Poder de Mulher - #PrimeiroCapítulo #Estréia

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Produção Original StarTV

Escrita por Leonardo Lima e Hariane Braga 

PODER DE MULHER           

CAPÍTULO 1

Virada do ano de 2019 – 2020

Cena 1: Praia de Copacabana. Rio de Janeiro. Exterior: Tarde

Em companhia de Paula, Tina acende as velas para Iemanjá e coloca sua promessa no barco e lança ao mar.

Paula – Qual foi sua promessa para o próximo ano, amiga?

Tina – Minha promessa foi ficar solteira, livre, leve e solta em 2020.

Paula – Ficou louca? Você acha mesmo que a santa vai realizar essa sua promessa?

Tina – Oh se vai, nem que faça bastante mandinga pra isso acontecer. Amiga, não preciso de macho pra ser feliz.

Paula – Nesse ponto você está certa, mas acho um exagero pedir para ficar solteira.

Tina – Tive uma decepção amorosa, e não quero que isso se repita de novo. Só isso

Paula – Se você diz isso, quem sou eu para duvidar.

Cena 2: Celulose Sobral. Belamira. São Paulo. Escritório. Interior: Manhã

Após relembrar a promessa da virada do ano, Tina é acordada por Benedita que diz:

Benedita – Está dormindo em local de trabalho? Ficou doida é?

Tina – Eu estava lembrando aqui, daquela promessa que fiz para Iemanjá.

Benedita – Uma promessa absurda. Tina, minha neta, você tem que se casar, você já está ficando velha, até quando vai bancar de durona para relacionamentos?

Tina – Até quando Deus quiser, não quero me decepcionar novamente.

Benedita – Não coloque Deus no meio. O rapaz não te decepcionou você quis dar uma de controladora com o Felipe.

Tina – É claro, a sociedade tem que mudar. Nos relacionamentos, que manda é o homem.

Benedita – Mas infelizmente é pelas ordens naturais das coisas, o homem que é lastro, é quem edifica um lar. Aprenda Agustina, a vida há de te ensinar. Agora, volte a trabalhar, não te pago para ficar atoa.

Tina fica pensativa e Benedita deixa a sala.

Cena 3: Cobertura dos Fonseca Marques. Quarto. Interior: Manhã

Após uma noite intensa de sexo, Heloá joga notas de dólares em Dinho que diz:

Dinho – De onde você tirou tanto dinheiro?

Heloá – Fiz o corno do Paulo Augusto vender quatro propriedades em cash. Acha pouco ou quer mais?

Dinho – Mais um de seus golpes.

Heloá – Golpe não, investimento. Aliás, esse dinheiro dá para você comprar um apartamento luxuoso. É repugnante sair de Osasco para ir ao Bixiga.

Dinho – O Bixiga é meu aconchego, não tem como eu desapegar de lá.

Heloá – Você é um prostituto que pensa pequeno.

Dinho – Não é pensar pequeno, são minhas origens. E isso, eu não posso negar.

Heloá – Mas você não é baiano desgraça?

Dinho – Sou baiano, mas fui criado aqui em São Paulo. Mas enfim, pegue o champanhe para brindarmos pela sua conquista.

Heloá brinda com Dinho, tenta beija-lo e ele se esquiva.

Cena 4: Colégio Santa Paulistana. Diretoria. Interior: Manhã

Isaura e Paulo Augusto discutem valores de investimentos no colégio

Isaura – Doutor Paulo, precisamos de altos investimentos, a nossa situação não está das melhores.

Paulo Augusto – Mais investimentos? Isaura, eu gastei quatorze milhões nesse colégio, era para as dívidas estarem menores, a situação regular. Sabe qual é o seu mau? Gastar dinheiro com essas festinhas que seguem a cartilha do povo político. Já disse que não quero isso.

Isaura – Eu nunca gastei um centavo se quer com essas festinhas, o governador aumentou os impostos. O senhor que anda muito com esses políticos, deveria saber disso.

Paulo Augusto – Então ele aumentou os impostos agora, pois não estava ciente.

Isaura – Agora está ciente, eu me sinto ofendida com suas desconfianças, quanto a minha gestão no colégio.

Paulo Augusto – Me perdoe, não era minha intenção. Tenho que ir, e vou pedir pro secretário colocar mais dinheiro na conta do colégio.

Isaura – Perfeito, precisamos desses investimentos.

Paulo Augusto deixa a diretoria e Isaura chora sozinha.

Cena 5: Casarão dos Moradores de Rua. Avenida Paulista. Sala. Interior: Manhã

Daniel chega da rua e Vitória diz:

Vitória – Ainda bem que você chegou pai, estou com muita fome.

Daniel – Oh minha filha, a única coisa que posso te oferecer é essa maçã.

Vitória – Queria tanto ter uma vida como as meninas lá fora.

Daniel – Uma pena não termos uma vida digna assim, mas quem sabe, um dia.

Vitória – Será que esse um dia ai, vai demorar?

Daniel – Demorar minha filha, eu não sei, só o tempo dirá.

Vitória pega a maçã da mão de Daniel e vai para o quarto.

Cena 6: Aeroporto de Congonhas. Saguão. Interior: Noite

Miguel chega a São Paulo e fica deslumbrado

Miguel – Que cidade linda, encantadora.

Roberto – Por trás desse encanto, São Paulo tem vários problemas.

Miguel – Honey, todo estado e cidade do Brasil têm seus problemas.

Roberto – É verdade, mas enfim, qual hotel você quer se hospedar?

Miguel – Num hotel não muito caro na Avenida Paulista.

Roberto procura hotel em aplicativo e Miguel vai a lanchonete.

Cena 7: Mansão dos Cavalcante de Moraes. Sala de Estar. Interior: Início da Tarde

Nina fica desesperada com a falta de notícias do Renan

Nina – Nenhuma notícia da equipe policial de São Paulo.

Renato – Calma Nina, nosso filho vai ser encontrado.

Nina – Não me peça calma, ainda mais quando estou muito nervosa. Nosso filho foi sequestrado na porta do colégio, e você quer que eu tenha calma?

Renato – Quer um copo d’água?

Nina – Não, obrigada, só quero o meu filho aqui.

Renato – Vou ligar para o sargento, para ver se tem notícias.

Nina – Ótimo, faz isso.

Renato liga para o sargento, Nina fica nervosa e Luís Maurício observa tudo pela janela, tira do paletó uma foto do Renan e ri.

Cena 8: Refeitório da Celulose Sobral. Interior: Manhã

Tina reclama de Benedita para Paula

Tina – Minha avó, depois de velha, deve está ficando biruta.

Paula – Coitada de Dona Benedita, porque diz isso?

Tina – Ela quer que eu me case, vê se pode isso?

Paula – Amiga, você está com quase quarenta anos ... Você acha mesmo, que uma hora ou outra não vai encontrar um homem para trocar uns beijos?

Tina – Uns beijos, um sexo casual, agora, compromisso jamais. Never, nunca.

Paula – Já vi que não dá para dobrar você.

Tina – Não, cala a boca e vá almoçar. Anda.

Paula volta a almoçar e Tina se irrita com a amiga.

Cena 9: Colégio Santa Paulistana. Pátio. Exterior: Manhã

Sabrina provoca Esmeralda

Sabrina – Olha lá, a neta da ricaça farofeira.

Esmeralda – Lave essa sua boca imunda para falar da minha avó.

Sabrina – Ficou revoltada gata? Sua avó é uma chacota. A alta sociedade paulistana tira ela como chacota. E você, que se diz amar a avó, só ama o dinheiro dela.

Esmeralda – Minha avó é uma pessoa maravilhosa. E já que você gosta de tomar conta da vida dos outros, porque não julgue sua mãe? Que te fez com produção independente com um cara qualquer que você nunca viu na vida.

Sabrina – Não fale assim da minha mãe, sua pirralha.

Esmeralda – Sua mãe é vagabunda sim. E quem tem mãe piranha, a filha tende a ser também.

Sabrina e Esmeralda saem no tapa, toda a turma ovaciona Esmeralda e Juliana separa a briga entre as duas.

Cena 10: Comunidade de Paraisópolis. Barraco. Sala. Interior: Manhã

Hélio muda o nome de Renan para Gustavo e induz o menor se envolver com drogas

Hélio – Amanhã, quero você levando esse malote de maconha para os parças.

Gustavo – Mas Tio Hélio, não conheço esse lugar.

Hélio – Você vai ter que se virar, ou mato você e entrego seu corpo para sua família. Anda.

Gustavo – Mas tio [...]

Hélio – Anda logo, estou perdendo a paciência.

Gustavo deixa o barraco. Hélio recebe uma ligação anônima e sem identificação

Fim do capítulo