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Escrita por Glalber Duarte.
CAPÍTULO 054
Últimas Semanas
CENA
001. HOSPITAL. INTERIOR. QUARTO. RJ. TARDE.
(Continuação
imediata do capítulo anterior. FUNDO: “PrayYou Catch Me”. RODRIGO fica
decepcionado com o que presencia. ALAN se desvencilha de SÉRGIO e nota RODRIGO,
lá, parado, sem reação).
ALAN
– RODRIGO! Eu estava precisando falar com você!
(RODRIGO
nada diz, apenas baixa sua cabeça, se vira e sai do quarto).
ALAN
– RODRIGO, volta aqui!
(ALAN
tenta se levantar, SÉRGIO tenta intervir. ALAN tenta ficar de pé, mas
desmorona).
CENA
002. CORREDORES DO HOSPITAL. TARDE.
(RODRIGO
corre, seu choro é nítido, abafado pela música de fundo. O jovem sai do
hospital).
CENA
003. QUARTO.
(SÉRGIO
ajuda ALAN a se levantar).
SÉRGIO
– Você não deveria ter feito esse esforço todo.
ALAN
– Vistes como ele reagiu? Porque fez isso?
SÉRGIO
(envergonhado) – Me desculpa, eu sou um idiota mesmo.
ALAN
– Tu não fizeste por mal. Eu agora preciso falar urgentemente com ele.
SÉRGIO
– Você não tem condições de sair daqui.
ALAN
– Mas preciso dizer que tudo isso não passa de um mal entendido.
SÉRGIO
– Deixa que eu falo com ele.
(SÉRGIO
sai do quarto, CLOSE na face de ALAN, preocupado).
CENA
004. CASA DE MAURO. INTERIOR. SALA. RJ. TARDE.
(PEDRO
faz uma expressão estranha, na face. CORTA A MÚSICA).
PEDRO
– Hã? Pai? Quem são esses loucos?
MAURO
– Eu deveria ter te contado essa história.
CAMILA
– Filho!
JOÃO
– Nosso filho. Que bom lhe ver, que bom saber que você está bem!
PEDRO
– Epa! Pera lá! Meus pais são MAURO e LUCIANA. Quem são vocês? Nunca os vi na
vida.
MAURO
– Eu tenho que te explicar.
PEDRO
– Explicar o que? Mesmo isso sendo verdade, que valor vocês terão pra mim?
Nunca vieram me ver, nunca. Não os considero, vocês não são nada pra mim.
(PEDRO
corre em disparada, para seu quarto. CAMILA se derrama em lágrimas. JOÃO a
consola. MAURO vai atrás de PEDRO).
CENA
005. QUARTO DE PEDRO. INTERIOR.
(PEDRO
conversa com alguém no telefone).
PEDRO
– Tudo certo, mais cedo ou mais tarde o peixe morde a isca. (T) Bom, vou ter
que desligar, eu não estou nada bem, meu pai está chegando aqui. Depois a gente
se fala.
(PEDRO
guarda o telefone no bolso, na hora em que MAURO entra no quarto. PEDRO abre
seu guarda roupas e joga suas roupas na cama. MAURO fica intrigado).
MAURO
–O que você pensa em fazer?
PEDRO
– Sair dessa casa, eu não aguento mais isso daqui. Agora vieram me inventar que
não sou filho do senhor. Vê se pode.
(MAURO
respira fundo).
MAURO
– PEDRO... Eu nem sei como explicar. Vinte e dois anos atrás, meu irmão e minha
cunhada vieram aqui com um bebê...
CENA
006. FLASHBACK. CASA DE MAURO. INTERIOR. SALA. MADRUGADA.
LETREIRO:
“VINTE E DOIS ANOS ATRÁS...”
“(MAURO
abre a porta de sua casa. É um dia chuvoso. JOÃO e CAMILA entram bem molhados,
porém, o que CAMILA carrega nos braços, coberto por uma manta azul, nem tanto).
MAURO
– O que vocês vieram fazer aqui? Já bastam recusarem nossas ajudas, minha e de
LUCIANA. Mas parece que querem continuar nessa vida de trambiques.
JOÃO
– Não é fácil, uma vez que estamos dentro, é bem difícil de sair, quase
impossível.
CAMILA
– E por isso... (estende os braços) Que precisamos que vocês fiquem com ele...
Não temos condições pra isso.
(MAURO
fica indignado).
MAURO
– Se vocês fizeram filho, deveriam cuidar!
JOÃO
– Somos pé rapados, não temos onde cair mortos.
MAURO
– Por favor, já os dei ajuda e nada de aceitarem...
CAMILA
– Não acredito que você fará isso conosco, cunhado!
MAURO
– O problema é de vocês.
(LUCIANA
adentra a sala, com cara de sono, descabelada).
LUCIANA
– Que barulho é esse?
(LUCIANA
se assusta por ver JOÃO e CAMILA e logo se recompõe, envergonhada).
LUCIANA
– Ai, que horror, vocês me verem assim!
(JOÃO
tenta segurar a risada, mas não consegue disfarçar).
JOÃO
– Olha lá, ela parece o Bozo!
CAMILA
– JOÃO!
JOÃO
– Desculpa, não tá mais aqui quem falou.
(LUCIANA
fala, enquanto prende os cabelos).
LUCIANA
– O que vocês vieram fazer aqui?
CAMILA
– Estávamos falando com o MAURO, mas acho que não vai adiantar muito...
LUCIANA
– Eu não posso saber do que se trata?
CAMILA
– Teu marido já deu a palavra final.
LUCIANA
– Quem a dá sou eu!
CAMILA
– Deixa, não precisa mais não...
JOÃO
– Se você não for falar, quem falará sou eu! É o seguinte, viemos aqui no
intuito de entregar seu sobrinho para vocês criarem, não temos condições, vocês
bem sabem isso. Mas MAURO disse a nós que devemos criar e blábláblá.
(LUCIANA
se aproxima de CAMILA, abre a manta, vendo assim o rosto do bebê. Ela olha para
MAURO, com um brilho nos olhos).
LUCIANA
– É um menino, sempre quisermos um.
MAURO
– Mas elenão é nosso, CAMILA e João devem arcar com as consequências.
LUCIANA
– MAURO! Por favor. Eu tenho problemas de engravidar. Além do mais, sempre quis
ter um filho, um, somente.
MAURO
– A esperança é a última que morre.
LUCIANA
– No meu caso, ela morreu prematuramente.
(LUCIANA
pega o bebê dos braços de CAMILA).
LUCIANA
– Muito obrigada, irmã, iremos sim, cuidar dele. Sempre que quiserem, podem
visita-lo, mas é aquele trato, vocês devem chama-lo de sobrinho.
(CAMILA
observa LUCIANA com o bebê, sua expressão triste, tudo o que mais queria era
ficar com o filho).
JOÃO
– Tudo certo. Vamos, CAMILA?
(CAMILA
fica ali, parada. LUCIANA balança o bebê).
LUCIANA
– Você se chamará PEDRO. Sim. PEDRO! O nome que eu sempre quis dar ao meu
filho!”
CENA
007. QUARTO DE PEDRO. INTERIOR.
(PEDRO
não aguenta a revelação e desaba na cama, com o baque).
PEDRO
– Eu não posso acreditar que sou filho desses trambiqueiros, não posso. Isso é
mentira, né? Eu sou filho de vocês, não? Diz! Diz que isso é mentira, vá?
CENA
008. HOSPITAL. INTERIOR. QUARTO.
(SÉRGIO
volta ao quarto).
ALAN
– E aí, conseguiu encontra-lo?
SÉRGIO
– Nada, ALAN. Nadinha...
(ALAN
baixa a cabeça).
ALAN
– Eu queria tanto ter me desculpado com ele, queria tanto ter me explicado...
(SÉRGIO
abraça ALAN).
SÉRGIO
– Tudo ficará bem. Se ele te ama de verdade, irá te procurar.
CENA
009. QUARTO DE PEDRO. INTERIOR.
(PEDRO
está histérico).
PEDRO
– Diga, meu pai? Diga!
MAURO
– Eu não tenho mais nada a dizer, além disso. Contei toda a verdade.
PEDRO
– Eu não posso aceitar isso, não posso! Esses pobres, pé rapados serem meus
pais, não posso!
(PEDRO
pega malas, atrás do guarda roupas).
MAURO
– O que você irá fazer?
PEDRO
– Vou sair daqui, sumir! Da vida de vocês todos!
CENA
010. RUAS DO RIO DE JANEIRO. TARDE.
(RODRIGO
vaga pelas ruas, transtornado. Sua expressão facial é de ódio. Até que esbarra
em MARIANA).
RODRIGO
– Ah, você! É com você mesmo que eu queria falar!
MARIANA
– O que quer comigo? E porque essa cara? Eu não te fiz mal, te ajudei a sair da
cadeia. Eu e ALAN.
RODRIGO
– Sobre esse viado que eu queria falar contigo.
MARIANA
– Que isso! Olha como você trata o meu namorado.
RODRIGO
– Seu namorado... Seu namorado que estava de carícias com outro homem dentro de
um hospital. Dê-se o respeito, já que ele não lhe dá!
(MARIANA
estapeia o rosto de RODRIGO).
MARIANA
– Ordinário! Eu não quero que você fale mais assim do meu namorado, ouviu bem?
RODRIGO
– Estou falando a verdade. Teu namoradinho é um infiel. Te trai com o primeiro
homem que vê pela frente. Esse puto.
MARIANA
– Olha só/
(MARIANA
ergue o braço para estapear novamente RODRIGO, mas o mesmo segura o local,
impedindo).
RODRIGO
– Vai me bater por ser sincero? Isso é pouco, perto do que ele é!
(MARIANA
dá um safanão em RODRIGO).
MARIANA
– Se você pensa que vai me enganar... Pode desistir disso.
RODRIGO
– Não quer acreditar em mim?! Veja com seus próprios olhos. Ele está lá, ele e
o cara, no mesmo quarto, eu o nunca vi na vida.
(CLOSE
em MARIANA).
RODRIGO
– Vá e constate se estou certo ou não! Anda.
A
SEGUIR CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
-
MARIANA corre pelas ruas.
-
CARLOS conversa com VITÓRIA.
-
PEDRO conversa com alguém no celular.
FIM
DO CAPÍTULO
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