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Uma adaptação bíblica feita por Patrícia Santos
Capítulo 023
Mandou então
mensageiros ao rei de Edom, dizendo:
Deixa-me passar pelo teu país
Mas o rei
de Edom não o consentiu. Fez o mesmo pedido ao rei de Moab, que tampouco lhe
deu passagem. Israel deteve-se, pois, em Cades. Retomou em seguida sua
marcha pelo deserto e contornou as terras de Edom e de Moab. Chegando à parte
oriental da terra de Moab, acampou na outra banda do Arnon, sem entrar na terra
de Moab, cuja fronteira é o Arnon. Dali, Israel mandou ainda mensageiros a
Seon, rei dos amorreus, em Hesebon, pedindo-lhe que os deixasse passar pela sua
terra, para que chegassem à deles.
Seon, porém, não teve bastante confiança
em Israel para deixá-lo atravessar o seu território. Ao contrário, juntou todas
as suas tropas, acampou em Jasa, e atacou Israel.
O Senhor, Deus de Israel,
entregou-o com todo o seu povo nas mãos de Israel que o derrotou e conquistou
todas as terras dos amorreus que habitavam naquela região; tomou toda a
terra dos amorreus, desde o Arnon até Jaboc, e desde o deserto até o Jordão. Agora que o Senhor, Deus de Israel, expulsou os amorreus diante de seu povo
de Israel, tu pretendes possuir a sua terra? Porventura não tens a posse do
que te deu a conquistar o teu deus Camos? E nós, por que não possuiríamos tudo
aquilo que o Senhor nosso Deus expulsou diante de nós? Serias tu melhor do
que Balac, filho de Sefor, rei de Moab? Acaso disputou ele com os israelitas ou
combateu contra eles?
Eis já trezentos anos que Israel habita em Hesebon e
em suas aldeias, em Aroer e em suas aldeias, em todas as cidades banhadas pelo
Arnon. Por que não lhe tiraste estas terras durante todo esse tempo? Não sou
eu, pois, que te faço dano, mas és tu mesmo que te prejudicas, declarando-me
guerra. Que o Senhor, que é Juiz, se pronuncie hoje entre os israelitas e os
amonitas! Mas o rei dos amonitas não quis ouvir nada do que Jefté lhe
mandara dizer.
O Espírito do Senhor desceu sobre Jefté, que atravessou
Galaad e Manassés, passou dali até Masfa de Galaad, de onde marchou contra os
amonitas. Jetfé fez ao Senhor este voto:
Se me entregardes nas mãos os
amonitas, aquele que sair das portas de minha casa ao meu encontro, quando eu
voltar vitorioso dos filhos de Amon, será consagrado ao Senhor e eu o
oferecerei em holocausto.
Jefté marchou contra os amonitas e o Senhor os
entregou. Ele os derrotou desde Aroer até as proximidades de Menit e até
Abel-Carmin, tomando-lhes vinte aldeias. E os amonitas, com esse terrível
golpe, foram humilhados perante Israel. Ora, voltando Jefté para a sua casa
em Masfa, eis que sua filha saiu-lhe ao encontro com tamborins e danças. Era a
sua única filha, porque, afora ela, não tinha filho nem filha.
Quando a viu,
rasgou as suas vestes:
Ah, minha filha – exclamou ele – tu me acabrunhas de
dor e estás no número daqueles que causam a minha infelicidade! Fiz ao Senhor
um voto que não posso revogar.
Meu pai – disse ela – se fizeste um voto ao
Senhor, trata-me segundo o que prometeste, agora que o Senhor te vingou de teus
inimigos, os amonitas.
E ajuntou:
Concede-me somente isto: deixa-me que vá
sobre as colinas durante dois meses, para chorar a minha virgindade com as
minhas amigas.
Vai – disse-lhe ele –
E deu-lhe dois meses de liberdade.
Ela foi com as suas companheiras e chorou a sua virgindade sobre as colinas. Passado o prazo, voltou para seu pai e ele cumpriu o voto que tinha feito.
Ela não tinha conhecido varão. Daqui veio este costume, em Israel, que todos
os anos as jovens israelitas reúnem-se para chorar durante quatro dias a filha
de Jefté, o galaadita.
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