Uma adaptação bíblica feita por Gustavo Lopes
Capítulo 065
Palavra
do Senhor pronunciada contra a Babilônia, país dos caldeus, por intermédio do
profeta Jeremias. Proclamai o que vos digo e publicai-o entre as nações!
Erguei um sinal; anunciai-o! Nada oculteis e exclamai: ‘Babilônia foi tomada!’.
Bel cobriu-se de confusão; Merodac foi destroçado; e seus ídolos foram
confundidos, e abatidas suas imundícies. Porque um povo vindo do Norte
avança contra ela, o qual fará de seu território um deserto inabitado, donde
animais e homens fugirão e desaparecerão.
Naqueles dias, naqueles tempos –
oráculo do Senhor –, voltarão os israelitas e os judeus, e em lágrimas hão de
caminhar, procurando o Senhor, seu Deus; eles se porão em procura de Sião, e
para lá voltarão seus rostos. ‘Vinde! Unamo-nos ao Senhor por uma eterna
aliança que não será jamais esquecida! "Era meu povo qual rebanho de
ovelhas perdidas. Seus pastores as tinham perdido ao azar das montanhas; caminhavam
por montanhas e colinas, esquecendo-se de seu aprisco. Quantos as
encontravam, devoravam-nas; e diziam seus inimigos: ‘Nenhum mal existe nisso,
porquanto pecaram contra o Senhor, verdadeiro aprisco, e esperança de seus
pais.
Fugi do recinto da Babilônia, abandonai a Caldeia! Sede como os
cabritos à frente do rebanho, porque vou suscitar e conduzir contra a
Babilônia uma coligação de grandes nações vindas do Norte. Contra ela se hão de
enfileirar e a levarão de vencida. Suas setas são as de hábil guerreiro que não
dispara sem atingir o alvo. A Caldeia será entregue à pilhagem, e os que a
saquearem se fartarão – oráculo do Senhor. Sim, alegrai-vos! Podeis estar
contentes, saqueadores de minha herança! Sim, saltai qual novilha na campina, e
relinchai qual garanhão! Ficará coberta de confusão a vossa mãe. Aquela que
vos gerou corará de vergonha; ela é colocada no último lugar das nações, porque
não é senão deserto, desolado e pantanoso. Priva-a de seus habitantes a
cólera do Senhor, ficando reduzida a um estado de solidão. Quem passar pela
Babilônia e lhe contemplar a queda assobiará de pasmo.
Em marcha para
assaltar a Babilônia, vós todos, arqueiros! Atirai contra ela sem poupar as
flechas, porquanto pecou contra o Senhor. De todos os cantos, lançai contra
ela o grito de guerra! Ela estende a mão; suas torres e muralhas são
desmoronadas, pois assim é o castigo do Senhor. Vingai-vos dela, fazendo o
mesmo que ela fez. Exterminai na Babilônia aquele que semeia, e o que
maneja a foice no tempo da colheita ante a espada devastadora. Volte cada um
para o seu povo, e fuja para a sua terra. Israel é qual ovelha desgarrada
perseguida por leões. Um a devorou: o rei da Assíria, e outro lhe partiu os
ossos: Nabucodonosor, rei da Babilônia.
Eis por que assim fala o Senhor dos
exércitos, Deus de Israel:
- Vou castigar o rei da Babilônia e a sua terra,
assim como castiguei o rei da Assíria. Trarei novamente Israel para as suas
pastagens, a fim de que entre nas pastagens do Carmelo e de Basã; e nos montes
de Efraim e de Galaad ela se fartará.
Naqueles dias e naqueles tempos –
oráculo do Senhor – será buscada a iniquidade de Israel, mas ela terá
desaparecido, e também o pecado de Judá, mas não o acharão, porque perdoarei ao
resto que tiver poupado. Sobe contra a terra de Merataim e contra a
população de Facud. Devasta, extermina – oráculo do Senhor – e executa todas as
minhas ordens. Tumulto de guerra no país, desastre imenso. Como foi
feito em pedaços o martelo que feria o mundo inteiro? Como se transformou a
Babilônia em objeto de pasmo entre as nações? Lancei-te a rede e, sem o
saberes, foste colhida de improviso, ó Babilônia. Eis-te apanhada e presa, por
haveres provocado o Senhor. Abriu o Senhor seu arsenal para dele tirar as
armas de sua indignação, porque o Senhor dos exércitos tem algo a fazer contra
a terra dos caldeus. Vinde contra ela de todos os confins, abri seus
celeiros, amontoai em feixes, e tudo exterminai sem que reste coisa alguma.
Matai todos os seus touros! Que desçam ao matadouro! Ai deles, porque o seu
dia chegou, o tempo do seu castigo! Ouviram-se os gritos dos fugitivos e
daqueles que escaparam da terra da Babilônia, a fim de anunciarem em Sião a
vingança do Senhor, nosso Deus, a vingança que toma pelo seu templo. Convocai contra a Babilônia os arqueiros, quantos retesam o arco, e
sitiai-a, a fim de que ninguém possa escapar. Tratai-a segundo a sua conduta,
tomai-lhe tudo o que ela fez, porque ela se levantou contra o Santo de Israel. Por isso, os seus jovens vão cair nas praças e todos os seus guerreiros
perecerão nesse dia – oráculo do Senhor. É contra ti que me volto, ó
insolente – oráculo do Senhor Javé dos exércitos –, chegou o teu dia, o tempo
do teu castigo. A insolente se atordoará, e cairá sem que ninguém mais a
levante. Eu lhe lançarei fogo nas suas cidades, e tudo em volta será devorado.
Eis o que diz o Senhor dos exércitos:
- Andam oprimidos os israelitas, assim
como os judeus. Aqueles que os levaram ao cativeiro os detêm, recusando-se a
libertá-los. 34.É forte, contudo, o seu vingador, cujo nome é Senhor dos
exércitos; e ele lhe defenderá com ardor a causa, a fim de que volte a calma ao
país, e faça tremer os habitantes da Babilônia. À espada os caldeus –
oráculo do Senhor – e a população da Babilônia, os seus chefes e os seus
sábios! À espada os seus adivinhos mentirosos, para que enlouqueçam! À
espada seus guerreiros, para que deles se aposse o terror! À espada os seus
cavalos e os seus carros, e toda a massa de povo que nela se encontra, para que
se tornem como mulheres! À espada seus tesouros, para que sejam saqueados! 38.À
espada suas águas, para que se esgotem! Porquanto é uma terra de ídolos, de
gente apaixonada por seus espantalhos! 39.Por isso, as feras aí farão sua
morada com os chacais, e os avestruzes aí fixarão sua habitação. Jamais será
ela habitada e para sempre ficará deserta.Irá lhe acontecer como no tempo
em que Deus destruiu Sodoma, Gomorra e as cidades vizinhas – oráculo do Senhor.
Ninguém mais aí habitará, e nenhum ser humano a povoará. Eis que do Norte
acorre um povo: uma grande nação e reis numerosos erguem-se dos confins da
terra, armados de arcos e de setas. São cruéis e sem piedade; o barulho que
fazem assemelha-se ao rugido do mar. Montados em cavalos alinham-se em ordem de
batalha contra ti, filha da Babilônia. Ao chegar-lhe tal notícia, deixou
pender os braços o rei da Babilônia, e a angústia o oprimiu, qual a dor de uma
mulher ao dar à luz. Qual leão, lança-se o inimigo dos espinheiros do Jordão
para uma pastagem perpétua; assim também em um instante eu os farei
desaparecer, e aí estabelecerei aquele que escolhi. Porquanto, quem se iguala a
mim? Quem poderia citar-me em juízo? Qual o pastor que poderia afrontar-me? Escutai, portanto, a decisão do Senhor a propósito da Babilônia e seus
desígnios contra a Caldeia: Sim, serão arrastadas à morte como débeis
cordeiros, e seus campos serão devastados. Ao estrondo da queda da Babilônia
comoveu-se a terra, e até entre as nações chegou seu eco.
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