar bem agarradinha com você.
Laura: Assim vou ficar mais apaixonada por você.
Michelle: Essa é a intenção amor, enfim, vou te esperar, te amo.
Laura: Eu também te amo.
Ela encerra a ligação…
FIM DA LIGAÇÃO
Laura começa a se arrumar pro encontro…
(Ao som da mesma música mostra um pouco da cidade)
Cena 006 // Delegacia // Interior // Tarde
Karine e Fernando estão sentados na cadeira… Matheus e Julia chegam algemados…
Fernando: Filho, o que aconteceu?
Karine: Eu quero falar com ele, deixa eu falar com o meu filho.
Delegado aparece
Delegado: Vocês vão falar com ele, leve o garoto pra sala de visitas, e a garota leve pra minha sala.
Karine e Fernando seguem pra sala de visita, Matheus também…
Cena 007 // Delegacia // Sala de Visitas // Interior // Tarde
(Instrumental Triste Rock)
Matheus se senta na cadeira… Karine fica perto dele…
Fernando: Agora que estamos só nós três, comece a contar e sem mentir pra mim.
Matheus: Eu sabia que o interrogatório iria começar é o que você sabe fazer de melhor.
Fernando: Preciso saber o que você fez que te trouxe pra cá, é um direito meu.
Matheus: Um direito escambal, eu tô cansado dessa sua perseguição contra mim, eu sou de maior e faço aquilo que eu bem entender, dane-se o que vão pensar de mim, eu tô pouco me lixando.
Fernando: Não foi pra isso que te criei, e abaixa o tom, eu sou seu pai.
Matheus: Pai? Você nunca foi um pai pra mim, você só me desprezou, só me deixou de lado, você nunca me deu atenção que eu queria, nunca e agora diz que é meu pai?
Karine: Seu pai sempre foi presente, tanto pra você, quanto pra Laura.
Fernando: Ele foi preso com drogas Karine, entendeu? Drogas, por isso está desviando do assunto.
Karine se entristece…
Matheus: Eu não sou um usuário como você pensa, essa droga não é minha, eu apenas iria levar pra uma pessoa.
Fernando: Levar? Você tava traficando? É isso?
Questiona o empresário chorando…
Matheus: Você entende tudo errado mesmo, não dá pra conversar com você, aliás nunca deu mesmo.
Fernando começa a bater em Matheus…
Fernando: Que vergonha eu sinto de você, não foi essa educação que te dei, não foi pra isso. não foi.
Diz ele estapeando o filho…
Karine: Chega Fernando, eu não vou admitir que você faça isso com ele, não esquece que ele também é meu filho.
Diz a socialite afastando Fernando…
Fernando: Isso aí é uma vergonha isso sim, um erro, eu não criei ele pra isso, eu não gastei meu tempo educando, ensinando as coisas boas pra ele se envolver com drogas.
Matheus: Eu te odeio pai, eu te odeio.
Grita o jovem chorando...
Fernando: Tem mais uma coisa, ou você muda, vire homem de verdade, ou senão vai embora da minha casa, ouviu bem?
Diz ele encarando o filho...
Matheus: Era isso que você tanto queria né? Me expulsar de casa, agora achou um pretexto, estava demorando pra isso acontecer.
Karine: Você não vai fazer isso com o nosso filho, ele não vai ser expulso de casa, aquela casa também é minha.
Fernando: Aquela casa nunca foi sua, e nunca vai ser Karine, ele está assim por culpa sua, você sempre o mimou, sempre passou a mão na cabeça dele.
Karine: Eu não mimei ninguém, não vem jogar pra cima de mim, a responsabilidade do fracasso de pai que você se tornou.
Diz a socialite nervosa…
Fernando: Vocês dois são farinha do mesmo saco, fiquem aí, se merecem, e pra você Matheus, meu recado está dado, ou muda ou vaza da minha casa.
Ele sai nervoso batendo a porta da sala…
Matheus: Viu isso mãe? Viu? Ele nunca gostou de mim, ele nunca se importou comigo.
Diz o jovem chorando…
Karine: Calma filho, ele só disse essas coisas porque está nervoso, ele vai voltar atrás, vou conversar com ele, e pode deixar que vou chamar um advogado pra você e pra sua amiga, agora se acalma.
Diz ela abraçando o filho…
Cena 008 // Shopping Pedreira Unidade Campinas // Interior // Tarde
Dalva vê Ernesto chorando e se aproxima dele…
Dalva: Meu amor, o que houve? Porque está chorando?
Ernesto: Eu nunca fui tão humilhado como fui hoje, e eu não fiz nada pra ele, nada, estou farto disso tudo.
Diz o faxineiro chorando…
Dalva: Mas o que ele disse pra você? Conta pra mim, por favor.
Ernesto: Ele disse coisas horríveis, que eu sou fedido, que por trabalhar na faxina tenho doenças transmissíveis, eu não respondi a altura, pelo contrário eu dei o silêncio como resposta, mas aquilo me doeu tanto, em todos os anos de minha vida, nunca alguém falou assim comigo.
Dalva: Não fica pensando no que ele disse, o importante é que você não é nada disso que ele disse, pelo contrário, só tem elogios e bons elogios dos lojistas e da Meire.
Ernesto: Você tem razão, não vou ficar assim por conta daquele ser escroto e preconceituoso, e tem mais, minha filha não vai trabalhar aqui, isso está decidido, eu vou arrumar pra ela em outro lugar.
Dalva: Bom, vou respeitar a sua decisão, mas torço que mude de ideia.
Ernesto: Nosso horário de almoço já está acabando, eu nem almocei depois de tudo que ouvi.
Dalva: Se sentir fome, lá no armário tem bolacha que trouxe pra gente, vai lá e come.
Ernesto: Obrigado amor, te amo.
Dalva: Eu também te amo.
Os dois se abraçam…
Cena 009 // Shopping Pedreira Unidade Campinas // Interior // Tarde
Renato está em sua sala… O empresário está fazendo novamente as planilhas que sua mãe pediu…
Renato: Peraí, essas contas não batem, olha a diferença do valor gasto com os funcionários do mês anterior, das contas básicas, e o valor líquido desse mês não está exatamente como fechou o mês passado, tem alguma coisa errada.
O empresário acessa o computador e consegue entrar na conta do banco da empresa… Ele analisa todos extratos… Ele percebe que todos os meses há uma retirada de 10 mil reais…
Renato: A empresa não fez essa retirada, porque eu lembro todas as vezes que fizemos as transferência ou compra de algum material nesse valor.
Ele olha todas as notas fiscais da empresa e não encontra nada indicando esse valor…
Renato: Não pode ser verdade, Gustavo vai ter que me explicar isso.
Cena 009 // Shopping Pedreira Unidade Campinas // Escritório // Interior // Tarde
(Ao fundo toca instrumental de Wagner)
Wagner sobe na parte administrativa… Ele caminha observando tudo…
Wagner: Isso tudo aqui vai ser meu um dia, prometo a você mamãe.
Diz ele segurando nas mãos um pingente…
Ele segue até a secretaria…
Wagner: Boa tarde, eu tenho uma entrevista com a Meire agora as treze horas.
Secretaria: Então, ela está no horário de almoço dela, pode aguardar um pouco?
Wagner: Ok, eu aguardo.
PASSAM-SE ALGUNS MINUTOS…
Meire chega ao escritório… Wagner a vê… Ele consegue esconder o ódio que sente por ela…
Secretaria: Dona Meire, o rapaz que marcou entrevista com você, já chegou.
Wagner: Sou eu.
Ele se levanta e fica frente a frente com a empresária…
Meire: Seja muito bem vindo a matriz do Shopping Pedreira.
Ela estende sua mão para cumprimentar Wagner… Ele a cumprimenta…
Wagner: É uma honra estar diante da excelentíssima Meire Pedreira.
Os dois se olhem… Wagner sente seu ódio fluir no seu olhar…
CONGELA EM WAGNER
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