Logotipo do especial (Foto: Divulgação)
Adaptação do Evangelho São João, narração “A Paixão de
Cristo”, adaptado por Vinicius Mendes.
Pilatos mandou então flagelar
Jesus. Os soldados teceram de espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça e
cobriram-no com um manto de púrpura. Aproximavam-se dele e diziam: Salve, rei
dos judeus! E davam-lhe bofetadas. Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: Eis que
vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação.
Apareceu então Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura.
Pilatos disse: Eis o homem! Quando os pontífices e os guardas o viram,
gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Falou-lhes Pilatos: Tomai-o vós e
crucificai-o, pois eu não acho nele culpa alguma. Responderam-lhe os judeus:
Nós temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque se declarou Filho
de Deus. Estas palavras impressionaram Pilatos. Entrou novamente no pretório e
perguntou a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe respondeu. Pilatos então
lhe disse: Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e para
te crucificar?
Respondeu Jesus: Não terias
poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado. Por isso, quem me entregou
a ti tem pecado maior. Desde então Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus
gritavam: Se o soltares, não és amigo do imperador, porque todo o que se faz
rei se declara contra o imperador. Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus
para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lajeado, em hebraico
Gábata. (Era a Preparação para a Páscoa, cerca da hora sexta.) Pilatos disse
aos judeus: Eis o vosso rei! Mas eles clamavam: Fora com ele! Fora com ele!
Crucifica-o! Pilatos perguntou-lhes: Hei de crucificar o vosso rei? Os sumos
sacerdotes responderam: Não temos outro rei senão César! Entregou-o então a
eles para que fosse crucificado. Levaram então consigo Jesus. Ele próprio
carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário,
em hebraico Gólgota. Ali o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada
lado, e Jesus no meio. Pilatos redigiu
também uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: Jesus de
Nazaré, rei dos judeus. Muitos dos judeus leram essa inscrição, porque Jesus
foi crucificado perto da cidade e a inscrição era redigida em hebraico, em
latim e em grego.
Os sumos sacerdotes dos
judeus disseram a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, mas sim: Este homem
disse ser o rei dos judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi. Depois
de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas
quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a
baixo, não tinha costura. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas
deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será. Assim se cumpria a Escritura:
Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica (Sl
21,19). Isso fizeram os soldados. Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe,
a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu
sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu
filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o
discípulo a levou para a sua casa. Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava
consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse: Tenho sede. Havia ali
um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma esponja e,
fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca.
Havendo Jesus tomado do
vinagre, disse: Tudo está consumado. Inclinou a cabeça e rendeu o espírito. Os
judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a
Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se
lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Vieram os soldados e quebraram as
pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. Chegando, porém,
a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados
abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. O que foi
testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe
que diz a verdade), a fim de que vós creiais. Assim se cumpriu a Escritura:
Nenhum dos seus ossos será quebrado (Ex 12,46). E diz em outra parte a
Escritura: Olharão para aquele que transpassaram (Zc 12,10). Depois disso, José
de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus,
rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu.
Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus. Acompanhou-o Nicodemos (aquele que
anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem libras de uma
mistura de mirra e aloés.
Tomaram o corpo de Jesus e
envolveram-no em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar. No
lugar em que ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo,
em que ninguém ainda fora depositado. Foi ali que depositaram Jesus por causa
da Preparação dos judeus e da proximidade do túmulo.
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