ALMA GUIA - CAPÍTULO 14
CENA 01 - HOTEL RECANTO / TARDE
Com o plano indo de vento em popa, Andressa volta para o hotel e sua mãe a recebe (na sala em pé) com os braços cruzados.
Luciana - Onde estava?
Andressa - Ué, fui dar uma volta…
Luciana - E você simplesmente esqueceu, que seu pai está nos esperando na prefeitura?!
Andressa - É verdade! Será que dá tempo de tomar um banho pelo menos?
William (aparece) - Deu sorte, porque acabei de sair do banho e deixei a banheira daquele jeitinho que você gosta.
Andressa - Ah obrigado amor! (enche William com muitos beijos) - Prometo a vocês que não vou demorar.
Luciana - Algo me diz que Andressa está aprontando alguma por aí… e coisa boa não deve ser.
William - Será?
Luciana - Conheço minha filha só pelas mudanças de hábitos. No entanto, vou te pedir que fique de olho nela e tendo qualquer novidade me avisa.
William - Sim, pode deixar!
No banheiro, Andressa aproveita as espumas ao redor da banheira para fazer charme e do nada, começa a rir sozinha.
Andressa - A tonta quer bancar a esperta querendo dar o golpe do baú naquele ricaço da vinícola, mas não imagina nem um pouco que seus dias estão contados. (faz leves movimentos na água)
O príncipe William que está escutando tudo atrás da porta… nota que Andressa não cumpriu com o trato e teme pelo que está prestes acontecer.
CENA 02 - PALACETE DA PREFEITURA / RECANTO / TARDE
A grande maioria dos moradores de Recanto depositaram seus votos na Urna Triangular transparente escolhendo seu candidato, e Edgar permanece olhando para o relógio na parede esperando a hora certa.
Judith - Desculpa interromper a sua aflição com os pontoneiros do relógio, mas como candidato a prefeito, deveria estar no palco ao lado dos seus concorrentes.
Edgar - É que eu estou esperando a minha esposa chegar para me fazer companhia na apresentação. Ao contrário do seu marido, que está sozinho igual um retardado dando sinais sem a presença da primeira dama.
Judith (ri) - Você se acha né? (encara Edgar com deboche) - Olha, eu sei muito bem o que está pretendo fazer!
Edgar - Do que está falando?
Judith - Não se faça de sínico! Esse seu plano de querer tirar todos os votos da urna e trocar por outros a seu favor, é ridículo!
Edgar - Está equivocada! (demonstra firmeza nas palavras) - Ou será, que você pensou nisso e quis jogar um verde pra colher maduro?
A Primeira Dama ignora o fato de responder e permanece calada, fazendo várias expressões faciais.
Edgar - Pois se foi essa sua intenção, saiba que não vou cair nos seus joguinhos!
Luciana (aparece) - Oi meu amor… (olha torto para Judith)
Edgar - O que aconteceu? Está quase duas horas atrasada!
Andressa - A culpa foi toda minha! (segura firme na mão de William)
Edgar - Bom, depois conversamos sobre isso e vamos logo para o palco que está quase na hora da cerimônia.
Judith fica olhando eles (…) indo para o palco e quando está quase decidindo ir também, olha para a urna cheia de votos impressos e resolve ficar perto dela dando todo suporte com os fiscais eleitorais até dar o encerramento que será às dezessete horas.
Cristina - Fala que essa piranha está tirando onda com a nossa cara?! (olha de longe com um binóculo)
Marcos - Se ela sentou perto da urna, sabendo que precisa estar lá fora dando atenção… isso significa que o nosso plano foi por água abaixo.
Cristina - Isso é o que vamos ver! (destrava a arma)
A gêmea deixa a posição contra a vontade de Marcos e caminha em direção da primeira dama com olhar perigoso.
CENA 03 - CASA DE DR HERMANI FRANZMANN / RECANTO / TARDE
Enquanto Hermani termina de organizar seu ambiente espiritual, Aline Ventura começa a pensar no passado, demonstrando estar preocupada.
Hermani (percebe) - Algum problema?
Aline - A visão que tive, de ver a minha alma no inferno… parecia tão real.
Hermani - Olha Aline, faz poucos dias que você está ficando em minha casa, e pelo pouco que me contou… você praticamente trocou a sua vida celestial eterna por um amor aqui da terra.
Aline - E teria alguma forma de reverter essa situação?
Hermani - Um pacto feito com o príncipe das trevas é extremamente temerário, mas não chega a ser impossível. Se quiser a sua alma livre de todo mal, vai precisar guia-la para o caminho da redenção, sem exigir nada em troca.
Aline - Concertar o erro do passado seria a resposta para uma redenção?
Hermani - Se o passado tiver uma ligação forte no pacto, sim! Aquele cujo não quero dizer o nome, te deu uma jóia mística em formato de coração frágil para significar seu novo fim! (interfone toca) - Vou atender, deve ser os irmãos!
Os amigos de Hermani Franzmann chegam todos vestidos de branco e são direcionados para a mesa da oração.
Iniciando a doutrina espírita, Hermani acaba vendo Aline Ventura saindo de mansinho pela porta e resolve permanecer em silêncio para não atrair pensamentos negativos.
"Senhor, nosso pai! Daí-nos a esperança pra vencer nossas fraquezas, plantai em nossos corações a sementeira do amor. Ajudai-nos a saber perdoar e afastais de nóis todos os sentimentos de vingança."
Chegando na sala de Âmbar, Aline tira o capuz do rosto e em poucos minutos, fortes pressentimentos intrusivos começam a surgir, causando perturbações emocionais.
Com a chave de ouro na mão, ela começa analisar os ricos detalhes ancestrais e por pequena diferenças… percebe que a mesma não pertence ao seu amor Renato, e sim, de quem estaria desaparecido há muito tempo.
Aline (fica em choque) - Se a chave do irmão de Renato está aqui em Recanto, então quer dizer… (põem a mão na boca) - Não pode ser!
CENA 04 - HOTEL RECANTO / TARDE
Com ajuda do criado para colocar um colar de pérolas valiosíssimo, Meratriz esbanja autoconfiança.
Meratriz - Espera só pra ver estrupício; Renato ainda vai se arrastar aos meus pés! E logo estarei tomando posse daquela casa, daquele campo… (dá uma leve gargalhada) - Aliás, vou mandar destruir aquele vinhedo deprimente e construir um castelo como eu sempre sonhei.
Adolfo - Mas quero lembra-la, que Renato tem uma filha como herdeira. Nenhum juiz vai te conceder tamanha riqueza.
Meratriz - Aquela menina atrevida, bisbilhoteira, esquelética… Na primeira oportunidade, dou um sumiço nela que nem o melhor detetive do mundo vai dar conta de encontrá-la.
Adolfo - E você confia tanto nessa moça que pretende te ajudar?
A campainha toca…
Meratriz - Resolvi dar um voto de confiança pra ela, já que a moleza aqui não me ajuda em nada, nem mesmo ir atender a porta.
Adolfo - Ah sim! (dá as costas)
A mulher das garras termina de pegar seus pertences no quarto e quando chega na sala, fica surpresa com a visita.
Otávio - Olá Meratriz! (dá um sorriso) - É bom te ver novamente!
Adolfo (arruma o óculos) - Vou descer pra tirar o carro enquanto conversam. Com licença!
Meratriz - Alguma novidade?
Otávio - Eu que te pergunto. Como vai o meu o meu ouro?
Meratriz - Nossa, que cabeça minha! Acredita que com tantos problemas para resolver, acabei esquecendo.
Otávio - É bom resolver os seus problemas o mais rápido possível, pois eu tenho pressa e quero meu ouro como prometido. Ou senão, vou ser obrigado a contar para Renato, sobre suas falcatruas.
Meratriz - Está me chantageando?!
Otávio - No dia que eu tiver te chantageando, será com você atrás das grades. Bom, acho que tomei muito seu tempo! Gostei do colar de pérolas.
O presidente do Banco Recanto vai embora, deixando Meratriz a beira de um ataque de nervos.
CENA 05 - PALACETE DA PREFEITURA / RECANTO / TARDE
A votação está prestes a encerrar e Cristina que caminhava (segurando uma arma na cintura por baixo da calça), sabia que se fizesse a Primeira Dama de refém o plano seria executado com sucesso. Porém, quase chegando no alvo… a gêmea é obrigada a desviar por causa de um imprevisto.
Vera - Todos estão lá fora… e você aqui dentro, sentada como um esqueleto de mil anos olhando fixamente para a urna de votos.
Judith - E qual o problema? Algum motivo para eu não garantir a segurança de nossa nação?
Vera - Digamos que eu teria vários, mas não estou com todo esse tempo para ficar te dando algumas situadas. Então, se pensa que vai fraudar a votação só para o seu marido continuar no poder, está muita enganada.
Judith (levanta) - Senhores oficiais da justiça eleitoral, conforme mostra no relógio, a votação está encerrada. Portanto, levem à urna para o gabinete e só voltem quando estiverem com o resultado.
As duas (…) ficam se olhando com ódio enquanto a Urna é retirada e levada para o gabinete.
UMA HORA DEPOIS…
A Primeira Dama é concedida a subir no palco para falar algumas palavrinhas antes de cortar o bolo.
Judith - Todos aqui sabem, que independente do resultado… o novo prefeito terá a obrigação de cumprir todas as normas designado pela junta de deveres eleitorais, no qual foram escolhidas pelo povo desta cidade. Por isso, peço a colaboração de todos vocês, para que façamos de Recanto uma cidade mais próspera e única em toda América do Sul!
Os moradores aplaudem e assobiam com bastante empolgação e entusiasmo.
Judith - Agora sem mais delongas, vamos cortar o bolo;
Vera - Oh querida… (desvia dos convidados enquanto anda no palco) - Dá licença um pouquinho Raul! Antes de cortar o bolo, queria aproveitar este momento tão especial e dizer nas tuas fuças que você é mentirosa e uma tremenda golpista! (enfia a cara de Judith no bolo)
Todos as pessoas ficam espantados com o que acabou de presenciar, e quando Judith tira a cara do bolo… muitos começam a ter ataques de risos.
A Primeira Dama olha furiosa para Vera enquanto passa os dedos ao redor dos olhos com delicadeza para remover tamanho ato de crueldade.
Um dos senhores oficiais eleitoral caminha no palco meio sem graça e entrega o envelope para Judith dizendo que é o resultado da votação à prefeitura.
Então ela tira o papel do envelope e fica surpresa com o resultado.
(Congela em Judith)
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