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Escrita por Walef Schenner.
Capítulo 29
AVENIDA / SP / NOITE
A imagem vai se aproximando no carro e mostra Ruth desacordada com leves ferimentos.
Cintia para o carro (como todos os outros) e Thaís sai desesperada, mas Cristian segura ela pelo braço e impede.
Thaís - Me solta! É meu pai, ele precisa da minha ajuda!
Cristian - Se você for será presa! A gente está praticamente num 'sequestro' e não podemos ser vistos.
Cintia - Cristian tem razão filha, as pessoas já estão ajudando. E qualquer coisa, você pode fazer uma chamada anônima.
Cristian - Assim que seu tio estiver totalmente seguro, te levo pra saber do seu pai, combinado?
Thaís começa ficar mais calma e volta pro carro. Cintia dá partida e o veículo vai tomando distância, com a mocinha olhando o acidente pela janela.
MANSÃO TAMBORIM / NOITE
Cândida está passando remédio nos ferimentos do filho...
Josias - Será que eles sabem da cobra e do jacaré indo atrás deles?
Frank - Eu liguei pra Thaís avisando, pode ficar tranquilo.
Cândida - Espero que tenham conseguido despistar, porque não fizemos tudo isso pra dar em nada.
Fora da mansão...
Estela chega toda contente usando uma jóia que roubou da empresa e guarda na bolsa antes de entrar.
Os seguranças continuam dormindo no chão e ela acha estranho. Quando está prestes a entrar pela porta, escuta um barulho vindo do fundo.
Ao chegar, encontra Miriam caída no chão com cadeira e tudo. A megera murmura pedindo por ajuda.
Estela - Dona Miriam, o que está fazendo aqui desse jeito? (tira o pano da boca)
Miriam - Ainda bem que você veio, me tira daqui rápido!
Estela - Tá mas, quem fez isso com a senhora? (começa a desamarrar)
Miriam - Foi aqueles pombos sujos da sua família, miseráveis!
Estela - Meus pais? Por que eles fariam isso?
Miriam - Porque descobri o quanto eles são ladrões. Ah, mas isso não vai ficar assim, agora é a minha vez de dar o troco neles.
Estela termina de desamarrar e ajuda Miriam se levantar.
Miriam chega nos seguranças e começa cutucar eles.
Miriam - Acordem seus paspalhões, vocês não são pagos pra ficarem dormindo.
Estela - Acho que não vai adiantar, parece que estão dopados.
Miriam - Era só que faltava! O jeito vai ser chamar a polícia. Dá o seu telefone!
AVENIDA / SP / NOITE
O local está cercado por ambulâncias e viaturas da polícia. Ruth e Fábio são colocados nas macas de carrinho e levados para o hospital.
Já distante da avenida (no interior), Otávio chega no seu esconderijo, onde vai ficar por alguns dias.
Dentro da casa...
Cintia - Nossa, mas isso aqui está uma bagunça! Os móveis cheio de pó, as paredes com teia de aranha, olha para esse chão, Otávio vai ficar mais doente que está ficando aqui nessa casa.
Thaís - Eu conheço uma mulher que faz faxina, ela é excelente.
Otávio - Aqui é onde você cresceu?
Thaís - Sim, a tal casinha do interior que sempre vai guardar as minhas lembranças.
Cintia - Fiquei surpresa por não ter acontecido nada, já que todos foram para São Paulo deixando todas as coisas aqui e sem ninguém pra cuidar.
Thaís - Aqui nessa aérea é muito difícil ter roubos, se some alguma coisa o maior suspeito é de alguém daqui e não de fora.
Otávio - Quero que me conte todos os seus momentos, e também quero conhecer a casa.
Cintia - Nada disso, você vai tomar um banho e deitar pra descansar. Amanhã Thaís te conta tudo, até os detalhes.
Fora da casa...
Thaís e Cristian saem da casa e ficam abraçados olhando para o céu.
Cristian - A gente precisa voltar senão a polícia vai ter certeza que fomos nós os repontáveis pelo sumiço de Otávio.
Thaís - Sim, nada pode dar errado!
Cristian - Sua mãe pode ficar aqui cuidado dele, qualquer coisa falamos que ela viajou.
Thaís - Não seria uma má ideia!
Cristian - Então vamos? Aposto que está querendo ver seu pai e ter noticias dele.
Thaís - Muito, espero que ele esteja vivo e que nada de grave tenha acontecido. Por mais que venha carregando certos erros, ele é meu pai e nesses momentos só consigo pensar no melhor!
Cristian - Por isso que te amo, por ser essa pessoa incrível. (se beijam)
AMAZÔNIA / NOITE
Brandão está perto da fogueira laminando seus facões quando de repente chegam seus ajudante.
Brandão - Espero que dessa vez tenham descoberto o lugar da mina, porque senão vou ter que partir pra força brutal e não vai ser legal pra ninguém.
Faísca - É muito confuso achar e ter certeza de algo patrão, esse lugar é imenso.
Esdras - O certo seria encarar aquela gente da aldeia.
Brandão para de fazer o que estava fazendo e olha para os seus ajudantes com os olhos irritados.
Alguns minutos se passam e Tarcio chega no acampamento dos caçadores para soltar os animais como de costume.
Enquanto abre as gaiolas, ele acha estranho não ter ninguém ali e volta para casa.
Na Aldeia...
Brandão - Anda mulher, diga logo onde está as jóias que você e mais essa gente folgada daqui pega na mina?!
Rosa fica desesperada e não sabe o que falar enquanto Brandão aponta uma arma na cara dela.
Brandão - Fala logo, ou senão vai ter derramamento de sangue.
Rosa - Sei de nada, sou apenas uma curandeira. Não me mate, por favor! (fala chorando)
Brandão - Sua miserável! (joga ela no chão) - Eu sei que está acomunada com aquela família da cidade e que guardam uma riqueza aqui nessas terras.
Faísca vai vasculhando o fundo da casa e Tárcio chega na aldeia.
Esdras - Ela não vai falar patrão, é melhor a gente ir antes que todos da aldeia se revoltam.
Brandão - Vamos sim, mas antes vou deixar meu recado pra essa gente.
Ele ajeita seu revólver e quando está pronto pra atirar em Rosa, é interrompido.
Tarcio - Se atirar eu juro que acerto esta flecha bem no meio da sua cabeça! (segura o arco e flecha)
Brandão (olha para Tarcio) - O pivete acha que pode me ameaçar com uma flecha?
Tarcio - Se está achando ruim de receber uma flechada na cabeça, posso chamar os outros aqui da aldeia, garanto que serão varias.
Brandão expressa raiva por ser intimado por alguém e vai embora.
Tarcio - Está tudo bem mãe, o perigo já passou! (abraça ela)
Rosa - Eles querem saber da mina, pode ser um sinal do nosso fim.
Tarcio - Vou falar com os demais da aldeia para se prevenir.
Rosa - Sabia que essas jóias ia trazer desgraça para o nosso povo. Precisamos falar com Thaís e avisa-la do ocorrido o mais rápido possível. Sem contar o colar que está aqui, ela precisa vim buscar.
Tarcio - Amanhã eu subo nas montanhas e tento falar com ela ou com qualquer pessoa que atender.
Faísca que ainda estava do lado de fora da casa, escuta toda a conversa e vai embora contar tudo para o seu patrão.
MANSÃO TAMBORIM / NOITE
Miriam e Estela entram na casa acompanhadas por policiais e a família leva um baita susto.
Josias - A jararaca escapou do cativeiro!
Miriam - Acharam mesmo que eu ia ficar lá amarrada com uma pano na boca e levando torta na cara?
Cândida - Que isso, só estávamos fazendo um teste de teatro, a gente nunca ia te fazer mal. (pisca pro marido)
Frank - Quem te soltou?!
Estela - Eu que soltei ela, o que vocês fizeram foi inadmissível.
Cândida - Mas olha só, temos uma traidora entre nós! Além de ser nossa filha, fica aí querendo bancar a tal madame. Inadmissível (imita), toma vergonha na cara.
Josias - Estou muito chateado com você filha, não esperava por essa traição.
Estela - Agora sou de maior, tenho um emprego e trabalho no melhor lugar desse mundo e claro, sendo uma mulher independente.
Cândida - Você vai ver a independente nessa chinela aqui voando bem na tua cara, sua ingrata.
Miriam - Chega de papo furado e podem levar os pombos sujos para cadeia.
Cândida - Cadeia?
Miriam - Isso mesmo, vocês estavam saqueando minhas coisas e vendendo sem a minha permissão.
Cândida - Isso é mentira!
Miriam - Jura? Tenho várias testemunhas que saíram daqui comprando um item vendido por vocês. Estão esperando o que policiais, prendam-nos!
Os policiais vão até eles para algemar e Cândida sai correndo.
Cândida - Vocês não vão me prender, eu sou uma mulher digna, nunca roubei e nunca voltarei roubar de novo. (continua correndo)
Os outros policiais que estavam do lado de fora da mansão, vê quando Cândida vem correndo e seguram ela, colocando a algema e levando pro camburão.
Cândida - Isso que estão fazendo comigo é uma covardia, vou processar todos vocês...
Na sala...
Miriam - E Ruth, cadê?
Estela - É que aconteceu uma coisa muito séria, o Fábio...
Policial - Dona Miriam desculpa voltar assim do nada, mas é que recebemos uma notícia grave da sua filha.
HOSPITAL / SP / NOITE
Fábio foi o mais prejudicado no acidente e vai levar um tempo para se recuperar.
Thaís - Você teve muita sorte de ter saído desse acidente com nenhuma sequela quebrada, foi apenas ferimentos e alguns cortes. Agora só nos resta esperar os exames e logo estará bem novamente.
Fábio permanece inconsciente e ela passa a mão no rosto dele carinhosamente, demostrando seus sentimentos.
Thaís - Tenho vários motivos para não estar aqui, mas você é meu pai e sempre estarei ao seu lado nos momentos bons ou ruins da vida.
A enfermeira chega para dar os remédios e a mocinha pede licença.
Thaís caminha pelo corredor no hospital e vai visitar outro quarto.
Os aparelhos fazem o barulho como de costume enquanto estão funcionando e Thaís aperta o cubo de respiração. Ruth acorda na hora e fica olhando para a mocinha com cara de assustada.
Thaís - Sentiu a presença da morte? Me dê um motivo para não te matar aqui nesse exato momento?!
(Congela na Ruth)
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