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Escrita por Glalber Duarte.
CAPÍTULO 055
Últimas Semanas
CENA
001. CASA DE MAURO. INTERIOR. QUARTO DE PEDRO. RJ. TARDE.
(FUNDO:
“The Indianápolis Story”. MAURO fica surpreso. PEDRO continua histérico).
MAURO
– Como assim?! Você vai pra onde?
PEDRO
– Eu não sei, mas eu não posso aturar isso. Vou sumir da vida de todos vocês.
MAURO
– Você é meu filho, não vou permitir uma coisa dessas.
PEDRO
– Meu pai é aquele cangaceiro, aquele pobre. Ai, que nojo que eu tenho daqueles
dois!
MAURO
– Você mal os conhece.
PEDRO
– Por isso mesmo, eu nem quero ousar em conhecer. Já percebi que eles não
prestam.
MAURO
– Por serem pobres? Filho, eles são gente, gente como a gente.
PEDRO
– Não me compare a aqueles pé rapados.
MAURO
– Não sei mais o que dizer, eu só sei de uma coisa: Eu não vou deixar você sair
daqui!
PEDRO
– Eu sou dono da minha vida, do meu nariz. Você não irá me impedir.
CENA
002. RUAS DO RIO DE JANEIRO. TARDE.
(MARIANA
continua paralisada, com as palavras de RODRIGO, que se retira. CLOSE
lentamente até focar em sua face. MARIANA corre dali).
CENA
003. QUARTO DE PEDRO. TARDE.
(PEDRO
fecha suas malas, MAURO fica em frente à porta).
MAURO
– Eu já lhe disse. Você não vai sair! (t) Achas que não sei... Não é por isso
não. É por outra coisa. Você tem um motivo pior. Eu te conheço muito bem!
PEDRO
– Eu estou pedindo na boa, não quero fazer por mal.
MAURO
– O que seria capaz de me fazer? Me bater?
PEDRO
– Bater é pouco...
MAURO
– Seria capaz do que?
PEDRO
– De matar! Eu matei um homem que ousou em se meter no meu caminho. E tentei assassinar
também seu filhinho querido.
MAURO
– O ALAN? Então foi você, seu desgraçado?! Você tentou matar seu próprio
irmão?!
PEDRO
– Aquele viado não é meu irmão! Não é! Não é! Eu até faço gosto, sabe, de eu
não ser filho de vocês... Ter o mesmo sangue do que aquele boiola... Poderia
correr riscos de contrair AIDS, viu?
(MAURO
estapeia a face de PEDRO).
MAURO
– Você não me repita mais isso! Não me repita uma besteira dessas, seu
ordinário. Criminoso. Você vai pra cadeia!
(PEDRO
levanta o rosto e diz, irônico).
PEDRO
– Isso é o que você pensa!
(PEDRO
empurra MAURO para o lado e tenta correr. MAURO agarra PEDRO, numa maneira de
contê-lo. PEDRO pega um jarro e dá com ele na cabeça do pai, que desmaia. PEDRO
pega suas malas e sai do quarto).
CENA
004. CORREDORES.
(PEDRO
dá de cara com JOÃO e CAMILA).
JOÃO
– Que gritaria foi essa? Cadê o MAURO? Pra onde você vai com essas malas?
PEDRO
– Não te interessa, não te interessa!
CAMILA
– Porque você nos trata assim, PEDRO?
PEDRO
– É o jeito certo que eu acho em tratar gentinha da espécie de vocês. Seus
pobres, bandidos, trambiqueiros. Eu tenho nojo de vocês!
(PEDRO
sai correndo do local).
CENA
005. IMAGENS. RJ. TARDE/NOITE/DIA.
(FUNDO:
“Verdades Ou Mentiras”. Imagens da cidade, pontos turísticos. Contrastes.
Pessoas pobres, pessoas ricas, moradores de ruas, empresários, usuários de
drogas, religiosos, todos na cidade. CLOSE no céu, em CÃM rápida, mostra-se o
movimento solar, o sol se pondo, a lua surgindo, após, o sol nascendo).
CENA
006. CASA DE ÉLCIO. INTERIOR. SALA. RJ. DIA.
(RAQUEL
surge na sala, ela se espreguiça. ÉLCIO já está no local, tomando café da
manhã. CORTA A MÚSICA).
RAQUEL
– Bom dia, meu pai.
ÉLCIO
– Bom dia, filhota. Senta que eu quero ter uma conversa contigo.
(RAQUEL
senta e apanha um biscoito).
RAQUEL
– O que é?
ÉLCIO
– Eu terei que fazer uma viagem, Deus falou comigo, preciso pregar a palavra
dEle...
RAQUEL
– Será onde, fora do Brasil?
ÉLCIO
– Dentro mesmo... É numa igreja, Deus me disse que preciso alertar o pessoal,
pregar o arrependimento. O Senhor quer que eu vá, pois naquela igreja há muito
pecado escondido. Eles pensam que estão escondidos, mas Deus vê tudo, vê tudo,
filha!
RAQUEL
– Quando o senhor irá?
ÉLCIO
– Dentro de alguns dias, eu preciso preparar os obreiros na igreja, para me
substituírem e cuidarem do local. Também preciso da sua ajuda, filha.
RAQUEL
– Mas eu sou tão pequena, pai. Não sirvo pra nada lá dentro.
ÉLCIO
– Estes sim são os que mais Deus usa. Os menores da casa. Os que ninguém dá
nada. Estes sim.
RAQUEL
– Mas eu não sei fazer nada.
ÉLCIO
– Deus te ensinará. Ele não escolhe os capacitados, mas sim, capacita os
escolhidos. Ele vai te usar, só basta você buscar, se santificar e ter fé.
(ÉLCIO
pega nas mãos de RAQUEL).
ÉLCIO
– Não precisa ficar preocupada, Deus é contigo, ele vai cuidar de você. Irei
voltar logo!
CENA
007. CASA DE MAURO. INTERIOR. SALA.
(MAURO
conversa com JOÃO e CAMILA).
MAURO
– Então me aconteceu isso. PEDRO não presta, nunca prestou. Sempre foi mau e
por isso os tratou daquele jeito.
CAMILA
– Nosso próprio filho...
JOÃO
– Ele poderia compreender nossa situação.
MAURO
– Ainda bem que não me ocorreu nada, vocês me ajudaram.
JOÃO
– Eu ainda sou seu irmão, MAURO. Não se esqueça disso.
MAURO
– Eu quero pedir perdão a vocês.
CAMILA
– Perdão do que?
MAURO
– Por ter sido tão bruto, eu nunca mesmo entendi suas situações.
JOÃO
– Tento compreender sua posição, eu mesmo, não queria me livrar das coisas que
fazia. Agora, irei começar uma nova vida.
(JOÃO
puxa CAMILA pra si, abraçando-a).
JOÃO
– Do lado dessa mulher, que eu gosto muito.
(CAMILA
se esquiva).
CAMILA
– Ê! Sai pra lá.
MAURO
– Vocês têm que oficializar logo isso... Não podem ficar nesse mimimi.
JOÃO
– Se for depender de CAMILA...
CENA
008. CASA DE CARLOS. EXTERIOR.
(CARLOS
sai da casa. VITÓRIA a está esperando).
CARLOS
– Você sumiu...
VITÓRIA
– Um dia só não mata!
CARLOS
– Eu me sinto tão mal quando acontece isso...
VITÓRIA
– Aconteceram uns babados... Nossa.
CARLOS
– Quais?
(VITÓRIA
e CARLOS saem do local, caminhando pela calçada).
VITÓRIA
– RODRIGO é inocente. ALAN disse que foi PEDRO quem o esfaqueou.
CARLOS
– E eu que sempre acusei RODRIGO...
VITÓRIA
– E eu que sempre defendi RODRIGO... (deboche) Quem está certo agora, hein,
hein, hein?
CARLOS
(deboche / cantando) – Joga na cara dela, joga, joga...
VITÓRIA
– Além de eu ter presenciado uma morte, atiraram contra o delegado e o mataram.
CARLOS
– E ainda não descobriram que foi?
VITÓRIA
– Pior que não...
CENA
009. HOSPITAL. INTERIOR. CORREDORES.
(FUNDO:
“Night Search”. MARIANA transita lentamente pelo local, as palavras de RODRIGO
ecoam em sua cabeça, som alto do instrumental. CÃM grogue, MARIANA se apoia nas
paredes. Alguns a observa, mas não a pergunta o porquê de estar assim. Ela
passa despercebida pela recepção, a recepcionista troca palavras com um guarda.
MARIANA entra no corredor onde está o quarto de ALAN. Para. Respira fundo. Toma
coragem e anda. Até parar ao lado da porta do quarto. Ela fica ali, ao lado do
local, respira, tenta se acalmar, mas não consegue. MARIANA observa pelo vidro
do quarto, sem que ALAN perceba. Lá dentro estão ALAN e SÉRGIO. SÉRGIO segura
as mãos de ALAN e olha dentro de seus olhos. MARIANA observa aquilo, lágrimas
caem de seus olhos. Olha aquilo, horrorizada, constata que RODRIGO estava certo
o tempo todo. Ela vê que SÉRGIO se aproxima da face de ALAN e resolve entrar
com tudo no quarto. Ela fecha a porta).
A
SEGUIR CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
-
ÉLCIO e RAQUEL entram no aeroporto.
-
CARLOS beija VITÓRIA.
-
MARIANA conversa com PEDRO.
FIM
DO CAPÍTULO
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