Logotipo da web minissérie (Foto: Divulgação)
O INTERIOR DE MIM
CRIADA E ESCRITA POR ANTÔNIO MALTA.
**********************
No capítulo anterior: Nuno fugiu do sertão com a mãe e chegou na
fazenda dos Galvão, passou a ser maltratado por Jacinto - o tio - , conheceu o
prefeito Otto e sua filha Alana, ajudou Jacinto a fechar uma venda, mas este
gastou todo o dinheiro em bebida e agrediu a esposa - Eva - que foi salva pelo
sobrinho. Com ódio, Jacinto mira uma arma em Nuno e promete lhe matar.
**********************
PARTE II: A CHEGADA
Já sentiu a sensação de estar preste a partir? Quando ouve o
sopro da morte no seu ouvido, começa criar documentários instantâneos na mente
e pensar em como irão reagir após sua partida? me senti assim...
.
.
Galvão (Ângelo Antônio) apontava aquele revólver em mim e fazia ameaças
intermináveis. Tia Eva (Patrícia França) se aproximou dele, pediu que guardasse
aquilo e esquecesse de tudo. O homem voltou para o quarto e caiu bêbado, Eva o
convenceu a não nos expulsar da fazenda em troca dela não denuncia-lo pela
agressão.
.
.
O convívio alí estava impossível, passei a dormir numa cama extra presente no
quarto de Álvaro (Igor Cosso) e a fazer minhas refeições nos fundos da casa.
Não cruzava com o patrão e não presenciei mais nenhuma briga, mas ainda assim o
cheiro de desgraça permanecia no ar, temia a minha vida e a de todos que
rondava aquele alcoólatra covarde.
.
.
Era um fim de tarde qualquer, retornava para o casarão depois de passar o dia
na plantação, durante parte do caminho fui seguido por um carro que não parecia
preocupado em disfarçar. Me joguei na frente do automóvel e obriguei o homem a
parar. enraivecido, puxei ele pra fora do carro, atirei no chão e lhe
interroguei, foi aí que o reconheci dos retratos... ERA ÁLVARO.
Álvaro parecia não entender nada, o ajudei se levantar e pedi perdão pelo
engano. Fiquei envergonhado, mas tentei explicar e me apresentei como seu
primo. Tia Eva foi pêga de surpresa com a chegada dele, mas adorou, ficou
mimando o filho até a hora do jantar.
Mamãe pôs a mesa, havia um cozido de frango e arroz para a
refeição. Álvaro olhava o prato e depois rodeava o ambiente, a falta de fartura
, os quadros, vasos e objetos de valor que existiam ali e agora sumiram
entregaram a crise da família.
Jantávamos na cozinha mamãe e eu, quando surgiu Álvaro que nos
segurou pelo braço e levou até a mesa para acompanhar ele e Eva na refeição. O
rapaz nos olhou e disse que família fica unida na mesa.
Havia ainda uma esperança, um senso de igualdade naquele jovem
homem. Me encantava a idéia dele ser tão diferente do pai, Estudara anos na
Capital para voltar médico formado e conseguir cuidar dessa gente.
.
.
Depois do jantar caminhei até o quarto de Álvaro, entrei e retirava meus
pertences antes dele vir repousar - não fui rápido o bastante. Surgiu a imagem dele
na porta, obviamente estava curioso para saber o motivos de um estranho estar
no quarto dele retirando coisas. Fui obrigado a revelar tudo que acontecera em
sua ausência, precisei abrir os olhos dele e dizer que o próprio pai estava
falindo a família.
.
.
Minhas palavras pareciam ter apagado o brilho dos olhos dele, caia lágrimas de
onde só havia luz. Saber que o pai falia a família, se embebedava diariamente e
até agredia a esposa, abalou aquele rapaz.
Álvaro abraçou-me... pela primeira vez arranhei a sua face lisa
com minha barba, pela primeira vez senti seu perfume amadeirado tão de perto,
pela primeira vez o toquei... Havia magia no ar, algo que não entendi no
momento, mas que depois compreendi. Minhas mãos que o envolviam num abraço,
subiram pelas suas costas até estacionar no seu rosto, o olhei fixamente e...
------------CONTINUA-----------
Comentários
Postar um comentário