Série criada e escrita por- Guilherme Augusto.
Supervisão de Texto- Rafael Lamim.
Direção Artística- Mauro Mendonça Filho.
ESCOLA RENASCIMENTO / SALA DE ESPELHOS / INT- DIA/ CENA 1.
Carol e Miguel estão se beijando, e após alguns segundos eles param.
Miguel: droga, isso não podia ter acontecido.
Carol: eu te peço desculpas, não sei o que meu deu na cabeça.
Miguel: tudo bem, agora já foi. Só não conta isso pra ninguém, ok?
Carol: não se preocupe, o que aconteceu morre aqui.
Miguel: Bom, vamos pra sala?
Carol: acho bom.
Miguel levanta e estende a mão para ajudar Carol a levantar. Ela segura a mão dele e se levanta.
Carol: obrigada.
Miguel: de nada.
Eles se olham por poucos segundos, depois Miguel se vira pro lado da porta e eles andam até ela, saindo da sala de espelhos.
ESCOLA RENASCIMENTO / SALA DE AULA / INT- DIA / CENA 2.
Clara e Martins estão sentados, conversando sobre Carol.
Martins: você tá doida?
Clara: claro que não, eu só deixei de seguir eles com medo do Miguel perceber. Você sabe que ele ia dar os surtos dele, ia falar que eu não confio nele, que eu não amo ele, essas coisas.
Martins: mas você seguiu eles até onde?
Clara: só até o auditório mesmo, depois eu desisti. Mas de uma coisa você pode ter certeza, eu não vou descansar até saber tudo sobre essa menina. Ela chegou aqui que nem uma santa, parece até que foi criada dentro de uma igreja.
Martins: Bom, e o que você está pensando em fazer?
Clara: fique sabendo que eu confio no Miguel, e muito! Mas eu vou fazer uma coisa especial, só para descobrir se essa novata quer algo com o meu namorado.
Martins: tá, mais, vai fazer o que?
Clara: lembra da festa que eu vou fazer, né?
Martins: claro.
Clara: vou chamar a novata, e lá ela vai ter uma surpresa especial.
Martins: dá até medo só de pensar no que você está pensando em fazer.
Clara: não vai ser nada demais. Ela só vai ficar longe do meu namorado para sempre.
Clara pega sua garrafinha de refri.
Clara: um brinde!
Martins solta um sorriso, e ela fica feliz, pensando no que vai fazer.
ESCOLA R. / DIRETORIA / INT- DIA / CENA 3.
A Diretora Graça está lendo uns papéis, o professor Henrique chega e a observa.
Graça: tá olhando o que?
Henrique: sua beleza, ou não posso mais observar ela?
Graça: desculpa, Henri. É que são muitos papéis para ler, muitas ligações para fazer e muitos alunos para cuidar. Isso cansa.
Henrique: eu imagino. Quer relaxar um pouco?
Graça: melhor mais tarde, hoje o dia está uma loucura.
Henrique: eu também quero te deixar louca, só que de outra forma.
Eles se olham com uma risadinha. Miguel e Carol entram na sala.
Miguel: oi professor Henrique, oi diretora Graça.
Graça: oi, o que foi agora?
Miguel: só pra falar que eu já mostrei a escola toda pra Carol.
Graça: Maravilha, gostou de tudo?
Carol: Sim! Eu gostei de tudo. A escola toda é perfeita. E é tudo lindo também. (Ela fala olhando para Henrique).
Graça: que bom que você gostou. Bom crianças, vão indo pra sala, o sinal vai tocar já já.
Miguel: ok, vamos Carol.
Carol: vamos. Tchau diretora, e tchau professor.
Graça e Henrique: tchau.
Miguel sai da sala, e Clara sai logo atrás, mas antes de fechar a porta ela olha para Henrique com um sorriso malicioso, e ele percebe. Ela fecha a porta e Henrique fica pensativo.
TAKES DE SÃO PAULO / AVENIDA PAULISTA / CENA 4.
LIVING DOS LIMA / QUARTO DE VERÔNICA / INT- FIM DE TARDE / CENA 5.
Verônica está deitada na cama, chorando. Martins chega em casa, passa pelo corredor e percebe que a mãe está chorando. Ele vai na direção dela e deita do lado.
Martins: tá tudo bem com a senhora?
Verônica: tá sim meu filho.
Martins: então você está triste por que?
Verônica: nada não, não precisa se preocupar.
Martins: mas você sabe que eu me preocupo com tudo que envolve a senhora. E você sabe que eu não vou te deixar em paz até você falar.
Verônica: disso eu sei. (Risos)
Martins: então me fala, o que foi?
Verônica: tenta adivinhar, óbvio que foi seu pai de novo.
Martins: o que ele fez dessa vez?
Verônica: me bateu depois que eu ameacei acabar com o patrocínio da minha empresa na construtora dele.
Martins: mas eu pensei que ele tivesse parado de bater em você.
Verônica: Nunca parou, ele só bate com menos frequência.
Martins: desgraçado.
Verônica: não fala assim do seu pai, é pecado.
Martins: que se dane mãe. Se ele te bater de novo, pode me falar, que ele vai se ver comigo.
Verônica: nem fala uma coisa dessas Martins, seu pai é muito pior do que você pensa. Ele ameaçou me entregar pra polícia por tudo o que aconteceu no passado.
Martins: ele teve coragem de fazer isso?
Verônica: Sim! E ainda debochou.
Martins: que canalha. Tem certeza que você não quer que eu faça nada, né?
Verônica: quero sim. Eu quero um abraço seu, por favor.
Martins abraça a mãe, e ficam em silêncio.
CASA DA FAMÍLIA VASCONCELOS / QUARTO DE CAROL / INT- FIM DA TARDE / CENA 6.
Carol está fazendo as atividades da escola, e após horas, ela termina. Carol guarda o material, vai até o guarda-roupa e pega um pijama e uma toalha. Ela vai ao banheiro tomar banho. Kauã sai de dentro do quarto dele e vai ao quarto da irmã. De forma silenciosa e cuidadosa, ele começa a mexer no armário da irmã, mas não encontra nada. Depois ele vai mexer na mochila dela e encontra um canivete.
Kauã: Eu sabia que essa garota era estranha.
Ele começa a colocar tudo de volta dentro da mochila, e quando se vira para sair do quarto ele se assusta ao ver Carol.
Carol: o que você tá fazendo aqui dentro?
Kauã: nada não. Eu só vim procurar você.
Carol: e por acaso eu iria conseguir ficar dentro da minha mochila?
Kauã: não, eu só mexi na mochila pra pegar uma caneta.
Carol: e cadê a caneta?
Kauã: não achei.
Carol: não? Bom, ali em cima da mesa tem uma, pode pegar. E sai do meu quarto, por favor. Eu preciso me arrumar.
Kauã: claro, vou sair sim. E obrigado pela caneta.
Kauã vai na mesa e pega uma caneta. Ele sai do quarto e fecha a porta enquanto Carol o encara com um olhar horripilante.
TAKES DE SÃO PAULO / PRÉDIOS DA CAPITAL / NOITE / CENA 7.
APART DE ESTHER / SALA DE JANTAR / INT- NOITE / CENA 8.
Esther, Miguel e Clara estão jantando, e conversando sobre o dia.
Esther: Não precisa sentir ciúmes da Carol, ela é uma garota quase santa. Tanto que foi criada em um orfanato religioso.
Clara: eu sinceramente não confio na santidade dela não. Desde a primeira vez que eu vi a cara dela, já fiquei com ranço, sabe?
Miguel: isso é ciúmes, amor. Já que a primeira coisa que ela fez foi sentar do meu lado.
Clara: não é ciúmes, caceta. Eu apenas não confio nela e sinto uma energia ruim quando ela tá perto. Mas enfim, deixa ela pra lá. Vai na minha festa hoje, sogrinha?
Esther: Não vou poder ir, desculpas. No mesmo dia da sua festa eu tenho uma reunião.
Clara: Bom, não precisa se preocupar que eu vou mandar um pedaço de bolo pelo Miguel. E com licença, vou no banheiro.
Clara se retira da sala de jantar e vai ao banheiro.
Miguel: Mãe, tenho que contar uma coisa. Mas preciso que guarde segredo.
Esther: o que?
Miguel: a Carol me beijou hoje.
Esther: que? Como assim?
Miguel: eu fui mostrar a escola pra ela, e ela me beijou depois de um acidente.
Esther: mas ela tá bem?
Miguel: Sim, não se machucou graças a mim.
Esther: graças a Deus. Mas como foi o beijo?
Miguel: foi no susto, acho que foi como forma de agradecer.
Esther: Bom, quer que eu fale com a Marina?
Miguel: não precisa, e guarde segredo. Só contei pra você.
Esther: ok. Se a Clara souber ela vai fazer um escândalo.
Miguel: justamente por isso que eu não quero que ela saiba.
Eles voltam a comer. Miguel pensa no beijo de Carol.
CASA DA FAMÍLIA VASCONCELOS / COZINHA / INT- NOITE / CENA 9.
Carol está comendo um sanduíche e bebendo refri. Marina vai até a filha e a interrompe.
Marina: tudo bem, filha?
Carol: tudo sim, mamãe.
Marina: como foi o primeiro dia?
Carol: foi muito bom. Eu conheci a escola toda graças a um menino chamado Miguel.
Marina: Espera, esse Miguel é alto, magro, branco e tem um cabelo preto?
Carol: Sim (risos). Por quê?
Marina: ele é seu primo, filho da Esther.
Carol: o Miguel é filho da tia Esther?
Marina: Sim, e era pra você ter conhecido ele no almoço que teve no dia que você chegou. Só que ele foi pra casa da namorada no dia.
Carol: Realmente esse mundo é bem pequeno.
Marina: muito. Gostou dele?
Carol: Sim, ele é bem legal.
Fábio aparece na cozinha com o canivete de Carol na mão. Ela fica tensa.
Fábio: boa noite a todos.
Marina: boa noite, amor... O que é isso na sua mão?
Fábio: um canivete, que eu encontrei na mochila da Carol.
Marina encara Carol.
Marina: o que esse canivete tá fazendo na sua bolsa?
Carol fica tensa.
CASA DOS LIMA / QUARTO DE MARTINS / INT- NOITE / CENA 10.
Martins está deitado na cama. Assistindo o filme 365 dni. Ele recebe uma ligação de Henrique.
Henrique (Celular- V.O): Oi, meu amor. Tudo bem? Não quer vir aqui em casa hoje não? Tô afim de brincar com você.
Martins (Celular): Hoje eu não posso, tenho umas coisas pra fazer. Mas amanhã eu tô livre.
Henrique (Celular V.O): Bom, então tá bom. Mas você tá ocupado agora?
Martins (Celular): agora não, mas daqui a pouco vou ficar.
Henrique (Celular V.O): então… Que tal a gente brincar por celular mesmo?
Martins (Celular): que nem daquela vez?
Henrique (Celular V.O): exatamente.
Martins (Celular): não sou muito bem nisso. Mas ok.
Henrique (Celular V.O): Bom, o que você tá fazendo agora?
Martins (Celular): vendo um filme, e você?
Henrique (celular V.O): Bom, acabei de bater uma pensando em você. Na sua boquinha me chupando, na sua bunda gostosa.
Martins (Celular): Não fala isso, senão eu fico com tesão.
Henrique (Celular V.O): Se só pelo celular eu já te faço ficar com tesão, imagina só quando eu te pegar de jeito amanhã.
Martins (Celular): você é muito mau.
Henrique (Celular V.O): eu sou sim, e posso ser mais malvado ainda se você quiser.
Martins coloca seu pênis pra fora e começa a se masturbar.
Martins (Celular): já tô batendo uma.
Henrique (Celular V.O): Bate uma bem gostoso, que eu vou falar o que eu vou vou fazer com você amanhã.
A câmera foca no rosto de Martins, sentido tesão na masturbação e nas coisas que Henrique fala. Tudo em off enquanto toca a música "Ed Is Dead".
TAKES DE SÃO PAULO / PARQUE IBIRAPUERA / PESSOAS SE DIVERTINDO NO PARQUE / CENA 11.
CASA DA FAMÍLIA VASCONCELOS / COZINHA / INT- NOITE / CENA 12.
Marina: em Carol? Que canivete é esse?
Carol: Bom, esse canivete eu encontrei na rua quando eu estava voltando para casa. Eu peguei e trouxe, só que esqueci de avisar por causa dos trabalhos.
Marina: Bom, mas não era pra você ter pegado. Isso é muito perigoso. Poderia cortar você por acidente.
Carol: eu nem pensei nisso, eu só peguei e guardei pra evitar que alguém pisasse e perdesse o pé.
Marina: você é uma santa mesmo. Viu Fábio, nada demais.
Fábio: se você encontrar outra coisa afiada depois, pode pegar. Mas jogue no lixo.
Carol: ok papai, e desculpa. Eu não queria causar preocupação.
Fábio: tudo bem.
Carol: podem me dar um abraço?
Fábio encara ela e Marina, e se aproxima para o abraço.
Carol: mais uma vez, muito obrigada por me adotarem.
Os três se abraçam, e Carol muda de expressão na mesma hora. De feliz para uma expressão de ódio.
TAKES DAS RUAS DE SÃO PAULO AO AMANHECER / 25 DE MARÇO / PESSOAS ANDANDO E FAZENDO COMPRAS NAS LOJAS / CENA 13.
CASA DA FAMÍLIA VASCONCELOS / QUARTO DE CAROL / INT- DIA / CENA 14.
Fábio está sentado no sofá, vendo futebol. Ele começa a pensar no canivete que encontrou na mochila de Carol e sobe pro quarto dela para procurar alguma coisa. Ele começa a mexer no guarda-roupa, embaixo da cama, mesinha do computador, e depois vai pro criado-mudo e começa a mexer por lá. Depois de minutos olhando, ele encontra uma foto dele, com uma marca de beijo de batom. Ele encara a foto por alguns segundos e se senta na cama.
Fábio: O que a essa foto tá fazendo aqui?
Ele fica pensativo.
ESCOLA RENASCIMENTO / SALA DE AULA / INT- DIA / CENA 15.
Carol e Miguel estão sentados um do lado do outro, conversando. Clara chega e se aproxima deles.
Clara: Bom dia Carol.
Carol: Bom dia!
Clara: Bom dia amor da minha vida. (Beija Miguel). Tudo bem?
Miguel: tudo sim. Acredita que eu descobri ontem que a Carol é minha prima.
Clara: primos? Sua mãe não comentou nada ontem. Mas enfim… já que você é prima dele, eu vou te tratar como minha cunhadinha querida. Já que o Miguel não tem irmãs.
Carol: por mim tudo bem.
Clara: espera, já que você agora é minha cunhadinha. Quero te convidar para minha festa amanhã. Você pode ir?
Carol: Bom, eu vou perguntar pra minha mãe. Mas se eu for com o Miguel provavelmente ela vai deixar.
Clara: Maravilha. Vai ser amanhã às 19h, te espero lá.
Clara se retira da sala, Carol e Miguel se encaram fixamente.
ESCOLA R. / GINÁSIO / INT- DIA / CENA 16.
Clara vai ao bebedouro e encontra Martins.
Martins: convidou ela pra festa?
Clara: Sim, e também descobri que ela é prima do Miguel.
Martins: nossa, então a Carol é a menina que a Marina adotou.
Clara: você já sabia?
Martins: não sabia que era a Carol, mas sabia que a família Vasconcelos tinha adotado uma garota.
Clara: mas que porra, eu como sempre sendo a última a saber das coisas.
Martins: agora você sabe, e também acho que você não precisa mais ter ciúmes da Carol.
Clara: preciso sim, e vou continuar tendo. Amanhã na minha festa que eu vou saber se posso confiar nela ou não.
Martins: vai continuar com o plano?
Clara: vou! E ai da Carol se eu descobrir que ela quer algo com meu namorado.
Clara encara Martins.
Close em Clara, com um olhar maldoso.
FIM DO EPISÓDIO 3
Comentários
Postar um comentário