Logotipo da coluna (Foto: Divulgação)
Uma coluna desenvolvida por Jonatan Santana.
Olá pessoal! Essa é a coluna Baú de Novelas, onde vou apresentar curiosidades sobre novelas brasileiras, antigas e atuais. Vou falar da produção, da audiência, de fatos interessantes, polêmicas e muito mais sobre as novelas que ainda marcam gerações. Será um prato cheio pra quem curte o assunto teledramaturgia.
****************************************************************************************************
Hoje vou falar sobre a novela Os Dez Mandamentos, uma superprodução da Record, que por muitas vezes foi uma pedra no sapato da Globo.
****************************************************************************************************
Os Dez Mandamentos foi uma telenovela brasileira exibida pela RecordTV de 23 de março de 2015 a 4 de julho de 2016 em 242 capítulos, substituindo Vitória e sendo substituída por A Terra Prometida. Foi exibida em duas temporadas: a primeira de 23 de março a 23 de novembro de 2015 em 176 capítulos e a segunda de 4 de abril a 4 de julho de 2016 em 66 capítulos. Foi a 24ª novela exibida pela emissora desde a retomada da dramaturgia em 2004. Escrita por Vivian de Oliveira, com a colaboração de texto de Altenir Silva, Joaquim Assis, Maria Cláudia Oliveira e Paula Richard na primeira temporada, e Alexandre Teixeira, Emilio Boechat, Gabriel Carneiro e Joaquim Assis na segunda, sob direção geral de Alexandre Avancini. Enquanto a primeira temporada foi produzida totalmente pela emissora, a segunda teve co-produção da Casablanca.
É uma adaptação de quatro livros que compõem a Bíblia – Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio – narrando a história de Moisés desde o seu nascimento até sua morte, destacando as Dez Pragas do Egito, a abertura do Mar Vermelho, a libertação do povo hebreu, a revelação dos Dez Mandamentos e a travessia de quarenta anos pelo deserto até a terra prometida. A trama recebeu três indicações no Seoul International Drama Awards de 2016 nas categorias de melhor novela, melhor diretor e melhor escritor. A trama também foi indicada ao Shorty Awards, o maior prêmio mundial de redes sociais na categoria televisão.
Conta com Guilherme Winter, Giselle Itié, Sérgio Marone, Camila Rodrigues, Adriana Garambone, Vitor Hugo, Denise Del Vecchio e Leonardo Vieira nos papéis principais.
TELEDRAMATURGIA ÉPICA
A tradição em produzir tramas épicas se iniciou na RecordTV no verão de 2010 com a minissérie A História de Ester, de forma ainda despretensiosa e em forma de teste para ver a aceitação do público em um produto tão distinto do que se costumava fazer na televisão – acostumada com obras que iam, no máximo, até o período escravista brasileiro. Sem grandes pretensões, a minissérie surpreendeu a direção ao manter uma média de 11 pontos. A segunda produção do gênero, a minissérie Sansão e Dalila, entrou no ar no início de 2011, recebendo um investimento de 12 milhões de reais e mantendo os índices do ano anterior. Em 24 de janeiro de 2012 o projeto mais ambicioso até então, Rei Davi, estreou com gravações ocorridas no Canadá e Chile. A trama chegou aos 16 pontos e na liderança do horário em determinados dias. Em 2013 entra no ar a quarta e última minissérie sequencial da temática, José do Egito, com um investimento de mais de R$ 60 milhões, o maior já empregado em uma minissérie até então no Brasil. As gravações foram realizadas no Chile, Egito, Israel e Palestina, envolvendo 300 profissionais viajando para a produção. Em 2014 a emissora apostou em um formato diferente para a produção épica, lançado em duas temporadas o seriado Milagres de Jesus, que trazia em cada episódio uma história diferente. Cada episódio foi orçado em R$ 900 mil, o maior para um seriado nacional.
PRODUÇÃO
É a primeira telenovela brasileira e do mundo baseada em uma história bíblica. A previsão inicial era de que Os Dez Mandamentos fosse exibida em 150 capítulos, dividida em quatro fases, com gravações no RecNov em Vargem Grande no Rio de Janeiro e com as filmagens externas no Deserto de Atacama - (Chile), além de locações no estado do Paraná, no município de Guarapuava. Também ocorreram gravações com locações nos municípios fluminenses de Itaguaí e Seropédica e no bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro. É considerada uma das produções mais caras da história da emissora, com um custo estimado de R$ 700 mil por capítulo, perdendo para, por exemplo, Milagres de Jesus (900 mil por capítulo). Foram construídos 28 cenários e uma cidade cenográfica com mais de 7 mil metros quadrados, onde foram reproduzidas as cidades dos hebreus, egípcios e midianitas. Para a gravação da telenovela, foram utilizadas câmeras digitais Arri Alexa.
ABERTURA DO MAR VERMELHO
Uma das cenas mais esperadas desde que a novela Os Dez Mandamentos começou foi da abertura do Mar Vermelho. A sequência de cenas foi gravada em maio de 2015, na Fazenda Lama-Preta, no Rio de Janeiro. O episódio cravou recorde histórico com média de 28 pontos, com picos de 31 e 39% de share na Grande São Paulo, no Grande Rio, cravou 32 pontos com 36 de pico e 47% de share. Para a gravação foram usados 120 animais, mais de 400 figurantes e 240 profissionais envolvidos nos 31 dias de filmagens. Inicialmente a abertura do Mar Vermelho estava programada para ir ao ar dia 27 de outubro de 2015, mas como a trama ganhou mais 20 capítulos, a exibição foi adiada em duas semanas, sendo exibida no dia 10 de novembro de 2015.
Além de envolver um grande número de funcionários desde o elenco de apoio até os responsáveis pela pós-produção, realizada pelo Stargate Studios, em Hollywood, que produz efeitos especiais em séries como Revenge, CSI e The Walking Dead, o capítulo em que Moisés (Guilherme Winter) abriu o Mar Vermelho para a fuga dos hebreus custou à RecordTV o investimento de R$ 1 milhão. Esses custos vão desde o elenco até os recursos gráficos. Tanto a abertura do Mar Vermelho quanto a sétima praga tiveram a superprodução do estúdio americano Stargate Studios, que ficou responsável pela computação gráfica. Para as cenas do fechamento do Mar Vermelho foram produzidas quatro rampas de 12 metros de altura, feitas de madeira e metal, que despejavam 12 mil litros de água reutilizada sobre os atores e figurantes. Para esta sequência foram utilizados no total 20 mil litros de água transportados em dez caminhões-pipa.
AS PRAGAS DO EGITO
A atriz, que vive Nefertari, a mulher do faraó Ramsés II (Sérgio Marone), ficou completamente coberta de sangue cenográfico ao gravar a cena em que a rainha resolve tomar um banho na piscina do palácio e, ao mergulhar, emerge da água tingida de vermelho. “Fiquei manchada por quase uma semana”, disse Camila Rodrigues ao site oficial da novela. Em entrevista ao R7, Petrônio Gontijo, conta como a cena em que a água vira sangue foi gravada e revela curiosidades sobre os bastidores da praga das rãs: "Arão não transforma a água em sangue, ele é usado por Deus para que aquilo aconteça. Nós gravamos a cena cerca de três vezes para capturar todos os detalhes. Filmamos de longe, de perto e apenas o lago, justamente para ter material nos diversos ângulos possíveis. Assim, a equipe de efeitos pôde trabalhar em cima destas imagens."
Arão não sofre os efeitos das pragas e aparece apenas no momento em que elas são criadas. Petrônio Gontijo não teve contato com animais de verdade, mas revela que se divertiu na gravação com rãs de borracha. "Foi muito engraçado ver o bicho desanimado e imaginar que ele tem vida. Não é normal dividir o set de gravação com sapos de mentira. Depois, eu assisti à cena da praga das rãs já com efeito e ficou incrível. O trabalho da equipe de 3D está espetacular". O ator conta que não tem experiência com cenas em que há efeitos especiais e diz que a concentração é primordial neste tipo de gravação. "A concentração é mais importante do que a imaginação. Precisamos pensar que as coisas estão acontecendo ali, quando na verdade nada acontece. A atenção é redobrada, pois temos que estar cientes do que vamos fazer para não perder o foco". Embora não tenha contracenado com animais inusitados durante as gravações, Gontijo revelou dois bichos que lhe causariam certo nervosismo. "Sou tranquilo, até porque vim do mato, do interior, e cresci no brejo. Meu problema não seria sapo, barata, mosca, nada disso. Não consigo imaginar uma aranha subindo pelo meu corpo ou um rato, acho que seria arrepiante. Ainda assim, faria o que fosse preciso".
Em entrevista ao UOL em setembro de 2015, Alexandre Avancini, diretor da trama, elegeu a chuva de gelo e fogo como a praga mais difícil de gravar. O castigo envolveu todo o elenco, além de dublês e figurantes. Segundo ele, a cidade cenográfica foi completamente destruída para as filmagens, feitas pela equipe da RecordTV. Já os efeitos especiais ficaram a cargo da produtora norte-americana Stargate, que tem no currículo produções como The Walking Dead e Spartacus.
OUTROS EFEITOS ESPECIAIS
Na cena em que Moisés se depara com a sarça em chamas, o público não viu nada além do que uma imagem feita em 3D, conta o produtor de efeitos da RecordTV, Rick Ramos: "É uma árvore muito específica, então seria inviável encontrar algo igual e colocar fogo, correndo o risco de não queimar. Decidimos fazer em computação gráfica. Nossa equipe recebeu imagens enviadas pelo diretor da novela, Alexandre Avancini, e pela autora, Vívian de Oliveira. Daí, produzimos e modelamos uma planta de acordo com nossa referência". Para “marcar o território” da planta, ou seja, indicar o ponto certo em que ela seria inserida nas imagens através da computação gráfica, a equipe usou um garfo de fogo durante a gravação. Acrescentar uma planta em chamas às imagens brutas não foi a única tarefa da equipe de efeitos. Rick Ramos conta que alterações foram feitas no local em que Guilherme Winter gravou a cena, com a ajuda do computador. O produtor explica que a árvore foi construída em 3D, assim como o fogo. Todo o trabalho durou quase uma semana.
Os efeitos em 3D no início da segunda temporada precisaram ficar prontos em poucas semanas, ao contrário da abertura do Mar Vermelho, que levou mais de um ano da preparação à execução e custou à RecordTV R$ 1 milhão. Depois de ler o roteiro escrito por Vívian de Oliveira, a equipe prepara o storyboard, sequência em desenho das cenas que deverão ser gravadas. Para otimizar tempo, a sequência é animada e ganha efeitos especiais antes mesmo das gravações no RecNov, mas precisava ser aprovada pela direção da Record. A mão de Deus, por exemplo, era azul nas primeiras animações e teve a cor alterada. "As primeiras sequências do primeiro capítulo tiveram muitos efeitos especiais. A Casablanca conduz a parte técnica e de produção. A parte artística é da Record. A parceria está sendo ótima. É uma continuação, facilitou muito o trabalho. Se fosse uma novela 100% nova, seria impossível. Vamos ter duas cidades novas, com dois palácios novos", antecipou Alexandre Avancini, diretor-geral de Os Dez Mandamentos. ''Para esses tipos de efeitos, muitas vezes tivemos que criar soluções próprias com softwares construídos aqui. Nossos artistas sempre buscam por referências que agregam na visão artística do diretor, mas nesse projeto é difícil, pois poucas obras retrataram tantos acontecimentos grandiosos e espetaculares dessa natureza divina em tão grande volume. Nossa referência principal são os capítulos anteriores de Os Dez Mandamentos", explica Edu Cazev, diretor de 3D da Casablanca.
AUDIÊNCIA E IMPACTO
A emissora estabeleceu uma meta de 13 pontos para a novela. Apesar disso, o primeiro capítulo de Os Dez Mandamentos registrou 12,1 pontos com cada ponto equivalente a 67 mil domicílios na Grande São Paulo e teve a melhor estreia de uma novela da RecordTV desde maio de 2010, com Ribeirão do Tempo (12,3). No confronto com Chiquititas, trama do SBT, entre 20h29 e 21h08, a novela bíblica perdeu: 11,4 a 12,1. Na média geral, a novela da rede de Edir Macedo empatou com a rede de Sílvio Santos. No mesmo horário, a Rede Globo teve 25,3 com o Jornal Nacional e 28,7 com Babilônia.
Em 6 de abril a telenovela registrou seu primeiro recorde com 14,1 na média.
Em 20 de abril a telenovela registrou seu recorde negativo com 10,6 na média, mas não foi motivo de desânimo.
Depois de dois meses oscilando entre 11 a 14 pontos, em 11 de junho, a telenovela registrou seu segundo recorde com 15,9 pontos oscilando na vice-liderança na Grande São Paulo. Neste capítulo, foi mostrada a cena em que a vilã Yunet, mata o rei Seti. No mesmo dia, em Fortaleza (onde cada ponto equivale a 17 mil domicílios), a novela amargou a terceira colocação com apenas 4,3 pontos, perdendo para a Globo com 29,8 pontos e para o SBT com 9,1.
Já em 15 de junho, registrou seu terceiro recorde com 16,6 pontos, garantindo a vice-liderança absoluta.
Em 31 de agosto de 2015 a telenovela bateu novo recorde de audiência na Grande São Paulo marcando 18,9 pontos de média, 21 de pico e 26% de share. Na mesma faixa horária, a Globo foi líder com 24,8 pontos, o SBT ocupou a terceira colocação com 11,5 pontos e a Band ficou em quarto lugar com 2,9 pontos. No mesmo dia também bateu recorde no Rio de Janeiro marcando 20 pontos de média.
Em 1º de setembro de 2015 a telenovela bateu novo recorde de audiência na Grande São Paulo marcando 19,1 pontos de média, 21 de pico e 26% de share. Foi a maior audiência da Record desde 12 de novembro de 2008, quando Chamas da Vida, da autora Cristianne Fridman também conquistou 19 pontos. No mesmo dia também bateu recorde no Rio de Janeiro marcando 20,6 pontos de média, 22,1 de pico e 29,5% de share contra 25,1 da Globo e 9 do SBT.
Em 8 de setembro de 2015, um novo feito inédito, a telenovela ficou na liderança contra um jogo da Seleção Brasileira por cinco minutos neste período com 21 pontos. Nunca a Record empatou com a Globo em uma transmissão de partida da Seleção Brasileira. No Rio de Janeiro, outro empate, a novela da Record empatou com a Globo durante os 15 minutos em que enfrentou o jogo, marcando 22 pontos.
Em 11 de setembro de 2015, a novela bate novo recorde conseguindo alcançar uma média acima de 20 pontos na Grande São Paulo, fechando com 20,1 pontos com 22 de pico e 28% de participação contra 22,5 pontos da Globo com o Jornal Nacional e A Regra do Jogo, 11,6 do SBT com Cúmplices de um Resgate e Carrossel. No confronto direto com A Regra do Jogo, um novo feito inédito, ambas empataram com 21,7 pontos.
Em 14 de setembro de 2015, a novela bate novo recorde fechando com 20,2 pontos de média na Grande São Paulo.
Em 16 de setembro de 2015, a novela vence a novela A Regra do Jogo da Rede Globo por 22,6 a 21,3 no confronto direto entre ambas que ocorreu na faixa das 21h06 às 21h43 no Rio de Janeiro. No mesmo dia liderou na Grande São Paulo por 13 minutos.
Em 17 de setembro de 2015, a trama liderou pela primeira vez na média geral com 20 pontos de audiência na Grande São Paulo. No confronto direito com A Regra do Jogo a vitória foi de 20,9 pontos de média contra 19,7 da novela da Globo.
Após o feito histórico de vencer a Globo e conquistar a liderança absoluta, a telenovela continuou a incomodar a emissora carioca mantendo-se próxima no geral ou vencendo durante parte de sua exibição. Em 23 de setembro de 2015 a telenovela derrotou A Regra do Jogo no confronto direto por 20 contra 19,6. No dia seguinte ocorreu um empate entre as novelas por 21 a 21 pontos.
Em 26 de outubro de 2015, a novela bate novo recorde fechando com 24 pontos de média na Grande São Paulo e 26 no Rio de Janeiro.
Finalmente em 29 de outubro de 2015 a novela liderou, pela primeira vez, de ponta a ponta, durante todo o horário de exibição do capítulo, derrotando os dois principais produtos do horário nobre da Rede Globo, o Jornal Nacional e a novela A Regra do Jogo.
A repercussão da novela, tal como seu sucesso atraiu público dos principais concorrentes no horário, Jornal Nacional e A Regra do Jogo, da Globo. Desde a trilogia de Os Mutantes: Caminhos do Coração (2009), uma novela da emissora não alcançava um Ibope tão positivo. Devido aos índices de audiência a emissora esticou a trama. A novela teve sucesso na imprensa internacional e teve elogios do Jornal Inglês The Guardian. A novela foi capa da revista Veja Rio do mês de Julho, com o título "O Egito é aqui" com as imagens de Moisés (Guilherme Winter), Zípora (Gisele Itié), Nefertari (Camila Rodrigues) e Ramsés (Sérgio Marone) devidamente caracterizados como os personagens. A matéria trazia bastidores da novela que aquela altura já impressionava o público e a crítica. Um mês antes, Os Dez Mandamentos havia sido assunto de matéria da revista IstoÉ daquele mês, com o título "Game of Bíblia" em alusão a mundialmente aclamada série norte-americana Game of Thrones. A revista não falava só da novela, mas de todas as minisséries bíblicas anteriores e de um possível projeto de uma série em inglês para mercado exterior.
O segundo capítulo de A Regra do Jogo, sucessora de Babilônia, previsto para ir ao ar às 21h30 do dia 1º de setembro de 2015, começou apenas às 21h53, fazendo com que o Jornal Nacional ficasse no ar por mais de uma hora. Isso aconteceu pois Os Dez Mandamentos marcava 19 pontos de média desde seu início, às 20h40 (devido à propaganda política obrigatória transmitida anteriormente). Sendo assim, pra não perder audiência, a Globo esticou o máximo que pôde seu noticiário, fazendo ainda com que a Record encerrasse sua novela apenas às 21h58, exibindo cenas marcadas para o capítulo do dia seguinte. Gabriel Vaquer, colunista do portal NaTelinha, mostrou-se chocado com a atitude da emissora carioca: "A briga de audiência na faixa das 20h30 e 22h entre Globo e Record chegou a níveis estratosféricos e impensáveis até mesmo para o fã que acompanha diariamente os bastidores da televisão". O esticamento de Os Dez Mandamentos também foi considerado "impressionante" pelo jornalista: "O mais impressionante foi o modo com que a Record fez o esticamento: a novela exibiu cenas que estavam previstas para ir ao ar apenas no capítulo do dia seguinte. Um efeito de final de capítulo chegou a ser realizado por volta de 21h45, mas a trama continuou no ar com cenas que não estavam previstas. A ação foi feita ao vivo e até o telespectador mais leigo pôde comprovar isso".
Devido ao grande sucesso de audiência e faturamento, a Record pensou em estender Os Dez Mandamentos até dezembro de 2015 ou janeiro de 2016, mas segundo o diretor, a novela teria apenas 176 capítulos, terminando em meados de novembro, mas por motivos da boa audiência, a Record decidiu que o folhetim teria segunda temporada em 2016, sucedendo Sansão e Dalila e antecedendo A Terra Prometida (continuação).
Em 10 de novembro de 2015, a trama cravou recorde histórico novamente: média de 28 pontos com picos de 31 e 39% de share na Grande São Paulo, no Rio de Janeiro, cravou 32 pontos com 36 de pico e 47% de share, abrindo uma vantagem de 8 pontos sobre a Globo nas duas cidades, que cravou 20,8 pontos no mesmo horário em São Paulo e 24 no Rio de Janeiro. Neste dia, foram exibidas as cenas da abertura do mar vermelho. Se manteve bem toda a semana, mas quando começou a passar junto com a reprise de Rei Davi, o folhetim perdeu audiência. No feriado do dia 20 de novembro, o folhetim fechou com 17,7 pontos de média, picos de 20 e 24% de share na grande São Paulo, considerada a pior média da novela em dois meses.
Em 4 de abril de 2016 estreou a segunda temporada de Os Dez Mandamentos. Em comunicado, a emissora paulista informou que a nova fase da trama consolidou o segundo lugar isolado com média de 19 pontos, na faixa das 20h35 às 21h55, o que significou um aumento de 56% no comparativo com a estreia da primeira temporada da novela, em março de 2015. A trama, escrita por Vívian de Oliveira com direção de Alexandre Avancini, também aumentou a audiência em 70% no comparativo com a segunda-feira anterior a estreia, que registrou 11 pontos de média. Na época, cada ponto do Ibope equivalia a 67 mil domicílios na Grande São Paulo. No Rio de Janeiro, a novela registrou 21 pontos de média e também consolidou o segundo lugar isolado. Isto representou um aumento de 50% na audiência no comparativo com a estreia da primeira temporada, que marcou 14 pontos de média. O capítulo já começou com caprichados efeitos especiais produzidos pela produtora Casablanca, nova responsável pela dramaturgia da RecordTV. A estreia da nova temporada movimentou as redes sociais: a hashtag da nova fase da novela da Record foi o assunto mais comentado no Twitter em todo o mundo. No Brasil, muitos espectadores elogiaram a retomada da trama.
A primeira semana da nova temporada fez a audiência da emissora paulista subir consideravelmente, no mesmo horário, era exibido o Jornal Nacional e depois a novela Velho Chico. A Globo teve queda de audiência, no momento em que as duas novelas bateram de frente, o que aconteceu por 39 minutos, a Record marcou 16,1 pontos, enquanto a Globo fez apenas 23,8 pontos. Na média final, com alguns minutinhos a mais (e depois que 'Os Dez Mandamentos' acabou), Velho Chico fechou com prévia de 27 pontos, até então o pior resultado do enredo supervisionado por Benedito Ruy Barbosa. O segundo capítulo manteve a vice-liderança absoluta em São Paulo, com média de 17 pontos e picos de 18. E no terceiro capítulo, quando a novela teve média de 16 pontos, picos de 18 e share de 22%, a trama abriu vantagem de 5 pontos da terceira colocada que marcou 11 pontos de média. No Rio de Janeiro, a novela também alcançou 16 pontos de média, picos de 18 pontos e share de 23%, consolidando o segundo lugar isolado.
A nova leva de capítulos reconduziu a novela da Record ao posto de atração mais vista da emissora e garantiu com ampla vantagem a vice-liderança na sua faixa horária, a trama de Moisés teve desempenho ainda melhor no Ibope com a estreia de Escrava Mãe, novela que a antecedeu na programação.
O sucesso de Os Dez Mandamentos chegou ao ouvidos dos americanos. Em reportagem extensa publicada no "The New York Times", um dos mais importantes jornais dos EUA, falou sobre a força da teledramaturgia brasileira, e a novela da Record ganhou destaque. A trama foi tratada como uma produção diferenciada por seus efeitos especiais, e por uma história que mistura milagres e calamidades. O diretor Alexandre Avancini falou sobre o sucesso do folhetim bíblico na reportagem: "Infelizmente nós vivemos em uma era no Brasil com muita corrupção. Moisés não é corruptível. Ele luta contra o grande poder para mudar a situação. Os brasileiros podem ver um pouco de esperança nesta história", explicou o diretor. A reportagem também contou que o folhetim da Record ameaçou a Globo e que rendeu novos frutos como uma nova fase da novela, um filme e um musical.
Em 20 de junho de 2016, a novela entra em sua reta final, a história estrelada por Guilherme Winter continuou isolada em segundo lugar com excelentes 16 pontos.
Em 21 de junho de 2016, a novela bateu recorde de audiência no capítulo em que a terra se abriu. De acordo com o colunista Ricardo Feltrin, o folhetim escrito por Vivian de Oliveira fechou com média de 19 pontos e picos de 21 segundo dados de audiência da Kantar Ibope. Na cena responsável pelo recorde de audiência, Corá (Vitor Hugo) é castigado após se rebelar contra Moisés (Guilherme Winter). Todos os que duvidavam do poder de Deus foram engolidos pela terra.
Em 27 de junho de 2016, a segunda temporada da novela bíblica conquistou índices excelentes para a emissora, às 21h05 a trama marcava 19,8 pontos de audiência.
Guilherme Winter e Sérgio Marone viajaram para a Argentina, para divulgar o sucesso de Os Dez Mandamentos, super sorridentes, os dois atores cumpriram vários compromissos no país, onde chegaram até a participar do programa da famosa apresentadora Susana Giménez, na renomada emissora local Telefe.
Em 4 de julho de 2016 foi exibido o último capítulo de Os Dez Mandamentos. Exibido das 20h37 às 22h05, o final do folhetim bíblico escrito por Vívian de Oliveira foi vice-líder isolado com 19,4 pontos de média, 21 de pico e 25% de share, batendo recorde de audiência na temporada, segundo dados consolidados da Grande São Paulo. A média geral da trama ficou na casa dos 16 pontos, ótimos números para a emissora. Os fãs que acompanharam a saga de Moisés e do povo hebreu desde o início se despediram da trama com desfechos surpreendentes, o final de Os Dez Mandamentos teve mortes, traições, reencontros e muita emoção, principalmente no momento em que Moisés (Guilherme Winter) apresenta Josué (Sidney Sampaio) como o novo líder do povo hebreu. O reencontro de Adira (Rayana Carvalho) com os filhos, as mortes de Zur (Dudu Azevedo) e Balaão (Leonardo Vieira) e a partida de Moisés foram alguns dos destaques do desfecho da novela escrita por Vivian de Oliveira, com direção de Alexandre Avancini. Nas redes sociais, a repercussão foi grande, os fãs comentaram bastante o último capítulo da novela de maior sucesso da RecordTV, que deu origem ao filme de maior público do Brasil e também a um musical.
REPRISE
A estreia da reprise aconteceu no dia 25 de julho de 2017 no horário das 18h20 junto com a nova programação da RecordTV, mas com seu primeiro capítulo a novela apresentou índices abaixo do esperado, cravando 6,5 pontos e estreando em terceiro lugar. Desde então a novela vinha cravando médias entre 5 e 6 pontos na Grande São Paulo, chegando a ficar em quarto lugar em alguns minutos em seu antigo horário, mas disputando acirradamente o segundo lugar contra o SBT e a Rede Bandeirantes. Mas mesmo com índices pouco expressivos em São Paulo, a novela vinha registrando índices satisfatórios em algumas praças, mas longe do patamar da sua exibição original em 2015, como em Salvador onde no período de 31 de julho e 6 de agosto a novela acumulou 12 pontos de média, alavancando o horário nobre. Já em Goiânia a novela teve média de 11 pontos no mesmo período e se consolidou como a terceira maior audiência da Record, ficando atrás apenas de O Rico e Lázaro com 15 pontos e do Domingo Espetacular com 12 pontos. Em Belo Horizonte a novela consolidou 9 pontos de média e empatou com a reprise de Vidas em Jogo e o MG Record.
Seu maior índice até então foi de 8 pontos registrado em 27 de setembro de 2017 quando alcançou pela única vez a vice-liderança na faixa das 18h20. Seu pior índice foi de 4,5 pontos registrado nos dias 8 de setembro e 22 de dezembro de 2017.
Com a estreia da "nova grade" no dia 29 de janeiro de 2018 sem o SP Record e com o fim da telenovela Belaventura, a novela passou a ser exibida às 19h45, e com a estreia já em novo horário, a trama cravou novamente 8 pontos e assumiu a vice-liderança ponta a ponta contra o SBT Brasil.
Voltou a assumir a vice-liderança no dia seguinte, 30 de janeiro de 2018, chegando a 8,6 pontos contra 7,9 do SBT, novamente numa disputa ponta a ponta.
Com a mudança de horário a novela cresceu 38% em relação ao horário anterior e pela antecessora Belaventura, além de impulsionar a novela seguinte, no caso Apocalipse.
Em 1º de fevereiro, a novela chegou aos 9 pontos de média. No dia 6 de fevereiro a novela chegou pela primeira vez aos 10 pontos de média. Nos dias 15, 20 e 22 de fevereiro chegou aos 10,4 pontos.
Em 8 de março a novela registrou 11 pontos de média na Grande São Paulo e 12 pontos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e em ambas as regiões assumiu a vice-liderança deixando o SBT Brasil em terceiro lugar com 8 pontos nas duas cidades.
Em 26 de março cravou 12 pontos na Grande São Paulo, seguindo com a sequência de recordes de audiência, fato que não acontecia desde o período em que era exibida às 18h20.
Em 2 de abril a novela chegou aos 13 pontos de média e em algumas ocasiões registrou 14 pontos com as cenas da Décima Praga, mantendo assim mais uma sequência absoluta de recordes. Com a continuação das cenas da décima e última praga no dia 3 de abril de 2018 a novela enfim chegou aos 14 pontos de média abrindo 6 pontos de vantagem contra o SBT.
Em seu último capítulo exibido em 24 de julho de 2018, a trama registrou 12,9 pontos de média e foi vice-líder isolado, deixando o SBT em terceiro lugar com 7,3 pontos com a exibição do SBT Brasil. A reprise teve média geral de 8 pontos, índice considerado dentro dos padrões da RecordTV, além de ter um surpreendente crescimento em sua mudança de horário.
A reprise teve 261 capítulos, 19 capítulos a mais do que na primeira exibição em 2015. Foi substituída pela sua sucessora original A Terra Prometida.
ANÁLISE DA CRÍTICA E CONTROVÉRSIAS
Patrícia Kogut, do jornal O Globo, elogiou o fato de que "o périplo de Moisés no Êxodo tenha sido escolhido" para adaptação a uma novela, uma vez que é "história rica e vocacionada para a seriação", o que corresponde com uma obra de 170 capítulos, bem como a atuação de atores como Milhem Cortaz, Angelina Muniz e Zécarlos Machado, mas fez notar um "ritmo arrastado" da trama.
Raphael Scire, em texto publicado no UOL, elogiou a produção, em especial a caracterização dos personagens e a cenografia, ainda que lembrassem alegorias carnavalescas, afirmando que poderia dar a impressão ao público de estarem assistindo a um desfile de escola de samba fora de época. A analogia carnavalesca seria usada também para sintetizar o que ele via como o "desafio" da produção: se manter "impecável" até o final, "até a apoteose". Para Scire, o principal problema da telenovela está em sua fidelidade ao texto bíblico: "(...) o problema principal está no texto, que fez pouquíssimas concessões ao original bíblico nessa adaptação para a televisão, o que deixa a novela um tanto hermética. Reside aí o primeiro problema da produção, feita para quem conhece a Bíblia de trás para frente e já tem certa familiaridade com as histórias", criticando inclusive o uso de nomes de origem egípcia para personagens como a princesa Henutmire, interpretada por Mel Lisboa nos primeiros capítulos, ao invés de que os nomes fossem adaptados para o português. Scire criticou o que viu no texto como sendo "uma nítida tentativa de trazer didatismo aos diálogos, o que torna tudo muito artificial e pomposo", e comparando Os Dez Mandamentos com Rei Davi e José do Egito, via que a autora, Vivian de Oliveira, havia deixado de lado o cuidado de não tornar a produção uma forma de evangelismo: "Em suas minisséries, a autora teve o cuidado de não torná-las peças evangelizadoras, mas numa novela com mais de cem capítulos esse cuidado tem de ser redobrado.
Antes mesmo da estreia da telenovela, Israel Gonçalves, um pastor pertencente ao quadro da Assembleia de Deus Ministério Madureira criticou a produção, apontando que embora fosse baseada na Bíblia, "em nada evangeliza ou contribui para a edificação espiritual de ninguém". Em um texto intitulado "10 razões por que a novela Os Dez Mandamentos é tão prejudicial quanto a novela Babilônia", o pastor listava uma série de motivos com o objetivo de convencer os membros de sua congregação e de outras denominações a não acompanharem a produção, comparando-a negativamente com a telenovela Babilônia, também criticada por outras denominações e pela Igreja Católica: "enquanto numa tem cenas de beijos e pares de pessoas do mesmo sexo, na ‘novela bíblica’ tem até envenenamento, traições, tentativas de aborto e outras coisas mais abomináveis ainda". Para Gonçalves, o fato de Os Dez Mandamentos "ser uma ‘novela’ e não uma leitura real dos textos bíblicos" já era um motivo para não acompanhar a produção, e que os cristãos deveriam congregar e se dedicar a servir a Deus em seu tempo livre, ao invés de assistir à produção".
FILME
A Rede Record fez uma parceria com a Paris Filmes e divulgou em novembro de 2015, durante o término da exibição de um capítulo da trama, e também nas redes sociais, a data de estreia do lançamento do longa-metragem Os Dez Mandamentos - O Filme, que foi exibido no dia 28 de janeiro de 2016, em todos os cinemas do Brasil. O filme teve cenas inéditas e também um final surpreendente ainda não visto. O trailer oficial do filme foi lançado na última semana de dezembro, e foi compartilhado pelos fãs nas redes sociais, que ficaram na expectativa para a estreia. O filme superou um dos maiores recordes de bilheteria do cinema nacional com 11,2 milhões de ingressos vendidos, se tornou o filme mais assistido do cinema brasileiro, superando o recordista anterior Tropa de Elite 2 que agora ocupa a segunda posição do ranking.
No dia 24 de março, foi exibido uma edição especial de Páscoa durante a Semana Santa. O título foi nomeado como Os Dez Mandamentos - O Filme: Edição Especial de Páscoa. O filme teve uma versão estendida com cinco minutos de acréscimo, mostrando as cenas inéditas da segunda temporada da novela e os símbolos sagrados da Páscoa, como o sangue que passavam nas ombreiras das portas para evitar a entrada do anjo destruidor, segundo a ordem de Deus descrita na Bíblia, e os pães ázimos e as ervas amargas. Para os cristãos, a Páscoa é celebrada a Sexta-feira Santa que é a crucificação de Jesus, e o domingo, que é o dia da ressurreição. Com o grande sucesso de Os Dez Mandamentos - O Filme é lançado pela Paris Filmes a versão em DVD e Blu-Ray, que foi posto á venda nas principais lojas do Brasil.
OS DEZ MANDAMENTOS, O MUSICAL
Pelas mãos da Chaim Produções, uma das maiores produtoras de teatro musical de São Paulo, chegou aos palcos do Teatro Procópio Ferreira em 2016, a versão teatral da novela. Com direção de Fernanda Chamma (de Alô Dolly, Mudança de Hábito, A Família Addams - o Musical, Antes Tarde do Que Nunca, A Pequena Sereia e Aparecida - O Musical), o musical chegou aos palcos em agosto de 2016 com músicas originais de Wladimir Pinheiro.
E então, conhecemos mais um pouco sobre a novela Os Dez Mandamentos. Espero que tenham gostado. Fico por aqui, e volto semana que vem. Tchau pessoal!
****************************************************************************************************
Segue a gente nas redes sociais
Instagram @mundoficticio2018
Twitter @MundoFicticio1
Facebook Mundo Fictício (Curtem)
Comentários
Postar um comentário