Baseado no argumento original de João Victor Santos
Escrita por Leonardo Lima
Capítulo 006
Cena 1.
Banca do jogo do bicho. Pernambuco. Exterior. Dia/Manhã
Laura se encontra com Duca na banca do jogo do bicho.
Duca – Já foi
liberta mulher?
Laura – Graças a
Deus sim, cumpri toda minha pena pelo crime que não cometi.
Duca – Até
hoje, acho incapaz de a Maria Cláudia ter matado Mário, visse?
Laura – Aquela
lá não presta, acredita que ela mudou de identidade?
Duca – Soube
sim. Na época que o Olavo estava vivo, ele me delatou que Maria Cláudia passou
a se chamar Marina Alencar.
Laura – Bandida!
Essa desgraçada está com os dias contados.
Duca – O que
você pretende fazer?
Laura – Vou me
encontrar com essa vadia em São Paulo.
Duca – Com que
dinheiro? Se acabou de sair da penitenciária hoje?
Laura – Com o
seu dinheiro. Lembro-me que Mário tinha crédito com você. Preciso de muito
dinheiro para viajar de emergência.
Duca
empresta o dinheiro e diz:
Duca – Terá que pagar tudo hein?
Laura – Pode deixar comigo!
Laura deixa
a banca do jogo do bicho e vai para o aeroporto.
Cena
2.Restaurante Laubote. Interior. Dia/Manhã
Fernando
repreende Fred no restaurante e o jornalista responde:
Fernando – Você é
muito cara de pau, o que faz aqui? Não está satisfeito com a fake news que
disseminou contra a Laboute?
Fred – Eu não disseminei
fake news contra esse estabelecimento medíocre, apenas disse umas verdades. O
restaurante vai para leilão e a outra lá, Marina, vai perder tudo.
Fernando – Fred,
você está brincando com o perigo!
Fred – Porque
estou brincando com o perigo? Fala a verdade vai matar alguém?
Fernando – O
problema não é falar a verdade, pelo contrário, é a forma que você conduz as
notícias de forma tendenciosa e sensacionalista.
Fred se
levantar e aumenta o tom de voz com Fernando
Fred – Quem é
você para querer questionar o meu trabalho? Você não passa de um cozinheiro
maltrapilho, pobre e patético que mora numa república sustentado pelos
esquerdistas.
Fernando – Tenho
muito orgulho de ser pobre. Posso até ser patético, mas nada me faz me vender
por alguns trocados ou busco reconhecimento de forma sórdida e duvidosa. Eu me
esforço para ter meu trabalho reconhecido e de forma honesta, e você? Faz o
que? Mente? Vai ganhar alguma coisa com isso?
Fred – Não lhe
devo satisfações.
Fernando – Como
sempre né? Fugindo do assunto. Está com medo?
Fred – Eu medo?
Porque teria medo? A minha função é informar e a sua é me servir. Quero um
prato bem refinado. Eu mereço!
Fernando – Fique a
vontade, mentiroso.
Fernando se retira e Fred insulta.
Fred – Esse
negrinho não sabe com quem está se metendo!
O
jornalista manda mensagem para sua colega de redação no celular.
Cena 3.
Mônaco. Grand’Hotel. Salão de festas. Interior. Noite/Madrugada.
Mauro conversa com Dr. Alberto sobre a crise do Grupo Gama
Alberto – Como a
festa está maravilhosa!
Mauro – Essa
festa está sendo um único momento de tranquilidade.
Alberto – Porque
diz isso?
Mauro – O Grupo
Gama atravessa a pior crise em vinte anos. Eu sabia e avisei ao Olavo que
Marina ia pôr tudo a perder.
Alberto – Mas a
gestão dela é elogiável. A mídia internacional aplaude pela expansão do Grand’
Hotel.
Mauro – É tudo
fachada, não duvido nada, que ela manipula tudo, até os resultados
mercadológicos.
Alberto – Se ela
fizesse isso, estaria com a imagem arranhada com todos os jornalistas.
Mauro – Já está,
os jornalistas acreditam que ela está praticando crime ambiental.
Alberto – Mas o
que Adriano diz, não se escreve. Ele é um rapaz muito mimado e não sei como a
Marina vai reverter essa crise.
Mauro – O que
faltou no meu sobrinho, foi umas boas palmadas. Mas enfim, vamos curtir a
festa.
Alberto
segue Mauro e os dois curtem a festa.
Cena 4.Mônaco.
Grand’ Hotel. Quarto. Interior. Noite/Madrugada
Alexandra chama
Débora para dormir e a jovem diz:
Alexandra – Já passou
da mocinha dormir. Chega de celular por hoje ou serei obrigada a toma-lo de
você.
Débora – Mãe, eu
já tenho dezoito anos. Sou dona do meu próprio nariz.
Alexandra – Mas ainda
depende de mim e do seu pai para viver, ou seja, terá que fazer o que eu
mandar.
Débora – Queria
ficar mais um pouquinho com os meu seguidores.
Alexandra – Débora,
você está obcecada por seguidores, status e reconhecimento. A vida não se
resume a uma tela de celular ou redes sociais.
Débora – Hoje em
dia, as redes sociais são úteis, assim como os celulares. Você mesma passa o
dia pendurada no celular.
Alexandra – Fico
pendurada no celular resolvendo questões trabalhistas da faculdade. Eu não fico
atoa, me sustentando de uma vida fantasiosa criada por perfis de redes sociais.
Débora – Ai mãe,
quanto exagero. Eu passo o dia do seu lado, do papai. Quando estou viajando com
vocês, a minha distração são minhas redes sociais.
Alexandra – Sua
distração deveria ser um ler livros de Machado de Assis, Ariano Suassuna, ir ao
parque, cinema, teatro, algo construtivo e cultural para você.
Débora – Que coisa
brega mãe, quem lê livro hoje em dia?
Alexandra – Pessoas
de caráter límpido, que busca o conhecimento, histórias e riquezas do nosso
país. Isso é construtivo.
Débora – Depois
desse papo brega que cheira a naftalina, vou até dormir.
Débora vai
para sua cama e Alexandra volta a analisar os relatórios da faculdade.
Cena 5.Sede
do Mundo Melhor. Sala da presidência. Interior. Dia/Manhã
Adriano
conversa com Clara sobre o futuro da ONG.
Adriano – E ai
Clara, como andam as coisas?
Clara – Estão
indo bem. Chegou um novo projeto de preservação ambiental.
Adriano – É um bom
projeto, mas agora, não poderei continuar mais na ONG.
Clara – Por quê?
Você estava se sentindo tão bem aqui.
Adriano – Depois
daquela manifestação, o Grupo Grama tem atravessado a maior crise financeira em
vinte anos. Em decorrência a isso, terei que assumir a cadeira de acionista
majoritário ao lado da minha mãe.
Clara – Entendo,
mas que vai ser responsável pela ONG?
Adriano – Pela
competência, eu escolhi você como nova presidente da ONG.
Clara – Não
acredito, fico muito lisonjeada. Muito obrigada!
Adriano – Não
precisa agradecer, você merece!
Adriano
abraça Clara e ao chegar na ONG, Mariana se revolta e pergunta
Mariana – Que pouca
vergonha é essa?
Clara – Não é
nada disso que está pensando.
Mariana – Cala
boca, estou falando com meu noivo.
Adriano – Mariana,
sem escândalos, por favor.
Mariana – Quando
chegarmos em casa, quero ter uma conversa muito séria com você. Com licença.
Mariana se
retira e Adriano pede desculpas à Clara.
Cena 6.Grand’
Hotel. Praça de Alimentação. Interior. Dia/Manhã
Mayara e Felipe
conversam sobre a demissão de Clementina
Felipe – Eu sei
que minha mãe vacilou com minha avó, mas já conversei com ela sobre.
Mayara – Acho meio
tarde demais, minha mãe entrou com um processo contra Luma na justiça.
Felipe – Como é
que é? Não precisava disso.
Mayara –
Precisava, a minha mãe configurou essa demissão como racismo estrutural.
Felipe – Minha mãe
sempre respeitou dona Clementina e nunca foi racista.
Mayara – Do
momento que ela é demitida por ser rica, sinto muito dizer, mas é estranho.
Parece não aceitar uma negra ter uma vida boa.
Felipe –
Mas é estranho uma senhora rica, trabalhar como governanta.
Mayara – Não é
estranho, mas enfim, não estou aqui para bater boca. Estou me retirando, porque
ganho mais trabalhando. Tchau.
Felipe fica
sozinho na praça de alimentação
Cena 7.Grand’
Hotel. Corredor da Cobertura. Interior. Dia/Manhã
Marina e
Ricardo conversam após a reunião dos acionistas.
Ricardo – Adriano
como acionista majoritário do Grupo Gama, por essa, não esperava.
Marina – Eu tive
que ser ríspida com ele. Agora é a hora dele crescer profissionalmente.
Ricardo – Você está
certa e com razão. Bom, vamos marcar algum dia para sairmos a sós?
Marina – E Luma,
vai deixar ela em casa?
Ricardo – A vida
dela é aquele SPA. Já que ela para sair é algo raro, vamos sair sozinhos para
relembrar os bons tempos.
Marina – Vou
pensar com calma na proposta. E vá para a casa ok?
Ricardo
beija a mão de Marina. Ao entrar na cobertura, a empresária se depara com
Laura.
Marina – O que
você faz aqui peste?
Laura - Vim matar
saudades da minha irmãzinha querida. Tive que deixar Pernambuco de jatinho
particular para está aqui. Sentiu minha falta, querida?
Marina
encara Laura que debocha da irmã
Fim do
capítulo 6
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