novela criada e escrita por
MARCOS CASTELLI
(LEITURA NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 14 ANOS)
Letreiro. Texto: Rio de Janeiro, 2020
CENA 01. RIO DE JANEIRO. VISTA. ÁREA. EXTERIOR. DIA
Planos da Cidade, terça de muito sol, por volta das nove da manhã. A cidade maravilhosa de sempre. Pão de Açúcar, Cristo Redentor, praias cheias... A CAM sobrevoa pelos os edifícios da cidade e cortando para o carro de Danilo, dirigindo ao lado do seu namorado, que olha as paisagens com admiração.
CENA 02. CARRO DE DANILO. RUA. LEBLON. INTERIOR. DIA
Danilo - Estou tão feliz por você estar aqui comigo. Nem acreditei quando você me ligou, falando que estava me aguardando no aeroporto. Quase infartei do coração.
Júlio - Amanhã é o seu aniversário, não é? Quis te fazer uma surpresa antecipada, já que você não podia ir para Portugal.
Danilo - Você sabe que o meu plano era passar o meu aniversário ao seu lado, mas... minha família fez questão que eu passasse esse ano com eles.
Júlio - E eles estão certo. Poxa, você já fica todo ocupado com esse negócio de teatro, já fica meses sem ver a família. Nada mais justo do que passar seu dia com eles.
Danilo - Ain, por que você é tão perfeito? Eu te amo tanto, Júlio. Você não imagina o tamanho da minha paixão por você.
Júlio - E eu sou louco por você, Danilo.
Danilo olha sorrindo alegre para seu namorado. Júlio pega na mão de Danilo, leva até sua boca e beija.
CENA 03. MANSÃO DE IGOR E LUCIANA. QUARTO DE DANILO. INTERIOR. DIA
Fátima está arrumando o quarto de Danilo. Seu filho, Adrian entra carregando algumas roupas de cama e põe em cima da cadeira.
Adrian - Pra quê tanta roupa de cama? Vai vir uma multidão de gente pra essa festa?
Fátima - Não meu filho. É que o amigo do, Danilo vai vir pra festa dele, e como não tem mais quartos disponíveis, os dois vão dormir no mesmo quarto.
Adrian - Mas e os outros quartos que tem aqui nesse andar?
Fátima - Estão todos em obras. Filho, pega aquele travesseiro pra mim.
Adrian pega o travesseiro e entrega sua mãe.
Adrian - E esse, Danilo é gente boa?
Fátima - Um amor de pessoa, meu filho. Nem parece ser irmão da, Paloma.
Do seu quarto, Paloma grita por Fátima.
Fátima - Em falar nela... termina de arrumar a cama pra mim, que eu vou ver o que ela quer.
Adrian - Tá bom!
Fátima deixa as coisas em cima da cama e sai do quarto. Adrian pega a roupa de cama e forra na cama. Adrian olha para a cômoda que tem ao lado da cama de, Danilo. Ele vê um porta retrato virado para baixo. Adrian olha para a porta, e aos poucos se aproxima da cômoda. Ele estica sua mão e pega o retrato. Ao ver a foto de Danilo, ele fica encantado com o jovem. Tempo.
Adrian - Melhor deixar isso onde estava. Não quero problemas com os patrões, e muito menos com o senhor, Danilo.
Adrian põe o porta retrato onde estava e volta a fazer o que estava fazendo.
CENA 04. APTO DE DANILO. QUARTO. INTERIOR. DIA
Danilo deita na cama. Júlio vem por cima, beijando a boca de Danilo. (CORTA): Danilo põe a camisinha no pênis do, Júlio. Depois ele empurra Júlio para trás. Danilo senta aos poucos no pênis de, Júlio. Quando ele senta, ele geme bem baixinho. Júlio tapa a boca dele com sua mão... Danilo começa a cavalgar sentado em Júlio...
CENA 05. MANSÃO DE IGOR E LUCIANA. QUARTO DE PALOMA. INTERIOR. DIA
Fátima entra no quarto apressada.
Paloma - Até que fim, criatura.
Fátima - Precisa de alguma coisa?
Paloma - Mais tarde o meu namorado vem aqui passar a noite comigo. E eu quero que você faça a comida preferida dele.
Fátima - E qual é a comida preferida dele?
Paloma - Estrogonofe de Camarão. Será que você consegue?
Fátima - Não pode ser de frango, ou de carne?
Paloma - Se pudesse eu não estaria aqui perdendo meu tempo falando com você. Fátima, você é a empregada dessa casa. Quem dar as ordens aqui sou eu, e você tem que?
Fátima - Obedecer.
Paloma - Até que você não é burra como eu pensava. Agora some daqui, e só me volta quando você fizer tudo.
Fátima - Com licença!
Fátima sai do quarto. Paloma volta a ouvir sua música.
CENA 06. MANSÃO DE IGOR E LUCIANA. QUARTO DE DANILO. INTERIOR. DIA
Fátima entra no quarto...
Fátima - Vou terminar de arrumar esse quarto rapidinho.
Adrian - O que ela queria?
Fátima - Mandou eu fazer um jantar especial pro namorado dela. Agora vou ter que sair igual uma louca na rua, na procura de Camarão.
Adrian - Deixa que eu vou na rua pra senhora.
Fátima - Não precisa, meu querido. Eu vou comprar o camarão em qualquer mercado, e volto em segundos.
Adrian - Tem certeza?
Fátima - Tenho sim! Continua arrumando as coisas pra mim.
Fátima sai apressada do quarto. Adrian fica pensativo balançando a cabeça negativamente.
CENA 07. IMAGENS DE LEBLON. EXTERIOR. DIA
Pessoas andando no calçadão. Ônibus e carros passando no fundo com o vapor tomando conta da tela. (Sonoplastia: De Bem com a Vida)
CENA 08. FAZENDA DOS BRANDÃO. EXTERIOR. DIA
Luciana está andando a cavalo pela fazenda. Seus longos cabelos voam quando o vento forte bate sobre seu rosto. Igor está sentado na cantina exterior observando sua esposa. Suelen, a empregada da fazenda, serve café para Igor.
Igor - Olha como ela fica linda montada no cabelo.
Suelen - Não é qualquer pessoa que consegue ficar elegante quando sobe em um cavalo. Dá última vez que andei nisso, quase me espatufei toda no chão.
Igor - Isso é falta de prática, Suelen. Com um tempo você vai se acostumando... quem sabe você não vira uma profissional?
Suelen - Nunca, senhor Igor. Eu nasci foi pra ficar na cozinha, fazendo tudo que eu mais amo fazer. Cozinhar.
Igor - Aí vem ela.
Igor levanta da cadeira. Luciana chega com um sorriso no rosto e beija Igor. Ela senta cansada na cadeira.
Luciana - Me traga uma água bem gelada, Suelen.
Suelen - É pra já!
Suelen vai para dentro. Igor e Luciana conversam.
Igor - Você gostou de andar à cavalo nessa fazenda?
Luciana - Até que eu gostei. Eu acho que vai ser um pouco difícil de se acostumar com esse novo local... mas ao poucos vou me adaptando. É que eu ainda estou muito apegada naquele Haras de Minas Gerais.
Igor - Como você pode comparar o Haras com isso aqui? Não tem nem comparação. O haras com a primeira coisa que eu comprei quando se casamos e formamos uma família. Já isso aqui, eu comprei mais pra passar o final de semana, pras crianças do orfanato poder passar o dia, ou férias
Luciana - Você sabe que a Madre, não gosta que as crianças fiquem saindo do orfanato. Ela acha que isso pode afetar o comportamento deles.
Igor - Com a madre eu me resolvo.
Suelen entrega o copo de água para Luciana. Luciana agradece e Suelen se retira.
Luciana - Bom, vou tomar um banho e arrumar as coisas pra gente voltar pra realidade.
Igor - Contas pra pagar, trabalho e briga de filhos.
Luciana - Fazer o que?
Igor rir levemente junto com Luciana.
Igor - Eu te amo tanto, minha linda.
Luciana - Me ama, é?
Igor vai se aproximando.
Igor - Uhum...
Igor e Luciana se beijam. Tempo.
CENA 09. APTO DE BETO E FABIANA. BANHEIRO. INTERIOR. DIA
Close no Beto, entrando exausto no banheiro. Ele apoia seus braços na pia e fica se encarando no espelho. Tempo. Ele respira fundo. Depois ele liga o chuveiro no morno. Enquanto ele tira a roupa, A CAM foca no espelho, mostrando ele tirando a cueca dele e bunda fica amostra. Beto entra no box e fica baixo d'água. A água cai sobre seu corpo... Fabiana entra no banheiro.
Fabiana - Beto. Eu acho que temos que conversar.
Beto - Eu não tenho mais nada pra conversar com você, Fabiana. Tudo que conversamos, já foi o suficiente pra entender que você prefere mil vezes ficar enfiada naquela clínica, do que passar ao meu lado. Já estou cansado disso, Fabiana. CAN-SA-DO.
Fabiana - Tá vendo do porquê não gosto de tentar falar com você? Você não me deixa falar.
Beto - Então fala, doutora Fabiana.
Fabiana - Você tem que entender que esse é o meu trabalho, que não posso abandonar tudo por causa de seus caprichos.
Beto - Meus caprichos?
Fabiana - Sim! Seus caprichos!
Beto - Desde quando querer a sua mulher ao seu lado é capricho? Fabiana, já faz meses que eu e você não passamos mais a noite juntos. Que não temos diálogos mais entre marido e mulher. Sabe quanto tempo estamos sem transar? Sabe? Já faz mais de sete meses que eu não transo.
Fabiana - Então o seu problema é sexo? Então a gente transar agora. Não é isso que você quer?
Fabiana começa a tirar suas roupas. Beto fica irritado. Ele sai do box e tenta controlar Fabiana.
Beto (gritando) - Para com isso. Eu não quero só transar com você, como eu também te quero ao meu lado. Estamos virando estranhos dentro de casa. Só você que não está enxergando isso.
Fabiana - Beto...
Beto solta os braços de Fabiana e sai do banheiro. Fabiana encosta na parede e chora. Ela vai se arrastando até chegar sentar no chão. (CORTA): Beto enrolado na toalha, parado olhando pro nada. Ele olha para sua foto de casado com Fabiana e seus olhos enchem de lágrimas. Beto fecha seus olhos e suas lágrimas caem.
CENA 10. APTO DE FELIPE. QUARTO. INTERIOR. DIA
Felipe está deitado na cama. Deitada em seus braços está sua irmã Fabiana, chorando.
Felipe - Eu sabia que isso um dia iria acabar acontecendo, Fabiana. Tanto que eu tentei abrir seus olhos, tentando fazer você enxergar o quanto você estava se dedicando demais a sua clínica, e deixando seu casamento de lado.
Fabiana (chorando) - Mas eu não posso deixar a minha profissão de lado pra ficar em casa jogando conversa fora. Eu amo o, Alberto, sabe? Ele é o amor da minha vida.
Felipe - Se ele é o amor da sua. Então passe a valorizar esse seu amor. Antes que vem alguém de fora, e tira ele de você.
Fabiana - Você acha?
Felipe - Posso ser sincero?
Fabiana - Não! Quero você modo carinhoso.
Felipe começa a fazer carinho na cabeça de Fabiana.
Felipe - Não deixe o seu marido escapar das suas mãos. Porque se escapar, outra pessoa vai pegar e fazer tudo que você não faz por ele.
Fabiana fica pensativa ouvindo seu irmão.
CENA 11. DELEGACIA DE POLÍCIA. SALA DE BETO. INTERIOR. DIA
Beto na sua sala. Sentado na sua poltrona de delegado e conversando com seu um dos seus aprendizes.
Beto - Já faz tempo que eu não me sinto completo na minha relação, sabe? Essa sensação é horrível cara.
Tolentino - Delegado, sabe o que eu acho? Que o senhor deveria acabar de uma vez por todas com esse casamento. Do que adianta ser casado com uma mulher, e nunca poder transar com ela?
Beto - Já pensei nisso várias vezes, mas tenho medo de deixar a minha mulher. A minha filha iria ficar muito triste. E a última coisa que eu quero agora, é ver a minha triste.
Tolentino - Eu tenho certeza que se o senhor conversar com a sua filha, ela vai entender. O que importa é a sua felicidade.
Beto - Bom, vamos trocar de assunto...
A conversa fica em off...
CENA 12. APTO DE DANILO. QUARTO. INTERIOR. DIA
Danilo e Júlio deitados na cama. Seus corpos estão cobertos por lençóis brancos. Danilo deitado sobre os braços de Júlio.
Danilo - Eu não vejo a hora de contar pros meus pais que você e eu estamos namorando.
Júlio - Pensei que você já tinha contado pra eles.
Danilo - Não contei ainda, porque achava que ainda não era hora. Júlio, tenho muito medo deles me rejeitarem. Você não sabe o medo que eu tenho de perder o amor dos meus pais, ainda mais da minha mãe.
Júlio - Amor, se eles realmente te amam e se importam com a sua felicidade, eles vão te aceitar do jeito que você é.
Danilo - Mas amanhã depois da minha festa, eu mesmo vou contar pessoalmente pra eles. Quero botar tudo que estou sentindo pra fora e acabar com toda essa angústia que estou sentindo.
Júlio - Tudo que eu quero é poder ficar com você pra vida toda. Nem que eu tenha que ir pra macumba e fazer eles te aceitarem.
Os dois riem.
Danilo - Bobinho... não vai precisar disso.
Júlio - Espero.
Danilo beija Júlio. Júlio vai pra cima do corpo de Danilo, insinuando que eles irão transar novamente.
CENA 13. MANSÃO MONTALEÃO. SALA. INTERIOR. DIA
Elvira entra na mansão com bolsas de lojas em mãos. Sua empregada rapidamente vai para sala.
Rosália - Bom dia, senhora!
Elvira senta no sofá e põe as bolsas no chão.
Elvira - Tem alguém nessa casa? Ou eu vou ter que almoçar sozinha mais uma vez?
Rosália - O senhor Emerson, está tomando banho de piscina.
Elvira - Tem mais alguém além dele em casa?
Rosália - Senhor Jorge Henrique, foi para o colégio e a sua filha foi pra academia com algumas amigas.
Elvira (debochando) - Aquela dali precisa de ir ao um obstetra, isso sim.
Elvira levanta do sofá.
Elvira - Leva essas bolsas para o meu quarto, e depois faz meu suco de maracujá bem forte. Estou precisando relaxar um pouco.
Rosália - Sim, senhora!
Elvira anda, indo para a piscina. Rosália pega as bolsas e sobe para o quarto.
CENA 14. MANSÃO MONTALEÃO. ÁREA PISCINA. EXTERIOR. DIA
Elvira entra na área da piscina e para logo na entrada. Ela tira seu óculos e fica boquiaberta olhando o corpo do seu filho. Close no Emerson deitado na cadeira de praia, usando sua sunga preta e todo aberto. Elvira vai para frente de seu filho e fica parada olhando. Emerson abre o olho e leva um susto com sua mãe.
Emerson - Quer me matar do coração?
Emerson se ajeita.
Emerson - A senhora não iria ao shopping?
Elvira - Fui e voltei, e você ainda está no mesmo estado... Pernoitado. Por que você ainda não foi dormir?
Emerson - Daqui a pouco tenho um encontro com a minha gata. Marquei de levar ela ao cinema hoje.
Elvira - Nesse estado, filho? Melhor você descansar um pouco, pra essas olheiras diminuírem. Não quero que você seja visto por um fotógrafo, e ser fotografado com essa cara.
Emerson - Me deixa, vai mãe.
Elvira - Você está cansado filho. Não vai te fazer bem sair de casa nesse estado. Vai que você dorme no volante e bate com o carro? Pensou a tragédia que seria? Não, não! Você vai dormir na sua caminha, e se caso a sua namorada te ligar eu digo que você vai um pouco mais tarde.
Emerson fica pensativo ouvindo sua mãe falar.
Elvira - Vai filho.
Emerson levanta da cadeira de praia.
Emerson - Você tem razão, mãe! Mas qualquer coisa você me acorda.
Elvira - Eu sempre tenho razão, você que nunca me escuta. Vai tomar um banho, esfriar um pouco a cabeça, vai.
Emerson pega seu celular, olha para sua mãe e depois entra para mansão. Elvira dar um sorriso meio maléfico.
CENA 15. ESCOLA SILVINO MONTALEÃO. SALA DOS PROFESSORES. INTERIOR. DIA
Jorge Henrique e alguns outros professores conversando durante o intervalo.
Jorge Henrique - Eu particularmente proibir meus alunos de falarem sobre políticas durante minhas aulas. Pior que sempre acaba em confusão. De confusão já basta a minha vida.
Professora 1 - Você fez muito bem em ter proibido esses tipos de assunto. Dá última vez que a minha turma se reuniu pra participar de um debate sobre a política. Uma aluna enfiou a caneta dentro do olho da amiguinha de sala de aula.
Gilberto - Vocês lembram do aluno que foi expulso por ter ameaçado o filho da faxineira de morte, após ele não concordar com o posicionamento do filho dela, né?
Jorge Henrique - Essa geração está perdida. Todo mundo briga por tudo, e no fim todo mundo toma bonito e os políticos ficam de bem com a vida, roubando o nosso dinheiro.
Ryan entra na sala dos professores.
Ryan - Desculpa incomodar vocês... Professor, será que você tem um tempinho pra falar comigo?
Jorge Henrique - Claro que sim, meu filho. Bom, mais tarde espero vocês na reunião.
Gilberto - Pode deixar.
Jorge Henrique pega suas coisas...
CENA 16. ESCOLA SILVINO MONTALEÃO. SALA DA DIREÇÃO. INTERIOR. DIA
Jorge Henrique e Ryan entram na sala. Jorge Henrique senta na poltrona e Ryan na cadeira de frente para ele.
Jorge Henrique - O que você quer falar comigo?
Ryan - Sobre aquilo que aconteceu quando eu ainda estudava aqui.
Jorge Henrique - Esse assunto já não foi abafado? Por que você quer tocar nisso?
Ryan - Porque eu já não estou mais aguentando a minha família me olhando torto dentro de casa, achando que eu fiz besteira.
Jorge Henrique - Mas você disse que iria guardar segredo, e eu estou confiando em você. Fala logo, Ryan. Quanto que você quer pra ficar calado?
Ryan - O senhor sabe que o meu dinheiro do programa não ajuda muito com as coisas em casa. O fogão da minha mãe está com as bocas toda a entupidas, já está velho e ela precisa do fogão pra fazer seus bolos.
Jorge Henrique - E quanto é esse fogão?
Ryan - Três mil.
Jorge Henrique - É só Isso?
Ryan - Sim!
Jorge Henrique - Passa aqui na hora da saída. Quando não tiver mais ninguém na escola. Te darei o cheque e você tira depois no banco.
Ryan - Muito obrigado, professor.
Ryan levanta da cadeira e sai da sala da direção. Jorge Henrique fica encarando...
CENA 17. ESCOLA SILVINO MONTALEÃO. CANTINA. INTERIOR. DIA
Hilda está limpando a cantina. Fábio aparece na cantina, olhando para todos os lados.
Fábio - Cadê Ryan?
Hilda - Foi falar com um dos professores dele.
Fábio - Falar o que?
Hilda - Como eu vou saber? É assunto dele, Fábio, para de ficar perseguindo o garoto.
Fábio - Você sabe que eu não gosto desse menino andando por essa escola sozinho. Cê sabe o que aconteceu dá última vez.
Hilda - Todo dia agora você vai ficar tocando nesse assunto? Que coisa chata, Fábio. O menino já é um homem, sabe o que faz da vida. Não sei o que tanto te preocupa.
Fábio - A reputação da minha família que me preocupa. Esse menino acabou com a minha reputação, e de todo mundo.
Hilda para de passar o pano no chão e põe as mãos na cintura.
Hilda - Que reputação, Fábio? O menino trabalha toda noite pra poder comprar seus remédios caros, porque não temos dinheiro pra ficar comprando vários remédios. O menino sempre faz de tudo pra tentar te agradar, e você vem me falar que ele acabou a sua reputação? Ah, Fábio vai procurar o que fazer.
Fábio - Depois não diga que falei. Esse menino ainda vai voltar a nos decepcionar de novo.
Ryan entra na cantina. Fábio olha com desprezo para seu filho e sai da cantina. Hilda olha sem jeito para Ryan.
Ryan - Deixa ele. Um dia ele vai se arrepender de tudo.
Hilda - Meu filho querido.
Hilda abraça Ryan...
CENA 18. CLÍNICA DE FABIANA. RECEPÇÃO. INTERIOR. DIA
Fabiana entra na sua clínica. Ela usa um óculos pra esconder suas olheiras. Ela vai até o balcão da recepção.
Monique (ao tel) - O único horário disponível é amanhã na parte da tarde. Pode ser?... Então vamos te esperar... Tchau!
Monique bota o telefone no gancho.
Fabiana - Tem algum cliente pra agora?
Monique - Sim, mas só pra parte da tarde e noite. Não sabia que senhora iria voltar nem tão cedo. Já que acabou de sair se um plantão.
Fabiana - Me estressei em casa e decidir voltar pro trabalho. Parece que quando saio daqui, o mundo desaba sobre minha cabeça. É só problema, menina.
Monique - A senhora ainda tem dinheiro e pode escapar um pouco dos problemas. E eu que sou apenas uma recepcionista, que mora em uma escola e tem uma família mais complicada do que explicar pra uma pessoa que o, Bolsonaro não presta.
Fabiana rir levemente.
Fabiana - Vamos almoçar juntas hoje?
Monique - Hoje não vai dá, dona Fabiana. Marquei de sair com o meu namorado, e até pedir pra outra menina ficar no meu lugar.
Fabiana - Sem problemas. Vai curtir com o seu namorado, e nem precisa voltar hoje se não quiser.
Monique - Nem pensar! Ainda tenho muitas coisas para fazer aqui.
Fabiana - Você que sabe. Estou na minha sala se precisarem de mim.
Monique - Ok!
Fabiana vai para sua sala.
CENA 19. CARRO DE IGOR. ESTRADA. INTERIOR. DIA
Igor está dirigindo indo para casa. Luciana está debruçada pensativa na janela. Igor olha para ela.
Igor - Você está bem?
Luciana - Pensando na vida. Como o tempo passa rápido, né? Ontem mesmo a gente estava adotando o, Danilo, e amanhã ele faz 26 anos. Não dá pra acreditar nisso.
Igor - O mais triste de tudo é que ele não mora mais com a gente. Você sabe que ele quer morar em Portugal, né? Ele está doidinho pra comprar um apartamento e fazer a vida dele fora do Brasil.
Luciana - Ele já falou comigo sobre isso.
Igor - E você concorda dele ir morar fora do país?
Luciana - E o que podemos fazer? Ele já é um homem adulto, tem seu próprio dinheiro e pode muito bem ser feliz.
Igor - Não sei... tenho medo de acontecer alguma coisa com ele... não confio muito dele ir morar sozinho, e ainda mais no outro lado do mundo. Se ao menos fosse acompanhado de uma namoradinha ou sei lá do que ele gosta. Mas sozinho eu não estou 100%.
Luciana - Quando chegarmos em casa falamos com ele sobre isso, tá bom?
Igor - Tudo bem.
Luciana pega na mão de Igor e beija.
CENA 20. ANOITECER DA CIDADE. EXTERIOR. NOITE
Filmagens dos prédios do Leblon...
CENA 21. MANSÃO DE IGOR E LUCIANA. QUARTO DE PALOMA. INTERIOR. NOITE
Paloma está se arrumando para receber seu namorado em casa. Adrian aparece na porta do quarto.
Adrian - Senhora.
Paloma olha para Adrian.
Adrian - O seu namorado já chegou e lhe espera na sala.
Paloma - Diz pra ele que eu já estou descendo. Ah, você e sua mãe podem ir para seus aposentos. Quero ficar a sós com o meu namorado.
Adrian - Como a senhora quiser.
CENA 22. MANSÃO DE IGOR E LUCIANA. COZINHA. INTERIOR. NOITE
Fátima - Como assim ela mandou a gente se recolher? Ainda não são nem dez da noite.
Adrian - Melhor não subestimar essa menina. Vamos deixar tudo arrumado e irmos para o nosso quarto.
Fátima - Que falta que eu sinto dos meus patrões. Só eles pra controlar essa menina, que não vem batendo bem da cabeça.
Fátima fica abismada. Ela pega os pratos e vai arrumar a mesa.
CENA 23. MANSÃO DE IGOR E LUCIANA. SALA. INTERIOR. NOITE
Sandro está sentado no sofá, aguardando por Paloma. De repente ele olha para escada e vê Paloma, vestida com uma linda lingerie vermelha sexy. Sandro levanta do sofá babando. Paloma desce a escada, indo até Sandro que está parado.
Paloma - Gostou da minha surpresinha?
Sandro - Eu amei! Você está muito gostosa vestida assim.
Paloma - Que tal aproveitarmos que estamos só, e fazer aquele amor bem gostoso? Com direito a gemidas bem gostosas no seu ouvido e uma gozada maravilhosa.
Sandro morde os lábios ouvindo Paloma. Paloma joga Sandro no sofá. Ela tira a blusa dele, a calça que ele estava vestido e deixa ele só de cueca. Paloma rir e se afasta, dançando para Sandro deixando ele cada vez mais excitado. Ele põe seu pênis para fora da cueca e começa a se masturbar assistindo Paloma dançar. Paloma tira sua calcinha e joga para Sandro. Sandro levanta do sofá e tira o sutiã dela. Paloma fica nua. Ela agarra Sandro e os dois caem no sofá se beijando. Igor abre a porta da mansão e se depara com Paloma e Sandro se beijando pelados no sofá. Luciana entra em seguida na mansão e fica indignada com o que ver. Sandro está beijando o pescoço da Paloma, ele abre o olho e vê os pais da Paloma. Ele se assusta e joga Paloma no chão.
Paloma - Que isso, San... (Ela vê seus pais).
Igor (bravo) - Mas que pouca vergonha é essa aqui dentro da minha casa, Paloma?
Close no rosto de Paloma sorrindo nervosa para seus pais. Congela em Igor bravo e Luciana ainda indignada olhando para Paloma.
FIM DO CAPÍTULO 01...
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