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Desejos Ocultos - Capítulo 001
Novela de Brunoh Franco
Cena 01 • Exterior • Dia
Instrumental - Oceans (Violino)
(Letreiro) Sorocaba - Interior de São Paulo
Ao som do instrumental é mostrado cenas aéreas da cidade de Sorocaba. Mostra os prédios, as avenidas, imagens do Parque das Águas, bairros e do centro da cidade. Mostra a fachada de uma casinha humilde, branca, muro baixo e um portão de grades enferrujadas. A câmera mergulha pela janela da frente e adentra no quarto de Laís. É tudo muito humilde e simples. Laís está tocando Violino, seu pensamento está longe, provavelmente está pensando nas maravilhas de Deus. Sandra, sua mãe está parada na porta do quarto, olhando admirada sua filha tocar.
Laís — Mãe! (Laís para de tocar) Já disse que não gosto que chega assim. Eu morro de vergonha.
Sandra — Você estava tão focada, minha filha. Eu não quis atrapalhar você.
Laís — Mas foi bom, eu estou atrasada para ir ao culto.
Sandra — Você sempre se dedicando para essa igreja de mentiras.
Laís — Mãe, não começa. A senhora era missionária lá, não sei o motivo de ter se voltado contra Deus e a igreja.
Sandra — Você sabe, filha! Aquele Marcos, é um pastor ladrão! Ele rouba vocês.
Laís — Não começa. Sabe que não gosto quando a senhora fala assim do meu pastor. O pastor Marcos e sua esposa Regina são pessoas usadas por Deus.
Sandra — Um dia você vai ver que estou falando a verdade, filha.
Laís — E Deus, mãe? Por que essa raiva?
Sandra — Deus nos virou as costas quando precisei e até hoje ele finge não me ver aqui.
Laís — A senhora está arcando com seus atos, mãe! Estava bem, na casa da vovó em São Paulo. Mas vocês brigaram e olha aonde estamos, aqui, no interior, passando fome.
Sandra — Desde que seu pai faleceu, sua avó não aceitava o fato de eu ter conhecido o Laércio, ela nunca apoiou meu relacionamento com ele. E me deu a opção de estar com ele, porém, fora da casa dela. Meu amor falou mais alto.
Laís — Por um homem machista? Alcoólatra e preguiçoso? Nunca se importou em trabalhar.
Sandra — Não fale assim do seu padrasto, Laís! O Laércio é um bom homem, você sabe disso. Além do mais, sua avó manda uma ajudinha todo mês, é o suficiente para colocamos comida aqui.
Laís — Claro, e o Laércio viver a sua custa! Ele é um vagabundo!
Neste momento, Guilherme, o irmão mais novo, entra no quarto.
Guilherme — Não fale assim do meu pai! Você só diz isso porque não tem um de verdade!
Sandra — Guilherme, peça desculpas a sua irmã!
Guilherme — Eu não vou pedir nada! Todos os dias a Laís fica falando mal do meu pai, eu estou de saco cheio disso!
Guilherme saiu, com raiva.
Laís — Depois eu falo com ele, mãe. Olha, eu não quero brigar, tá bom? Eu vou ver o Henrique e depois vou para o culto.
Sandra — Olha só! Você fala de mim, mas namora com esse Henrique, ele também não faz nada da vida.
Laís — Ele trabalha na oficina do pai dele, mãe. Mora sozinho e depende dele mesmo. Eu vou indo.
Laís pega a toalha e sai. Sandra caminha até a cozinha, Laércio está sentado na mesa, comendo pão.
Sandra — Amor! Nem vi você chegar. Conseguiu emprego?
Laércio — Merda de pão duro. Nem um pão que peste tem dentro desta casa!
Sandra — É que as crianças não comeram e eu também não lembrei. Mas eu posso ir comprar agora.
Laércio — Não precisa! (Laércio joga o pão no lixo) Por que meu filho está chorando?
Sandra — Ele e a Laís brigaram, mas já já se entendem.
Laís sai do banheiro.
Laís — Ele está com raiva porque eu falei que você é um vagabundo e não gosta de trabalhar.
Sandra — Filha, pelo amor de Deus.
Laércio — Você está muito atrevida, garota. (Laércio se aproxima de Laís) Está merecendo levar uns tapas.
Instrumental Suspense
Laís — (Peita Laércio) Vem! Rela essa sua mão suja em mim que eu vou na delegacia te processar, seu imundo!
Sandra — Gente, pelo amor de Deus.
Laís — Estou indo, mãe!
Laís sai. Laércio se aproxima de Sandra e lhe dá um tapa na cara. Sandra cai.
Laércio — Isso é pra você aprender a dar educação para sua filha! Sua vagabunda.
Sandra — Sim, amor. Me perdoe.
Sandra caminha até o quarto, senta na cama e pega o celular. Laércio entra.
Laércio — Vai ligar para sua mãezinha? A mesma que te jogou na rua? Vocês não se falam à anos! Me de essa merda! (Laércio puxa o celular da mão de Sandra).
Sandra — Me devolva!
Laércio — Ou o quê?! Eu mando na droga dessa casa! Sua obrigação, como mulher, é me respeitar, me servir! Além do mais, você sabe que se falhar comigo, a Laís vai saber muito sobre seu passado, principalmente sobre o pai dela.
Sandra olha assustada para Laércio.
Sandra — Não seria capaz de fazer isso.
Laércio — Você sabe que sou capaz. Tem muita coisa sobre o pai da Laís que eu posso contar para ela, e ela odiar a mamãezinha de merda que ela tem!
Sandra — Eu imploro, Laércio, não diga nada para ela! Ela não aguentaria, eu também não! Seria um escândalo. Eu seria odiada por ela e por toda minha família.
Laércio — Então você vai para a porcaria daquele tanque e lavar a porcaria da minha cueca que vou tirar agora no banho!
Laércio pega Sandra pelo braço e lhe empurra para fora o quarto.
Laércio — Vagaba.
Cena 02 • Interior • Oficina
Henrique está embaixo do carro, ele está sujo e soado. Laís está parada, ao seu lado, em pé e olhando para o chão.
Laís — Vai, amor. É só um dia. Você só precisa ir me ver tocar.
Henrique — Não, Laís! Já falei que não gosto de igreja. Pra mim, Deus está no coração. Você deveria me respeitar, assim como eu te respeito.
Laís — Os namorados de todas minhas amigas estarão lá, Henrique. Por favor! Sério, convença ele!
Sérgio está no balcão, ele está digitando algumas coisas.
Sérgio — Esse aí é cabeça dura, Laís. Vai ser difícil convencer.
Henrique sai de baixo do carro e olha para Laís.
Laís — Se nem você, que é o amor da minha vida, a única pessoa que eu amo, me convenceu, piorou meu pai.
Henrique caminha para dentro da casa.
Laís — Volto em uma outra hora.
Cena 03 • Interior • Casa de Henrique e Sérgio • Dia
Sérgio entra em casa, Henrique está sentado na cadeira, tomando café sobre a mesa e sem camisa.
Sérgio — Quer dizer que você não me ama, meu filho?
Henrique — Ah, não. Nós não vamos entrar neste assunto pai e filho, vamos?
Sérgio — Eu só gostaria de saber, por que você está sendo tão rude comigo, Henrique? Você cresceu assim. E cada dia que passa, fica pior.
Henrique — Por que não pensou nisso, quando eu pergunto sobre minha mãe e você esconde algo.
Sérgio — Não faz isso, meu filho. Eu já lhe falei, sua mãe foi embora quando você era um bebezinho. Ela queria te abortar, eu não deixei! Foi por isso que ela deu a luz e foi embora!
Henrique — Era melhor que tivesse me abortado! É melhor do que viver nesta angústia todos os dias!
Sérgio se aproxima de Henrique e segura seu rosto.
Sérgio — Jamais diga isso novamente, meu filho! Você é tudo o que eu tenho. Nunca mais diga isso!
Henrique olhou nos olhos de Sérgio, ele viu o quanto seu pai estava magoado.
Sem dizer nada, ele se virou e saiu. Sérgio ficou parado no meio da cozinha, segurando para não chorar.
Cena 04 • Igreja • Interior • Noite
O pastor Marcos está sobre o altar da igreja. A igreja está lotada, há muitos fiéis sentados. A igreja é toda luxuosa, todos estão bem vestidos, há muita elegância. Regina está atrás de Marcos, ela é sua esposa e missionária na igreja do marido.
Marcos — Hoje Deus vai operar milagres aqui!
Todos — Glória a Deus!
Laís — Aleluia, senhor! Eu creio!
Marcos — Ricardo, meu filho, venha tocar este louvor, Roberta, filha, venha cantar. Eu vou fazer uma oração.
Ricardo subiu no altar, pegou o violão e começou a tocar. Roberta começou a cantar.
Roberta — Imagine como deve ser, muito lindo o teu olhar, quando nele estou pensando, sinto vontade de voar, voar, voar, voar...
Marcos segurou nas mãos de uma moça cadeirante, entre os fiéis. Ele começou a orar na cabeça dela. A mulher começou a chorar. Até que Marcos segura as mãos e levanta a mulher. A cadeirante começa a andar.
Marcos — Isso é o milagre de Deus agindo!
Todos — Aleluia!
Laís — Que lindo, meu Deus! Eu amo ver as suas maravilhas!
A mulher sobe no altar.
Marcos — Irmã, há quanto tempo a senhora está sem andar?
Mulher — Tem uns dez anos, pastor, eu sofri uma paralisia, não tinha cura.
Marcos — Mas Deus, o médico dos médicos está aqui nesta noite, e ele opera milagres! Você está curada, irmã!
Mulher — Vou sair daqui saltando e dando glória!
Cena 05 • Interior • Igreja • Noite
Já havia finalizado o culto. Todos estão espalhados pela igreja. Maura está em uma roda de irmãs, Laís e Roberta também.
Mulher — Eu admiro muito a senhora, missionária Maura.
Laís — A nossa missionária é uma pessoa maravilhosa, abençoada. Pessoa boa.
Maura — Fico feliz que pensem bem sobre mim. Deus é testemunha do quanto eu penso em todos, penso em ajudar, melhorar o mundo. Tudo com a palavra de Deus.
Roberta — A senhora é um exemplo, Vó. Quero ser igual a senhora.
Laís — E, para celebrarmos o aniversário da nossa missionária!
Todos olham para trás e vê Regina e Ricardo entrarem com um bolo.
Todos cantam parabéns. Maura fica bastante emocionada.
Maura — Vocês são maravilhosas! Fico muito grata em saber que tenho vocês, que podemos contar uns com os outros! Juntas, nós vamos levar a palavra de Deus.
Ricardo — Eu tenho a maior admiração pela pessoa boa, honesta e gentil que a senhora é, vó. Meu pai herdou nada isso da senhora.
Maura — Eu eduquei o Marcos, pensando em vocês, meus netos. Ele soube fazer o trabalho como pai. Eu sou grata por ter vocês comigo. E a Laís, que é praticamente da família.
Regina — Isso merece um abraço coletivo!
Todos abraçam Maura. Ela está bastante feliz. Marcos se aproxima e fala algo no ouvido de Maura.
Maura — Vou ter que me retirar, irmãs.
Maura sai e caminha com Marcos até o escritório. Eles entram e trancam a porta.
Maura — Ainda bem que me tirou daquele inferno, meu filho! Já não aguentava mais me fazer de vovozinha fofa e sináptica na frente daquelas múmias egípcias. O que está acontecendo?
Marcos — Ela, a Silmara! Eu combinei de dar dois mil, ela quer três.
Silmara é a mulher que havia sido curada da paralisia.
Maura — Por que isso agora, Silmara?
Silmara — O Marcos não disse nada que eu iria falar algo! Eu não sabia o que dizer. O combinado era eu fingir ser aleijada, fingir a cura e só. Eu tive que falar! Morri de vergonha. Quero três mil!
Maura se aproxima de Silmara.
Maura — Olha aqui, sua vaca! Sabe o que é três mil reais pra mim? Uma merreca, merda, um lixo! Igual você. Sua vadiazinha dos infernos! Dá os três mil pra essa vaca.
Silmara — Cinco! Já que não é nada. Eu quero cinco mil! Só pelo desaforo.
Marcos — Está louca?! Eu não vou dar cinco mil pra você!
Maura — Quatro e não se fala mais nisso!
Silmara — Eu quero cinco mil! Ou, então, eu vou sair daqui e falar pra todos lá fora, que eu fui paga para fingir ser aleijada!
Marcos e Maura se olham.
Congelamento
Fim do capítulo.
Laís não gosta do padrasto 🤭 mas ela está certa, ele não faz nada, ela peitou ele hein 🤭 Laércio sabe do segredo da Sandra 😲 o que será que é? 🤔 Sandra deve ter muito amor por Laércio 🤭 Henrique disse uma verdade, Laís é insistente pra Henrique ir com ela na igreja rs Henrique poderia pegar mais leve com o Sérgio, fiquei com pena do Sérgio nessa cena :/ Marcos consegue enganar muito bem os fiéis 🤭 e todos acreditaram nele 🤭 Maura paga de boa avó, mas por trás não passa de uma trapaceira 🤭 Silmara fez bem em ter cobrado o dinheiro 🤭 imagino a cara de Maura e Marcos 🤭 adorei esse primeiro capítulo 👏👏 muito bom ☺️☺️
ResponderExcluirObrigado, Dan! Tem muita coisa boa vindo por aí! Muita coisa para ser revelada.
ExcluirAmooo ❤️
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