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Uma adaptação bíblica feita por Patrícia Santos.
Capítulo 028
Passado algum tempo, estando próxima a
colheita do trigo, Sansão foi ver a sua mulher, levando-lhe um cabrito.
Quero
– dizia ele – entrar no quarto de minha mulher.
O pai dela, porém,
impediu-lhe a entrada:
Eu pensei – disse ele a Sansão – que a aborrecias, e
por isso dei-a a um teu amigo. Não é, porventura, mais formosa do que ela sua
irmã mais nova? Toma-a por mulher em seu lugar.
Desta vez – respondeu Sansão
– não se me poderá censurar o mal que farei aos filisteus.
Ele se retirou,
apanhou trezentas raposas e, tomando tochas, prendeu as raposas duas a duas
pelas caudas e atou entre as duas caudas uma tocha. Pôs-lhes fogo e soltou-as
nas searas dos filisteus. Incendiou assim tanto o trigo que estava enfeixado
como o que estava ainda em pé, queimando até mesmo as vinhas e os olivais.
Quem fez isso? – perguntaram os filisteus.
Responderam:
Foi Sansão, genro
do tamneu, porque este tomou sua mulher e a deu a um de seus amigos.
Então
subiram os filisteus e queimaram a mulher juntamente com o seu pai.
Sansão
disse-lhes:
Ah, é assim que fazeis? Pois bem, não descansarei enquanto não me
tiver vingado de vós.
E feriu-os vigorosamente, sem compaixão alguma. Depois
disso, desceu e habitou na gruta da rocha de Etam. Então subiram os
filisteus e acamparam em Judá, espalhando-se até Lequi. Os homens de Judá
disseram:
Por que subistes contra nós?
Eles responderam:
Subimos para
prender Sansão e pagar-lhe o que ele nos fez.
Três mil homens de Judá
desceram então à gruta do rochedo de Etam e disseram a Sansão:
Não sabes que
os filisteus nos dominam? Que é isso que nos fizeste?
Eu os tratei como eles
mesmos me trataram – respondeu Sansão.
Eles replicaram:
Viemos prender-te
para entregar-te aos filisteus.
Jurai-me – disse Sansão – que não me haveis
de matar. Não te mataremos, mas te entregaremos a eles amarrado.
Ligaram-no, pois, com duas cordas novas e tiraram-no da gruta. Chegando a
Lequi, os filisteus acolheram-no com gritos de alegria. Apoderou-se, porém, de
Sansão o Espírito do Senhor. As duas cordas que ligavam seus braços tornaram-se
como fios de linho queimado, caindo de suas mãos as amarras. Apanhando uma
queixada ainda fresca de jumento, feriu com ela mil homens.
Sansão dizia:
Com a queixada de um jumento, eu os destrocei! Com a queixada de um jumento
mil homens feri!
Dito isso, lançou ao longe a queixada e deu àquele lugar
o nome de Ramat-Lequi. Como estivesse com muito sede, sede intensa, clamou
ao Senhor:
Vós destes – disse ele – ao vosso servo esta grande vitória.
Morrerei eu agora de sede e cairei nas mãos dos incircuncisos?”
Então Deus
fendeu a rocha côncava que está em Lequi e dela jorrou água. Sansão, tendo
bebido dessa água, recobrou ânimo e recuperou as forças. Daí o nome que traz
essa fonte: En-Hacoré. Ainda hoje ela existe em Lequi. Sansão foi juiz em
Israel durante vinte anos, no tempo dos filisteus.
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