Novela de Brunoh Franco
Instrumental Suspense
Olívia — O que está dizendo, filho?
Diego — Finalmente me lembrei de tudo. A Camila tentou me matar, quando eu flagrei ela e o Maurício juntos, tramando contra a Laís.
Camila não esboça nenhuma reação.
Augusta — Camila, o que você tem a dizer?
Camila — Vocês realmente vão acreditar nisso? As memórias dele estão confusas. Eu vou me retirar.
Laís puxa Camila pelo cabelo.
Laís — Vai se retirar um cassete! FALA! (Gritou) CHEGA!
Camila olha assustada.
Camila — Meu Deus, amiga. O que é isso?
Caio e Maurício entram.
Maurício — Chegamos a tempo?
Sandra — O Diego está dizendo que a Camila tentou matá-lo?
Maurício — Sim. Quando descobriu do nosso caso.
Camila — O que está acontecendo? Estão todos contra mim agora?
Augusta — Eu estou tentando acreditar em você, Camila.
Henrique — Aquela noite, na casa do Maurício, a Laís estava dopada.
Camila — Foi tudo um plano! (Disse friamente) Vocês querem a verdade? É? A verdade que vocês querem? A verdade é que eu nunca suportei essa bosta de família. Nunca suportei essa sua cara de sonsa, Laís, todos esses anos de amizade, só me valeram para aturar essa sua família de quinta, essa avó cafona que você tem.
Laís — Meu Deus, Camila. Por quê? Por quê?!
Camila — Você é tão bobinha.
Augusta se aproxima de Camila.
Augusta — Por que, Camila? Por que este ódio? Por que tanta inveja e ganância pela minha família?
Camila olha nos olhos de Augusta. Ela demonstra ser fria, sem sentimentos.
Camila — Ah, vovó... Sabe, quando eu conheci a Laís e eu soube que ela era uma Mantovanni, a primeira coisa que veio na minha cabeça foi uma memória da infância, eu queria tomar café, os meus pais eram pobres e não podiam me dar, e então meu pai foi comprar pão, e pó de café, e a primeira coisa que eu reparei é o que estava escrito no pacote do café, bem grande e com letras vermelhas... Mais que Café, a maior distribuidora de café do país, meu pai me explicou e ele me disse que vocês eram uma família muito rica, os donos do café no Brasil. E aí quando eu conheci a Laís, eu me lembrei desta cena imediatamente.
Todos olham surpresos.
Olívia — Nós nunca deixamos lhe faltar nada.
Camila olha novamente nos olhos de Augusta.
Camila — Eu decidi ter seu império para mim. Mesmo eu sendo completamente diferente de vocês, eu não desisti, eu pesquisei, eu insisti... Eu contei com ajuda de gente muito importante, lembra? A campanha que a senhora fazia ao meu favor?
Augusta — Eu nunca fiz campanha ao seu favor! Nunca!
Camila — Só o fato da senhora não acreditar no Caio, no seu marido... Já me ajudou muito. Coitado do Frederico, tão idiota e influenciado. Se a senhora soubesse como fácil, não teve muita graça, porque a senhora Vovó, a senhora é muito burra!
Augusta olha chocada.
Camila — Se acha muito esperta e inteligente, porque estudou no exterior. Porque conhecia sobre João Faria, o maior produtor de café... Mas no fundo a senhora não passa de uma toupeira. Olha em quem, justo em quem a senhora foi confiar. (Camila ri) Sabe por que a senhora caiu na minha conversa tão fácil? Eu sou assim, loirinha, com carinha de anjo, esse jeitinho desinteressado, humilde... (Camila olha profundamente nos olhos de Augusta) E mais do que tudo isso... Eu sempre disse pra senhora exatamente as coisas que a senhora queria ouvir, aí foi fácil, não deu uma semana e a senhora já estava comendo aqui na minha mão.
Todos estão sem reação coma frieza de Camila. Era como se houvesse outra pessoa ali.
Camila — Falta de aviso não foi, hein, Dona Augusta. Tanta gente alertou a senhora. Começar pela minha mãe. Poxa, uma mãe dizendo que a própria filha não presta, não merecia um pouco de crédito, a senhora não acha?
Augusta — Eu vou fazer de tudo para você ir pra cadeia. Pra nunca mais sair de lá.
Camila — Ah, Dona Augusta, eu lamento, mas as coisas não vão ser do jeito que a senhora quer não. Agora eu vou ter a vida de rainha que eu sempre merecia. Enquanto a senhora vai ter que assistir a derrocada do seu império, depois de ter me ajudado a dar cabo da sua família.
Augusta passa mal e senta na cadeira.
Camila — Ah, Dona Augusta, já vai morrer? Ah, não. Fica um pouquinho mais, eu faço questão que a senhora assista os próximos capítulos dessa história. Depois a senhora pode se juntar ao seu marido. (Camila ri) Ninguém vai sentir sua falta mesmo.
Augusta — Você vai arder no fogo do inferno... (Chora bastante) Maldita! (Cospe na cara de Camila)
Camila — O inferno é aqui, (seca o cuspe) Eu já passei por ele, agora é a sua vez!
Laís entra na frente e empurra Camila.
Laís — Fica longe da minha avó, sai daqui!
Camila ri ironicamente.
Camila — Olha só que bonitinho, a chapeuzinho vermelho veio salvar a vovozinha do lobo mal?!
Marcos — Saia daqui, garota!
Camila — Veja só se não é o charlatão? Vai fazer o que hoje, pastor? Clonar cartão? Roubar a oferta? Similar um milagre? Olha aí, cego inútil, o Pastor poderia lhe ajudar. Não, não é pastor. Você não foi capaz de manter sua família como uma família tradicional, veja seus filhos, um viado enrrustido, uma sapata que sonhava em ser como uma atriz porno. Fora a Bianca, não é? Filha de outro casamento. (Camila ri) Uma drogada, vive pelos cantos enchendo a cara por causa de um homem que não a quer.
Sandra — Chega, garota!
Camila — E você, titia Sandra. Tão burra e imbecil, botou a própria filha na rua, ah meu Deus. Já contou para eles que seu macho está de volta?
Augusta — Tirem ela daqui!
Laís aponta uma arma para Camila.
Laís — Basta! Basta!
Camila — Vai atirar em mim? Ah, Laís... Você não seria capaz.
Laís — Você não me conhece.
Camila se aproxima de Laís e coloca o bico da arma em seu peito, ambas ficam frente a frente, uma sentindo a respiração da outra.
Camila — Eu lhe conheço mais do que você, queridinha. Sabe por quê?... Nós somos irmãs.
Todos se surpreendem.
Camila — Filhas do mesmo paizinho. Afonso, vulgo Osvaldo Mantovanni!
Todos se surpreendem.
Fim do Capítulo
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