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Produção Original MF
Uma adaptação bíblica feita por Patrícia Santos
Capítulo 016
Mais tarde se saberá
que os ídolos de madeira dourada ou prateada são apenas engano. E aos olhos de
todos os povos e de todos os reis se tornará evidente que não são deuses, mas
obras de mãos humanas, já que nada se encontra de divino neles.
- Como, pois,
poderá deixar de se tornar evidente que não são deuses?
Eles não podem
entronizar um rei em um país, nem dar chuva aos homens. Nem sequer podem
ainda julgar suas contendas, nem protegê-los contra os males que lhes advenham,
pois de nenhum poder dispõem, assemelhando-se a gralhas que esvoaçam entre o
céu e a terra. Se o fogo atinge o templo desses ídolos de madeira dourada
ou prateada, seus sacerdotes procuram salvar-se, pondo-se ao abrigo, enquanto
seus deuses são consumidos quais vigas no incêndio.
E não poderiam resistir
nem a um rei nem aos inimigos.
- Como admitir, então, ou mesmo supor que possam
ser tidos por deuses?
Esses deuses de madeira prateada e dourada nem mesmo
podem defender-se contra os ladrões. Mais fortes que eles, arrebatam-lhes o
ouro e a prata e até as vestes de que foram cobertos, e se retiram sem que os
deuses tenham podido defender-se a si mesmos. Assim, melhor que a dos falsos
deuses é a condição de um rei, que pode lançar mão de seu poder, ou a de um
utensílio doméstico, do qual o dono pode servir-se, ou mesmo a da porta de uma
casa, que protege o que dentro dela se encontra, ou ainda a da coluna de
madeira no palácio real.
O sol, a lua e as estrelas, que brilham e se
destinam à utilidade dos homens, obedecem de boa mente. Assim também o
relâmpago, tão belo ao faiscar; o vento que sopra sobre a terra e as nuvens
que recebem de Deus a ordem de percorrer toda a terra executam a missão que
lhes foi imposta. Quando o fogo é enviado do céu para consumir as florestas
das montanhas, cumpre o que lhe foi ordenado.
Nem a beleza, nem o poder dos
ídolos podem igualar-se a essas maravilhas. Eis por que não há motivo para
crer nem proclamar que sejam deuses, já que não lhes é dado praticar a justiça
junto aos homens nem lhes outorgar o bem. Se admitis que não são deuses, não
tenhais deles receio algum. Eles não têm a faculdade de amaldiçoar os reis
nem de abençoá-los.
Muito menos podem fazer com que no céu apareçam sinais
aos pagãos; não brilham como o sol, nem alumiam como a lua. Valem mais que
eles os animais, pois, ao menos pela fuga, têm a faculdade de procurar a
segurança em um abrigo. De maneira alguma, pois, se nos convence que eles
sejam deuses. Por conseguinte, não os temais. Assim como um espantalho em
campo de pepinos, esses deuses de madeira dourada ou prateada de nada
preservam.
Moita de espinhos em um jardim, na qual vêm os pássaros pousar;
cadáver lançado em lugar tenebroso, eis o que são esses deuses de madeira
dourada e prateada. Enfim, pela púrpura e pelo escarlate que sobre eles se
desgastam pode-se reconhecer que não são deuses.
Acabarão por ser devorados, e
se tornarão desonra para sua nação. Melhor é, portanto, a condição de um
homem honesto que não tem ídolos, pois assim estará sempre isento de
confusão.
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