Extraordinários: A Caçada - #PrimeiroEpisódio #Estréia
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Antônio dirige sua caminhonete numa estrada de terra sob o sol escaldante do meio dia, acompanhando a música do rádio batendo os dedos no volante.
UCMF APRESENTA
Cena 002 // Fazenda de Marília // Exterior // Dia
Antônio chega na fazenda de Marília, a tia de Laura.
Cena 003 // Fazenda de Marília // Interior // Cozinha // Dia
Antônio tira as compras da garupa e entra em casa.
Laura: Trouxe tudo, amor? - Pergunta Laura, tirando duas garrafas de cerveja na geladeira.
Antônio: Tudinho. Até o miojo que a Clarita gosta. - Ele deixa as compras na mesa.
Laura: Ótimo! Vamos lá pra fora que ela tá brincando com o Caramelo.
Marília se aproxima.
Marília: Podem deixar que o almoço sai em meia hora.
Antônio pega uma cerveja com Laura, e os dois vão até a varanda.
Cena 004 // Fazenda de Marília // Exterior // Varanda // Dia
Os dois conversam enquanto Clarita corre pelo vasto quintal com seu cachorrinho.
Laura: Era essa? A calmaria que você tanto queria?
Antônio: Era sim, meu amor. Longe daquela cidade tumultuada, do estresse, do perigo, de pessoas maldosas ameaçando a nossa filha. Vivendo um dia de cada vez… Mas é estranho, eu sinto que algo não está no seu lugar.
Laura: Do que você tá falando?
Antônio: Laura, você sabe que eu não sou o Antônio por quem você se apaixonou, e você, você não é a Laura por quem me apaixonei. Não pertenço a essa linha do tempo.
Laura: Deixa de besteira, Antônio. Independente de época, linha do tempo ou lugares diferentes no espaço, sempre seremos os mesmo. Sempre iremos ficar juntos, é destino.
Antônio: Você sabe que não funciona assim. São linhas diferentes. Diferentes versões de nós dois.
Laura: Você tá certo. Mas sabe o que não mudou?
Antônio: O quê?
Laura: A sua cabeça dura.
Os dois riem.
LETREIRO: Olímpia
Cena 005 // Mansão de Amadeus // Interior // Suíte // Dia
Amadeus está reunido com Charlie numa suíte escura. Os dois haviam adquirido a mansão que pertenceu à família de Carolina, mas logo perderam na última grande batalha de Olímpia. Eles olham para algo no escuro do local, enquanto fumam charutos e seguram drinques de uísque.
Charlie: Você sabe bem que quando sairmos por aquela porta, não terá mais volta, não é?
Amadeus: Calma. Você tá muito nervoso, nem parece que venho planejando isso há meses…
Charlie: As coisas mudaram, Amadeus. Um demônio invadiu a cidade, e o Extraordinários agora não estão sozinhos. Existem vários outros seres super poderosos ao lado deles. E aí?
Amadeus: Meus planos A e B são infalíveis, meu fiel amigo. Além de que, ninguém vai ajudá-los. Eles serão largados à própria sorte.
Alguém que estava com eles naquele quarto se manifesta. É Sniper, que está amarrado sobre uma maca.
Sniper: O que vocês fizeram comigo? Me digam.
Ele percebe que agora grande parte do seu corpo está sendo sustentada por próteses tecnológicas, além de ter seu braço direito de volta.
Amadeus: Salvamos sua vida, com um propósito é claro.
Sniper: Tiraram o pingo de humanidade que tinha me restado. Chama isso de salvação?
Amadeus levanta e vai até ele com uma seringa na mão.
Amadeus: Não seja ridículo. Te encontramos à beira da morte e te deixamos hibernando durante uma invasão alienígena na cidade.
Charlie: Demoníaca. Mephisto era um demônio. E eu ainda arrisquei minha pele roubando o braço biônico que tava em posse da A.N.D.E.
Amadeus: Enfim, a questão é que agora você vai pagar esse pequeno favor que fizemos a você, com seus serviços profissionais.
Sniper: Não! Já fui escravo mental do Wolfgang por muito tempo, não quero que isso se repita. Prefiro morrer!
Amadeus: Ah, mas você vai morrer sim, meu querido. Mas antes, vai nos servir.
Amadeus aplica o sedativo em Sniper. Charlie se levanta e vai até ele.
Charlie: E agora?
Amadeus: Só vamos precisar dele mais tarde, agora vamos. O nosso plano começa agora.
Os dois vão embora da suíte carregando mochilas pesadas nas costas.
Cena 006 // A.N.D.E de Olímpia // Interior // Sala // Dia
Nicolau anda pelos corredores da A.N.D.E. de Olímpia, apressado. Ele entra em sua sala, onde encontra Carolina e Victor, uniformizados.
Nicolau: Como foi? Ele estava lá?
Carolina: Foi um alarme falso. Charlie quis no distrair e pelo visto conseguiu.
Victor: O pior de tudo é não saber pra quê ele ia querer o braço do Sniper.
Nicolau: É, meus amigos, eu tenho uma teoria. E ela começa com um fato: o documento do projeto Estrela-da-Manhã também não está com a A.N.D.E.
Carolina: O quê?!
Victor: São os nossos dados… O Charlie também os roubou?
Nicolau: Provavelmente. E juntando com o fato de que ele também pode ter resgatado o Sniper de alguma maneira, eles podem estar arquitetando um plano de vingança.
Carolina: O Sniper a gente entende. Mas o que fizemos ao Charlie?
Nicolau: Não a ele. Talvez esteja mancomunado com alguém, resta saber quem. Bem, de qualquer maneira, podem ir, mas fiquem em alerta. A qualquer momento eu os chamo, Charlie deve estar em Olímpia e vamos encontrá-lo.
Os dois saem da sala.
Victor: Pelo visto não temos um minuto de sossego nessa cidade.
Carolina: Pois é. Ainda mais depois de tudo que ocorreu.
Victor: Mas e agora? Tem algo planejado?
Carolina: Na verdade sim. Estou indo visitar o novo hospital da cidade, uma amiga minha vai ser oficializada como diretora e quero estar lá pra ver. E você?
Victor: Tive pensando em ir na delegacia, bater um papo com a Camila.
Carolina: Boa sorte lá. E vê se toma coragem.
Victor: Do que você tá falando?
Carolina: Sei que você gosta dela, só não entendi o motivo de não ter assumido pra ela. Acho que você merece ser feliz, Victor, mas tá perdendo tempo. Vai lá homem, se declara.
Victor fica sem jeito.
Victor: Você sabe que eu não sou do tipo meloso… Mas você tá certa, vou conversar com ela. Tchau.
Victor vai embora, deixando Carolina com um sorriso no rosto.
Cena 007 // Delegacia // Sala de Camila // Interior // Dia
Victor chega na delegacia, e vai direto à sala de Camila, onde a encontra desprevenida.
Camila: Victor? Não esperava por você aqui.
Victor: Surpresa?
Camila: Não… Quer dizer, sim. O que você veio fazer aqui?
Victor: Eu vim ver você. Vim fazer um pedido.
Camila se levanta.
Camila: Depois de todo esse tempo? Acho que você não tem esse direito.
Victor: Me desculpa. Eu não tava preparado.
Camila: Victor. A cidade se reconstruiu. E mesmo que as lembranças não desapareçam, as pessoas seguiram em frente. Mas você, não me atendia, não me ligava, não lia meus e-mails. Cara, eu quase morri. E mesmo sabendo que eu sempre gostei de você, você não me procurou pra sequer me dizer se você sentia o mesmo.
Victor: Eu sinto.
Camila: Agora é tarde.
Victor pega nas mãos dela.
Victor: Não, Camila, não é. Eu também passei pelos mesmos problemas e custei pra me recuperar, só agora tomei coragem pra te dizer… Eu te amo, Camila.
Ela se emociona.
Victor: Não chora. Só diz que sente o mesmo, por favor.
Camila: Eu amo. Eu te amo, mas eu segui em frente. Eu conheci uma pessoa, mas ele mora longe. Eu pedi transferência, e tô saindo de Olímpia ainda amanhã.
Victor: Não… Não me diz isso.
Camila: Eu sinto muito.
Ela enxuga as lágrimas.
Camila: Agora eu preciso que você saia, tenho que arrumar minhas coisas.
Mesmo paralisado, Victor se retira. Ao passar pelo estacionamento, ele se enfurece, e acaba destruindo uma das viaturas com um soco.
Cena 008 // Prédio qualquer // Terraço // Exterior // Dia
Amadeus e Charlie chegam ao topo de um edifício, onde fica um heliporto. Lá também estão presentes alguns aparatos de Amadeus e uma imensa máquina.
Charlie: Então é aqui?
Amadeus: Exatamente. Mas não agora, vamos.
Eles entram no helicóptero, mas antes, Charlie percebe um enorme míssil acoplado.
Charlie: Amadeus, eu…
Amadeus se enfurece e o agarra pelo pescoço.
Amadeus: Não há como voltar atrás, Charlie. Você e eu estamos juntos nessa, até o fim.
Charlie: Eu sei. É que eu só não queria sujar minhas mãos.
Amadeus gargalha.
Amadeus: Você era um agente secreto, imbecil. Entrou nesse ramo sabendo que ia sujar suas mãos.
Charlie: Não de sangue inocente. Não de uma criança.
Amadeus o larga.
Amadeus: Nesse caso, tudo que tenho a dizer… É… Pra tudo existe a primeira vez.
Amadeus liga o helicóptero e parte.
Cena 009 // Hospital de Olímpia // Recepção // Interior // Dia
Carolina chega ao novo hospital de Olímpia, recém inaugurado. Ela vai até a direção, onde encontra sua amiga, Helena.
Helena: Nossa, Carol. Como o tempo só te beneficiou, amiga. Quanto tempo...
As duas se abraçam, e logo sentam.
Carolina: Exagero, Helena. Você tá bem mais linda. E desculpa o atraso, o trânsito tava horrível.
Helena: Mas e aí, vai voltar à atuar aqui?
Carolina: Foi sobre isso que eu vim falar. E minha resposta é não, amiga.
Helena: Mas porquê? Com seus poderes, não existiria mais dor, nem mortes por aqui.
Carolina: Não é assim que funciona, Helena. Eu tenho energia limitada, e ainda que eu quisesse, não conseguiria salvar todo mundo. É duro pra mim, mas eu escolho usar meus dons numa extrema situação.
Helena: Mas eu vi no noticiário, Carol. Você lutou naquela invasão, foi uma das mais poderosas. A mídia tava se referindo a você como "um ser iluminado".
Carolina pega nas mãos de Helena.
Carolina: Não se preocupe. Quando vocês precisarem, eu farei de tudo dentro do possível para estar aqui.
As mãos dela brilham, e ela usa seu poder para tranquilizar Helena.
Carolina: Tá melhor?
Helena: Nossa, parece que eu acabei de acordar de uma hibernação nas nuvens.
Carolina ri, e as duas começam a conversar normalmente.
LETREIRO: Alguns anos atrás
Em 1988, Wolfgang e Amadeus estão em um galpão, na frente de uma mesa de experimentos. Da porta até ali, é possível notar um grande rastro de sangue no chão.
Amadeus: O que será que você consegue fazer com esse indigente?
Wolfgang: Não sei. Não algo grandioso quanto meu projeto Estrela-da-Manhã, mas vou conseguir salvá-lo.
Na mesa, Sniper está deitado. Com o braço decepado, ele se encontra entre a vida e a morte.
Wolfgang: Ele perdeu muito sangue, meu eu reverti a situação. Talvez ele se torne cobaia para meus testes com aquele braço mecânica que desenvolvi.
Amadeus: Só isso?
Wolfgang: Como podemos ver, é um caçador experiente que foi pego no dia da caça. Pelos equipamentos dele, suponho que seja um ex-combatente, e pela experiência, talvez nos seja útil. Quem sabe um capacho.
Amadeus: Gostei.
Os dois riem.
CORTA//
Cena 010 // Mansão de Amadeus // Quarto // Interior // Dia
De repente, Sniper acorda, e percebe que essas lembranças foram um sonho.
Sniper: Não!!!
Ele tenta se soltar das amarras, mas ainda está muito fraco.
Sniper: Malditos… Não vão me escravizar novamente! Não vão! AHHH!!!
Sua cabeça começa a doer e usando sua força consegue se soltar e foge do local.
Cena 011 // Apartamento de Victor // Sala // Interior // Dia
Victor, completamente embriagado, chega ao seu apartamento, quebrando a porta. Com duas garrafas de álcool nas mãos, ele se joga no sofá.
Victor: Não… Não é tarde demais!
Em meio a lágrimas, ele continua gargalhando. De repente, seu telefone toca.
Victor: Camila? Eu sei… Eu sei que é você.
Ele tem dificuldade para puxar o aparelho do bolso, mas quando o pega, percebe que é Nicolau.
Victor: Ah, qual é? Eu n-não tenho um minuto de sossego nessa p*rra!
Ele arremessa o celular na parede, terminando por quebrá-lo, assim como esburacar a parede.
Cena 012 // A.N.D.E de Olímpia // Sala de Nicolau // Interior // Dia
Carolina chega apressada à A.N.D.E. e vai direto ao encontro de Nicolau em sua sala.
Nicolau: Até que enfim. Onde você tava?
Carolina: Eu fui na inauguração do novo hospital, até cheguei atrasada. Eu te falei quando saí.
Nicolau: O Victor sumiu.
Carolina: O quê?!
Nicolau: Eu tava tentando ligar pra ele a mais de meia hora, mas ele não dava resposta. Aí mandei alguns agentes irem checar no apartamento dele.
Carolina: E então?
Nicolau: Encontraram tudo revirado. E o celular dele tava destruído. Ponha o uniforme, temos que procurá-lo.
Os dois saem da sala apressados.
Carolina: Você tem ideia do que aconteceu?
Nicolau: Não, mas eu tenho certeza que isso tem relação com o braço do Sniper ter sumido.
De repente, o pager de Nicolau toca.
Nicolau: Meu Deus… É um pedido de socorro.
Carolina: É o Victor. Atende.
Antônio: Nicolau… Pelo amor de Deus! Manda ajuda aqui na fazenda. Alguém nos atacou. Foi um helicóptero. Por favor, não demora!!!
Carolina se desespera.
Carolina: Nicolau… Quando tempo a mensagem demora pra chegar?
Nicolau fica sem reação.
Cena 013 // Fazenda de Marília // Cozinha // Interior // Dia
Antônio, Laura, Marília e Clarita, com seu cachorrinho no colo, estão reunidos à mesa para o almoço. O clima é de descontração.
Laura: A comida tá uma delícia, tia.
Marília: Para com isso, menina. Todo dia você diz isso.
Antônio: Não é exagero.
Ele ri.
Marília: Ah, meu querido… Cozinhar pra vocês nesses últimos meses tem sido terapêutico, aliás, ter vocês aqui comigo. Muitos anos se passaram desde que seu tio se foi e eu não tive coragem pra sair daqui.
Laura pega a mão dela.
Laura: Você não vai ficar sozinha mais, tia, te prometo.
De repente, todos escutam o barulho de um helicóptero se aproximando.
Marília: O que é isso?
Antônio: Deve ser o Nicolau. Ele disse que viria aqui sempre que pudesse.
Clarita: Ele disse que ia me levar pra passear com ele.
Ela levanta animada e corre até a porta com o cachorrinho no colo. Ao abrir, tudo que é o míssil se aproximando da casa. Tudo que Antônio vê antes de apagar é a explosão cobrindo todos que estavam na mesa.
LETREIRO: Continua
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