Baseado no argumento original de João Victor Santos
Escrita por Leonardo Lima
Capítulo 008
Cena 1.Pensão
Florência. Sala. Interior. Dia/Manhã
Jurandir
tenta salvar seu casamento com Helena e diz:
Jurandir – Amor,
você vai me abandonar nesse momento difícil
Helena – Momento
difícil que você nos colocou e ainda penhorou a minha pensão, herança sagrada
dos meus pais.
Jurandir – Eu
precisava pagar as dívidas com o banco. Amor, por favor, me dê mais um tempo
para resolver essas pendências.
Helena – Dei
tempo demais, assim como eu perdi lhe dando conselhos. Sinto muito, mas nosso
casamento acaba por aqui.
Jurandir implora
de joelhos e Helena é irredutível
Helena – Não
adianta chorar pelo leite derramado.
Jurandir – Te
imploro que eu vou mudar. Juro por tudo que é de mais sagrado.
Helena – Não jure
ou implore, faça a mudança acontecer. Com licença, eu estou de saída.
Jurandir
fica sozinho na pensão e desesperado
Cena 2.Escritório
de Advocacia Moret. Escritório. Interior. Dia/Início da tarde
Clarice
fala sobre o processo com Clementina
Clarice – O seu
processo contra Luma está em trâmite na justiça. Foi configurado sua demissão
de racismo estrutural.
Clementina – Minha
filha, não precisava para tanto. Deixava que eu me resolvia com Luma.
Clarice – Mãe, eu
sei o quanto você tem um coração bom, mas tem certas atitudes que deve ser
vetada, ainda mais vindo de Luma.
Clementina – Estou
com medo dela fazer algo de mal com você.
Clarice – Luma não
pode fazer nada contra mim e nem contra nossa família. Se ela ousar fazer algo,
piora ainda mais situação.
Clementina – Eu fico
tão preocupada com tudo isso.
Clarice – Pode
ficar tranquila, a justiça está do nosso lado.
Clementina – Que Deus
te ouça, enfim, já chamei um carro por aplicativo e vou para casa.
Clarice – Te
acompanharei até a saída.
Clementina
e Clarice deixam o escritório
Cena 3. Grand’
Hotel. Prédio 12. Quarto. Interior. Dia/Início da tarde
Laura liga
para Duca e planejam se vingarem de Marina
Duca – Como andam
as coisas ai em São Paulo?
Laura – Está
normal, me abriguei no Grand’ Hotel para ficar na cola de Marina.
Duca – Você vai
acabar sendo expulsa daí, a Maria Cláudia já não gosta de você e faz o que ai?
Laura – Ela não é
dona absoluta daqui. Procurei me informar antes de me hospedar e pelo que
soube, uma parte do hotel foi cedida para o governo de São Paulo.
Duca – Mas todo
cuidado é pouco, ela é perigosa.
Laura – Eu sei
disso, enfim, tenho uma boa notícia para você.
Duca – Que
notícia?!
Laura – A justiça
liberou todo dinheiro da herança do Mário. Marina só pegou o dinheiro que ele
escondeu na cômoda, a outra parte, ficou embargada no banco.
Duca – Perfeito,
estou à espera do dinheiro.
Laura – Você bem
que poderia vir para São Paulo.
Duca – E o jogo
do bicho? Como ficaria?
Laura – Calma,
tenho vários planos em mente para você.
Duca e
Laura continuam conversando pelo celular.
Cena 4.
Avenida Paulista. Calçada. Exterior. Dia/Tarde
Afonso
esbarra em Fred e diz:
Fred – Olhe por
onde anda rapaz.
Afonso – Calma
senhor, me desculpe.
Ao Fred ver
Afonso é policial, o jornalista fica sem graça e diz:
Fred – Ah, o
senhor é policial né?
Afonso – Sim,
prazer, Afonso Côrrea.
Fred – Prazer,
sou o jornalista Frederico Carvalho, trabalho no Notícias de São Paulo.
Afonso – Que
legal, te desejo muito sucesso.
Fred – Muito
obrigado, pode me passar teu contato?
Afonso – Com
certeza, eu gostei de você. É simpático.
Fred – Fico sem
graça com elogios.
Afonso – Não
precisa ficar sem graça. Enfim, vou voltar a trabalhar.
Fred – Me
desculpe te atrapalhar.
Afonso – Pode
ficar tranquilo, você não me atrapalhou em nada.
Afonso e
Fred trocam contatos e o jornalista vai embora.
Cena 5.Parque
Ibirapuera. Exterior. Dia/Tarde
Débora e
Milena se encontram e conversam no parque.
Milena – Amiga
quanto tempo. Como foi sua temporada em Mônaco
Débora – Foi
maravilhosa, tirei muitas fotos, fiz vários passeios em família.
Milena – Que bom,
queria tanto viajar para Mônaco...
Débora – E porque
não viaja amiga?
Milena – Minha mãe
fica aprisionada no SPA, meu pai e meu irmão, do escritório para Grand’ Hotel.
É complicado sair de São Paulo.
Débora – Seus pais
deveriam ir para Mônaco. Meus pais renovaram os votos de casamento lá e olha,
eles estão bem.
Milena – Que
maravilha! Meus pais têm tantos planos, mas acaba azedando por causa do
trabalho.
Débora – Quando um
casal não trabalha no mesmo segmento, realmente é complicado.
Milena – O que me
resta é tomar sorvete aqui no Parque Ibirapuera após as aulas.
Débora – Não
existe melhor coisa amiga. Vamos tirar uma selfie
Milena – É claro!
Débora e
Milena tiram fotos e postam em rede social
Cena 6.
Restaurante Laboute. Cozinha. Interior. Dia/Tarde
Fernando
chega na cozinha e Mariana pergunta:
Mariana – Aonde
esteve Nando? Você está cheio de trabalho.
Fernando – Fui à
República, precisava me acalmar. Acredita que Fred me confrontou?
Mariana – Não
acredito que ele veio aqui.
Fernando – Pois é. E
porque você está aparentemente nervosa
Mariana – Discuti
com Adriano, ele estava abraçadinho com a Clara.
Fernando – Você está
autodestruindo seu namoro com Adriano por causa de ciúmes.
Mariana – Eu amo
ele, mas tudo tem limites.
Fernando – Você é
quem sabe. Que avisa, amigo é.
Mariana – Vamos
trabalhar que ganhamos mais. Pega o alho e tosta, vou fazer uma farofa deliciosa.
Fernando
lava as mãos, coloca o avental e começa a cozinhar.
Cena 7. República.
Sala. Interior. Dia/Tarde
Clara chega
na República cabisbaixa e Vigário pergunta:
Vigário – O que
houve Clara? Está cabisbaixa.
Clara – Me
coloquei numa situação bem desagradável. Adriano me abraçou a Mariana se
enfureceu.
Vigário – Que
besteira! É só um abraço e Mariana fez esse estardalhaço?
Clara – Eu pensei
que ia apanhar, mas fiquei constrangida.
Vigário – Imagino,
então, estava agendando aqui um passeio num centro cultural.
Clara – Passeio
no centro cultural? O que tem lá?
Vigário – Vai ter
um debate sobre racismo estrutural e a evolução do comportamento humano na
sociedade moderna.
Clara – Estou
dentro, que dia é esse evento.
Vigário – Mais
tarde e fique bem bonita. Não te quero ver triste.
Clara – Pode
deixar Viga, fique tranquilo.
Vigário e
Clara conversam sobre o evento
Cena 8.Cobertura
dos Figueiredo Rodrigues. Sala. Interior. Dia/Tarde
Luma chama
por Felício e o empregado entrega uma correspondência à patroa:
Luma – Felício,
chegou alguma correspondência importante?
Felício – Chegou
uma correspondência do Fórum de São Paulo.
Luma – Não
acredito que Clementina foi capaz de me processar.
Felício – Dentro de
suas razões, ela sim, te processou.
Luma – Com
certeza ela não seria capaz. Ai tem dedo da Clarice, aquela lá nunca gostou de
mim.
Felício – Porque
acha que Dona Clarice não gosta de você?
Luma – Motivos
bobos, ela acha que sou muito extravagante. Se ela é polida, problema é dela,
agora eu, gosto de mostrar que ostento uma vida boa.
Felício – A senhora
está corretíssima.
Luma – Muito
obrigado pelo seu apoio Felício.
Felício – Dona
Luma, irei voltar para o puxadinho, qualquer coisa é só me chamar.
Luma – Ok, tenha
um bom descanso.
Felício se
retira da sala e Luma fica pensativa
Cena 9.Grand’
Hotel. Quarto 15. Sala. Interior. Dia/Tarde
Alberto e
Alexandra conversa sobre os rumos da faculdade
Alberto – Bom, já
que retornamos para São Paulo, vamos falar sobre os rumos da faculdade.
Alexandra – Eu já
mandei recado para a equipe de reitores que devemos fazer um reajuste no boleto
dos alunos.
Alberto – Amor,
você não pode fazer isso. Perderemos muitos alunos.
Alexandra – Alberto,
a maioria dos alunos são bolsistas. Vou alterar em cinco por cento.
Alberto – Toda
alteração provoca aumento, mesmo que seja pequeno. Isso seria injusto.
Alexandra – Injusto é
o Centro Educacional Osasco de Ensino não ter o retorno esperado. Os
investimentos despencando e você pensando nos outros.
Alberto – A questão
não é pensar nos outros, o que quero dizer é, a maioria dos alunos são de
classe c e d, se mexer nos valores, estes que citei, terão que deixar a
faculdade. Imaginou, perdermos alunos para faculdade pública.
Alexandra – Quanto
menos pobre na nossa faculdade, melhor. Criamos essa instituição para pessoas
da alta sociedade paulistana. Pense um pouco amor.
Indignado, Alberto
deixa a sala e Alexandra volta a conversar com os reitores.
Cena 10.Grand’
Hotel. Pátio. Exterior. Dia/Tarde
Mayara
conversa com Felipe sobre a declaração de Milena
Mayara – Eu estive
pensando na declaração da Milena e em partes, ela está certa.
Felipe – Você vai
dar ouvidos para uma aborrescente?
Mayara – Que termo
pejorativo para figurar sua irmã hein?
Felipe – Claro,
tudo que ela fala, não se escreve.
Mayara – Pelos
anos que conheço vocês, Milena é sincera e gosto de pessoas assim.
Felipe – Mas até para
ser sincero tem limites. Ela foi muito mal educada e grosseira.
Mayara – Ela não
mentiu quando disse que a gente só transa e fazemos mais nada além do que isso.
Felipe – Amor,
você não era assim não.
Mayara – Agora sou
e dou razão para sua irmã.
Felipe – Só você
mesmo para me alegrar. [Risos]
Mayara e
Felipe se beijam
Cena 11.
Grand’ Hotel. Sala de reuniões. Interior. Dia/Tarde
Marina e
Ricardo se unem com Adriano e acionistas para começar a reunião
Marina – Iniciamos
essa reunião pautada nos interesses das mudanças do Grupo Gama. E nesta tarde,
Adriano Alencar Saldanha assume o
posto de presidente do nosso conglomerado.
Adriano – Muito
obrigado e a todos presente.
Ricardo – O Adriano
tem uma proposta inovadora para o grupo e promoverá mudanças importantes.
Marina – Além
disso, todo o grupo irá recuperar o prestígio mercadológico com os anunciantes.
Ricardo – Essa é a
nossa visão futurística do Grupo Gama.
Marina – Obrigado
pelo apoio Ricardo, então, todos estão de a favor dessas mudanças?
Mauro invade a sala de reunião e diz:
Mauro – Eu sou
contra. Não quero o Adriano como presidente do Grupo Gama
Todos ficam
perplexos e Mauro enfrenta os acionistas
FIM DO CAPÍTULO
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